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Prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD)

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O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), só vai ter uma participação mais ativa em relação ao pleito de 2022, que já começou nos bastidores, quando 2021 findar.

Acerta o alcaide ao evitar comentar sobre o ano eleitoral de 2022, se reservando a conversar com seus próprios botões ou com pessoas de sua inteira confiança. Não seria bom para o governo criar arestas políticas neste momento. A preocupação agora deve ser com a pandemia do novo coronavírus. Não existe outra mais importante e urgente.

É óbvio que Augusto sabe o que vem acontecendo no escondidinho do cinema, como diz a música de Rita Lee. Não é nenhum marinheiro de primeira viagem. No quesito administrar, ainda não se pode fazer uma avaliação mais consistente. No campo do movediço e traiçoeiro mundo da política, o alcaide já demonstrou que entende do riscado.

Augusto é bem informado. Não é nenhum bobinho. Não vai dar corda a quem quer virar seu adversário na sucessão municipal de 2024, quando pretende quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo, já que nenhum gestor de Itabuna conseguiu se reeleger.

Os indícios de que já tem gente de dentro do governo pensando no pleito sucessório de 2024 começam a surgir. E de maneira bastante explícita, sem que se precise fazer muito esforço para percebê-los. Estão ficando cada vez mais escancarados e transparentes, sem nenhuma camada de nevoeiro.

Augusto, volto a repetir, sabe de tudo. As movimentações de uma eleição costumam apontar o que se quer no pleito subsequente. Só os ingênuos e incautos não percebem o que está visível. 

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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A situação do presidente Jair Messias Bolsonaro, no que diz respeito à reeleição, está ficando cada vez mais complicada e já provocando um nítido começo de desânimo.

A insatisfação com o governo, principalmente com a irresponsabilidade diante da crise sanitária e humana provocada pela pandemia do novo coronavírus, cresce em projeção geométrica. São milhares de eleitores se dizendo arrependidos por terem votado no “mito”.

O chefe do Palácio do Planalto só conta hoje com o chamado bolsonarismo de raiz, com alguns influentes segmentos evangélicos e uma parte do antipetismo, cuja grande maioria caminha em direção ao movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, buscando uma opção que possa quebrar a polarização do lulopetismo versus bolsonarismo. Esse gigantesco eleitorado não quer a volta de um passado marcado por escândalos de corrupção e a continuação de um presidente que o Brasil não merece.

No tocante ao chamado bolsonarismo de raiz, não à toa que Bolsonaro é arredio com os conselhos de que é preciso mudar. Qualquer desvio de comportamento pode provocar rachaduras na parede desse eleitorado que lhe é cegamente fiel. É Deus no céu, Bolsonaro na terra.

O inferno astral que toma conta do governo se espalha para todos os lados. O diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mike Ryan, disse na última quarta,14, que o Brasil é exemplo maior da “perda de controle” na luta contra a Covid-19. Lá fora, o Brasil já é conhecido como o “cemitério do mundo”.

A impressão que se tem é que o governo subiu no ringue para enfrentar o cruel vírus e, ao perceber que a Covid-19 não era uma “gripezinha” e nem um “resfriadinho”, jogou a toalha.

O presidente Bolsonaro vive a agonia do dia a dia. O fantasma do impeachment não deixa de rondar o Palácio do Planalto. Por enquanto sem mostrar a cara, mas já se preparando para fazer o que mais sabe: afastar o presidente da República de plantão, sem dó e piedade.

Em decorrência da CPI da Covid-19, que tem como relator o senador lulista Renan Calheiros (MDB-AL), principal protagonista do impeachment de Dilma Rousseff (PT), outros pedidos de afastamento, agora mais consistentes por se tratar de vidas humanas, serão protocolados no Congresso Nacional.

Para aumentar a dor de cabeça da maior autoridade do Poder Executivo, tem o imbróglio da aprovação do orçamento, que segundo Paulo Guedes, ministro da Economia, se for aprovado como se encontra é crime de responsabilidade e, como consequência, mais um pedido de impeachment.

