João Leão, vice-governador da Bahia

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Entrevistado hoje, 5ª quinta (27.maio), pelo programa “Oito em Ponto” do Ipolítica, o vice-governador da Bahia João Leão, presidente estadual do PP, disse que ele e os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD) vão se entender em relação à sucessão do cobiçado Palácio de Ondina no pleito de 2022.

“Todos querem governar a Bahia, eu quero, Otto quer, Wagner quer e se pudesse Rui também queria ir para o terceiro mandato”, declarou o dirigente-mor do Progressistas. O problema é que a chapa só tem 3 vagas e uma já tem dono: Wagner não abre mão de encabeçar a majoritária, obviamente como candidato ao governo da Boa Terra.

A cúpula nacional do lulopetismo quer que Rui Costa fique no governo até o último dia. Otto buscaria à reeleição para o Senado da República e Leão indicaria o vice de Wagner. Essa composição é tida como a do sonho do ex-presidente Lula.

No mais, esperar 2022 para uma análise mais consistente. O vice-governador, chamado carinhosamente de “bonitão”, passa a impressão de ser um leão manso. Ledo engano.

O lulopetismo vai quebrar a cara se tentar ser esperto com o substituto imediato de Rui Costa. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Um verdadeiro festival de mentiras. É o que vem acontecendo na CPI da Covid-19. Até parece que os mentirosos desconhecem a sabedoria popular que diz que “mentira tem perna curta”. Mais cedo ou mais tarde a verdade vem à tona.

Da avalanche de inverdades, a que me chamou mais atenção foi a da médica pediatra Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde. O depoimento da doutora aconteceu ontem, 25, na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado da República.

Antes de comentar a falta da verdade da “Capitã Cloroquina”, como é apelidada devido a sua intensa defesa em favor do uso do tratamento precoce no combate à Covid-19, vale lembrar, obviamente para os desinformados, que já ultrapassamos a triste marca de mais de 450 mil óbitos. E o pior é que a terceira onda da pandemia, agora mais cruel e devastadora, é fato. No interior de São Paulo, até as farmácias estão sendo fechadas com a decretação do lockdown. Enquanto isso, o presidente Bolsonaro continua não usando máscara e causando aglomerações.

Voltando ao caso Mayra, ao ser questionada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão, se já tinha sido imunizada, a secretária disse que estava esperando passar os 30 dias para vacinar, já que teria sido contaminada pelo novo coronavírus.

“Ainda não. No dia em que minha vacina estava agendada, eu adquiri covid-19”, respondeu a secretária na maior tranquilidade do mundo, sem nenhum constrangimento, sequer ficou com o rosto avermelhado, dando pista de que estava mentindo.

Que coisa, hein! A doutora omitiu que contraiu a doença antes do dia 21 de março, portanto há mais de 60 dias. E aí cabe uma pertinente e oportuna pergunta: Por que a doutora-secretária não que tomar a vacina? Na sequência, uma outra indagação: A doutora quer seguir o presidente, que também não tomou a vacina, já não basta para agradar o chefe a defesa da cloroquina?

Que situação vive o nosso Brasil. Como não bastasse os Poderes da República literalmente em chamas, com uma guerra entre eles, jogando o preceito constitucional da harmonia e independência na lata do lixo, temos um chefe da Nação que teima na irresponsabilidade de continuar dando um chega pra lá no uso da máscara e causando aglomerações, e uma médica que exerce uma importante função na pasta da Saúde passando a impressão que desdenha da vacina.

E assim caminha a humanidade. Ou melhor, o mundo da política. Deixando de fora as honrosas exceções, os senhores governantes parecem mais preocupados com sua sobrevivência política. Lamentável. Triste. Muito triste.

PS – A Organização Mundial da Saúde (ONU) acaba de informar a boa notícia de que a pandemia por Covid-19 sofreu uma retração global de 14%. A maior taxa de redução acontece na Europa. A triste notícia, para nós brasileiros, é que caminhamos em sentido contrário em relação a média mundial. Só Deus na causa, costumam dizer os mais religiosos. 


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Mangabeira, duas vezes candidato a prefeito de Itabuna e suplente de deputado federal do próprio Félix, é realmente o que declara a liderança maior do pedetismo da Boa Terra

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O deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente estadual do PDT, pediu a Mangabeira que continue no comando da legenda em Itabuna.

