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Enderson Guinho (DEM) e Binho Shalon (PSL)

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Nos bastidores da política de Itabuna, o assunto mais comentado é a composição da comissão provisória do União Brasil, legenda que nasce da fusão do DEM com o PSL.

Maria Alice, que presidiu o diretório municipal do Democratas por muito tempo, histórica aliada do ex-prefeito Fernando Gomes, não vai participar dessa disputa pelo comando da nova sigla. “Posso até me filiar ao União Brasil e ajudar o partido. Não tenho outro interesse”, diz a fiel escudeira do ex-alcaide.

O controle do União Brasil é disputado pelo vice-prefeito Enderson Guinho, que foi eleito pelo Cidadania, e por Binho Shalon, respectivamente atuais presidentes do DEM e do PSL de Itabuna.

Politicamente falando, observando os pontos fortes de cada um, o vice-prefeito e já prefeiturável Enderson Guinho, leva vantagem sobre Shalon.

O dirigente-mor do PSL de Itabuna tem ao seu lado a deputada federal Dayane Pimentel, muito próxima do também parlamentar Luciano Bivar, que será o presidente nacional do União Brasil.

Enderson Guinho é do partido de ACM Neto, presidente nacional do DEM e futuro secretário-geral da nova agremiação partidária, que passa a dispor de um bom tempo no palanque eletrônico do rádio e da televisão e muito dinheiro para gastar no pleito de 2022 via milionário fundo eleitoral.

O favoritismo do vice-prefeito decorre de um acerto entre Bivar e ACM Neto. Na Bahia, cabe a Neto arrumar o União Brasil de acordo com seus interesses políticos, mais especificamente no que diz respeito à sua pré-candidatura ao Palácio de Ondina. Em Pernambuco, Bivar é quem dar as cartas. Nos outros Estados, se senta na mesa para conversar e chegar a um acordo.

Portanto, é dado como favas contadas que Enderson Guinho presidirá o União Brasil em Itabuna. A possibilidade de Shalon ou outro nome desbancar o vice-prefeito é remotíssima, longínqua. Não digo nenhuma porque na política surpresas e sobressaltos sempre acontecem, são inerentes ao jogo pela conquista do poder.

Não ficaria bem para ACM Neto, como pré-candidato à sucessão de Rui Costa (PT), não ter força sobre a composição do União Brasil nos municípios da Boa Terra. É evidente que existem exceções. Feira de Santana é uma delas. Dayane deve indicar os integrantes da nova sigla.

O que se espera em Itabuna é que Binho Shalon seja o secretário da nova legenda. Sem dúvida, uma inteligente, justa e correta solução. Agradaria a fulanos, sicranos e beltranos. O União Brasil ficaria unido em Itabuna.

Não creio que o vice-prefeito criará dificuldades para que Shalon não faça parte da Executiva do União Brasil. Afinal, o objetivo político de ambos é ajudar ACM Neto a ser governador da Bahia.

Não é aconselhável que os primeiros passos do União Brasil sejam movidos por vaidades ou por qualquer comportamento que possa provocar um começo de atrito que poderia ser evitado. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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A declaração do governador Rui Costa de que ficaria “complicada” a aliança com o PP caso o presidente Bolsonaro se filie a legenda, obviamente para disputar o segundo mandato (reeleição), é merecedora de elogios.

O morador mais ilustre do Palácio de Ondina está sendo sincero com o vice-governador João Leão, jogando limpo. O implícito conselho do petista-mor da Bahia é que Leão procure outro caminho político, que não há nenhuma possibilidade do PP integrar a majoritária da base aliada.

Com efeito, o chefe do Palácio do Planalto condicionou sua ida para o Progressistas a nenhum tipo de acordo com o lulopetismo. Salta aos olhos que o comando nacional do PP não vai ficar ao lado de Leão em detrimento do presidente da República.

A conversa entre o governador e o vice passa a ser o assunto mais importante da sucessão estadual. Como Bolsonaro no PP já é dado como certo, favas contadas, 2 + 2 = 4, a situação do vice é realmente complicada.

Já o MDB dos irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio, vive o oposto, tendo autonomia para decidir o rumo que a legenda vai tomar no pleito de 2022, se fica com o PT, apoiando o senador Jaques Wagner, ou com o União Brasil com a candidatura de ACM Neto. O ex-governador e o ex-prefeito de Salvador são pré-candidatos ao governo do Estado.

