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João Leão, vice-governador da Bahia, continua sendo a grande preocupação do PT. Nos bastidores do lulopetismo, quando o assunto é a sucessão do Palácio de Ondina, só se fala no presidente estadual do PP.

Volta e meia, não passando de um intervalo de 10 dias ou menos, o vice declara seu incontido desejo de disputar a sucessão do governador Rui Costa. Externa sua vontade de público, sem fazer arrodeios.

O receio do lulopetismo é que a rebeldia do vice-governador seja duradoura e incontrolável. A agonia do dia a dia é com Leão se transformando em um “leão” com unhas e dentes cada vez mais afiados, juba vistosa e um rugido mais forte.

Como o senador Otto Alencar, dirigente-mor do PSD, já disse várias vezes que só vai falar de sua posição em 2022, as atenções se voltam para o vice-governador.

João Leão, que integra a cúpula nacional do PP, com o cargo de vice-presidente, tem todo o direito de sonhar, mesmo que seu sonho seja um inominável pesadelo. Leão quer ser o candidato da base aliada com o apoio do ex-presidente Lula. Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a candidatura de Jaques Wagner é favas contadas.

E o que estaria alimentando a esperança de Leão em ser o candidato do lulopetismo na sucessão de 2022? É aí que entra o chamado Centrão e o pragmatismo avermelhado do petismo assentado no vale tudo para conquistar o poder. O maquiavelismo do PT é o mais acentuado e escancarado da República.

Essa obsessão em chegar ao poder, passando por cima de tudo e de todos, sem se importar com os meios, se lixando para a militância, é também responsável pela queda de Lula nas pesquisas de intenções de voto.

Essa reaproximação do lulopetismo com o Centrão, caso se consolide e Lula saia vitorioso na sucessão de Bolsonaro, nos leva a dizer que o mensalão, sem dúvida um dos maiores escândalos da era petista no comando do país, pode ter sua versão 2.

Segundo o site soteropolitano Política Livre, o ex-presidente Lula vem conversando com o senador Ciro Nogueira, que é presidente nacional do PP, a sigla mais importante da base de sustentação política do governo Bolsonaro. Diria até que é a legenda que segura um eventual pedido de impeachment do chefe do Palácio do Planalto. O bolsonarismo é refém do toma lá, dá cá.

Passa pela cabeça de Leão que Jaques Wagner pode desistir da disputa pelo governo da Bahia em troca de uma aliança nacional do PP com o PT. Rui Costa cumpriria seu mandato até o último dia. A composição da chapa ficaria com Leão encabeçando a majoritária, Otto Alencar buscando à reeleição para o Senado e a outra vaga, a de vice-governador, com indicação do PT.

João Leão tem todo o direito de sonhar, mesmo que o sonho seja um grande pesadelo. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga

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“O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) afirmou à CPI da Covid nesta 3ª feira (8.junho) que remédios como hidroxicloroquina e ivermectina “não têm eficácia comprovada” no tratamento da Covid-19″. (UOL Notícias, terça, 8 de junho de 2021, 12:03 hs).

Os ex-ministros da Saúde, Mandetta e Tech, foram taxados de “comunistas” por serem contra aos medicamentos sem comprovação científica no combate a Covid-19.

O único que se livrou de ser acusado de “comedor de criancinhas” pela ala mais ideológica do bolsonarismo, cujos integrantes são chamados de bolsominions, foi o general Pazuello.

Agora vem o cardiologista Queiroga e diz, corajosamente, que é contra a hidroxicloroquina e ivermectina.

Como irá se comportar o presidente Bolsonaro diante da declaração do seu subordinado na CPI da Covid-19?

E por falar na Comissão Parlamentar de Inquérito, a reunião de hoje chegou a ser suspensa em decorrência do pega-pega entre o ministro e o senador Otto Alencar (PSD). O parlamentar disse que Queiroga não lia a bula das vacinas.

Que coisa, hein!

Otto vem se transformando em uma espécie de “terror do bolsonarismo” na CPI. 


Marco Wense é Analista Político

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Que coisa, hein!

O número de óbitos avançando, com a previsão de 600 mil vidas ceifadas pela Covid-19 até o fim do mês de agosto, e fica esse pessoal batendo boca pelas redes sociais.

Esse “pessoal” é nada mais e nada menos que Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, e João Doria, governador de São Paulo. Tenha santa paciência!

