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Imperdível a coluna da jornalista Eliane Catanhêde na edição do Estadão de hoje, 16 de julho de 2021, sobre a nota das Forças Armadas ao senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid-19.

O título, por si só, já chama atenção, provoca uma incontida vontade de ler : “É hora de a cúpula militar concordar com Aziz : os bons das FA devem estar envergonhados”, obviamente se referindo aos militares que estão sendo denunciados no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Veja abaixo, “ipsis litteris”, o que diz a jornalista.

“É hora de o ministro da Defesa e os comandantes da Aeronáutica, da Marinha e do Exército jogarem fora a nota desaforada contra o senador Omar Aziz, presidente da CPI, para concordar plenamente com ele : “Os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados”. Se não estão, deveriam…”.

Pois é. A honrosa e imprescindível instituição das Forças Armadas não pode ter sua imagem abalada em decorrência de um governo que jogou as promessas de campanha do então candidato Jair Messias Bolsonaro na sarjeta, mais especificamente duas: o combate à corrupção e uma política sem o toma lá, dá cá.

O que se presencia, infelizmente, descartando logo a política nojenta do quanto pior, melhor, são denúncias e mais denúncias de desvios de dinheiro público e um presidente da República cada vez mais refém do conhecidíssimo Centrão, que fica chantageando o chefe do Palácio do Planalto com uma eventual abertura de um pedido de impeachment.

Vale lembrar que cabe ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP, principal legenda do Centrão, a prerrogativa de desengavetar os pedidos de afastamento, que já passam de 100, e dar início ao processamento do remédio amargo do impeachment.

O país passa por um turbilhão de problemas e uma preocupante desarmonia entre os Poderes da República. Como não bastasse, vem a maior autoridade do Poder Executivo, que deveria dar o bom exemplo, e ameaça não ter eleições em 2022.

No mais, torcer para que os homens públicos tenham juízo. E o presidente da República juízo em dobro. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Já há no bolsonarismo uma parcela significativa tomada por um desânimo em relação à reeleição do chefe do Palácio do Planalto.

Vale lembrar que depois da redemocratização todos os presidentes conquistaram o segundo mandato consecutivo. Sem dúvida um incontestável sinal de que o cidadão e a cidadã, pelo menos na sua maioria, ficaram satisfeitos com o primeiro governo.

Além desse baixo astral, o nervosismo no staff bolsonarista vai ficando cada vez mais intenso. A rejeição ao presidente Bolsonaro e a seu governo cresce dia a dia. E o que mais preocupa é o fato de que a grande maioria do eleitorado começa a dizer que o combate à corrupção, promessa de campanha do então candidato, é um ledo engano.

Os escândalos envolvendo compras de vacinas, com pedido de propina de um dólar por dose, terminaram jogando uma pá de cal no segundo mandato consecutivo. E ainda tem a CPI da Covid-19, que a cada reunião descobre mais falcatruas com o dinheiro público.

Para complicar, pesquisa da Manhattan Connection aponta que as legendas de centro estão “em cima do muro” sobre o impeachment de Bolsonaro. O levantamento diz também que dos 513 deputados federais, 119 são a favor do afastamento, 78 contra e 319 preferiram o silêncio. Ora, os que não se manifestaram são adeptos fervorosos do pragmatismo. A qualquer momento podem ir para o lado dos que defendem o impeachment ou se juntar com os que são contrários.

As decisões dos pragmáticos, também podendo ser chamados de oportunistas, são assentadas nas pesquisas de intenções de voto e no índice de rejeição ao presidente de plantão. Sempre foi assim. Não é agora que vai ser diferente. Se as consultas mostrarem que Bolsonaro é uma péssima companhia, esses indecisos parlamentares começam a dar os primeiros passos em direção ao remédio amargo do impeachment.

Portanto, ou há uma melhora na imagem do governo, hoje completamente negativa e comprovadamente destroçada, ou vão deixar a maior autoridade do Poder Executivo a ver navios.

A missão do chamado Centrão, do toma lá, dá cá, é ficar com o candidato com mais chances de conquistar o cargo mais cobiçado da República. É evidente que o rompimento não vai ser agora. Ainda há muitas reivindicações a fazer. E o momento é esse, já que o governo está refém do Centrão e sabe que esse agrupamento é o fiel da balança para desengavetar pelo menos um dos vários pedidos de impeachment.