É evidente que o MDB, assentado no bom tempo que dispõe no horário eleitoral e no enraizado pragmatismo, vai reivindicar uma vaga na chapa, seja ela encabeçada por Wagner ou Neto.

Voltando a Leão, o que se comenta nos bastidores é que o governador Rui Costa vai propor ao vice que procure outro abrigo partidário da base aliada. Como contrapartida, além de indicar o vice de Wagner, Leão assumiria o governo por nove meses com a desincompatibilização de Rui, que passaria a ser um dos coordenadores da campanha presidencial de Lula.

Se não houver um entendimento entre Rui e Leão, o vice fica com duas opções:

1) se aproximar de ACM Neto e sair candidato a senador pela majoritária sem precisar deixar o PP.

2) disputar a sucessão estadual pela sigla. Ambas teriam o aval da cúpula nacional do Progressistas. São dois caminhos que enfraquecem Jaques Wagner e, por tabela, a candidatura do ex-presidente Lula.

Vale lembrar que as duas maiores lideranças do PP, Ciro Nogueira e Arthur Lira, respectivamente ministro-chefe da Casa Civil e presidente da Câmara dos Deputados, são aliados de carteirinha de Bolsonaro. Nogueira é o dono do Progressistas.

No mais, concluindo o comentário de hoje, dizer que o governador Rui Costa está sendo transparente com Leão, colocando as cartas na mesa, sendo claro, sem tapeação.

A filiação de Jair Messias Bolsonaro no PP, até agora o mais esnobe e pomposo integrante do Movimento dos Sem Partidos (MSP), enterra a aliança com o lulopetismo da Boa Terra. 


Marco Wense é Analista Político

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O prefeito Augusto Castro pode mexer no seu time de secretários, ou seja: "Chegou a hora da onça beber água", como diz o ditado popular do ano de 2022.

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Matéria de ontem, 13, do conceituado e sempre bem informado blog Pimenta, comenta sobre a reforma administrativa que está em curso no governo Augusto Castro (PSD).

Reforma é sinônimo de insatisfação, de que alguma coisa não anda a contento, que é preciso mudar. No mundo da política tem duas vertentes: administrativa e política.

Quando se elege em uma coligação de partidos, como foi o caso do prefeito de Itabuna, se tem um compromisso pós-eleição, que é a nomeação, mais especificamente para o primeiro escalão, dos indicados pelas legendas que apoiaram o então candidato.

A contrapartida pelo apoio é a participação no governo do prefeito eleito, que termina aceitando quem não é do seu agrado, evitando assim um atrito logo no começo da gestão.

Segundo o Pimenta, “salvo algum grande deslize, as mudanças não ocorrerão de imediato. Virão com uma reforma administrativa a ser apreciada pela Câmara de Vereadores até o início de janeiro. Na reforma, pelo menos três dos atuais secretários devem cair”.

O que chamou mais atenção, foi a informação de que “para as mudanças, o prefeito levará em conta, além do desempenho dos secretários em suas respectivas pastas, o comprometimento de cada um com o projeto político do governo”.

O blog diz também que o prefeito Augusto Castro quer eliminar os que “ciscam para fora ou fazem corpo mole”, obviamente se referindo ao campo da política, principalmente em relação às pré-candidaturas da primeira-dama Andrea Castro e Paulo Magalhães, respectivamente para os Parlamentos estadual e federal.

E quem seriam os “ciscadores” ? É a pergunta que já começa a tomar conta das conversas políticas. Correligionários mais próximos do alcaide são da opinião de que é melhor agir logo, que não é aconselhável ter gente no governo ocupando funções importantes sem ter compromisso com o projeto político do alcaide.

Toda vez que essa discussão vem à tona, sobre o projeto político do governo AC, o nome do vice-prefeito Enderson Guinho, secretário de Esportes e presidente municipal do DEM, é o primeiro a ser citado como o que mais “cisca para fora”.

Quando sou questionado sobre os “ciscadores”, digo que nada vai acontecer, que não interessa a nenhuma das partes desavenças políticas neste momento. Mas não deixo de alertar que o rompimento do prefeito com o vice é inevitável.