No entanto, o problema mais grave do governo Bolsonaro é a cada vez mais dependência com o toma lá, dá cá. O chefe do Executivo é hoje um refém do Centrão, assim como foi Dilma e Michel Temer. Deu no que deu: traição e impeachment.

Digo sempre que a sorte de Bolsonaro é ter um Hamilton Mourão como vice. O general fica na dele. É o ponto de equilíbrio do governo. Já pensou se o vice de Bolsonaro fosse um Michel Temer?

O segundo mandato do presidente Bolsonaro, que já foi dado como favas contadas pelo bolsonarismo, é hoje incerto. Até mesmo sua ausência em um segundo turno já não é mais uma opinião sem pé e cabeça, que pode ser literalmente descartada.

Um nome da terceira via, se não houver uma reviravolta no governo Bolsonaro, mais especificamente em relação à pandemia, pode disputar a segunda etapa eleitoral com o candidato do PT, obviamente o ex-presidente Lula.

Como o processo político lembra o formato das nuvens, como dizia o já falecido Magalhães Pinto, a torcida do bolsonarismo é para que a terceira via não se entenda em torno de uma candidatura de consenso.

Concluo dizendo que se houver um só candidato representando o movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, o presidente pode ficar fora do segundo turno.

PS – Uma eventual disputa de segundo turno entre Lula e o candidato da terceira via vai ser acirrada. O lulopetismo precisa entender que esse “já ganhou” é desaconselhável. O antipetismo, além de gigantesco, está enraizado e parece irreversível, corresponde a mais de 60% do eleitorado. 

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Marco Wense é Analista Político

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, quinta,15, que tem carinho e respeito por Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à sucessão de 2022, na disputa pelo comando do Palácio do Planalto.

Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o petista-mor, quando o jogo é a conquista do poder, passa por cima de tudo e de todos, até os “companheiros” são aniquilados sem dó e piedade. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Lula já ordenou que o governador Rui Costa esqueça o Senado e cumpra seu mandato até o último dia de governo. Não há espaço para o contraditório e, muito menos, para as lamentações.

Lula nunca teve carinho e respeito por ninguém, muito menos por Ciro. O que ele fez no pleito presidencial de 2018 é a prova inconteste do seu avermelhado maquiavelismo. Vale lembrar que toda malvadeza contra Ciro foi arquitetada de dentro da cadeia. Imagine agora com o Lula livre e elegível.

Depois que assoprou, Lula mordeu. Disse que Ciro “está fazendo uma inflexão política equivocada nas críticas à esquerda”. A intenção aí é jogar as legendas desse campo ideológico contra o ex-governador do Ceará, mais especificamente o PSB.

As críticas de Ciro sempre apontaram para a esquerda lulopetista, principalmente no item da roubalheira e dos vários escândalos do então governo Lula, sendo o mensalão e o petrolão como os mais assombrosos. E olhe que o PT não expulsou ninguém, sequer uma nota de repúdio contra os larápios dos cofres públicos.

Declarou também que Ciro não sabe perder, que deveria aprender com o “velho Brizola”, lembrando o que o fundador do PDT dizia quando perdia uma eleição : “Eu vou me recolher e lamber as minhas feridas”.

Ora, Lula esquece que o saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola levou com ele a decepção com o “sapo barbudo”, que depois de usar o prestígio e a companhia do bom gaúcho para alavancar suas pretensões políticas, o apunhalou várias vezes pelas costas.

Sobre à gigantesca corrupção nos seus dois governos, que é o ponto que vai ser mais explorado na campanha presidencial, ficou bem claro que Lula não vai pedir desculpa ao povo brasileiro. Alegou que não vai fazer oposição a ele mesmo, que esse papel é do oposicionismo.

O engraçado é que algumas lideranças do lulopetismo têm cobrado do presidente Bolsonaro, cada vez mais longe de um segundo mandato via instituto da reeleição, uma reflexão sobre seus erros em relação à pandemia do novo coronavírus. Ora, a maior autoridade do Poder Executivo pode pegar carona no argumento de Lula, dizendo que não vai fazer oposição a ele mesmo.