A reunião do médico com o dirigente partidário aconteceu ontem, segunda, 24, em Salvador. “No encontro, reafirmei a minha admiração e confiança em Mangabeira e pedi que ele continuasse à frente do PDT em Itabuna, pois goza da nossa total confiança. É uma pessoa altamente qualificada para ficar na política”, disse o parlamentar ao conceituado blog Pimenta, do amigo Davidson Samuel, figura respeitada e admirada em qualquer dos mundos, mais especificamente no da comunicação.

Mangabeira, duas vezes candidato a prefeito de Itabuna e suplente de deputado federal do próprio Félix, é realmente o que declara a liderança maior do pedetismo da Boa Terra.

Mangabeira é uma pessoa espetacular, de uma personalidade forte, gigantesco caráter e um amigo de verdade. A política, no entanto, para quem é sincero, não engana ninguém, para quem respeita o eleitor, não é demagogo, tapeador e mentiroso, que não aceita a descaracão, o toma lá, dá cá, o dançar de acordo com a música, passa a ser difícil.

É como você estivesse falando, pregando suas ideias no deserto, como costuma dizer a sabedoria popular. Quem perde é Itabuna, que deixou de ter um prefeito honesto e que seria, sem nenhuma dúvida, um bom gestor, entrando na lista dos melhores que passou pelo centro administrativo Firmino Alves, como José Oduque Teixeira e Ubaldo Porto Dantas.
Infelizmente, Mangabeira vai dizer não ao pedido de Félix. Em relação ao partido, a nefrologista Célia Kalil, esposa de Mangabeira, tem toda razão quando diz que “quem deveria assumir seria alguém que realmente entenda o que seja um partido e não queira fazer barganha, como fazem, com raras exceções, quase todos que estão na linha de frente das agremiações partidárias”.

Que o PDT cai em boas mãos. E aí não tem como não lembrar do saudoso, polêmico e inquieto jornalista Eduardo Anunciação, que também gostava de uma fina e inteligente ironia. Quando se deparava com uma situação parecida com essa, concluía seu comentário com os dizeres do sinal da cruz: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém”. 


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O PDT do deputado federal Félix Júnior, dirigente-mor da legenda na Bahia, está fora da base de sustentação política do governador Rui Costa (PT). Não tinha como permanecer lá e cá, no governo do Estado e na prefeitura de Salvador.

Quando o assunto é sucessão estadual, só dois caminhos para o PDT: apoiar ACM Neto (DEM) na disputa pelo Palácio de Ondina ou lançar candidatura própria. Esse apoio a Neto seria assentado na contrapartida do ex-prefeito de Salvador ter Ciro Gomes como seu candidato à presidência da República.

O PSB de Lídice da Mata e o PCdoB de Davidson Magalhães estão fora do, digamos, raio de preocupação do PT. São considerados como favas contadas no apoio ao senador Jaques Wagner, que pretende conquistar o terceiro mandato como governador.

O projeto do lulopetismo da Boa Terra, de fazer Wagner o sucessor de Rui Costa, independente da política nacional, só terá sucesso com o PSD do também senador Otto Alencar e o PP do vice-governador João Leão. As duas siglas protagonizam a expressão latina “conditio sine qua non”. Sem elas o caminho de Wagner fica com mais obstáculos.

O problema todo gira em torno da composição da majoritária. E fica mais complicado porque só são três vagas a serem preenchidas : governador, vice e senador. A única certeza é que Jaques Wagner vai encabeçar a chapa.

Existe alguma possibilidade de Wagner abrir mão de ser o principal adversário de ACM Neto? Só enxergo uma: o PSD nacional apoiaria Lula e Otto seria o candidato a governador da base aliada. Wagner ficaria com a promessa de ocupar um importante ministério em um eventual retorno de Lula ao cargo mais cobiçado do Poder Executivo.

E Rui Costa? E João Leão? Tudo seria resolvido com Rui disputando o Senado, Leão assumindo o governo e indicando o vice na majoritária. Fica a dúvida se existe algum empecilho jurídico que impeça o vice-governador de indicar o próprio filho, deputado federal Cacá Leão, para ser o candidato a vice de Otto.