Precisamos de diálogo, harmonia e responsabilidade, que os senhores homens públicos tenham juízo.

Esse pega-pega entre Doria e Queiroga, em plena pandemia, com o ritmo de vacinação lento, é lamentável. 


Marco Wense é Analista Político

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Os senadores: Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD)

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Dos três senadores que representam a Bahia no Congresso Nacional, só Otto Alencar não deixou nenhuma dúvida sobre sua posição em relação à CPI da Covid-19. O presidente estadual do PSD vem tendo uma atuação combativa na Comissão Parlamentar de Inquérito.

Os outros dois senadores, Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), caminham em direção oposta a de Otto, deixando o eleitor na incerteza sobre o posicionamento de ambos em relação à CPI, que tem como precípua função apurar as responsabilidades das autoridades diante da terrível crise sanitária e humana.

O ex-governador Jaques Wagner, pré-candidato a um terceiro mandato como chefe do Palácio de Ondina no pleito de 2022, foi contra a instalação da CPI. O detalhe que chama mais atenção é que Wagner ainda não deu uma explicação pública sobre sua decisão, fugindo do assunto como o diabo da cruz.

É evidente que Wagner vai ser questionado durante a campanha eleitoral. Seus adversários na disputa pelo comando do governo do Estado vão querer saber por que o petista ficou contra a CPI, recusou a ser signatário da petição para sua instalação no Senado da República.

Obviamente que Wagner, com toda sua experiência, tido como um articulador político ágil e perspicaz, não iria tomar uma decisão dessa envergadura sem primeiro conversar com o ex-presidente Lula, que até as freiras do convento das Carmelitas sabem que trabalha nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, contra o impeachment de Bolsonaro.

Ora, não é interessante para o lulopetismo ter outro adversário no segundo turno que não seja Bolsonaro. O raciocínio é o mesmo pelo outro lado. Ou seja, o bolsonarismo quer também Lula no segundo round eleitoral. Tanto Lula como Bolsonaro perdem para Ciro Gomes, presidenciável do PDT, que é o nome mais viável da terceira via, do movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, que já corresponde a 60% do eleitorado que não querem os extremos, nem o “mito” da esquerda e, muito menos, o “mito” da direita, nem a volta de um passado marcado por escândalos de corrupção e nem um governo que despreza, desdenha o mundo da ciência, muitas vezes debochadamente.

O senador Angelo Coronel não assinou a nota da CPI da Covid-19 sobre o pronunciamento de ontem, quarta-feira, 2, em cadeia de rádio e TV, do presidente Jair Messias Bolsonaro, que o fez em decorrência não só do bom trabalho da CPI, que vai de vento em popa, com depoimentos firmes e explosivos, como dos protestos nas ruas contra o negacionismo, que é o maior parceiro da pandemia.

Não tem como fugir das obviedades e dos inquestionáveis argumentos da nota da CPI sobre a “inflexão” de Bolsonaro. “Veio com um atraso de 432 dias, desde 24 de março do ano passado, quando o presidente classificou a Covid como uma “gripezinha”, também em um pronunciamento em rede nacional de TV”, diz um trecho da nota.

Para os parlamentares que assinaram o documento, o atraso de 432 dias é “desumano” e “indefensável”. A nota lembra que “o governo não se empenhou na compra de 130 milhões de doses da CoronaVac e da Pfizer, o que seria suficiente para imunizar cerca de metade da população vacinável do Brasil”. O governo deixou de comprar as vacinas em 2020. A coronaVac por birra política com o governador de São Paulo João Doria (PSDB) e ideológica com a China.

Os senhores senadores signatários da nota são da opinião de que “embora o pronunciamento do presidente sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais”. Lamenta a perda de tantas vidas e dores que “poderiam ter sido evitadas”.

Além de Jaques Wagner, tem agora Angelo Coronel precisando tornar público os motivos que fizeram com que não assinasse a nota da CPI da Covid-19.

Vale lembrar que a pandemia do cruel, devastador e impiedoso novo coronavírus, reforçado na sua crueldade pelas novas variantes, caminha a passos largos para triste marca de 600 mil óbitos, vidas humanas sendo ceifadas pela terrível covid-19, que tem como maior aliado o negacionismo, o desdém com o mundo científico. 


Marco Wense é Analista Político

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O PDT, que tem o deputado federal Félix Mendonça Júnior no comando estadual da legenda, só tem dois caminhos na sucessão do governador Rui Costa (PT) : apoiar ACM Neto ou lançar candidatura própria.