Volto a dizer que o Brasil precisa sair dessa polarização do lulopetismo versus bolsonarismo, sob pena de termos um processo sucessório presidencial com uma disputa assentada no ódio e na troca de ofensas.

O Brasil merece um outro caminho, um novo rumo.

PS – O PT, sob à orientação de Lula, trabalhou contra a instalação da CPI da Covid-19. O lulopetismo é também adversário do impeachment. Lula sabe que o fim da polarização, com o surgimento de uma terceira via, fortalece o movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”. A torcida do PT é para que Bolsonaro não saia muito enfraquecido nas investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito. 

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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pela abertura de CPI da Covid-19 provocou muita polêmica, não só no mundo da política, quase sempre movediço e traiçoeiro, como no jurídico.

Os contrários à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) alegam que a Alta Corte está passando dos limites, usurpando as funções do Legislativo, que a ingerência do STF é inconstitucional.

O esperneio de alguns deputados federais e senadores, principalmente dos que são aliados ao governismo bolsonariano, tem a precípua intenção de agradar o chefe do Palácio do Planalto. A contrapartida é mais espaço no governo para os correligionários, especificamente no primeiro escalão.

Ora, ora, o STF está sendo provocado. Essa “ingerência” decorre da omissão do Congresso Nacional diante do negacionismo do presidente Bolsonaro com a gravíssima crise sanitária e humana provocada pela pandemia do cruel novo coronavírus, que caminha a passos largos para ceifar a vida de 500 mil brasileiros.

Se o Parlamento fica inerte, com a maioria dos seus integrantes só pensando na eleição de 2022, o STF, como instância máxima da Justiça, tem o dever de cobrir esse vácuo de omissão e irresponsabilidade, achando que é o passar do tempo que vai resolver a crise, não importando o número de óbitos, na base do “morra quem morrer”, como disse Fernando Gomes, então prefeito de Itabuna.

O STF, ao ordenar a abertura da CPI, está cumprindo o relevante e mais importante preceito constitucional: o de proteger a vida das pessoas. Lamentável seria se o Tribunal cruzasse os braços e ficasse indiferente diante da tragédia.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o viés político-partidário do STF salta aos olhos, o que termina comprometendo a imprescindível imparcialidade que deve ter quem julga. No caso da CPI da Covid, a decisão foi assentada na necessidade de apurar os erros na condução do combate à pandemia.

E aí faço uma oportuna e pertinente pergunta: Como estaria a crise da saúde se o STF não desse autonomia para os Estados e municípios em relação às medidas restritivas? Cito apenas duas: o uso da máscara e o distanciamento social. Não tenho nenhuma dúvida de que o número de mortes estaria bem maior.

Mas toda essa alegação de “ingerência” do STF no Legislativo e no Executivo tem como ponto de partida o critério de nomeação para integrar a Alta Corte. É o presidente da República que indica o já considerado futuro ministro. Essa, sim, que é uma ingerência escancarada, que precisa, urgentemente, ser modificada por uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional).

É preciso mudar os critérios de nomeação dos membros do STF. O voto do indicado pelo presidente da República de plantão é considerado como favas contadas. Se faz urgente e necessário por um ponto final nessa desconfiança.

Concluo dizendo que a decisão do ministro Luis Roberto Barroso, de autorizar o Senado à abertura da CPI da Covid-19, foi acertada.

PS – No tocante a esse “favor” que o indicado para o STF passa a ficar devendo ao presidente da República que o indicou, temos o didático e inquestionável exemplo de Kassio Nunes Marques, que, segundo matéria da edição de hoje da Folha de São Paulo, vem passando por cima da jurisprudência do Tribunal para agradar o chefe do Palácio do Planalto. 

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O sempre polêmico deputado federal Marcelo Nilo, do PSB, quer integrar a chapa majoritária encabeçada pelo senador Jaques Wagner (PT), seja como candidato ao Senado da República ou a vice-governador.