Sei que toda essa arrumação é estranha e de difícil execução. Mas não pode ser totalmente descartada. O mundo da política é movediço e traiçoeiro. Costumo dizer que os menos espertos conseguem dar beliscão em azulejo.

Como não bastasse todo esse emaranhado de incertezas, o deputado Cacá Leão, ao declarar que seu maior desejo é João Leão assumindo o lugar de Rui Costa e sendo candidato à reeleição, coloca mais lenha na fogueira da sucessão estadual.

Definição mesmo, com cada qual cuidando da sobrevivência política, só em 2022. Em 2021, muita especulação, disse-me-disse e pulga atrás da orelha.

PS – O lulopetismo pensava que o PP, sendo a legenda da base aliada com mais espaços no governo Rui Costa – três secretarias, a Bahia Pesca e a Cerb -, estaria satisfeita, não causaria nenhum problema na composição da majoritária. Ledo engano. Com efeito, os lulominions discutiram nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, até a hipótese de convencer João Leão a sair deputado estadual com a promessa de assumir o comando da Assembleia Legislativa (ALBA). O barro não colou na parede, como diz a sabedoria popular. 


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Os lulominions estão tiriricas da vida com Ciro Gomes. O presidenciável do PDT declarou que o “mito” da esquerda, o “sapo barbudo”, como dizia o saudoso Leonel Brizola, foi o maior corruptor da história da República brasileira.

Ciro mentiu? A resposta é um NÃO com todas as letras maiúsculas. Os governos do PT foram marcados por uma avalanche de escândalos, com destaque para o mensalão e o petrolão.

A roubalheira correu solta. Ciro mentiu? A resposta é um NÃO com todas as letras graúdas. O toma lá, dá cá, nas gestões petistas, com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, dificilmente será alcançado. Milhões e milhões de reais foram desviados dos cofres públicos para garantir a tal da governabilidade. Ciro mentiu? A resposta é um NÃO com todas as letras garrafais.

O então presidente Lula foi, no mínimo, conivente com a corrupção. Deixou roubar escancaradamente, o que não deixa de ser um forte argumento de que não pode retornar a comandar o país. Se Lula não roubou, foi um bobo da corte.

A verdade machuca. E quando ela é inquestionável, como o resultado 4 na equação 2+2, passa a ser dilacerante. Se os lulominions estão assim agora, soltando fumaça pelas ventas, imagine quando os escândalos forem relembrados no horário eleitoral.

A maior preocupação de Lula não é Bolsonaro. É enfrentar Ciro nos debates. O petista-mor, toda vez que lembra do inevitável tête-à-tête, é acometido por uma insônia que o faz ficar sem dormir por um bom tempo. Hoje, nos bastidores da cúpula nacional do lulopetismo, a pauta obrigatória é Ciro Gomes. Toda vez que é discutida é uma aflição.

PS – E por falar no saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, fundador do Partido Democrático Trabalhista (PDT), veja o que ele diz sobre uma passagem da sua honrosa vida pública em relação a Lula: “Quando cheguei do exílio fui visitar o Lula, que me recebeu como se fosse um imperador. Existe uma incompatibilidade entre nós. Ali vi que Lula é um homem do sistema”. Pois é. Brizola tinha razão. O “sapo barbudo” é do sistema. Que coisa, hein! Naquele tempo, lá em priscas eras, Lula já se achava. Sua soberba continua intacta. Agora acrescentando um ingrediente religioso, já que adora ser chamado de “Deus Lula”. 


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Depois de apoiar a candidatura de Bruno Reis na sucessão do Palácio Thomé de Souza, indicando a advogada Ana Paula Matos para ser vice do demista, tudo ficou previsível.

O rompimento político do PDT com o governador Rui Costa (PT) era só uma questão de tempo. Portanto, nenhuma surpresa com a iminente saída do partido da base aliada.

Outro detalhe é que o PDT, deixando o PT de fora, é a única sigla da base de sustentação política do chefe do Palácio de Ondina que tem pré-candidato à presidência da República: o ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, que foi considerado o melhor do Brasil nos dois cargos.

O fato do PDT ter presidenciável também contribuiu para a ruptura, já que o lulopetismo, que continua soberbo, tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como postulante a um terceiro mandato.

Agora é cada um cuidando do seu próprio quintal.