O relacionamento político do chefe do Executivo com seu substituto imediato vai ficar insustentável. A exoneração de Enderson Guinho da secretaria de Esportes é só uma questão de tempo. E ela pode até acontecer por pressão da base aliada do governador Rui Costa com o aval do senador Otto Alencar, comandante-mor estadual do PSD.

O caro, atento e curioso leitor pergunta: Quando é que o pega-pega do prefeito com o vice vai se agravar, se tornando irreversível? A resposta, sem pestanejar, e de uma obviedade ululante, é que vai ocorrer quando o vice começar a pedir votos para prefeito de Itabuna na sucessão de Augusto Castro, cuja missão é quebrar o tabu da reeleição, já que nenhum gestor conseguiu o segundo mandato consecutivo.

É evidente que faço aqui um exercício do futuro assentado não só na minha intuição política como nos fatos que já acontecem. Mas tudo dentro de uma certa lógica e sem nenhuma invencionice.

Especular com responsabilidade faz parte do jornalismo político. Do contrário, teria que esperar acontecer o fato para depois comentar. 


Marco Wense é Analista Político

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Não há nenhuma dúvida que o vice-prefeito Enderson Guinho será o presidente do União Brasil em Itabuna. A nova legenda, já de olho na sucessão municipal de 2024, vai nascer da fusão do DEM com o PSL.

Enderson Guinho, que foi eleito vereador pelo PDT e vice-prefeito pelo Cidadania, é o atual dirigente-mor do Partido do Democratas (DEM) e pré-candidato a deputado federal.

Quem seria o segundo nome mais forte da nova agremiação partidária? Nada mais justo do que Binho Shalon, que é o presidente do diretório municipal do PSL, seja o secretário da nova sigla. Vale lembrar que Shalon é o vice-presidente estadual do PSL.

Acredito que o vice-prefeito não criará nenhum problema para que Binho assuma a secretaria do União Brasil, que ainda depende da aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para sua legitimação e, como consequência, disputar as eleições de 2022.

Já há uma discordância, por enquanto ainda restrita aos bastidores, entre o vice-prefeito e Binho Shalon. O vice começa a ensaiar um discurso pelo voto regional, em que pese ter apoiado à candidatura de Joseval Rodrigues ao parlamento federal no pleito de 2018 em detrimento de Mangabeira, que era o candidato do PDT, na época o partido do vice.

Joceval é vereador em Salvador pelo Cidadania e presidente estadual da sigla. Disse, na sua última declaração sobre a desfiliação do vice, que não foi avisado, sequer recebeu um telefonema, que soube pela imprensa.

Binho é um entusiasmado defensor da reeleição da deputada federal Dayane Pimentel, do PSL lá de Feira de Santana. A parlamentar, que foi a referência do então candidato Jair Messias Bolsonaro na Boa Terra, rompeu com o bolsonarismo.

Em outros pontos, está tudo certo entre Guinho e Binho, caminhando com bolinhas azuis, como dizia o saudoso médico Dr. Seixas. Religiosamente falando, também nenhum tipo de atrito. O respeito é mútuo. O vice é católico e Binho um fervoroso evangélico.

Agora é esperar como vai se posicionar o comando estadual do União Brasil em relação a Itabuna. A cidade é governada por Augusto Castro, que é do PSD, partido da base aliada do lulopetismo baiano.

PS – Maria Alice, aliada histórica do ex-prefeito Fernando Gomes, pode ser convidada por ACM Neto para integrar a equipe que vai coordenar sua campanha ao governo da Bahia no sul do Estado. Maria Alice, ex-presidente do DEM de Itabuna, vai fazer parte da Executiva municipal do União Brasil ? A pergunta começa a tomar corpo nas conversas políticas. As opiniões estão divididas. 


Marco Wense é Analista Político

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O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do DEM e pré-candidato à sucessão estadual de 2022, visita Itabuna na próxima quinta (16).

Em plena campanha para o Palácio de Ondina, Neto quer sentir o clima em relação a sua candidatura, não só na população como nas agremiações partidárias e respectivas lideranças políticas.

No tocante aos partidos, obviamente os que integram a base aliada do governador Rui Costa não estarão presentes na recepção ao ex-gestor soteropolitano, como PT, PSB, PCdoB, PSD e PP, só citando os principais.

DEM, Republicanos, PL, Cidadania, PSDB e PSL devem marcar presença. Não sei qual a posição do PTB e do MDB.