A sucessão estadual de 2022 começa a ser formatada. O nevoeiro em torno do pleito vai se dissipando dia a dia, deixando tudo mais transparente, até mesmo com situações cada vez mais irreversíveis.

O maior exemplo dessa irreversibilidade é a candidatura de Wagner. Nenhuma análise política ousa em duvidar que a pretensão do ex-governador pode sofrer algum viés, que não é favas contadas, mesmo sabendo que o processo político é uma caixinha de surpresas e sobressaltos.

Em relação a Marcelo Nilo, que volta e meia se estranha com o morador mais ilustre do Palácio de Ondina, com o argumento de que os olhos de Rui Costa só enxergam o PSD e PP, seus recados, cada vez mais incisivos e constantes, tendo nas entrelinhas um eventual rompimento com a base aliada, só fazem afastá-lo mais ainda da remotíssima possibilidade de participar da majoritária.

O governador Rui Costa, que começa a enxergar somente dois caminhos políticos, continuar como chefe do Executivo até o último dia de governo ou sair deputado federal, não aceita ser colocado contra a parede, salvo quando a pressão vem da cúpula nacional do lulopetismo, o que o fez desistir até de uma eleição imbatível para o Senado. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Esse, digamos, enviesado ultimato de Nilo a Rui, tendo como pano de fundo uma aproximação com o ex-prefeito ACM Neto, presidente nacional do DEM, pode levar o inquieto parlamentar a ter problemas com a direção estadual do PSB, sob a batuta da mais petista socialista da Bahia, sem dúvida Lídice da Mata.

A missão de Nilo é daquelas consideradas impossíveis. Está mais fácil achar uma pequena agulha em um grande palheiro do que o nobre deputado fazer parte da chapa governista. A sabedoria popular diria que Nilo está dando “murro em ponta de faca”.

Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que as últimas legendas da fila nas negociações para a composição da majoritária são o PSB e PCdoB. Nos bastidores do petismo, o que se comenta é que as energias para tornar Jaques Wagner cada vez mais forte, não podem ser desperdiçadas com o PSB e PCdoB, já que o apoio dessas duas siglas à candidatura do senador é tido como certo, 2+2=4.

Portanto, é perda de tempo Marcelo Nilo ficar insistindo em ter seu nome na majoritária. O melhor conselho para o parlamentar, que não tem papas na língua, é cuidar de sua reeleição. 

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Era uma vez um juiz chamado Sérgio Moro. Na frente da importante Operação Lava Jato ficou famoso e conhecido em todo Brasil como “caçador de corruptos”.

Com o passar do tempo, caiu na besteira de largar a magistratura para ser ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, ficando subordinado ao chefe do Palácio do Planalto, que o usou para chegar ao cargo máximo do Poder Executivo.

Com efeito, o então candidato Jair Messias Bolsonaro teve o antipetismo e combate à corrupção como imprescindíveis “cabos eleitorais”. Moro briga com Bolsonaro e sai do governo, quase que pela porta do fundo.

Agora diz que votaria em Danilo Gentili na sucessão presidencial de 2022. Será que o comediante contou algumas boas piadas para o ex-juiz?

Não tenho a menor dúvida que a melhor de todas foi Danilo Gentili como pré-candidato à presidência da República.

UM ANO DEPOIS…

Depois de mais de um ano de irresponsável e criminoso negacionismo, simbolizado pela “gripezinha”, o presidente Jair Messias Bolsonaro joga a toalha e autoriza o governo a fazer campanha pelo distanciamento social e uso da máscara. Antes tarde do que nunca, costuma dizer a sabedoria popular. Em decorrência dessa nova postura, mesmo que tardiamente, com o Brasil perto de 350 mil mortes pela Covid-19, o mundo científico agradece.

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que ficou um bom tempo evitando qualquer tipo de atrito com o chefe do Palácio do Planalto, resolveu mudar de ideia, não no sentido de criar arestas com a autoridade maior do Poder Executivo, mas de expor sua opinião, seu posicionamento diante do que vem acontecendo.