Vale lembrar que ao deixar a cadeia, onde passou 580 dias, o “mito” da esquerda disse que o PT era partido de receber apoio e não de apoiar.

Estranho seria, e até muito infantil, se o PDT apoiasse Jaques Wagner para o governo do Estado com o senador pedindo voto para Lula.

Sem dúvida, uma inominável e imperdoável ingenuidade política.

 

Eduardo Cunha: de volta ao jogo político

Eduardo Cunha, ex-aliado do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz o óbvio ululante sobre a sucessão do Palácio do Planalto no pleito de 2022: “Bolsonaro só ganha a eleição se enfrentar o Lula e o Lula só ganha a eleição se enfrentar Bolsonaro”.

A obviedade continua: “Se Bolsonaro enfrentar qualquer outro perde, se Lula enfrentar qualquer outro vai perder”. Ora, ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem disso. E por falar no ex-todo poderoso presidente da Câmara dos Deputados, “exemplo” de homem público, de político “honrado”, o lulopetismo, que vem se reaproximando de todos que protagonizaram o impeachment da coitada da Dilma Rousseff, como o cearense Eunício Oliveira e o alagoano Renan Calheiros, quer seu apoio para o “mito” da esquerda.

A campanha de Lula caminha para ter o maquiavelismo como arcabouço, a viga principal da estratégia de conquistar o terceiro mandato presidencial do petista-mor. Deixando de fora Palocci, braço direito e esquerdo do companheiro de vários verões, o “dedo duro” dos escândalos da era Lula no poder maior da República, todos, sem exceção, independente de se encontrarem presos ou não, são bem-vindos.

Se o lulopetismo voltar a comandar o país, a versão 2 do mensalão é dada como favas contadas. O toma lá, dá cá, só vai mudar de cor: o verde e amarelo será substituído pelo vermelho. Vale lembrar que não se tem notícia de uma única crítica do lulopetismo aos que hoje estão na cadeia ou escandalosamente em liberdade.

Com efeito, Ciro Gomes, presidenciável do PDT, por denunciar essa corja de larápios dos cofres públicos, responde a vários processos por danos morais. Pois é. Danos morais. É mole ou quer mais, costuma dizer a sabedoria popular. No frigir dos ovos, tudo como dantes no quartel de Abrantes.

A impunidade mostrando o ar da graça, debochando da Justiça e dando uma banana para o “dura lex, sed lex”. 


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"Augusto sabe que o melhor conselho é o de evitar comentar sobre as eleições de 2022. Não é momento para falar do assunto. Uma declaração infeliz pode prejudicar o andamento administrativo do governo".

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Em relação a 2022, Augusto Castro, prefeito de Itabuna pelo PSD, só tem dois votos do conhecimento de todos: um para o Parlamento estadual e o outro à Câmara Federal, respectivamente com Andrea Castro e Paulo Magalhães, ambos da mesma legenda do alcaide.

A secretária de Promoção Social e Combate a Pobreza, esposa do gestor, portanto a primeira-dama do município, enfrenta seu primeiro desafio eleitoral. O já deputado Paulo Magalhães busca sua permanência no Parlamento via instituto da reeleição.

A sabedoria popular costuma dizer, ao se referir aos políticos experientes, de muito tempo na estrada, que são “velhas raposas” do movediço e traiçoeiro mundo da política. A grande maioria consegue dar beliscão em azulejo.

Magalhães, um ex-defensor ferrenho do carlismo, ex-filiado ao DEM, foi um dos responsáveis pela saída de Augusto do PSDB para o PSD do senador Otto Alencar, uma espécie de padrinho político. O parlamentar é tido como um político combativo e “futucador” de verbas federais via emendas.

Outra característica do deputado diz respeito ao seu temperamento, de um político que diz o que tem vontade de dizer, que não costuma levar desaforos para casa. Bem pouco tempo atrás soltou os cachorros na direção do ex-prefeito Fernando Gomes, que teria lhe prometido uma boa votação em Itabuna e só conseguiu, salvo engano, pouco mais de 400 votos.

Sua já certa dobradinha com Andrea Castro pode lhe render bons frutos em Itabuna. Obviamente que a contrapartida será abrir preciosos espaços em seus redutos eleitorais para a primeira-dama, que anda entusiasmada com a candidatura.

