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Dos três Poderes da República, ainda há uma certa compreensão na politização, no sentido partidário, do Executivo e Legislativo. O Judiciário deve ficar fora desse emaranhado jogo político, assentado quase sempre no maquiavelismo de que os meios justificam a tomada do poder.

Infelizmente, o Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Judiciário, vem mostrando que o viés político partidário é cada vez mais fácil de ser identificado. Se não mudar o critério da nomeação dos ministros, tudo vai ficar no mesmo : o nomeado devendo favor ao presidente da República que o indicou.

Instituições como as Forças Armadas não podem enveredar para a política. A missão e o caminho que devem seguir são apontados na Constituição, que é nossa Lei Maior.

O papel dessa imprescindível e honrosa instituição, principalmente no Estado democrático de direito, é a defesa da Pátria e dos poderes constituídos, bem como o de garantir a lei e a ordem. É não medir esforços para termos uma democracia de verdade, sem rompantes e atitudes autoritárias.

Ainda bem que temos generais como Fernando Azevedo, que não aceita que as Forças Armadas fiquem atreladas aos interesses políticos do presidente da República de plantão, seja ele quem for, independente de partido político e posições ideológicas.

Na sua carta de demissão do Ministério da Defesa, Azevedo deixou bem claro que às Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – têm que ficar distante da politicagem dos Poderes da República. O recado ficou bem claro quando disse que preservou as Forças Armadas “como instituições de Estado”.

Outro problema que vem causando irritação nas Forças Armadas é o envolvimento do chamado Centrão nessas mudanças. Um general sendo substituído por causa da ameaça de um eventual pedido de impeachment, por pressão do toma-lá-dá-cá por mais e mais cargos.

Além do comando das Comunicações e a titularidade do ministério da Cidadania, o Centrão acaba de ser contemplado com a Secretaria de Governo, cuja precípua função é a articulação política palaciana. O presidente Jair Messias Bolsonaro, eleito com o discurso do “Centrão Nunca Mais”, cada vez mais refém do movimento e das suas lideranças.

Vale lembrar que Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, já cobrou do chefe do Palácio do Planalto mais agilidade no combate à pandemia do novo coronavírus, inclusive falando em “remédios amargos e fatais”, que até as freiras do convento das Carmelitas sabem quais são. Fernando Collor, Dilma Rousseff e Michel Temer também.

Concluo dizendo que nossas instituições, mais especificamente as Forças Armadas, não podem ficar subordinadas aos caprichos dos governantes. Suas gestões passam, as instituições ficam. 

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Otto Alencar, presidente estadual do PSD, foi eleito senador da República no pleito de 2014, derrotando Geddel Vieira Lima, seu principal adversário, com 3,3 milhões de votos. O peemedebista obteve 2 milhões.

Como são oito anos de mandato, o exercício parlamentar de Otto encerra em 2022. O caminho natural, o mais aconselhável, é buscar sua reeleição. Quem tem que ceder aos desejos do PT é o governador Rui Costa, que parece já decidido a permanecer no Palácio de Ondina até o último dia de governo.

Otto não vai ser uma Lídice da Mata, dirigente-mor do PSB da Boa Terra. A socialista é sempre preterida, colocada à margem das articulações, assumindo o papel de coadjuvante. Vale lembrar que não é hoje senadora em decorrência das manobras do petismo.

O sinal, que antes era verde para Otto e seu PSD, ficou amarelo. O lulopetismo, obviamente sob a batuta do ex-presidente Lula, adorou a sugestão de Zé Cocá, prefeito de Jequié e presidente da UPB (União dos Prefeitos da Bahia), que anda pregando que o melhor lugar para Otto na majoritária é como vice de Jaques Wagner. “A chapa ideal é Jaques Wagner, Otto e Cacá Leão como senador”, diz o alcaide.

Que essa é a melhor composição para evitar um racha na base aliada e, como consequência, uma debandada para o lado de ACM Neto, não se tem a menor dúvida. O vice-governador João Leão (PP) ficaria satisfeito com seu filho como candidato a senador e o PT com Wagner encabeçando a majoritária.

E o PSD, o que acha dessa composição? Otto deixaria uma reeleição dada como certa pelos otistas para se arriscar a ficar sem mandato com uma eventual derrota de Wagner na sucessão de 2022?