E o PDT? O partido, depois que o médico Antônio Mangabeira deu um chega pra lá na política, não querendo continuar no comando da legenda em Itabuna, se encontra perdido. Até agora a executiva estadual, sob a batuta do deputado federal Félix Júnior, não resolveu o problema. O partido continua como cego em tiroteio, como diz a sabedoria popular.

O responsável-mor pela recepção a Neto será o vice-prefeito Enderson Guinho, hoje no DEM depois de passar pelo PDT e Cidadania. Em ambas as legendas saiu deixando atritos e decepções. Vale lembrar que o deputado Joceval Rodrigues, presidente estadual do Cidadania, soube da saída do vice pela imprensa. Sequer foi consultado.

A grande dúvida, se vai estar ou não presente na visita do ex-gestor soteropolitano, fica por conta do Republicanos, já que qualquer sucesso na recepção a ACM Neto será atribuída ao vice-prefeito de Itabuna, o organizador do evento.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o médico Isaac Nery, do Republicanos, terá Enderson Guinho como adversário na sucessão de Augusto Castro, que, por sua vez, pretende quebrar o tabu da reeleição, já que nenhum prefeito conseguiu o segundo mandato consecutivo na história política do município.

No mais, esperar o desenrolar da visita de ACM Neto, como ele vai se comportar diante dos partidos e das lideranças que vão marcar presença.

PS (1) – Nos bastidores, uma disputa entre Valderico Júnior, comandante-mor do DEM de Ilhéus, com o vice-prefeito Enderson Guinho para ver quem mostra mais prestígio político com ACM Neto. Uma briguinha que tende a ficar cada vez mais intensa.

PS (2) – Os históricos do PDT de Itabuna defendem uma conversa firme da Executiva Nacional da legenda com ACM Neto sobre o processo sucessório presidencial. Pelo sim, pelo não, em relação à pré-candidatura de Ciro Gomes, na dúvida sobre o apoio de Neto ao pedetista, o melhor conselho é começar a trabalhar uma candidatura própria, sob pena de ser pego de surpresa e ficar a ver navios.

Bom dia! Bom dia!
[10:11, 15/09/2021] Marco Wense: O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está promovendo um encontro para discutir a pandemia do novo coronavírus e a importância da vacinação. O Brasil está na lista dos países que podem ser convidados. O problema é que Jair Messias Bolsonaro, maior autoridade do Poder Executivo, da República brasileira, até hoje não se vacinou. Seu negacionismo, desdenhando o mundo científico, continua firme. E aí não tem como deixar de fazer a seguinte pergunta: Como convidar um presidente, que ainda não se vacinou, para um evento sobre a importância da vacinação? Pois é. O nosso Brasil, com sua imagem cada vez mais negativa, passando vexame lá fora, sendo motivo de chacota. 


Marco Wense é Analista Político

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Depois de jogar a toalha, se dizendo arrependido pelas críticas que fez ao STF, mais especificamente aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Barroso, o presidente Jair Messias Bolsonaro dar sinais de que só espera a poeira assentar para voltar a ser o Bolsonaro original.

Ao ser questionado sobre o recuo aos ataques à instância máxima do Poder Judiciário, respondeu com um “deixa acalmar”, deixando nas entrelinhas que a qualquer momento vai reiniciar o confronto com as instituições, que é só uma questão de tempo.

Possa ser que esse “deixar acalmar” seja apenas uma estratégia para não afugentar a ala bolsonarista mais radical, que hoje se sente traída pelo “mito”. O problema é que o leite já foi derramado e não tem mais como retornar ao vasilhame.

Os bolsominions de raiz, os mais, digamos, ideologicamente bolsonaristas, caracterizados como de extrema direita, estão revoltados com a jogada de toalha do chefe do Palácio do Planalto, que além de pedir arrego ao ministro Moraes, através de uma carta elaborada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), ainda fez elogios ao integrante da Alta Corte.

Só faltou um outro ex-presidente da República para ajudá-lo em outra missiva para Luís Barroso, hoje no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com efeito, fez um duríssimo pronunciamento contra Bolsonaro.

A expectativa agora fica por conta das próximas pesquisas, que devem apontar não só uma queda nas intenções de voto como um aumento na já preocupante rejeição a Bolsonaro, o que pode trazer à tona a discussão de que sua ida para o segundo turno não é mais uma invencionice da oposição.