Andrea vem fazendo um trabalho de formiguinha, buscando principalmente o eleitorado da periferia, com programas sociais que beneficiam essa camada da população, cada vez mais pobre e caminhando a passos largos para a miséria.

O que chama atenção na secretária, é que parece caminhar sem a ajuda do prefeito. A impressão é que tem luz própria. Para muitos, sua desenvoltura política está sendo uma surpresa.

No tocante às sucessões dos Palácios de Ondina e do Planalto, Augusto vai seguir a determinação do senador Otto Alencar, dirigente-mor do PSD da Bahia. O fato da sigla integrar a base aliada do governador Rui Costa (PT) não é garantia de apoio a Jaques Wagner, pré-candidato ao governo do Estado, e muito menos a Lula na sua tentativa do terceiro mandato presidencial.

Com efeito, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, além de descartar o apoio à reeleição de Bolsonaro, já disse que aliança com o PT só nos Estados, dando assim um chega pra lá na candidatura do petista-mor, no “mito” da esquerda, no “Deus” Lula. Kassab é simpático ao movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, nem a volta do passado marcado por uma avalanche de escândalos e nem um futuro desesperançoso.

Augusto sabe que o melhor conselho é o de evitar comentar sobre as eleições de 2022. Não é momento para falar do assunto. Uma declaração infeliz pode prejudicar o andamento administrativo do governo.

Depois das águas de março fechando o verão de 2022, as definições e os acordos começam a tomar um contorno mais nítido. O nevoeiro vai se dissipando, proporcionando uma maior clareza para o eleitorado. 


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Se o pedido de interdição do presidente Jair Messias Bolsonaro partisse das agremiações partidárias oposicionistas, não teria muita repercussão. A opinião que tomaria corpo era a de mais um ato de “politicagem” dos adversários. Afinal, estão todos com os olhos direcionados para a sucessão do Palácio do Planalto: fulanos, sicranos e beltranos.

Mas não é o caso. Quem está alegando a incapacidade da maior autoridade do Poder Executivo é um grupo de juristas de renome, respeitadíssimo, que acaba de acionar o STF para obter a declaração de incapacidade do presidente Bolsonaro e, como consequência, o seu afastamento da Presidência da República.

Assinaram a petição os professores Pedro Dallari, da USP, Roberto Romano, da UNICAMP, Renato Janine Ribeiro, da USP, José Geraldo de Sousa Jr, da UNB, e os conceituados advogados Fábio Gaspar, Alberto Toron e Alfredo Attié, presidente da Academia Paulista de Direito.

Na ação que pede ao STF que Bolsonaro seja declarado incapaz, os signatários ressaltam que não estão imputando ao mandatário-mor do país crimes de responsabilidade ou comum. “Não o acusamos de crimes, sequer o acusamos. Estamos observando apenas que ele não pode exercer, e de fato não está exercendo devidamente, o cargo no qual foi empossado”, sublinham os autores do pedido.

Em relação ao ponto da pandemia, a peça jurídica diz “que é visível que Bolsonaro deixa de tomar medidas para minimizar os efeitos da doença, proteger cidadãos e cidadãs, agravando os riscos de contágio, doença e morte, que o presidente insiste em propagar notícias falsas, em defender e determinar a adoção de tratamentos falsos”.

Os autores da ação pedem também uma perícia. “É evidente que, sem exame pericial por profissionais reconhecidamente competentes, não se pode decidir a interdição de pessoa considerada insana, que cabe a Colenda Corte Suprema decidir e determinar a realização de exame pericial, a cargo de professores de psiquiatria e outras áreas da ciência psíquica, com currículo reconhecido e respeitado, para verificar de que modo e em que extensão se apresenta essa insanidade daquele que ocupa o cargo de Presidente da República”.

Finaliza dizendo que “constatada a insanidade, o STF decidirá qual “remédio jurídico” poderá ser adotado para corrigir os prejuízos para a sociedade, sem que se olvide da necessidade de afastamento, quiça imediato”.

Pois é. Até que ponto chegamos. Pedido de interdição do presidente da República. Lembrei agora do saudoso sociólogo Selem Rachid Asmar, que, ao ser questionado sobre a Região Cacaueira, dizia “Pobre Região Rica”. Pobre no sentido do espírito coletivo de suas lideranças políticas e rica no potencial econômico.