Quando questionado sobre a sucessão de Rui Costa, Otto diz que só tomará uma posição em 2022. Nas entrelinhas, o senador manda o recado de que não vai se deixar levar pela sabedoria do PT, que sua aliança com a sigla não é irreversível, o que pressupõe que uma aproximação com ACM Neto, pré-candidato pelo DEM ao governo da Bahia, não está descartada.

É bom ressaltar que a prioridade das legendas, mais especificamente as que têm seus postulantes à presidência da República, é a sucessão de Bolsonaro. As conversas nos Estados podem ser desautorizadas pela cúpula nacional dos partidos.

Concluo dizendo que o experiente senador Otto Alencar, que faz um bom trabalho no Parlamento, vai buscar o que é melhor para sua sobrevivência política, sem dúvida sua reeleição para a Casa Legislativa. 

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Marco Wense é Analista Político

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ACM Neto (DEM) vs Jaques Wagner (PT)

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A primeira enquete para governo do Estado, realizada pelo instituto Paraná Pesquisas, entre os dias 20 e 24 de março, aponta um amplo favoritismo de ACM Neto sobre o senador Jaques Wagner, sem dúvida seu principal adversário.

A pesquisa, feita em parceria com o site Bahia Notícias, coloca o ex-prefeito de Salvador com mais do dobro das intenções de voto do senador petista: 49,3% versus 21,4%. Uma diferença significativa, que deve diminuir com a participação do ex-presidente Lula na campanha de Wagner.

O que chamou atenção na consulta para a disputa do cobiçado comando do Palácio de Ondina foi os 3,9% do também senador Otto Alencar. Esperava-se uma melhor colocação do presidente estadual do PSD. Vale lembrar que Otto tem, salvo engano, mais de 100 prefeituras do seu lado. Outro lembrete é que a doutora Raissa (PSL), defensora ferrenha do tratamento precoce para a Covid-19, pré-candidata pelo bolsonarismo, pontuou igual a Otto, 3,9%.

Se o resultado não foi considerado bom para Otto, imagine para o vice-governador João Leão, que obteve apenas 2,5% quando se esperava três vezes mais. Leão tem o controle do PP e, assim como Otto, sua legenda conseguiu eleger vários gestores municipais. Com efeito, PSD e PP travaram uma acirrada disputa na última sucessão municipal.

O que pensam Wagner e Neto sobre essa pesquisa? Essa é a pergunta que toma conta dos bastidores do demismo e petismo. É evidente que só as pessoas mais próximas do ex-governador e do ex-alcaide soteropolitano vão saber.

Mas trago aqui, nesta modesta coluna, a minha opinião, que é desprovida de qualquer informação e consulta. Apenas assentada na intuição política e também no óbvio ululante.

O otimismo maior de Wagner é que o ex-presidente Lula consiga ser um invejável cabo eleitoral. A influência do governador Rui Costa não é suficiente para alavancar à candidatura de Wagner e colocá-lo em uma situação de empate técnico com ACM Neto.

Quanto ao presidente nacional do DEM, é torcer para que o desejo de mudar continue aceso, que não falte lenha na fogueira do forte sentimento de mudança que toma conta de uma grande parcela do eleitorado, incluindo aí muitos eleitores de Lula. Afinal, com o fim do mandato de Rui Costa, lá se vão 16 anos de poder do PT, do petismo e do lulismo na Bahia.

Outro ponto é que ACM Neto vai, na medida do possível, o que não será fácil, tentar desnacionalizar sua campanha. Sabe que precisa dos votos de todos que acham que está na hora do PT deixar o comando do Estado para outro grupo político. Esse desejo de mudar é, digamos, apartidário, envolve eleitores de Lula, como de Ciro Gomes (PDT), da reeleição de Bolsonaro e de outros presidenciáveis.

A pesquisa, do ponto de vista político, serviu para mostrar que o próximo governador da Bahia ou é ACM Neto ou Jaques Wagner. A possibilidade de aparecer outro nome com alguma chance é zero.

Com o resultado da consulta, com ACM Neto na frente, o senador Jaques Wagner terá que ter muito jogo de cintura para estancar um possível começo de uma aproximação de partidos da base aliada com a oposição. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que são as pesquisas de intenções de voto que atraem os apoios.