A situação do bolsonarismo é complicada. E o pior é que o ponto que poderia diferenciar do lulopetismo, o discurso do combate à corrupção, vai se tornando cada vez mais frágil. Não à toa que quase 60% do eleitorado, segundo pesquisa publicada pela revista Veja, não querem Lula e nem Bolsonaro.

O bolsonarismo e o lulopetismo estão cada vez mais parecidos, mais especificamente nos escândalos. 


Marco Wense é Analista Político

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Em relação à sucessão estadual, segmentos do PT mais próximos do senador Jaques Wagner são da opinião de que o governador Rui Costa está “dominado”, que vai dançar de acordo com a música tocada pelo lulopetismo wagnerista. Ledo engano.

O morador mais ilustre do Palácio de Ondina não é uma marionete e, muito menos, um boneco de engonço. A candidatura de Rui Costa ao senado da República é muito mais natural do que a de Wagner para o governo do Estado.

É muita petulância ficar agindo nos bastidores com o objetivo de compor uma chapa majoritária deixando Rui Costa de fora. E o pior é que essa articulação tem o aval da cúpula nacional do PT, obviamente com o conhecimento do ex-presidente Lula.

Com efeito, a composição da chapa defendida pela ala do PT soteropolitana é a mesma que o petista-mor quer: Wagner como candidato a governador, o senador Otto Alencar (PSD) disputando à reeleição e o PP de João Leão indicando a vice. Difícil vai ser convencer Rui Costa a permanecer como governador até o último dia do mandato.

A primeira tentativa para tentar dissuadir Rui a não postular o Senado, vai ser prometer um importante ministério em um eventual retorno de Lula ao cargo mais cobiçado do Poder Executivo. Rui Costa acompanha tudo. É um olho no padre, outro na missa.

Só vai se posicionar de maneira mais incisiva em 2022, ano do pega-pega eleitoral. 


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O polêmico e inquieto senador Angelo Coronel (PSD) volta a preocupar o lulopetismo com suas declarações sobre a sucessão estadual de 2022.

Toda vez que o Coronel é entrevistado, as atenções do mundo político ficam voltadas para o parlamentar, que diz o que tem vontade de dizer, sem fazer arrodeios e usar subterfúgios. O Coronel vai direto ao assunto. Não tem conversinha mole assentada em evasivas e muito cinismo.

A mais recente rebeldia diz respeito à composição da chapa governista para a disputa do cobiçado Palácio de Ondina. O Coronel, ao propor uma majoritária com o PT fora da cabeça e sem a vaga para o Senado, deixa o lulopetismo irritado, tiririca da vida, cuspindo fogo.

Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, os petistas debocham do Coronel. Alguns até insinuam que o senador não está em boas condições mentais. Tem também os que caem na risada com suas declarações. Para o lulopetismo, a candidatura do também senador Jaques Wagner ao governo da Boa Terra é favas contadas. E a do governador Rui Costa para o Senado da República só depende dele. O resto é oba-oba. Na hora da onça beber água, todos darão suas mãos à palmatória.

Acontece que Angelo Coronel não é uma Lídice da Mata (PSB), que faz o que o PT quer, mesmo tendo sua sobrevivência política ameaçada, como aconteceu na eleição de 2018, quando teve que deixar sua natural candidatura à reeleição para o Senado e correr atrás de uma eleição à Câmara dos Deputados.

PSB e PCdoB são legendas que não entram na pauta do lulopetismo nas discussões sobre a sucessão do governador Rui Costa. São tidas como siglas obedientes, incapazes de qualquer ato que contrarie as articulações do PT. As reivindicações e os interesses legítimos do PSB e do PCdoB são sempre deixados para depois.

Já disse aqui, por mais de duas ou três vezes, que só tem uma maneira do senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, encabeçar a majoritária: o PT fechar um acordo nacional com o PSD em torno da candidatura de Lula ao terceiro mandato presidencial. A causa menor, Wagner candidato, abriria mão para a maior, a candidatura do petista-mor.

O Coronel quer Otto como candidato, João Leão como senador e o PT indicando o vice da chapa. E Rui Costa? E Jaques Wagner? Ambos, pensando na causa maior, a eleição de Lula, acatariam a sugestão do Coronel, evitando assim uma eventual debandada do PP do vice-governador João Leão para o grupo de ACM Neto (DEM).