O que se observou ontem foi uma grande revolta dos bolsominions, muitos já declarando que não vão mais votar no “mito”, incluindo aí uma parte significativa dos caminhoneiros. Muitos deles achando que foi apulhalado pelas costas, que o diga Zé Trovão.

A pergunta que não pode deixar de finalizar o comentário de hoje : O bolsonarismo terá coragem de convocar um novo ato em defesa do presidente de plantão?

O representante-mor da “nova” política deixou o bolsonarismo órfão, a ver navios, decepcionado com seu líder. 


Marco Wense é Analista Político

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Em 1964 Itabuna era uma cidade de destaque estadual e até nacional, por conta da economia cacaueira e sua história, muitas delas contadas nos romances de escritor itabunense Jorge Amado, que ganharam o mundo. E nesse imaginário somavam-se as histórias e estórias dos coronéis do cacau e mil e um personagens, desde os trabalhadores rurais, os bichos da Mata Atlântica e as almas penadas que corriam a região.

As estórias contadas pelo povo corriam a cidade que nem rastilho de pólvora após acesso e incendiava de informação toda uma população, não ficando ninguém sem saber dos fatos contados, num boca a boca de fazer inveja às redes sociais da atualidade. Um desses ocorridos mudou o comportamento dos itabunenses, que passaram a dormir cedo, tudo por causa do medo de encontrar noite afora a Mulher de Sete Metros.

À época, pouquíssimos felizardos dispunham de um aparelho de TV na sala de estar, que ficavam praticamente desligados por falta de sinal para retransmitir os programas das redes Tupi, Record, Eldorado, TV Rio. O forte mesmo era o rádio, que nos fornecia diariamente música, esporte e notícia pelas potentes ondas curtas das emissoras de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

Itabuna também não ficava atrás e já dispunha de três emissoras de rádio: a Rádio Clube de Itabuna (1956), Rádio Difusora Sul da Bahia (1960) e Rádio Jornal de Itabuna (1963). E as três rádios disputavam fortemente a audiência regional, realizando transmissões externas em praças, com a apresentação de artistas locais e do sudeste do país, programas de auditório, esportes, policiais com humor e os caipiras.

Um desses apresentadores era Pedro Lemos, imbatível na audiência do horário da 5 às 7 horas, com um programa recheado de recados para as fazendas, os bairros, música caipira (raiz) e estórias dos “tempos do ronca” que ele jurava serem verdadeiras. Seu prestígio na comunidade itabunense daquela época era tanto que foi eleito um dos vereadores mais votados da história política do município.

Homem de hábitos simples, lá pelas quatro e pouca da manhã Pedro Lemos saia de casa e a poucos metros se encontrava com o sonoplasta Carlos Lima e se dirigiam à Rádio Clube de Itabuna, localizada na avenida do Cinquentenário, no segundo andar do prédio nº 424. Com a rádio no ar, Pedro Lemos, baixinho e gordinho, se transformava em um gigante da comunicação radiofônica itabunense. Não tinha pra ninguém.

Entre uma música, um recado, uma pilhéria com um amigo, Pedro Lemos contava uma história, desde a simples trivialidade que tinha visto no dia de ontem às estórias de meter medo a qualquer cidadão temente a Deus e às assombrações. E a da Mulher de Sete Metros, que rondava Itabuna de norte a sul e leste a oeste aterrorizava a qualquer vivente. Parecia até aquelas novelas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Pois bem, a cada madrugada era um relato diferente, ora a assombração teria aparecido lá pras bandas dos Canecos, ora no bairro São Caetano, escorraçando quem se aventurava a andar pela madrugada adentro. Pelo que contava, a Mulher de Sete metros se apresentava vestida com um camisolão branco e se postava no meio da rua ou da estrada, apavorando quem resolvesse atravessar em sua frente.

Em Ferradas a situação foi constrangedora, pois um vaqueiro que prometia enfrentar e desmoralizar a mulher de sete metros teve que ser internado num hospício após encontrá-la no meio da rodovia. Dessa data em diante ele perdeu o juízo e a mula que montava saiu em disparada e somente foi encontrada depois de mais de 40 quilômetros, depois de Ibicaraí.
Pelo que contavam os que resolveram se arriscar, a Mulher de Sete Metros carregava uma mala de couro enorme, tinha uma cruz pendurada no pescoço e uma dentadura de meter medo a qualquer vivente. De longe, com uma voz gutural, perguntava qual o rumo a tomar para chegar ao cemitério. Daí em diante, ninguém ouvia mais nada, por ficar paralisado ou sair disparado na carreira.