Esse é o cenário do momento. Amanhã, no sentido mais amplo, mais longínquo, é um outro dia. Jaques Wagner pode assumir a primeira colocação ou ACM Neto aumentar a diferença. 

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Marco Wense é Analista Político

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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o então juiz Sérgio Moro foi parcial ao condenar o ex-presidente Lula, no âmbito da Operação Lava Jato, deixou o lulopetismo eufórico. O discurso do “já ganhou” volta com toda força. Tem até petista achando que a fatura vai ser liquidada logo no primeiro turno.

A principal consequência política do julgamento da Alta Corte, instância máxima do Poder Judiciário, é a desistência de Sérgio Moro em disputar à presidência da República. O ex-juiz, que foi agraciado com um cargo no governo Bolsonaro, o de ministro da Justiça e Segurança Pública, foi atingido naquilo que é imprescindível em um julgador: a imparcialidade.

Além de comemorarem o reforço da elegibilidade de Lula, os petistas acham que a candidatura de Ciro Gomes não é mais consistente, que a sucessão de 2022 será polarizada entre Bolsonaro e Lula, que dificilmente aparecerá um postulante que possa enfrentar o petismo e o bolsonarismo.

Ledo engano. Com Lula no jogo, a necessidade de uma terceira via fica mais acesa. Os que não querem a volta do passado e a permanência de Bolsonaro por mais quatro anos, o que seria um desastre, vão se juntar, chegar a um consenso em torno de uma opção que possa dar de frente com o lulopetismo e o bolsonarismo, não só na viabilidade eleitoral como na experiência. O Brasil não pode ficar mais no “se correr o bicho pega (o retorno de Lula), se ficar o bicho come (à reeleição de Bolsonaro).

Outras correntes políticas, de centro, centro-esquerda e centro-direita, que não querem o radicalismo ideológico, um pleito presidencial marcado por muito ódio e troca de ofensas e acusações, de um lado os bolsonaristas lembrando os escândalos dos governos do PT e o petismo chamando Bolsonaro de genocida, tendem a se unir em torno de uma candidatura, sob pena do pleito ficar realmente polarizado.

É aí que entra Ciro Gomes, presidenciável do PDT, que pode representar a terceira via, o não a Lula e a Bolsonaro, o movimento que começa a tomar corpo com a decisão do STF: NEM LULA, NEM BOLSONARO. Vale lembrar que Ciro, na última sucessão presidencial, obviamente a de 2018, com apenas 30 segundos no horário eleitoral e quase que sem nenhum investimento nas mídias sociais, ficou em terceiro lugar, na frente do então poderoso candidato Geraldo Alckmin (PSDB).

Além das legendas que podem integrar a terceira via, tem também o importante fato de que o gigantesco e enraizado antipetismo e antibolsonarismo caminham para atingir 60% do eleitorado, o que consolida a opinião de que o “já ganhou” é prematuro, intempestivo e infantil.

A sucessão de Bolsonaro ainda está muito longe de tomar um contorno mais transparente. O processo sucessório vai ficar por muito tempo envolto por um nevoeiro. Só em 2022, depois das águas de março fechando o verão, é que teremos um cenário com uma formatação mais delineada.

Portanto, toda euforia é desaconselhável. No emaranhado jogo político, com suas surpresas e sobressaltos, o “já ganhou” pode se transformar em “já perdeu”.

PS – O principal assunto de hoje, sem dúvida o que vai ser mais discutido, é a “jogada de toalha” do presidente Bolsonaro. O chefe do Palácio do Planalto resolveu se reunir com os governadores que adotaram o toque de recolher, que são defensores das medidas restritivas para combater o cruel e matador novo coronavírus. Vale lembrar que Bolsonaro é um ferrenho opositor não só do distanciamento social como de outra iniciativas para atacar o vírus. Agora é esperar como vai reagir o chamado bolsonarismo de raiz com essa reunião, principalmente se o governador Rui Costa (PT) sentar ao lado da maior autoridade do Poder Executivo. 

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O PT e DEM são os únicos partidos que podem ganhar o pleito de 2022 na sucessão do governador Rui Costa, respectivamente com as candidaturas de Jaques Wagner e ACM Neto.