O lulopetismo não confia em João Leão sentado na cadeira de governador com a desincompatibilização de Rui para disputar o Senado. E o fato de Leão ser do PP, legenda aliada do presidente Bolsonaro, tida como a fiel da balança de um pedido de impeachment, faz com que essa desconfiança fique mais acesa.

No mais, esperar a próxima entrevista do Coronel. Não será nenhum espanto, muito menos uma surpresa, se o “sem papas na língua” vier a defender uma majoritária sem o PT.

PS – Não tem como ACM Neto desistir de disputar a sucessão de Rui Costa. Seria seu antecipado enterro político, sucumbindo de vez suas futuras pretensões políticas. Vale lembrar que Neto desistiu na eleição de 2018. Ser taxado de “fujão” não é uma boa coisa. Outro ponto é que o ex-prefeito de Salvador sabe que a rejeição a Bolsonaro na Bahia é grande e tende a crescer mais ainda, o que faz afastá-lo do bolsonarismo. Neto só tem dois caminhos em relação à sucessão presidencial: ou Mandetta, se sair candidato, obviamente pelo DEM, ou apoiar Ciro Gomes (PDT). Com efeito, o ex-ministro da Saúde, quando questionado sobre a possibilidade de ser vice do pedetista, não consegue disfarçar que pensa na hipótese. 


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Itabuna tem dois PTs: o augustiano, representado pelo vereador Manoel Porfírio, e o que faz oposição ao governo Augusto Castro, que tem o ex-alcaide Geraldo Simões como figura principal.

Porfírio é o líder do governo municipal na Casa Legislativa, que foi até ameaçado de ser expulso do Partido dos Trabalhadores por ter aceito o convite do chefe do Executivo para falar em nome do governo na Câmara de Vereadores.

Vale lembrar que o prefeito de Itabuna é do PSD, legenda que integra a base aliada do governador Rui Costa e é considerada como a mais importante e imprescindível na sustentação política do lulopetismo da Boa Terra. O presidente estadual da sigla é o senador Otto Alencar.

O comandante-mor do diretório municipal do PT, Jackson Moreira, eleito depois de uma disputa acirrada com a professora Miralva Moutinho, segue a orientação de Simões, que já governou o município por duas vezes.

O oposicionismo do petismo grapiúna é silencioso, não tem microfone, auto-falante e, muito menos, megafone. Com efeito, já tem um bom tempo que não faz uma crítica pública ao governo de plantão. O falatório fica restrito aos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus.

Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem o motivo desse cruzar de braços. O PT de GS tem como obstáculo os elogios de lideranças do partido ao governo de AC. O senador Jaques Wagner, por exemplo, diz que Augusto está fazendo uma gestão exemplar. Outro que coloca o prefeito nas alturas é o deputado estadual Rosemberg Pinto, que é o líder do governador Rui Costa na Assembleia Legislativa (ALBA).

O PT de GS é ligado a Jaques Wagner, pré-candidato à sucessão do Palácio de Ondina no pleito de 2022. Qualquer posicionamento mais duro em relação ao governo de Augusto pode provocar um atrito com Wagner, que não quer que brigas, disse-me-disse e picuinhas interioranas terminem prejudicando sua pretensão de governar o Estado pela terceira vez.

É essa possibilidade de um, digamos, “puxão de orelha”, que faz o PT ligado a Geraldo Simões recuar das críticas, passando a ser uma espécie de aliado constrangido do inquieto, abusado, rebelde e polêmico vereador Manoel Porfírio.

Outro detalhe é que Rui Costa vem tendo um bom relacionamento político com Augusto, o mesmo que tinha com o então prefeito Fernando Gomes, que chegou a colocar um adesivo do PT no seu peito, obviamente do lado esquerdo. O PT de GS, que é wagnesiano, não quer se indispor com o petista-mor, que é a maior autoridade do Poder Executivo estadual.

O oposicionismo do PT de Geraldo Simões só vai sair dos bastidores se o prefeito Augusto Castro, que já foi do tucanato (PSDB), deputado estadual pela legenda, tomar outro rumo político que não seja o de apoiar o ex-presidente Lula na sucessão de Bolsonaro. Uma espécie de “conditio sine qua non” para manter o silêncio.