Salvo engano, já é a terceira vez que comento essa situação do pedetismo baiano. Volto ao assunto em decorrência de Roberto Carlos, o deputado estadual mais petista da sigla, que não consegue esconder sua aderência ao lulopetismo e, muito menos, seu desejo de apoiar Jaques Wagner no pleito de 2022, quando o senador vai tentar conquistar o terceiro mandato como chefe do Palácio de Ondina.

Longe de mim querer dar conselhos ao experiente parlamentar e filiado histórico do PDT. Mas não posso ficar indiferente diante da incontida vontade de RC de se juntar a Wagner na sucessão estadual.

Questionado sobre seu apoio ao projeto do PT de continuar por mais quatro anos na frente do governo do Estado, o deputado deixou bem claro, sem precisar das entrelinhas, que deixará o PDT “se a sigla desviar-se do caminho que trilha há décadas”, já que “historicamente os pedetistas marcharam ao lado dos partidos de esquerda como o PT”.

Roberto Carlos, que tem sua principal base eleitoral em Juazeiro, cita até a eleição de 2006 para ornamentar seu discurso, quando João Durval (PDT) foi candidato a senador na chapa encabeçada por Wagner.

Obviamente que RC fala de um eventual apoio do PDT à pré-candidatura de ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Partido do Democratas (DEM). Na sua opinião, a contrapartida de apoiar Ciro Gomes dificilmente será viabilizada, insinuando que o PDT pode ficar a ver navios.

Salta aos olhos que o deputado quer continuar na base aliada do governador Rui Costa porque não quer colocar em risco os espaços que tem na máquina administrativa, o que vai ajudar na sua re-reeleição para a Assembleia Legislativa (ALBA). Outro ponto é que o deputado deve ter informações de que a maioria do seu eleitorado prefere apoiar Wagner do que ACM Neto.

E aí, nesse emaranhado jogo político, cabe a pertinente e oportuna pergunta ao deputado Roberto Carlos: Como fica o presidenciável do PDT diante desse seu incontido desejo de se juntar ao lulopetismo para eleger Jaques Wagner?

Ora, ora, não tem cabimento apoiar um candidato ao governo da Bahia já em plena campanha para outro postulante à presidência da República. É inaceitável colocar os interesses e as conveniências políticas em detrimento da candidatura de Ciro.

Confesso que não sei o que vai acontecer com o PDT nessas eleições de 2022. A única certeza que tenho é que o partido, assim que passar o processo eleitoral, vai precisar de uma profunda reflexão, de uma arrumação, sob pena de ser mais uma sigla no meio de muitas outras. 


Marco Wense é Analista Político

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O título acima diz respeito aos Palácios do Planalto e Ondina, obviamente se referindo ao processo sucessório do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) e do governador Rui Costa (PT).

No retrato do momento, ambas sucessões estão polarizadas. Todas as pesquisas de intenções de voto apontam Lula e Bolsonaro, ACM Neto e Jaques Wagner, com o ex-presidente e o ex-alcaide soteropolitano na frente.

No tocante a chamada “terceira via”, a sucessão estadual é bem diferente da nacional. Na Boa Terra, ou ganha o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, presidente nacional do Partido do Democratas (DEM), ou o petista Jaques Wagner, senador e ex-governador do Estado. A possibilidade do próximo mandatário-mor da Bahia ser outro é remotíssima. É mais fácil achar uma pequena agulha em um grande palheiro.

Em relação a disputa pela presidência da República, o “já ganhou”, tanto do lulopetismo como do bolsonarismo, pode ter uma surpresa. Ainda é cedo para dizer que o segundo turno entre Lula e Bolsonaro é favas contadas.

Vale lembrar que mais de 55% do eleitorado, com tendência a chegar a 60%, não estão dispostos a votar nem no “mito” da direita e, muito menos, no “mito” da esquerda. Não querem os extremos, o radicalismo, cuja consequência é um Brasil cada vez mais enterrado.

A consolidação de uma alternativa eleitoralmente viável, que possa oxigenar o movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, enfrenta obstáculos. Essa dificuldade termina fortalecendo a polarização, com o processo sucessório caminhando para uma disputa carregada de ódio, quando o país precisa de paz, entendimento e harmonia entre os Poderes da República.