O general, que tem a simpatia de muitos colegas das Forças Armadas, não é bem aceito por uma parcela do bolsonarismo, mais especificamente do chamado “bolsonarismo de raiz”, cuja missão é a defesa do presidente, é defendê-lo mesmo na conta de que 2+2=5.

Os bolsonaristas mais radicais, quando o assunto é Bolsonaro, lembram os petistas em relação a Lula. Milhares deles não acreditam que Lula sabia dos escândalos do seu governo quando então presidente da República. Bolsominions e lulominions são bem parecidos.

Muitos posicionamentos do general Mourão agradam o ministro da Economia Paulo Guedes, principalmente em relação à manutenção do teto de gastos e o equilíbrio fiscal. São dois itens que deixam o Centrão apavorado, já que criam dificuldades para o toma lá, dá cá.

Com o argumento de que está sendo gasto uma dinheirama para enfrentar a gravíssima crise humana e sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, Mourão defende uma “nova reforma na Previdência”.

No tocante a essa reforma previdenciária, o que se espera é que o aumento na arrecadação seja patrocinado pela parte de cima da pirâmide social, cada vez mais apontando uma perversa injustiça social, com os ricos ficando milionários e os pobres caminhando a passos largos para a miséria, sem ter o que comer, morrendo de fome.

Mourão disse que “a era do dinheiro fácil acabou”, fazendo referência a Argentina, que se encontra em uma situação complicada em decorrência de “uma política econômica alheia ao equilíbrio das contas públicas”.

O presidente Jair Messias Bolsonaro teve muita sorte de ter um vice como Mourão, tido como o ponto de equilíbrio do governo e institucionalmente responsável. Já pensou um vice ao modo Michel Temer, que passou o tempo todo tramando o impeachment de Dilma Rousseff ? Seria um Deus nos acuda, um pega-pega com desastrosas consequências para o Estado democrático de direito.

Concluo dizendo que o general Mourão precisa fazer chegar à Câmara dos Deputados, que aumentou em 170% o limite de despesas médicas na redes privadas, agora com R$ 135,4 mil à disposição dos senhores representantes do povo, que “o dinheiro não está fácil”, que deixem de lado seus interesses pessoais e se preocupem mais com o coletivo, com a agonia do dia a dia das pessoas.

Muitos “homens públicos”, deixando de fora as honrosas exceções, precisam tomar vergonha na cara. 

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Não tem como fugir dos três assuntos que intitulam o comentário de hoje: toma lá, dá cá, pandemia do novo coronavírus e reeleição de Bolsonaro estão interligados.

No último sábado (3), o Brasil ultrapassou a marca de 330 mil mortes. Nas 24 horas foram registrados mais de 1.900 óbitos, o que significa uma média de 2.800 mortes nos últimos sete dias.

A situação fica cada vez mais preocupante. O descontrole é tanto que o Brasil está virando um laboratório de novas cepas do maldito e cruel vírus, que não faz diferença entre os que estão na parte de baixo, na intermediária e na de cima da pirâmide social.

Enquanto isso, com a previsão de 500 mil mortes até que a covid-19 seja controlada com as vacinas, que passam a ser a tábua da salvação, os senhores parlamentares, que deveriam estar pressionando o presidente Bolsonaro a manter o auxílio emergencial em R$ 600, têm o limite de despesas médicas nas redes privadas aumentado em 170%, indo para R$ 135,4 mil.

O absurdo reajuste foi protagonizado por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e principal líder do Centrão, hoje aliado de Bolsonaro, como foi dos ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. No frigir dos ovos, a petista e o emedebista terminaram sendo apunhalados pelas costas e, como consequência, a defenestração do Palácio do Planalto com a ajuda do próprio Centrão, cuja participação foi decisiva no sucesso do impeachment.

Costumo dizer que é melhor acreditar na existência da mulher de sete metros que perambulava de minissaia na rodovia que liga Itabuna a Ilhéus, aqui no sul da Bahia, do que no Centrão.

O bolsonarismo, que fez a campanha presidencial de 2018 atacando veementemente o toma lá, dá cá, hoje é refém dele. O editorial deste domingo do Estadão diz que “Bolsonaro vai ter que pedir permissão ao Centrão até para respirar”.