O prefeito de Itabuna vai seguir o caminho que Otto Alencar decidir percorrer, que depende de como o lulopetismo vai tratá-lo no emaranhado jogo político, mais especificamente no imbróglio da composição da chapa majoritária. A cúpula nacional do PT, com o consentimento de Lula, quer Otto como vice de Jaques Wagner. Como contrapartida, a promessa de assumir um importante ministério em uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial.

Concluo dizendo que os dois PTs de Itabuna estão hoje desunidos, com cada qual cuidando do seu quintal, dos seus interesses políticos. Amanhã podem até fumar o cachimbo da paz, dar às mãos em nome da causa maior: o terceiro mandato do “sapo barbudo”, como dizia o saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, fundador do PDT.


Marco Wense é Analista Político

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Augusto Castro há 171 dias como prefeito de Itabuna

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Muitos leitores se queixando da modesta Coluna Wense, dizendo que só de “caju em caju” comenta sobre o título acima, dando preferência à sucessão presidencial e as críticas ao governo Bolsonaro.

Wense, vamos falar sobre Augusto Castro, como ele vai se comportar no pleito de 2022. É o pedido que mais ouço das pessoas que acompanham as análises sobre o movediço e traiçoeiro mundo da política.

Comentar política não é fácil. Afinal, mexe com quem está no poder ou pretende conquistá-lo. Cutuca os que se acham poderosos, que não aceitam qualquer comentário negativo e nem mesmo um bom, oportuno e pertinente conselho. “Tem que ter couro de crocodilo”, dizia o saudoso jornalista Eduardo Anunciação na sua conceituada coluna no Diário Bahia.

Abro um parêntese para dizer, mais uma vez, que não sou nada relacionado aos meios de comunicação. Escrevo porque gosto e sem nenhuma contrapartida. Confesso que não consigo ficar um só dia sem escrever. Tem gente que fica com dor de cabeça em decorrência do stress. Eu quando não escrevo, mesmo que não seja para publicar.

Voltando à política, onde os menos espertos conseguem beliscar azulejo, não tem como deixar o governo Bolsonaro de lado. A última notícia desastrosa é o bloqueio de R$ 5 bilhões de verbas da ciência e tecnologia, o que vai prejudicar os estudos sobre a covid-19. Enquanto isso, se cria um tal de “orçamento secreto” de R$ 3 bilhões para atender o toma lá, dá cá, dos senhores parlamentares em troca de apoio no Congresso Nacional.

O site da Uol Notícias, na edição de ontem, sábado, 19, traz uma matéria sobre a vacina Coronavac e sua eficácia em 97% para casos graves. Mas o que chamou atenção foi a suspeita de que o ministério da Saúde tem um plano para “abandonar o uso da Coronavac no Brasil”.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a questão é política, já que o instituto Butantan é ligado ao governo de São Paulo, que tem o atual chefe do Executivo, João Doria, como pré-candidato do PSDB à presidência da República em 2022. Portanto, a politicagem em detrimento da vida do ser humano. Vale lembrar que atingimos a triste marca de mais de meio milhão de mortos pela cruel, devastadora e impiedosa covid-19.

No tocante ao alcaide Augusto Castro, o gestor só vai tomar uma posição ou emitir qualquer opinião sobre as sucessões estadual e nacional lá para o mês de março ou abril de 2022. Não interessa ao governo municipal ficar criando atritos desnecessários com grupos políticos.

Reafirmo que Augusto vai se comportar de acordo com a orientação do senador Otto Alencar, presidente estadual da sua legenda, o PSD. O parlamentar espera a decisão do lulopetismo sobre o imbróglio na arrumação da chapa majoritária encabeçada pelo petista Jaques Wagner.

Outro problema que, mais cedo ou mais tarde, Augusto terá que enfrentar, diz respeito ao vice-prefeito Enderson Guinho, que foi eleito vereador pelo PDT, depois se filiou ao Cidadania e agora virou demista, aliado de primeira hora de ACM Neto, dirigente-mor nacional do Partido do Democratas (DEM).