Pobre Brasil rico, é o Brasil de hoje. Ainda bem que é abençoado por Deus, pela natureza e por alguns políticos que honram seu mandato. Infelizmente, pouquíssimos. A regra é o enriquecimento pelos cofres públicos, a descaracão, o cinismo e a roubalheira.

Um país que tem uma significativa parcela do eleitorado adepta do “rouba, mas faz”, está fadado a um futuro desesperançoso, sem perspectiva de justiça social, o que afronta o princípio constitucional da dignidade do ser humano, que é imprescindível para a consolidação do Estado democrático de direito. 


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A pesquisa do instituto Datafolha, divulgada ontem, quarta, 12 de maio, foi ótima para Lula (PT), boa para Ciro Gomes (PDT) e péssima para o presidente Bolsonaro (sem partido), cuja reeleição vai ficando cada vez mais difícil.

Essa dificuldade em conquistar o segundo mandato consecutivo, mesmo quando Bolsonaro estava na frente, já foi comentada aqui por duas, três ou quatro vezes. Os bolsonaristas, mais especificamente os de “raiz”, me chamaram de lunático, que eu estava vivendo em outro planeta.

A Coluna Wense dizia que o índice de rejeição a Bolsonaro, com a irresponsabilidade no enfrentamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, assentada em um inominável negacionismo científico, iria crescer. Que a queda na popularidade do chefe do Executivo era só uma questão de tempo, o que colocaria sua presença no segundo turno não mais como favas contadas.

Não vou citar os números da enquete, amplamente favoráveis ao petista-mor. Já são do conhecimento de todos que acompanham a política. O ponto questionável, que termina provocando dúvidas em relação à credibilidade do Datafolha, diz respeito ao segundo turno.

O instituto faz uma projeção da segunda etapa eleitoral entre Lula e João Doria, pré-candidato do tucanato, obviamente do PSDB. O governador de São Paulo ocupa a sexta posição na consulta.

Ora, o Datafolha, propositadamente, sei lá com que intenções, não simula uma disputa de segundo turno entre Lula e Ciro Gomes, que é o único postulante ao Palácio do Planalto que pode quebrar essa polarização rancorosa e odienta entre o ex-presidente e o atual, entre um passado marcado por escândalos de corrupção e um governo que despreza a ciência, que passou a ser refém do Centrão, do toma lá, dá cá.

Deixar de lado uma simulação entre Lula e Ciro, além de ser inaceitável, provoca suspeitas sobre a seriedade do instituto. A pergunta continua viva: Por que o Datafolha não faz uma simulação de segundo turno entre Lula e Ciro?

Fica parecendo que o instituto torce pelo pré-candidato do PT, escondendo a possibilidade do antipetismo caminhar em direção a Ciro, o que o levaria para o segundo turno e, como consequência, a manchete estampada nos jornais: BOLSONARO FORA DO SEGUNDO TURNO.

Ciro derrotaria Lula, tendo o antipetismo como o maior e invejável cabo eleitoral. Vale lembrar que o lulopetismo, pelo menos a ala mais lúcida e realista, prefere enfrentar Bolsonaro, treme de medo de um debate entre Lula e Ciro. Acha, e com toda razão, que um tête-à-tête pode tirar milhares de votos do ex-presidente.

Na cúpula do lulopetismo, o consenso é que o PT não deve fazer nenhum esforço para viabilizar o impeachment de Bolsonaro. Não à toa que o senador Jaques Wagner, pré-candidato ao governo da Bahia, ficou contra a CPI da Covid-19. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Wagner teve o consentimento de Lula. Não iria tomar uma decisão dessa envergadura sem ouvir o chefe, sob pena de tomar um puxão de orelha. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Concluo o comentário com a mesma pergunta que fiz em um dos parágrafos acima : Por que o Datafolha não faz uma simulação entre Lula e Ciro em uma eventual disputa no segundo turno?

Não quero acreditar que o instituto, em decorrência dos insultos do presidente Bolsonaro contra os jornalistas da Folha de São Paulo, esteja querendo se vingar do “mito” fazendo campanha para o “Deus Lula”. Para não misturar política com religião, o “mito” da esquerda.