A cada nova notícia da Mulher de Sete Metros Itabuna caia em polvorosa e a assombração se transformou no assunto da cidade. Ruim mesmo ficou a situação dos que precisavam sair de casa de madrugada para trabalhar, como os carroceiros, padeiros, feirantes, açougueiros e até os soldados do Tiro de Guerra. Enquanto uns incrédulos diziam que tudo não passava de crendices, o assunto chegou ao delegado e ao chefe de polícia, cobrados para que prendessem a assombração.

Uns seis meses depois de aterrorizar mais da metade da população de Itabuna, reunidos no Bar de Biribinha, na cabeceira da ponte do bairro da Conceição, Pedro Lemos foi questionado enquanto tomava umas cervejas com seu amigo inseparável Valdomiro Sapinho, acerca da veracidade das estórias. Sem pestanejar, Pedro disse conhecer todos os que viram a Mulher de Sete Metros e só não dava conhecimento dos nomes para não desmoralizar os coitados.

No meio do disse me disse, Pedro Lemos passou a acalmar as pessoas, dizendo que não mais precisariam se preocupar com a Mulher de Sete Metros, pois ele soube por uma pessoa de sua confiança que ela teria sido escorraçada de Itabuna. Pelo que contaram a ele e ao amigo Valdomiro Sapinho, o autor de tal façanha teria sido um tropeiro que saiu de casa numa sexta-feira noite de lua cheia e teria se transformado num lobisomem.

Com todos mais tranquilos, Pedro Lemos e Valdomiro Sapinho pediram mais uma cerveja. 


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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Depois da visita do presidenciável Lula na Boa Terra, mais especificamente na capital, a pergunta que tomou conta do meio político é sobre João Leão. Como fica o vice-governador diante da sucessão estadual?

O petista-mor, postulante a um terceiro mandato no cargo mais cobiçado do Poder Executivo, deixou bem claro que só resta a Leão a indicação do vice de Jaques Wagner na composição da majoritária, já que a vaga para o Senado caberá ao senador Otto Alencar (PSD), com sua natural candidatura à reeleição.

Lula colocou os pontos nos is. Dificilmente haverá qualquer alteração. O governador Rui Costa cumprirá seu mandato até o último dia. O sonho de Leão de governar a Bahia por seis meses virou um grande pesadelo. O de disputar o Senado também.

A Rui Costa, como já comentei aqui por diversas vezes, como contrapartida pela compreensão de que a causa maior é a eleição de Lula, a promessa de assumir um importante ministério em um eventual retorno do PT à presidência da República. A desistência de Rui em relação à disputa pelo Senado foi imprescindível para evitar uma preocupante fissura na base aliada.

Será que houve alguma promessa a João Leão? Vale lembrar que o vice-governador, além de ser o secretário do Planejamento do Estado, é o presidente estadual do PP, legenda mais importante do Centrão e da base de sustentação política do governo Bolsonaro.

Para Leão, nada está decidido. “A partir de dezembro a montagem da chapa majoritária deve avançar”, disse o vice-governador. Ledo engano. E Leão sabe disso. Mudar como? Wagner vai desistir de disputar o Palácio de Ondina? Otto Alencar abrirá mão da sua reeleição? Ora, ora, tenha santa paciência! O óbvio ululante é que só sobrou a indicação do vice para Leão.

Se Leão quer mesmo disputar o Senado da República, um democrático e legítimo direito, só há dois caminhos: ou do lado de ACM Neto (DEM) ou de João Roma (Republicanos), ambos pré-candidatos ao governo do Estado no pleito de 2022.

No mais, esperar o dezembro de Leão chegar. Com certeza, o vice não terá, politicamente falando, um bom natal. E não adianta colocar os sapatos na janela. Papai Noel não vai poder atender seus pedidos.