É evidente que o discurso agora é de que não há problema nenhum com o vice-prefeito. Não interessa a ambos criar arestas neste momento. Mas lá na frente, na efervescência da campanha, com o vice sendo candidato a deputado federal e pedindo votos dentro da prefeitura para ACM Neto, postulante ao governo da Bahia, os atritos serão inevitáveis. Vale ressaltar que a primeira-dama, Andrea Castro, é candidata à Assembleia Legislativa (ALBA) em dobradinha com Paulo Magalhães, que vai atrás da sua reeleição para à Câmara Federal. O ex-carlista de carteirinha é do mesmo partido do prefeito de Itabuna.

Outro ponto que não pode passar despercebido, e que já causa uma certa preocupação entre os correligionários mais próximos do prefeito, é que uma eventual vitória de ACM Neto na disputa pelo Palácio de Ondina, vai oxigenar a pretensão do vice de ser candidato a prefeito de Itabuna na sucessão de 2024, o que pode prejudicar o sonho de Augusto de quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo, já que nenhum chefe do Executivo conseguiu se reeleger na história política de Itabuna.

Concluo dizendo ao caro leitor que vou comentar mais sobre a política municipal. De quatro análises, vou reservar uma para o comportamento de Augusto Castro diante das eleições de 2022.

PS – Assim que soube da intenção do governo federal em boicotar a vacina Coronavac, o diretor do conceituado instituto Butantan, Dimas Covas, em tom de desabafo e revolta, disse que tudo não passava de “um ataque combinado contra a vacina por parte dos negacionistas”. Que coisa, hein! Diante de mais de 500 mil óbitos, a manchete da politicagem nos jornais. Coitado do nosso Brasil. 


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Nas primeiras notícias de que o apresentador de TV Luciano Huck, o ex-juiz Sérgio Moro e o empresário João Amoêdo estavam dispostos a disputar a sucessão de Bolsonaro, o meu comentário foi de que os três desistiriam antes mesmo do início do ano eleitoral de 2022.

Fui severamente criticado, mesmo dizendo os motivos que levariam os agora ex-presidenciáveis a renunciar da empreitada, do longo caminho para chegar ao maior e mais cobiçado cargo do Poder Executivo.

Deu no que deu: Huck se acertou com a Globo para assumir o lugar de Faustão nas tardes de domingo. Moro é uma espécie de consultor da Odebrecht, naturalmente ganhando um bom salário. E Amoêdo, dirigente-mor do Novo, não conseguiu unir a sigla em torno de sua legítima pretensão de comandar o Palácio do Planalto.

Pelo andar da carruagem, a eleição presidencial vai ficar restrita a Lula (PT), Bolsonaro (sem partido), buscando à reeleição, Ciro Gomes (PDT), João Doria pelo PSDB (ou outro candidato do tucanato) e o ex-ministro da Saúde Mandetta (DEM).

Se a chamada terceira via não se entender em torno de um nome, a polarização entre Lula e Bolsonaro fica mais consolidada. O antipetismo e o antibolsonarismo, que representam uma significativa parcela do eleitorado, caminhando para 60%, se espalham entre as outras opções, o que significa um inevitável segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

Essa polarização entre um passado marcado por escândalos de corrupção e um presente sem perspectiva de futuro dentro das regras democráticas, respeitando o Estado de direito, que tem a Constituição como escudo contra ímpetos ditatoriais, vai levar a uma campanha sangrenta.

O título da coluna foi inspirado no comentário da sempre bem informada jornalista Eliane Cantanhêde, na edição de ontem, 16, no Estadão. Veja abaixo o que diz Cantanhêde sobre a disputa Lula versus Bolsonaro.

” Será uma campanha sangrenta, com acusações de corrupção, ameaças à democracia e risco de um grande fuzuê depois da abertura das urnas. O que, obviamente, aumenta ainda mais a ansiedade por opções de centro e a responsabilidade dos que merecem ser chamados de líderes”.

O Brasil, que precisa de paz, harmonia e muito diálogo com todos os segmentos não só da sociedade como do mundo da política, não pode ficar nessa encruzilhada de uma polarização entre o “mito” da direita e o “mito” da esquerda. 


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Esse “já ganhou” dos bolsominions e dos lulominions me faz lembrar a eleição para o governo da Bahia em 2006, quando Jaques Wagner derrotou o favorito Paulo Souto logo no primeiro turno.

Esse “já ganhou” tem pela frente Ciro Gomes, presidenciável do PDT, que é a opção mais viável da chamada terceira via, da parcela do eleitorado, hoje em torno de 60%, que não quer Bolsonaro e Lula. Nem a volta do passado marcado por escândalos de corrupção e, muito menos, a continuação de um governo que desdenha da vida das pessoas com um estúpido e irresponsável negacionismo.