Um dos problemas da terceira via, talvez o mais preocupante, o que pode causar maior estrago político e um inevitável constrangimento, são determinadas “lideranças” políticas que querem integrar o movimento. O ex-presidente Michel Temer andou insinuando que toparia ser uma espécie de orientador, de timoneiro. A presença de Temer seria um desastre, o enterro definitivo da terceira via sem direito a velório e missa de sétimo dia. Pelo andar da carruagem, teremos outras “terceiras vias”, versões 2 e 3, o que significa a certeza de uma disputa de segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

Já disse aqui que a maioria esmagadora do eleitorado de Lula não liga para os conchavos e o pragmatismo avermelhado do lulopetismo. São eleitores beneficiários dos programas sociais dos governos do PT. A parcela dos intelectuais que forma a ala ideológica da sigla, deixando de fora as honrosas exceções, só critica as conversas e os acordos dos adversários. Adora ficar de olho no quintal dos outros e, sorrateiramente, na calada da noite, jogar entulho nele.

E aqui cito o exemplo da Bahia, sem dúvida o mais simbólico e didático quando o assunto é a soberba, o cinismo e a esperteza do lulopetismo. Bastou Ciro Gomes, presidenciável do PDT, ter uma conversa com ACM Neto para ser taxado de “direita”. Enquanto isso, o senador Renan Calheiros, respondendo a vários processos envolvendo o dinheiro público, é convidado a ser um dos coordenadores da campanha de Lula no nordeste.

E mais (1): o candidato do lulopetismo no Ceará é Eunício Oliveira.
E mais (2): qualquer reaproximação é bem vinda, de Eduardo Cunha a Sérgio Cabral.
E mais (3): se o “companheiro” Palocci quiser integrar o projeto do terceiro mandato, as portas do diálogo estarão abertas.
E mais (4): já há um segmento na legenda defendendo a participação mais intensa de José Dirceu na campanha.

Vale lembrar que Cunha, Oliveira e Calheiros foram os principais protagonistas do impeachment da então presidente Dilma Vana Rousseff.

Abrindo um parêntese para Dilma, que foi apulhalada pelas costas pelo então vice-presidente Michel Temer, é lamentável seu silêncio diante do chamego do ex-presidente Lula com seus algozes. É como estivesse aceitando que merecia mesmo o impeachment, uma punição pelo seu desastroso segundo mandato.

A viabilização da terceira via na sucessão do Palácio do Planalto é um desafio gigantesco. Se acontecer, Bolsonaro é quem fica fora do segundo round eleitoral, para o desespero do lulopetismo, que pretende ter o antibolsonarismo como seu principal “cabo eleitoral”. O mesmo raciocínio vale para o bolsonarismo, que quer o antipetismo como maior parceiro. Tanto Lula como Bolsonaro têm pesadelo com a hipótese de enfrentar Ciro no final do pleito.

Outro ponto interessante, que chama atenção, que parece combinado, são as rotulações de “direitona” e “comunista”, respectivamente para quem critica o lulopetismo e o bolsonarismo. O ex-juiz Sérgio Moro, ex-todo poderoso comandante da Lava Jato, operação que acabou sendo desmoralizada pela atuação parcial e com viés político do então magistrado, é hoje um “comunista”, e daqueles que comem criancinhas, como pregavam os defensores do golpe de 64.

A terceira via quer o antipetismo e o antibolsonarismo como indispensáveis alavancas para colocar seu representante na segunda etapa eleitoral.

Concluo reafirmando que o “já ganhou” que toma conta dos bolsominions e dos lulominions, além de ser prematuro, é desaconselhável. 


Marco Wense é Analista Político

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João Leão, vice-governador da Bahia

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Entrevistado hoje, 5ª quinta (27.maio), pelo programa “Oito em Ponto” do Ipolítica, o vice-governador da Bahia João Leão, presidente estadual do PP, disse que ele e os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD) vão se entender em relação à sucessão do cobiçado Palácio de Ondina no pleito de 2022.

“Todos querem governar a Bahia, eu quero, Otto quer, Wagner quer e se pudesse Rui também queria ir para o terceiro mandato”, declarou o dirigente-mor do Progressistas. O problema é que a chapa só tem 3 vagas e uma já tem dono: Wagner não abre mão de encabeçar a majoritária, obviamente como candidato ao governo da Boa Terra.

A cúpula nacional do lulopetismo quer que Rui Costa fique no governo até o último dia. Otto buscaria à reeleição para o Senado da República e Leão indicaria o vice de Wagner. Essa composição é tida como a do sonho do ex-presidente Lula.