E o PSD do senador Otto Alencar? Se a elegibilidade do ex-presidente Lula não sofrer nenhum revertério, a legítima postulação do dirigente-mor do PSD da Boa Terra será arquivada.

A entrada de Lula no processo sucessório presidencial, além de firmar o nome do também senador Jaques Wagner para a disputa do Palácio de Ondina, faz sua pretensão de governar a Bahia pela terceira vez ficar forte. Não há mais a figura do “poste”, como era chamado o petista Fernando Haddad.

O DEM tem a candidatura natural do ex-prefeito ACM Neto. Wagner tem como principal cabo eleitoral a popularidade de Lula na Bahia. O ex-alcaide suas duas gestões como prefeito de Salvador com repercussão nacional.

São duas vagas a serem discutidas na composição da chapa majoritária, a de vice-governador e Senado. Pelo lado do governismo, tudo caminha, salvo algum acidente de percurso, para três pontos: 1) Rui Costa abrindo mão de disputar a eleição de 2022, permanecendo no cargo até o último dia do mandato. 2) Otto Alencar assumindo a vaga para o Senado buscando sua reeleição. 3) o vice-governador João Leão indicando o filho, o deputado Cacá Leão, como vice de Wagner. Não sei se existe algum impedimento na lei sobre essa indicação.

Se tudo ocorrer como a cúpula do lulopetismo quer, e o PSD de Otto e o PP de João Leão se derem como satisfeitos, o PSB da deputada federal Lídice da Mata vai ser novamente defenestrado da majoritária e, como consequência, o papel de coadjuvante na sucessão estadual. O PCdoB tem o mesmo destino.

Em relação à oposição, que só tem o nome de Neto com condições políticas e viabilidade eleitoral para enfrentar Wagner, a curiosidade fica por conta da posição do DEM diante da sucessão de Bolsonaro. Hoje, neste momento, a campanha de Neto está desnacionalizada, já que o ex-alcaide não sabe ainda para que lado vai. Essa indefinição, que não pode durar por muito tempo, não é aconselhável. Uma parte significativa do eleitorado não gosta dessa incerteza.

Das legendas que podem apoiar ACM Neto, de expressão nacional, só o PSDB é tido como o mais provável. O MDB e o Republicanos são dúvidas. O primeiro, como é reconhecidamente pragmático, já conversa com o PT. O outro, depois da nomeação de João Roma para o ministério do governo Bolsonaro, passa a ser uma gigantesca incógnita.

E o PDT do deputado Félix Júnior? Se ACM Neto quiser contar com o apoio da legenda, terá que abrir o palanque para Ciro Gomes. O pedetismo baiano não pode é apoiar um candidato a governador que peça voto para outro candidato à presidência da República que não seja Ciro. Seria uma imperdoável ingenuidade. Que coisa, hein! Pedir voto para Wagner e este pedindo para Lula. “Negoção”, como gosta de dizer um amigo daqui de Itabuna.

Se Jaques Wagner conta com Lula, ACM Neto tem ao seu lado o forte sentimento de mudança cada vez mais crescente, querendo por um ponto final no PT governando a Bahia. Com o fim do mandato de Rui Costa, completam 16 anos do petismo no poder.

A previsão de que o ex-presidente Lula seja o mais votado presidenciável na Bahia, não pode levar ninguém a dizer que a vitória de Wagner é favas contadas. Esse discurso do “já ganhou” não é bem aceito pela ala do lulopetismo mais lúcida.

No pleito de 2022, quando o assunto é a sucessão do governador Rui Costa, só duas afirmações são inquestionáveis, tendo a unanimidade do governismo e oposicionismo: a candidatura de Jaques Wagner e ACM Neto como o único adversário que pode evitar que o ex-governador volte ao comando do cobiçado Palácio de Ondina. 

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Ainda é consenso entre os analistas políticos de que o presidente Jair Messias Bolsonaro tem sua vaga garantida no segundo turno da sucessão de 2022.

Digo “ainda” porque já aparecem opiniões que fogem dessa uniformidade, com jornalistas que atuam no campo da política partidária achando que o chefe do Palácio do Planalto corre até o risco de não ir para a segunda etapa eleitoral.

Esclareço logo que não sou jornalista e nada relacionado aos meios de comunicação. A Coluna Wense, que faço com maior prazer do mundo, sem receber nada em troca, discorda dos que acham que Bolsonaro pode ficar fora do segundo turno. Compartilho com o pensamento de que seu lugar está reservado, salvo algum acidente de percurso.