Ciro, diante desse cenário, está vivo. Digo até vivíssimo. Pela recente pesquisa do PoderData tem a soma dos votos dos pré-candidatos que estão atrás dele: o ex-ministro Mandetta (DEM), o apresentador Luciano Huck (sem partido), o governador de São Paulo João Doria (PSDB), o empresário João Amoêdo (Novo) e o ex-juiz Sérgio Moro, também sem abrigo partidário.

Dos cinco, acredito que somente dois continuarão como postulantes ao cargo máximo do Poder Executivo. Os outros tendem a desistir. Amoêdo já o fez em nota pública. Uma significativa parcela dos eleitores de Huck e Moro é simpática ao movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, que cresce dia a dia.

O importante agora para Ciro, que foi o presidenciável com maior crescimento na última consulta do DataPoder, saindo de 6% para quase 11%, é se consolidar como o nome da terceira via que pode quebrar essa polarização Lula versus Bolsonaro, com um alimentando o outro, uma espécie de, digamos, mutualismo político. A sobrevivência política de Lula depende de Bolsonaro e vice-versa.

O antipetismo e o antibolsonarismo, que hoje são gigantescos, podem levar o candidato com mais chances de derrotar Lula (ou Bolsonaro) para um segundo round eleitoral. E Ciro é quem mais preocupa petistas e bolsonaristas.

Outro lembrete é que quem está na frente da campanha de Ciro é o baiano João Santana, considerado o “mago” do marketing político. Os resultados do seu trabalho já são visivelmente percebidos.

Esse “já ganhou”, muitas vezes de maneira debochada, é desaconselhável. A sabedoria popular costuma dizer que “o apressado come cru”.

O engraçado é que ainda estamos em 2021. Para os bolsominions e os lulominions não tem mais água para passar por debaixo da ponte da sucessão do cobiçado Palácio do Planalto. A ida do “mito” da esquerda e do “mito” da direita para o segundo turno é dada como favas contadas.

Concluo dizendo que vem aí um chega pra lá em Lula e Bolsonaro. O eleitorado vai perceber que essa polarização é ruim, que o melhor candidato é Ciro Gomes, o único presidenciável que tem um projeto nacional de desenvolvimento, que diz como vai fazer para resolver os graves problemas do país.

O forte e encrustado antipetismo e antibolsonarismo vão oxigenar a terceira via, levando seu representante para a segunda etapa eleitoral.


Marco Wense é Analista Político

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O ex-presidente Lula, para criar simpatia com a militância do PDT, fica elogiando o saudoso Leonel Brizola, fundador do Partido Democrático Trabalhista, nos seus encontros com lideranças políticas de esquerda.

O petista-mor quer passar a ideia de que Brizola, se vivo fosse, não estaria concordando com as críticas de Ciro Gomes ao lulopetismo. Todas elas com muita razão e assentadas em inquestionáveis e sólidos argumentos.

Querem o que, que Ciro esqueça a sujeira de Lula com sua candidatura na eleição de 2018? De dentro da cadeia, onde passou 580 dias vendo o sol quadrado, o “sapo barbudo” só pensava em enfraquecer Ciro. Se fazia o que fez preso, imagine agora solto.

Ora, no mínimo um gigantesco e inominável cinismo ficar insinuando que Brizola o admirava, quando na verdade o achava extremamente ambicioso, adepto fervoroso do vale tudo para conquistar o poder.

Já em 1989, Brizola dizia: “Desconfio muito desse candidato. Dele e do PT”. Conta até uma história interessante : “Quando cheguei do exílio fui visitar o Lula, que me recebeu como se fosse um imperador. Existe uma incompatibilidade entre nós, ali vi que Lula é um homem do sistema”.

Não deu outra. A profecia do único político brasileiro a governar dois Estados, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, marcando suas gestões pela obsessão que tinha pela educação, se confirmou. Lula se juntou com Paulo Maluf, Michel Temer, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e companhia Ltda.

“O discurso ético caiu como castelo de areia. Em vários aspectos demonstrou o PT ser mais do mesmo. O PT é que nem galinha: cacareja na esquerda, mas bota ovo na direita”, dizia o bom e inesquecível gaúcho.

