Leia em: 3 minutosO editor do Pauta Blog passou por uma situação, no mínimo, revoltante, no último domingo (11.setembro). Ao telefonar para a base do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para solicitar atendimento para um idoso de 79 anos de idade, que sofria com fortes dores na coluna e não conseguia se mexer, o médico plantonista disse que não poderia enviar a ambulância, mas que poderia receitar um medicamento por telefone.
A informação, claro, foi contestada porque não havia interesse em medicar o paciente sem, antes, passá-lo pela devida avaliação clínica. O funcionário disse, no entanto, que as ambulâncias do Samu só devem ser deslocadas em casos iminentes de morte, mesmo que o veículo esteja disponível naquele momento: “A gente destina para casos mais graves como doença pulmonar, traumas e acidentes. Nesse caso, ficamos impossibilitados de mandar uma base para um quadro como esse, que é uma dor na coluna. É um quadro que irrita e incomoda, mas, dentre outros quadros com risco iminente de morte, a gente seleciona a base para casos mais urgentes”.
O médico disse, ainda, que poderia receitar alguma medicação por telefone: “Eu oriento você a medicá-lo. Você tem medicação aí? Eu posso passar um medicamento e, ele melhorando, você leva para o hospital. Eu posso orientar você. Eu sou médico e posso orientar você a medicar ele. Você poderia diminuir a dor com esse medicamento e ele ir ao hospital”.
O editor ficou bastante relutante com a ideia de oferecer um remédio para o idoso sem ao menos saber do que se tratava o quadro, mas o médico insistiu que o Samu não poderia ajudar: “Nesse momento, nós temos apenas uma base, que é ambulância básica e está reservada para outros casos de maior valência, como o caso de um idoso que caiu de uma altura, uma crise convulsiva ou uma suspeita de AVC”.
O funcionário não aceitou ouvir críticas sobre a postura do Samu e subiu o tom ao dizer que o editor era egoísta por solicitar atendimento para um caso que ele, mesmo sem avaliar o paciente, não considerava grave: “O senhor é egoísta! O senhor está querendo que a gente mande uma ambulância, que deixe de mandar para um infarto ou um AVC ou para um trauma de um senhor de 92 anos de idade que caiu de uma altura. A ambulância do Samu é para urgência e emergência, ela não é uma ambulância social. Isso é um absurdo! Qualquer pessoa com o mínimo de noção de saúde pública, não iria permitir isso! O Samu é uma ambulância de UTI!”.
ABSURDO!
É bom esclarecer que, em nenhum momento, o editor sugeriu que o médico deixasse de prestar atendimento para alguém com risco de morte e priorizasse a prestação do serviço para o paciente com fortes dores de coluna. O questionamento, desde o princípio, foi sobre o porquê da ambulância não poder se deslocar sendo que ela estava estacionada no pátio da base do Samu, ou seja, disponível para socorrer qualquer pessoa. Foi lamentável ouvir um médico dizer, também, que poderia receitar algum remédio sem ter tido nenhum contato com o paciente que, diga-se de passagem, tem 79 anos e merecia uma atenção especial.
Além de lidar diariamente com pessoas doentes, os funcionários do Samu precisam aprender, também, a lidar com os familiares dos pacientes. É preciso considerar que ninguém pede ajuda quando não precisa, sendo assim, praticar a empatia não custa nada, é nobre e faz bem para a alma e para o coração.
4º GRUPAMENTO DE BOMBEIROS MILITAR
Após negativa do médico do Samu, idoso foi socorrido até o hospital em uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar graças à sensibilidade do comandante do 4º GBM, Tenente Coronel Manfredo Santana.