Quando um governo passa a ser dominado por um grupo político, sob ameaça de abertura de um eventual processo de impeachment, se suas reivindicações não forem atendidas, significa o começo de um melancólico fim.

O silêncio do presidente Bolsonaro diante desse escandaloso reajuste é a prova inconteste que a maior autoridade do Poder Executivo está preso ao Centrão, de mãos atadas.

A esperança do segundo mandato consecutivo, via instituto da reeleição, está assentada na elegibilidade do ex-presidente Lula, se vai disputar ou não o pleito de 2022. A torcida no bolsonarismo é que Lula seja o adversário de Bolsonaro no segundo turno. Qualquer outro candidato preocupa, principalmente Ciro Gomes (PDT).

Para o bolsonarismo, o forte, gigantesco e enraizado antipetismo pode ser novamente o maior cabo eleitoral de Bolsonaro. E com Lula na disputa esse antipetismo fica mais inflamado.

PS – Em decorrência dessa disputa cheia de ódio entre o bolsonarismo e lulopetismo, que não cabe mais em um Brasil que precisa de paz e harmonia, do imprescindível diálogo entre as instituições, entres os Poderes da República, é que cresce a cada dia o movimento “Nem Bolsonaro, Nem Lula”. 

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O governador Rui Costa (PT) ainda não tomou uma posição, pelo menos de público, sobre o pleito de 2022, se vai disputar um cargo eletivo ou permanecer no Palácio de Ondina até o último dia de governo.

Se dependesse exclusivamente da sua vontade, o mandatário maior da Bahia faria parte da majoritária governista como candidato a senador, obviamente com Jaques Wagner encabeçando a chapa. O problema é o lulopetismo, que quer o governador cumprindo a integralidade do mandato.

A cúpula nacional do PT, sob a orientação do ex-presidente Lula, no manda quem pode, obedece quem tem juízo, tem como argumento para que o governador fique fora da eleição de 2022, a falta de confiança no vice-governador João Leão, que, com a desincompatibilização de Rui, passaria a ser seu substituto imediato.

O fato de João Leão ser do PP, inclusive presidente estadual da legenda, faz a desconfiança aumentar ainda mais. Vale lembrar que PP, PL e PTB são as legendas mais importantes da base de sustentação política do governo bolsonariano. É dado como favas contadas o apoio dessas três siglas à reeleição de Bolsonaro.

Leão, que não é nenhum “leão” bobo, desdentado, sem força e em constante estado de sonolência, sabe de tudo. A possibilidade do Progressista ficar com Wagner na sucessão estadual é zero. E ficar do lado de Lula, na eleição presidencial, é de dois zeros.

Todo esse, digamos, teatro pré-eleitoral, com muito cinismo e tapeação, tem um prazo limite. O teatro vai continuar em 2021. Em 2022, começa a desmoronar. Os traídos, quase sempre apunhalados pelas costas, vão conhecer os traidores.

Sobre o senador Otto Alencar (PSD), iniciei o comentário de ontem, terça (6), fazendo três indagações: 1) E Otto Alencar, como fica diante da sabedoria do lulopetismo? 2) Vai aceitar ser vice de Wagner? 3) Otto seguiria os passos de Lídice da Mata (PSB), sempre dando ok ao PT? Finalizei dizendo que ser vice de Wagner é muito pequeno para Otto.

Voltando ao dilema de Rui Costa, tem até gente graúda do lulopetismo querendo que o governador saia candidato a deputado federal para eleger uma bancada forte e, como consequência, maior tempo no horário eleitoral e mais dinheiro público para a legenda, via fundo eleitoral, mais especificamente.

Para amenizar uma possível rebeldia de Rui, mesmo que só para si, conversando com seus próprios botões, o lulopetismo já começa a dizer que o governador da Bahia vai ocupar um importante ministério no já eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse “já eleito” é da ala do PT que considera o terceiro mandato de Lula como certo.

Ainda é muito cedo para qualquer opinião mais sólida sobre o futuro político de Rui Costa.