No mais, esperar 2022 para uma análise mais consistente. O vice-governador, chamado carinhosamente de “bonitão”, passa a impressão de ser um leão manso. Ledo engano.

O lulopetismo vai quebrar a cara se tentar ser esperto com o substituto imediato de Rui Costa. 


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Um verdadeiro festival de mentiras. É o que vem acontecendo na CPI da Covid-19. Até parece que os mentirosos desconhecem a sabedoria popular que diz que “mentira tem perna curta”. Mais cedo ou mais tarde a verdade vem à tona.

Da avalanche de inverdades, a que me chamou mais atenção foi a da médica pediatra Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde. O depoimento da doutora aconteceu ontem, 25, na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado da República.

Antes de comentar a falta da verdade da “Capitã Cloroquina”, como é apelidada devido a sua intensa defesa em favor do uso do tratamento precoce no combate à Covid-19, vale lembrar, obviamente para os desinformados, que já ultrapassamos a triste marca de mais de 450 mil óbitos. E o pior é que a terceira onda da pandemia, agora mais cruel e devastadora, é fato. No interior de São Paulo, até as farmácias estão sendo fechadas com a decretação do lockdown. Enquanto isso, o presidente Bolsonaro continua não usando máscara e causando aglomerações.

Voltando ao caso Mayra, ao ser questionada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão, se já tinha sido imunizada, a secretária disse que estava esperando passar os 30 dias para vacinar, já que teria sido contaminada pelo novo coronavírus.

“Ainda não. No dia em que minha vacina estava agendada, eu adquiri covid-19”, respondeu a secretária na maior tranquilidade do mundo, sem nenhum constrangimento, sequer ficou com o rosto avermelhado, dando pista de que estava mentindo.

Que coisa, hein! A doutora omitiu que contraiu a doença antes do dia 21 de março, portanto há mais de 60 dias. E aí cabe uma pertinente e oportuna pergunta: Por que a doutora-secretária não que tomar a vacina? Na sequência, uma outra indagação: A doutora quer seguir o presidente, que também não tomou a vacina, já não basta para agradar o chefe a defesa da cloroquina?

Que situação vive o nosso Brasil. Como não bastasse os Poderes da República literalmente em chamas, com uma guerra entre eles, jogando o preceito constitucional da harmonia e independência na lata do lixo, temos um chefe da Nação que teima na irresponsabilidade de continuar dando um chega pra lá no uso da máscara e causando aglomerações, e uma médica que exerce uma importante função na pasta da Saúde passando a impressão que desdenha da vacina.

E assim caminha a humanidade. Ou melhor, o mundo da política. Deixando de fora as honrosas exceções, os senhores governantes parecem mais preocupados com sua sobrevivência política. Lamentável. Triste. Muito triste.

PS – A Organização Mundial da Saúde (ONU) acaba de informar a boa notícia de que a pandemia por Covid-19 sofreu uma retração global de 14%. A maior taxa de redução acontece na Europa. A triste notícia, para nós brasileiros, é que caminhamos em sentido contrário em relação a média mundial. Só Deus na causa, costumam dizer os mais religiosos. 


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Mangabeira, duas vezes candidato a prefeito de Itabuna e suplente de deputado federal do próprio Félix, é realmente o que declara a liderança maior do pedetismo da Boa Terra

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O deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente estadual do PDT, pediu a Mangabeira que continue no comando da legenda em Itabuna.

A reunião do médico com o dirigente partidário aconteceu ontem, segunda, 24, em Salvador. “No encontro, reafirmei a minha admiração e confiança em Mangabeira e pedi que ele continuasse à frente do PDT em Itabuna, pois goza da nossa total confiança. É uma pessoa altamente qualificada para ficar na política”, disse o parlamentar ao conceituado blog Pimenta, do amigo Davidson Samuel, figura respeitada e admirada em qualquer dos mundos, mais especificamente no da comunicação.

Mangabeira, duas vezes candidato a prefeito de Itabuna e suplente de deputado federal do próprio Félix, é realmente o que declara a liderança maior do pedetismo da Boa Terra.

Mangabeira é uma pessoa espetacular, de uma personalidade forte, gigantesco caráter e um amigo de verdade. A política, no entanto, para quem é sincero, não engana ninguém, para quem respeita o eleitor, não é demagogo, tapeador e mentiroso, que não aceita a descaracão, o toma lá, dá cá, o dançar de acordo com a música, passa a ser difícil.