Sobre o processo sucessório, a única unanimidade é que o pleito não será decidido no primeiro round. Não há uma alma viva que ouse contrariar essa concordância que vai ficando cada vez mais sólida, consistente e petrificada.

O comportamento do presidente Bolsonaro diante da pandemia, cuja previsão é de mais de 500 mil óbitos em 2021, colocou em dúvida o segundo mandato consecutivo. Bolsonaristas, obviamente os mais lúcidos, já não estão tão otimistas. Começam a achar que a disputa, antes considerada fácil, caminha para um resultado imprevisível.

Pesquisas de intenções de voto já apontam que tanto o ex-presidente Lula como Ciro Gomes, respectivamente postulantes ao cargo maior do Poder Executivo pelo PT e PDT, vencem Bolsonaro no segundo turno.

A última enquete do PoderData, publicada ontem, 17 de março, que consultou 3500 pessoas em todo o país, deu Lula 41% contra 36% de Bolsonaro e Ciro 39% versus 34%.

Mesmo com o petista-mor pontuando melhor que o pedetista, a torcida no bolsonarismo é que o adversário de Bolsonaro seja Lula. Os bolsonarianos acreditam que o antipetismo é bem maior que o antibolsonarismo, o que pode fazer a diferença na reta final.

Esse desejo do bolsonarismo de ter Lula como adversário no segundo turno, fortalece a opinião de que o PT, mais especificamente o lulopetismo, será o responsável por uma eventual reeleição de Bolsonaro, assim como foi na sua eleição em 2018.

O PT e Bolsonaro se alimentam entre eles. A falta de um enfraquece o outro na sobrevivência política. O que existe entre o lulopetismo e o bolsonarismo é uma espécie de, digamos, mutualismo. Um ajudando o outro.

Não à toa que lideranças nacionais de partidos de centro-esquerda e de centro enxergam na candidatura de Ciro Gomes (PDT) o caminho mais fácil para evitar o segundo mandato consecutivo do presidente de plantão.

Ciro Gomes, além de ser comprovadamente competente e conhecedor profundo de todos os problemas que afetam o país, é quem mais representa o antipetismo e o antibolsonarismo.

A união dessas duas “correntes políticas” se torna imbatível e imprescindível para o fortalecimento do movimento “NEM LULA, NEM BOLSONARO”

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Até que ponto chegamos: um presidente da República sendo aconselhado a ficar calado diante da maior crise sanitária e humana da história política brasileira, cuja previsão é de mais de 600 mil mortes em 2021.

Que situação, hein! Que azar do nosso povo. Em plena pandemia, com a Covid-19 cada vez mais mortal, o presidente de todos os brasileiros, a maior autoridade do Poder Executivo, sendo pressionado a ficar mudo pelos próprios aliados e correligionários mais próximos.

Para uma boa parte do bolsonarismo, sem dúvida a mais lúcida, o chefe do Palácio do Planalto, com seus discursos negacionistas, principalmente contra o uso da máscara e o distanciamento social, só para ficar em dois exemplos mais simbólicos, começa a ficar isolado, não só em relação ao eleitorado como entre os militares.

No campo da política partidária, o Centrão já deu uma espécie de ultimato ao presidente Bolsonaro, avisando que não tem mais como suportar uma nova queda do ministro da Saúde, obviamente se referindo ao recém nomeado Marcelo Queiroga.

Ora, ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que quando o Centrão faz esse tipo de advertência, está dando um aviso de que pode apoiar o impeachment se as coisas piorarem em decorrência do cruel e devastador novo coronavírus, agora com suas variantes.

Como não bastasse a ameaça do Centrão, que tende a ficar mais intensa à medida que o toma lá, dá cá, não é atendido, como aconteceu na substituição de Pazuello, o bolsonarismo assisti a um preocupante baque na popularidade do presidente nas redes sociais. No Twitter, quando o assunto é a desastrosa atuação do governo no enfrentamento da pandemia, as menções negativas chegam a quase 75%.

