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ACM Neto (DEM) vs Jaques Wagner (PT)

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A elegibilidade do ex-presidente Lula, em decorrência da atuação desastrosa do ex-juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato, jogando na lata do lixo a imprescindível imparcialidade que deve ter o julgador, mudou o cenário da sucessão do governador Rui Costa (PT). Aí uma afirmação que não tem opinião contrária, que não pode ser contestada. Ninguém, pelo menos em sã consciência, vai de encontro ao óbvio ululante.

O senador Jaques Wagner, cuja pré-candidatura ao Palácio de Ondina estava sendo questionada na própria base aliada, agora vive a certeza de que sua postulação a governar a Bahia pela terceira vez é intocável. O protagonismo das articulações passa a ser de Wagner. O governador Rui Costa, em que pese ser a maior autoridade do Poder Executivo estadual, fica como coadjuvante.

Vale lembrar que a missão do lulopetismo, como já comentei na coluna de ontem, é convencer Rui Costa a permanecer como governador até o último dia do mandato, desistindo da sua pretensão de buscar uma vaga no Senado. A intenção é facilitar o entendimento em torno da composição da chapa majoritária. Como contrapartida pela desistência, a promessa de assumir um ministério em caso de vitória de Lula.

A rebeldia na base aliada, assentada no forte argumento de que o PT está caminhando para 16 anos no poder, e que agora seria aconselhável apoiar um nome de outra legenda, obviamente da base de sustentação política do governo Rui Costa, começa a dar os primeiros sinais de fraqueza, fica politicamente desnutrida.

Com Lula na disputa presidencial, com as pesquisas de intenções de voto mostrando que sua votação no eleitorado baiano pode chegar perto dos 60%, o discurso da renovação vai para o congelador. O senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, já sabe que sua pretensão de sair candidato ao governo do Estado foi defenestrada com a irreversível candidatura de Lula na sucessão de Bolsonaro.

Toda essa euforia, esse alvoroço com a reviravolta, que surpreendeu o lulopetismo, que já não tinha nenhuma esperança que Lula ficasse elegível para o pleito de 2022, é a prova inconteste de que a então pré-candidatura de Fernando Haddad não era levada a sério. Até os próprios companheiros, em conversas reservadas, diziam que o “poste” de Lula estava tendo dificuldades em consolidar seu nome como presidenciável.

E ACM Neto? O democrata, presidente nacional do DEM, ex-prefeito de Salvador, com uma invejável aprovação, com mais de 70% dos soteropolitanos satisfeitos com suas duas gestões no comando do Palácio Thomé de Souza, vive o dilema do isolamento político.

O ex-alcaide pensou que sua condição de comandante do DEM nacional iria contribuir para o fortalecimento de sua pré-candidatura ao governo da Bahia. O tiro terminou saindo pela culatra. Neto só arrumou problemas. Entre eles a perda do apoio do MDB em decorrência de sua posição na eleição da Câmara dos Deputados. Os irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio, que ainda exercem forte influência no emedebismo baiano, estão a um passo de apoiar Jaques Wagner. Lúcio até comemorou a declaração do deputado Rosemberg Pinto, líder do governo Rui Costa na Assembleia Legislativa, de que a legenda é bem vinda. “Não somos mais leprosos”, disse o irreverente e polêmico Lúcio Vieira Lima.

Como não bastasse o “Lula Livre”, ACM Neto, além de se afastar do bolsonsarismo, não deu continuidade nas conversas com o PDT em relação a Ciro Gomes, pré-candidato da sigla na sucessão do Palácio do Planalto. Neto não tem palanque nacional. Sua tábua de salvação passa a ser a filiação de Luciano Huck ao DEM e, como consequência, o nome da legenda na disputa pela presidência da República.

As nuvens da sucessão estadual, antes cinzentas para o senador Jaques Wagner, caminham em direção a ACM Neto. Mas ainda é cedo para o “já ganhou” que começa a tomar conta do staff petista.

“Política é como a nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, dizia o já falecido José de Magalhães Pinto, ex-governador de Minas e figura de destaque do movimento conspiratório que culminou com o golpe militar de 1964. 

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Até quando o silêncio diante dos aumentos dos preços dos combustíveis?