E mais (1) : “Denunciam o golpe publicamente, mas no privado fazem acordo com seus algozes”. E perguntava: “Qual o PT é o verdadeiro, o público ou o privado? Cadê a coerência? Cadê a hombridade? Cadê o discurso? Cadê a dignidade de uma corrente política?”.

E mais (2) : “Esta obsessão por boquinhas, por cargos, por poder sem lastro, talvez seja uma das principais patologias que o PT deva enfrentar. Não é no mínimo ético para os brasileiros que sofrem com o golpe verem o PT se aliar aos golpistas, afinal a democracia está sendo atacada, e direitos suprimidos”.

Pois é. O filme se repete. A cúpula do lulopetismo, para eleger Lula para o terceiro mandato presidencial, anda paparicando e mandando recadinhos para os protagonistas do impeachment da coitada da Dilma Rousseff. O senador Renan Calheiros, por exemplo, atolado até o pescoço com a Justiça, é um dos coordenadores da campanha de Lula no Nordeste.

Fico a imaginar o que diria Brizola sobre os escândalos de corrupção nos governos de Lula e Dilma, com destaques para o mensalão e o petrolão.

Portanto, concluo dizendo a Lula que esqueça Brizola, que morreu levando consigo a decepção com o petismo, o PT e o próprio “sapo barbudo”.

Leonel de Moura Brizola, senhor Luiz Inácio Lula da Silva, se encontra na eternidade, em um lugar reservado para os grandes homens públicos. Deixe ele em paz. 


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João Leão, vice-governador da Bahia, continua sendo a grande preocupação do PT. Nos bastidores do lulopetismo, quando o assunto é a sucessão do Palácio de Ondina, só se fala no presidente estadual do PP.

Volta e meia, não passando de um intervalo de 10 dias ou menos, o vice declara seu incontido desejo de disputar a sucessão do governador Rui Costa. Externa sua vontade de público, sem fazer arrodeios.

O receio do lulopetismo é que a rebeldia do vice-governador seja duradoura e incontrolável. A agonia do dia a dia é com Leão se transformando em um “leão” com unhas e dentes cada vez mais afiados, juba vistosa e um rugido mais forte.

Como o senador Otto Alencar, dirigente-mor do PSD, já disse várias vezes que só vai falar de sua posição em 2022, as atenções se voltam para o vice-governador.

João Leão, que integra a cúpula nacional do PP, com o cargo de vice-presidente, tem todo o direito de sonhar, mesmo que seu sonho seja um inominável pesadelo. Leão quer ser o candidato da base aliada com o apoio do ex-presidente Lula. Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a candidatura de Jaques Wagner é favas contadas.

E o que estaria alimentando a esperança de Leão em ser o candidato do lulopetismo na sucessão de 2022? É aí que entra o chamado Centrão e o pragmatismo avermelhado do petismo assentado no vale tudo para conquistar o poder. O maquiavelismo do PT é o mais acentuado e escancarado da República.

Essa obsessão em chegar ao poder, passando por cima de tudo e de todos, sem se importar com os meios, se lixando para a militância, é também responsável pela queda de Lula nas pesquisas de intenções de voto.

Essa reaproximação do lulopetismo com o Centrão, caso se consolide e Lula saia vitorioso na sucessão de Bolsonaro, nos leva a dizer que o mensalão, sem dúvida um dos maiores escândalos da era petista no comando do país, pode ter sua versão 2.

Segundo o site soteropolitano Política Livre, o ex-presidente Lula vem conversando com o senador Ciro Nogueira, que é presidente nacional do PP, a sigla mais importante da base de sustentação política do governo Bolsonaro. Diria até que é a legenda que segura um eventual pedido de impeachment do chefe do Palácio do Planalto. O bolsonarismo é refém do toma lá, dá cá.

Passa pela cabeça de Leão que Jaques Wagner pode desistir da disputa pelo governo da Bahia em troca de uma aliança nacional do PP com o PT. Rui Costa cumpriria seu mandato até o último dia. A composição da chapa ficaria com Leão encabeçando a majoritária, Otto Alencar buscando à reeleição para o Senado e a outra vaga, a de vice-governador, com indicação do PT.

João Leão tem todo o direito de sonhar, mesmo que o sonho seja um grande pesadelo. 


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