PS – Astuto foi o senador Otto Alencar, dirigente-mor estadual do PSD, que para consolidar sua vaga na majoritária, prometeu a Lula o apoio nacional da sigla para sua candidatura ao Palácio do Planalto, o que terminou deixando o lulopetismo soteropolitano eufórico. Promessa essa que Leão não pode fazer com o PP. 


Marco Wense é Analista Político

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Quando olho para o céu e imagino o universo com bilhões de galáxias e um número incontável de planetas, ou que o sol, com um volume 1.3 milhão de vezes maior que a Terra, é considerada uma estrela ‘nanica’, eu imagino o quanto somos pequenos, e aí surge sempre um questionamento que mexe comigo: será que com tantos corpos celestes nesse ´infinito universo´ só existe vida aqui, nesse minúsculo e microscópico planeta?

A ciência ainda não encontrou nenhuma evidência que exista vida inteligente fora da terra, e eu, nesse caso ou questão específica, me apego mais na religião que na ciência, para entender – até que se prove o contrário – que a Terra é um Projeto Divino (o nosso Paraíso), planejado por Deus para acolher e proteger a raça humana.

A cada dia vejo a deterioração ‘dessa raça’ e do nosso querido e único planeta. É bom que se diga que a Terra é o único planeta com as mínimas condições necessárias (água, ar e terra fértil para produzir alimentos) para manter viva a raça humana. Não existe nenhuma evidência de uma outra ‘casa’ para que o homem possa viver, e isso é um fato!

É preocupante constatar que estamos beirando os 8 bilhões de seres humanos destruindo diariamente a nossa ‘única casa’, com guerras por poder ou em nome de Deus, ou poluindo e desmatando em nome do dinheiro. Uma busca louca e incessante por poder, onde o homem destrói, dizima e mata o seu semelhante. Tudo muito triste!

Gosto muito da passagem Bíblica de João 13:34, onde Cristo diz: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”, mas dessa vez eu vou concluir esse pequeno pensamento meu com um trecho da música ‘Imagine’, de John Lennon:

Imagine que não houvesse nenhum país
Não é difícil imaginar
Nenhum motivo para matar ou morrer
E nem religião, também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Não custa nada imaginar e plantar essa semente, com Deus e sem ‘religiões’, ‘crenças’ e ‘denominações’ que só visam dinheiro e poder.


Arnold Coelho
Designer Gráfico, diagramador, jornalista MTB 0006446/BA e um Sonhador.

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Recebi, com surpresa, uma mensagem do então Presidente da OAB de Itabuna, Edmilton Carneiro, pedindo um apoio para o protagonismo feminino em uma das maiores instituições democráticas do país. Na mensagem, ele me dizia que a Ordem dos Advogados da Bahia, em 90 anos, jamais teria elegido uma mulher. No mesmo cenário, a Ordem dos Advogados de Itabuna, que tem 60 anos, também não. Estou na torcida!

A primeira-dama de Itabuna, que hoje assina o sobrenome do esposo, Andréa Castro, está em ritmo acelerado de pré-campanha para a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Segundo especulações, teria visitado Vitória da Conquista no final-de-semana. Viria aí uma parceria com a retadíssima prefeita, Sheila Lemos?

A Secretária de Saúde do Município de Itabuna, Dra. Lívia Mendes, em entrevista que vai ao ar nesta quinta-feira, ao programa Debate Por Elass, apresentado por esta que vos escreve e Ellen Prince, falou sobre a ocupação de lugares e cargos pelas mulheres com muita tranquilidade, afirmando que já é algo que tem acontecido naturalmente. “Sabemos que várias lutas são válidas, mas muito já mudou”, citando que a mesma foi a primeira médica residente do Hospital de Base, há alguns anos, e a primeira Diretora-Médica do Hospital Calixto Midlej Filho (Santa Casa de Itabuna). A entrevista vale muito à pena!

Circula nos grupos de whatsapp uma entrevista de Fernando Gomes ao programa Frequência Política, apresentado por Binho Shalom e João Matheus Feitosa (que sempre falta estrategicamente, e nesse sábado faltou!). No áudio, o ex-prefeito brinca e dá risadas sobre a forma como teria conhecido Maria Alice, sua fiel escudeira por anos, mas que hoje mantém uma relação fria e distante. O poder sempre une, enquanto a derrota cria muros!


Manu Berbert é publicitária

Blog: www.manuelaberbert.com.br / Instagram: @manuelaberbert

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