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A sabedoria popular nordestina costuma usar a expressão “bagaceira no caminho da feira” quando há uma confusão, uma situação que se não for contornada termina ficando incontrolável.

É o caso deste momento que passa o governo Bolsonaro. Disse ontem que a crise que toma conta do Palácio do Planalto não pode ser vista como “mais uma” do bolsonarismo, que ela é muito preocupante e merecedora de toda atenção. Não é uma “crisezinha”.

E mais (1) : não envolve só a pessoa de Fernando Azevedo e Silva, com sua demissão do ministério da Defesa, e nem o fato dele ser general do Exército. Pazuello também era general e foi demitido da pasta da Saúde.

E mais (2) : o imbróglio diz respeito aos segmentos das Forças Armadas – Exército, Aeronáutica e Marinha – que não concordam com a politização dos quartéis e, muito menos, com rompantes autoritários e iniciativas que vão de encontro aos preceitos constitucionais que enumeram o papel das Forças Armadas no Estado democrático de direito.

Não satisfeitos com o poder que tem o presidente da República, os bolsonaristas querem mais. Ora, ora, mais poder do que ter a prerrogativa de destituir três comandantes das Forças Armadas, três generais sem dar nenhuma explicação ?

Vem o Major Vitor Hugo, líder do PSL na Câmara dos Deputados, e apresenta, em caráter de urgência, um Projeto de Lei para dar mais poderes a Bolsonaro com a decretação da chamada Mobilização Nacional, que abre brecha para que as Polícias Militares de todo país fiquem subordinadas ao governo federal.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já avisou que não vai admitir atitudes de rupturas na democracia. “Nós temos de conter qualquer tipo de lei, projeto de lei ou iniciativa legislativa que contrarie a Constituição Federal”, disse o parlamentar.

Conversando com meus botões, fico a imaginar o que passa pela cabeça de lideranças de outros países sobre o Brasil. A imagem deve ser a pior possível. Em plena crise da pandemia, caminhando para ceifar a vida de 400 mil seres humanos, fica o país nessa guerra política e ideológica com as vacinas e, agora, com esse pega-pega do presidente com as Forças Armadas.

Que coisa, hein! Até quando esse estado de desesperança vai permanecer ? Até quando os senhores “homens públicos”, deixando de fora as honrosas exceções, vão continuar pensando mais na sua sobrevivência política do que na vida das pessoas?

Do jeito que caminham as coisas, com a política partidária na frente da agonia do dia a dia do eleitor-cidadão-contribuinte, com o olhar mais direcionado para a sucessão presidencial de 2022, a expressão “bagaceira no caminho da feira” vai ficar cada vez mais atual.

PDT, CIRO E A SUCESSÃO ESTADUAL

O PDT da Bahia, sob a batuta do deputado federal Félix Júnior, mais cedo ou mais tarde, tendo como prazo limite o mês de abril de 2022, terá que se posicionar na sucessão estadual, colocando a candidatura de Ciro Gomes como ponto principal.

Como o PT terá seu presidenciável, seja o ex-presidente Lula ou outro petista, o PDT caminha para uma coligação com o DEM e, como consequência, o apoio a ACM Neto na disputa pelo comando do Palácio de Ondina, indicando o candidato a senador na chapa majoritária, já que a vice será do Republicanos ou do PP se a legenda sair da base aliada do governador Rui Costa. Correligionários mais próximos de Félix gostaram da possibilidade dele integrar a majoritária.

Outra hipótese, essa considerada muito difícil de acontecer, é o senador Otto Alencar, dirigente-mor do PSD, sair candidato a governador com o apoio do PDT. Uma coisa é certa: seja com Neto ou Otto, a condição é apoiar Ciro Gomes.

O que não tem cabimento é fazer campanha para um candidato a governador que vai pedir voto para outro presidenciável. Ciro é a prioridade.

Do contrário, é melhor ter candidatura própria, filiando Guilherme Bellintani, presidente do Esporte Clube Bahia, e lançá-lo na disputa pelo governo do Estado. 

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