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Se houver o sétimo aumento e nada acontecer, das duas uma: ou o presidente Bolsonaro está passando mel na boca dos caminhoneiros ou esses bravos trabalhadores estão acreditando no “conto da carochinha”. E aí eu incluo os motoristas de táxi, aplicativos, enfim, todos que vivem dessa honrosa atividade.

Até quando o silêncio diante dos aumentos dos preços dos combustíveis?

Com efeito, o ex-ministro da Fazenda do então governo Itamar Franco, Ciro Gomes, já vem há muito tempo dizendo que essa política de reajuste dos preços dos combustíveis está totalmente errada.

Ciro, que é presidenciável pelo PDT, aponta as soluções para por fim nesses aumentos. 

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Devolveram os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista-mor sai da condição de inelegível para a de pré-candidato ao Palácio do Planalto no pleito de 2022.

As consequências políticas do “Lula Livre” são muitas. Vou analisar três pontos: eleição presidencial, sucessão estadual da Bahia e o ex-juiz Sérgio Moro.

Começando por Moro, que passou um bom tempo como personagem principal da Operação Lava Jato, é quem vai sair mais ridicularizado de todo esse pega-pega. Até Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, tido como o “az de ouro” do Centrão, cheio de processos na Justiça, resolveu tirar sarro do ex-aliado de Bolsonaro: “Lula pode até merecer. Moro, jamais!”, disse Lira ao ser questionado sobre a decisão monocrática do ministro Edson Fachin (STF).

E para piorar mais ainda a situação do ex-juiz, as provas e os argumentos da sua parcialidade nos julgamentos no âmbito da Lava Jato, que agiu com interesse político, vão aparecer de maneira mais consistentes e inquestionáveis. Vale lembrar que Moro, além de um ex-juiz, é também um ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública do governo Bolsonaro. O que se comenta é que o cargo foi uma espécie de contrapartida pela sua atuação na Lava Jato. Não podemos esquecer que o desenrolar da operação e o antipetismo foram os maiores “cabos eleitorais” do então candidato Bolsonaro.

E a sucessão do governador Rui Costa? Lula candidato significa que a candidatura do senador Jaques Wagner ao governo da Bahia fica irreversível 100%. A do ex-alcaide soteropolitano, ACM Neto, presidente nacional do DEM, sofre um abalo considerável. A missão do lulopetismo passa a ser convencer o chefe do Palácio de Ondina a não disputar o Senado, o que significa uma formação da chapa majoritária sem causar nenhum aborrecimento na base aliada, mais especificamente e, principalmente, com o PSD do também senador Otto Alencar, que sairia candidato à reeleição, e o PP do vice-governador João Leão, que indicaria o vice de Wagner. Nessa arrumação, que tornaria Wagner ainda mais forte, Rui Costa ficaria no governo até o último dia do mandato. Seria prometido a Rui um ministério em uma eventual vitória de Lula.

E a sucessão presidencial? Se a eleição caminhar para uma polarização com Bolsonaro e Lula, não tenho a menor dúvida que vai ser o processo sucessório mais enlameado da história da República, de uma baixaria e troca de ofensas jamais presenciadas em uma campanha, não só entre os candidatos, como envolvendo os filhos, obviamente de Lula e Bolsonaro.

O Brasil não merece o extremismo de esquerda e, muito menos, o de direita. Uma eleição com os bolsominions dizendo que Lula é “ladrão” e os lulominions chamando Bolsonaro de “genocida”.

Sobre essa polarização, que a grande maioria dos analistas políticos acha favas contadas, eu penso diferente. O gigantesco e enraizado antipetismo e o cada vez mais crescente antibolsonarismo vão procurar uma opção para se livrar do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, como diz a sabedoria popular.

Não há como pensar no futuro voltando ao passado e nem reelegendo um presidente que não enxerga o amanhã. 

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Marco Wense é Analista Político

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O irreverente e polêmico comentarista político, hoje em um lugar chamado de eternidade, como ele gostava de dizer quando uma pessoa se despedia do planeta Terra, foi um jornalista que marcou a imprensa de Itabuna.

O inesquecível Duda tinha um jeito de analisar os fatos políticos com uma invejável sabedoria. Sua conceituada coluna “Política, Gente, Poder”, no então Diário do Sul, que depois passou a ser Diário Bahia, era leitura obrigatória, principalmente para quem gostava do mundo político.