É como você estivesse falando, pregando suas ideias no deserto, como costuma dizer a sabedoria popular. Quem perde é Itabuna, que deixou de ter um prefeito honesto e que seria, sem nenhuma dúvida, um bom gestor, entrando na lista dos melhores que passou pelo centro administrativo Firmino Alves, como José Oduque Teixeira e Ubaldo Porto Dantas.
Infelizmente, Mangabeira vai dizer não ao pedido de Félix. Em relação ao partido, a nefrologista Célia Kalil, esposa de Mangabeira, tem toda razão quando diz que “quem deveria assumir seria alguém que realmente entenda o que seja um partido e não queira fazer barganha, como fazem, com raras exceções, quase todos que estão na linha de frente das agremiações partidárias”.

Que o PDT cai em boas mãos. E aí não tem como não lembrar do saudoso, polêmico e inquieto jornalista Eduardo Anunciação, que também gostava de uma fina e inteligente ironia. Quando se deparava com uma situação parecida com essa, concluía seu comentário com os dizeres do sinal da cruz: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém”. 


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O PDT do deputado federal Félix Júnior, dirigente-mor da legenda na Bahia, está fora da base de sustentação política do governador Rui Costa (PT). Não tinha como permanecer lá e cá, no governo do Estado e na prefeitura de Salvador.

Quando o assunto é sucessão estadual, só dois caminhos para o PDT: apoiar ACM Neto (DEM) na disputa pelo Palácio de Ondina ou lançar candidatura própria. Esse apoio a Neto seria assentado na contrapartida do ex-prefeito de Salvador ter Ciro Gomes como seu candidato à presidência da República.

O PSB de Lídice da Mata e o PCdoB de Davidson Magalhães estão fora do, digamos, raio de preocupação do PT. São considerados como favas contadas no apoio ao senador Jaques Wagner, que pretende conquistar o terceiro mandato como governador.

O projeto do lulopetismo da Boa Terra, de fazer Wagner o sucessor de Rui Costa, independente da política nacional, só terá sucesso com o PSD do também senador Otto Alencar e o PP do vice-governador João Leão. As duas siglas protagonizam a expressão latina “conditio sine qua non”. Sem elas o caminho de Wagner fica com mais obstáculos.

O problema todo gira em torno da composição da majoritária. E fica mais complicado porque só são três vagas a serem preenchidas : governador, vice e senador. A única certeza é que Jaques Wagner vai encabeçar a chapa.

Existe alguma possibilidade de Wagner abrir mão de ser o principal adversário de ACM Neto? Só enxergo uma: o PSD nacional apoiaria Lula e Otto seria o candidato a governador da base aliada. Wagner ficaria com a promessa de ocupar um importante ministério em um eventual retorno de Lula ao cargo mais cobiçado do Poder Executivo.

E Rui Costa? E João Leão? Tudo seria resolvido com Rui disputando o Senado, Leão assumindo o governo e indicando o vice na majoritária. Fica a dúvida se existe algum empecilho jurídico que impeça o vice-governador de indicar o próprio filho, deputado federal Cacá Leão, para ser o candidato a vice de Otto.

Sei que toda essa arrumação é estranha e de difícil execução. Mas não pode ser totalmente descartada. O mundo da política é movediço e traiçoeiro. Costumo dizer que os menos espertos conseguem dar beliscão em azulejo.

Como não bastasse todo esse emaranhado de incertezas, o deputado Cacá Leão, ao declarar que seu maior desejo é João Leão assumindo o lugar de Rui Costa e sendo candidato à reeleição, coloca mais lenha na fogueira da sucessão estadual.

Definição mesmo, com cada qual cuidando da sobrevivência política, só em 2022. Em 2021, muita especulação, disse-me-disse e pulga atrás da orelha.

PS – O lulopetismo pensava que o PP, sendo a legenda da base aliada com mais espaços no governo Rui Costa – três secretarias, a Bahia Pesca e a Cerb -, estaria satisfeita, não causaria nenhum problema na composição da majoritária. Ledo engano. Com efeito, os lulominions discutiram nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, até a hipótese de convencer João Leão a sair deputado estadual com a promessa de assumir o comando da Assembleia Legislativa (ALBA). O barro não colou na parede, como diz a sabedoria popular. 


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