Enquanto o presidente Bolsonaro é aconselhado a seguir o ditado popular de que “boca fechada não entra mosquito”, o vice Hamilton Mourão, depois de um bom tempo evitando atrito com o titular da presidência da República, resolveu quebrar o silêncio com duas declarações incisivas : 1) “O governo falhou ao não fazer campanha pelo uso das máscaras e contra aglomerações”. 2) “Bolsonaro é responsável por tudo que acontece na Saúde”.

Olhe, caro e atento leitor, confesso que procuro outro comentário para dizer que ainda há alguma esperança no governo Bolsonaro, que o presidente pode fazer uma reflexão, admitir os erros e tomar as imprescindíveis providências para evitar que mais seres humanos percam a vida.

Mas também confesso que está ficando difícil encontrar essa mensagem de que as coisas vão melhorar. 

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Marcelo Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia

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Ficou difícil o presidente Jair Messias Bolsonaro encontrar um médico para o lugar de Pazuello que pensasse igual a ele.

Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que acaba de dizer sim ao convite do chefe do Palácio do Planalto, defende o distanciamento social, o uso da máscara e é contra o tratamento precoce com remédios sem comprovação de eficácia.

Queiroga e Bolsonaro estão em lados opostos no tocante ao combate à pandemia do novo coronavírus e suas variantes.

Vamos torcer para que o substituto do general Pazuello faça um bom trabalho. É só caminhar pela estrada da ciência. 

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Nenhuma novidade na matéria do site soteropolitano Política Livre, edição de hoje, 15 de março, quando diz que a elegibilidade do ex-presidente Lula fortaleceu à pré-candidatura de Jaques Wagner ao governo estadual no pleito de 2022.

O que chamou atenção foi a afirmação de que o sonho do chefe do Palácio de Ondina de disputar o Senado da República sucumbiu, foi enterrado sob 13 palmos de terra. Como a cúpula do PT descarta uma chapa presidencial puro-sangue, só resta ao petista-mor da Bahia ficar como governador até o último dia do mandato.

A pressão da cúpula do lulopetismo, obviamente com o aval de Lula, para que Rui Costa não dispute uma vaga na Câmara Alta, facilitando assim um entendimento com os partidos da base aliada, principalmente o PSD de Otto Alencar e o PP do vice-governador João Leão, vai fazer voltar à tona o burburinho de que Rui pode deixar o PT.

A Rui Costa seria prometido um ministério em caso de vitória de Lula na sucessão de Bolsonaro. Não se sabe ainda o que pensa o governador e qual será sua reação diante das articulações para deixá-lo fora das próximas eleições.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

De um lado, os bolsominions de raiz já triturando a doutora Ludhmila Hajjar, que é a favor do uso da máscara e do distanciamento social.

Do outro, o chamado Centrão querendo indicar o substituto de Pazuello no ministério da Saúde, obviamente um deputado federal e, mais especificamente, do PP de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.

No meio do imbróglio, a cada vez mais preocupante crise sanitária e humana, que caminha a passos largos para ceifar a vida de 300 mil seres humanos.

O jornalista Josias de Souza, da Uol Notícias, tem razão quando diz que “enquanto prevalecer o receituário de Bolsonaro no trato da pandemia, qualquer troca de comando na Saúde terá o mesmo efeito de uma receita de cloroquina no tratamento da Covid 19”.

No mais, é esperar que os senhores homens públicos tomem juízo. 

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No seu primeiro pronunciamento após se tornar elegível, o ex-presidente Lula fez duras críticas ao comportamento das igrejas na pandemia do novo coronavírus. Só faltou dizer que esses templos religiosos são também responsáveis por muitos óbitos.

O petista-mor disse que “muitas mortes poderiam ter sido evitadas, que o papel da igreja é ajudar para orientar as pessoas, não é vender grão de feijão”.

Nas entrelinhas, o líder do lulopetismo acusa os senhores líderes religiosos de ganhar dinheiro aproveitando da gravíssima crise sanitária e humana, que, pelo andar da carruagem, pode alcançar, ainda no primeiro semestre de 2021, a triste marca de 500 vidas ceifadas pela covid 19.

Algumas lideranças do lulopetismo da Bahia acharam que Lula exagerou na dose. Lembraram que o discurso vai criar mais obstáculos na tentativa de reconquistar a confiança do segmento religioso, principalmente em relação aos evangélicos, que começam a se afastar do bolsonarismo. 

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