Tive a honra de receber todo o acervo jornalístico de Duda, meu primo querido. São muitas fotos, artigos que nunca foram publicados e duas atas interessantes: a do Centro Popular de Formação Política de Itabuna e da criação da “Turma da Jaca”. Em outra oportunidade falo desses dois movimentos idealizados por Duda.

Segue abaixo comentários de Eduardo Anunciação enviado para o então site “Política, Gente, Poder”, que criamos. Com efeito, Duda dizia, em tom de brincadeira, mas com uma certa revolta e espantado, que estava se transformando em um “jornalista cibernético”.

“O voto tem inconfidências, sentimentos, mistérios, encantos, mágicas. O voto, enfim, é um armazém de múltiplos sentimentos humanos. Fundamentalmente, o voto não é um ato de justiça. Há quem exaustivamente defenda que o voto é preferência. O intelectual, jornalista, civilista, escritor, sábio Rui Barbosa, perdeu precisamente em 1910 uma eleição para presidente da República para o obscuro marechal Hermes da Fonseca”.

“Na verdade, nenhum homem público, nenhum político simboliza a esperança de uma comunidade, de todos os homens, de uma nação. O comentário tem validade até para aqueles que foram considerados estadistas, como Jesus Cristo, Roosevelt, De Gaulle, Lincoln, Gandhi, entre outros”.

“Fico espantado quando desinformados reacionários, segmentos elitistas defendem o diploma para os políticos, como se a democracia fosse regime exclusivo para doutores. Do político queremos sensibilidade humana, combate as desigualdades, equilíbrio emocional, governar para a maioria sem ter preconceito com as minorias. Do político queremos honestidade, liderança, bom senso. Que validade tem o título de doutor, o diploma, se o político é desonesto, é autoritário, inimigo da democracia?”.

Esse é o Duda, o nosso saudoso e inesquecível Eduardo Anunciação.

PS- Não tenho registro das datas dos comentários, que foram publicados no site “Política, Gente, Poder”. 

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A palavra da moda agora para enfrentar o cruel novo coronavírus é “milagre”. Ela não tem ideologia. Falo das “gotas milagrosas” e do “spray milagroso”.

Os milagres não têm nenhuma comprovação científica no tratamento da covid-19, que pelo andar da carruagem, pelo menos aqui no Brasil, em decorrência da irresponsabilidade do governo federal e da falta de entendimento com governadores e prefeitos, principalmente em relação à preocupante falta de vacinas, tende a ficar incontrolável, o que significa mais e mais óbitos.

Pelo campo da esquerda radical, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, uma espécie de símbolo do esquerdismo mundial, tem o “milagre” do Carvativir, remédio que diz ter 100% de eficácia. Que agora está sendo chamado de “spray milagroso”.

Do outro lado, representando a direita intransigente, o presidente Bolsonaro apostando no EXO-CD24, o “spray milagroso” fabricado em Israel.

No meio da disputa entre esquerda versus direita, o cidadão-eleitor-contribuinte, cada vez mais descrente e vivendo à agonia do dia a dia.

Até quando essa idiota e imbecil briguinha ideológica vai continuar, enquanto milhares de seres humanos vão dando adeus ao Planeta Terra?

Até quando os senhores “homens públicos”, deixando de fora os responsáveis, os que honram seu mandato, vão ficar pensando na próxima eleição em detrimento do sofrimento das pessoas?

A ignorância não tem representante oficial e, muito menos, preferência ideológica. Ela pode vim da esquerda, do centro ou da direita.

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Felizmente, os caminhoneiros estão tendo uma incrível e histórica paciência com o presidente da República de plantão, com sua desastrosa política de governo em relação aos preços dos combustíveis.

Digo felizmente, porque uma greve da honrosa classe com o avanço da pandemia do novo coronavírus seria terrível, um caos total. Uma situação com consequências imprevisíveis, aterrorizantes.

Já disse aqui que tudo tem um limite do suportável. E essa calma dos caminhoneiros começa a dar sinais de esgotamento. Por muito menos pararam em 2018, no então governo Michel Temer (MDB-SP).

“Chegou a hora de mostrar nossa força de novo”, disse Wallace Landim, apelidado de “Chorão”, um dos principais líderes da categoria, inconformado com o quinto aumento seguido do preço da gasolina e do diesel. Usando uma expressão de Bolsonaro, Landim, que é o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos (Abrava), finalizou sua revolta com ironia: “Acabou pô. Chegou a hora de todos os trabalhadores, os autônomos, dos caminhoneiros se unirem novamente”.