PS (1) – No tocante ao quesito rejeição, Lula e Bolsonaro estão disparadamente na dianteira. A situação é mais preocupante para o bolsonarismo, já que cresce a parcela do eleitorado que acha que muitas mortes poderiam ser evitadas se o governo federal tivesse adquirido as vacinas no começo da primeira onda da pandemia. Vale lembrar que caminhamos a passos largos para atingir 500 mil vidas ceifadas pela cruel e devastadora covid-19.

PS (2) – E por falar na alta rejeição de Bolsonaro, matéria da Folha de São Paulo diz que “canetada eleva salário de Bolsonaro e ministros em até 69% e estoura teto do funcionalismo”. A remuneração mensal pode chegar a R$ 66 mil. 


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O título do comentário de hoje está no plural porque envolve duas expressivas lideranças políticas: o governador Rui Costa (PT) e o senador Otto Alencar (PSD).

O também senador Jaques Wagner e ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ficam de fora dessa angustiante dúvida diante do processo sucessório estadual, da disputa pelo cobiçado comando do Palácio de Ondina.

O ex-governador Jaques Wagner, que é o petista da Bahia mais próximo do ex-presidente Lula, já decidiu seu caminho. Sua candidatura ao governo do Estado no pleito de 2022 é irreversível, favas contadas, 2+2=4.

Não tem nenhum “porém” na pretensão de Wagner. Nada que possa demovê-lo da intenção de governar a Boa Terra pela terceira vez, salvo algum acidente de percurso que justifique sua desistência.

Em relação a ACM Neto, qualquer recuo pode significar o começo de um desgaste que pode durar por muito tempo. Vale lembrar que o ex-gestor soteropolitano deixou várias feridas – muitas delas ainda não cicatrizadas – em decorrência da sua decisão de não sair candidato na sucessão de 2018.

Cito o exemplo de dois postulantes, um para a Assembleia Legislativa e o outro à Câmara Federal, que culpam Neto por não se reelegerem, respectivamente Augusto Castro, atual prefeito de Itabuna, e o demista José Carlos Aleluia, que volta e meia ameaça romper com o netismo. Augusto deixou o PSDB e foi para o PSD. Aleluia permanece no DEM.

Essas opiniões de que ACM Neto vai ser vice de Bolsonaro e que vai desistir da disputa pelo maior cargo do Poder Executivo estadual visam enfraquecê-lo e, por tabela, atrair os pré-candidatos da oposição a deputado federal. Uma espécie de terrorismo político.

Quanto a Rui Costa, o dilema continua: disputar ou não o Senado da República? Já disse inúmeras vezes que a cúpula do lulopetismo não confia no vice-governador João Leão, que ficaria seis meses como governador com a desincompatibilização de Rui. Leão é do PP, que é a legenda mais bolsonarista do Congresso. O presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira, um dos ferrenhos defensores do governo federal na CPI da Covid-19, é adepto do “Deus no céu, Bolsonaro na terra”. Com efeito, o próximo passo é criar obstáculos para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o tal do orçamento secreto de R$ 3 bilhões, já apelidado de “bolsolão”, que rima com petrolão e mensalão, os dois maiores escândalos dos governos do PT.

E Otto Alencar, dirigente-mor do PSD da Bahia, como fica nessa composição da chapa majoritária se Rui Costa resolver disputar o Senado? Vai se contentar em ser vice de Wagner, como quer a instância maior do lulopetismo? O cargo de vice é muito pequeno para Otto, que merece ser tratado com mais respeito. Otto como vice de Wagner é o começo da sua decadência política. Não podemos esquecer do compromisso de Rui com a reeleição de Otto, que faz um bom trabalho no Parlamento, tido como um senador atuante, incisivo, coerente e firme nas suas colocações.

Outro ponto que não pode passar despercebido, é que qualquer manobra contra à reeleição de Otto pode afastar de vez um eventual apoio do PSD à candidatura presidencial do agora “ficha limpa” Lula e, como consequência, aproximar a sigla, sob a batuta de Gilberto Kassab, do presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Os dilemas da sucessão estadual estão no colo de Rui Costa e de Otto Alencar. A grande expectativa gira em torno da reação de Otto se ficar de fora da majoritária na vaga para o Senado.

Francamente, como diria o saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, não acredito que o senador Otto Alencar aceite ser apequenado pela soberba e esperteza do lulopetismo. 


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