O engraçado nessa sequência dos aumentos é que toda vez que os preços dos combustíveis aumentavam, o presidente Bolsonaro dizia que iria tomar providências. E nada aconteceu. A sabedoria popular costuma dizer que a conversa foi “pra boi dormir”. Será que os dignos e respeitáveis caminhoneiros vão novamente pegar no sono?

Depois desses abusivos aumentos, já há um início de movimentação para que haja uma paralisação. Caminhoneiros bolsonaristas já não defendem o “mito” com tanta empolgação. Estão revoltados, e com toda razão.

Seguindo o que pensa Ciro Gomes (PDT), que tem uma invejável visão sobre a economia no sentido amplo, sendo o único presidenciável que tem um definido projeto para o país, apontando as soluções para cada problema, o presidente Bolsonaro está de parabéns em cobrar mais impostos sobre os bancos, que tem lucros escandalosos, e, a partir dessa medida, diminuir a carga tributária sobre os combustíveis.

Não tem cabimento instituições financeiras abarrotadas de dinheiro, fazendo o que quer com sua clientela, cobrando inúmeras taxas, e o cidadão-eleitor-contribuinte sofrendo, pagando gás de cozinha a R$ 100. E olhe que estou me referindo aos que ainda podem comprar o botijão.

Portanto, meus parabéns ao presidente Bolsonaro. Encerro o comentário aconselhando a maior autoridade do Poder Executivo a ouvir mais as sugestões de Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda do saudoso Itamar Franco e um dos responsáveis pela implantação do Plano Real. 

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A entrevista de ontem, sábado, 27, de Ciro Gomes na Folha de São Paulo, deixou o PT, mais especificamente o chamado lulopetismo, irritado com o pré-candidato do PDT à sucessão presidencial de 2022.

O ponto principal do resmungo, da revolta dos petistas, foi Ciro afirmar que sua maior tarefa é derrotar o PT no primeiro turno. Para Ciro, quem for para a segunda etapa do processo sucessório contra Bolsonaro tende a derrotá-lo, “mas o menos capaz disso é o PT”.

Ora, Ciro tem toda razão. O maior cabo eleitoral do então candidato Jair Messias Bolsonaro, em 2018, foi o gigantesco e enraizado antipetismo. E vai continuar sendo no pleito de 2022. De 10 bolsominions, 10 querem enfrentar um petista no segundo turno.

Para o bolsonarismo, principalmente o de raiz, o lulopetismo é quem pode levar o “mito” a conquistar o segundo mandato consecutivo, permanecendo por mais quatro anos no maior e mais cobiçado cargo do Poder Executivo, sem dúvida o de presidente da República.

O que achei engraçado foi o PT questionar a busca do entendimento de Ciro com legendas do centro com viés à direita, como o DEM de ACM Neto, presidente nacional do demismo, e o PSD do senador Otto Alencar, liderança-mor estadual da sigla.

O petismo é mesmo hilariante. Acha que o telhado do partido não é de vidro, que aguenta qualquer tamanho de pedra. O PT continua se achando, a soberba é a mesma. Nada mudou. Só o PT pode fazer alianças para chegar ao poder. As outras agremiações partidárias quando procuram o diálogo com outros campos ideológicos são logo criticadas.

Não vou nem falar da base aliada do governador Rui Costa, formada por legendas que dão sustentação política ao governo Bolsonaro e fazem parte do Centrão, que tem o PP do vice-governador João Leão como o partido da linha de frente do toma lá, dá cá. Uma espécie de porta-voz.

Ora, na eleição presidencial de 2002, o PT fez aliança com todos que a legenda sempre dizia que jamais faria. Para se aproximar dos políticos que o petismo declarava que eram da “banda podre”, inventaram até um “Lulinha Paz e Amor”.

Com o “Lulinha Paz e Amor”, as portas ficaram escancaradas para receber os novos e inusitados apoiadores. De repente, a fila começou a ser formada para uma conversinha de pé de orelha com o petista-mor. Um atrás do outro e todos risonhos: José Sarney, Orestes Quércia, Delfim Neto… Um tempo depois, Paulo Maluf e companhia Ltda.

Na sucessão de 2018, Fernando Haddad, que foi o pior prefeito da história de São Paulo, que sequer chegou a ir para o segundo turno na tentativa de se reeleger, perdendo em todas as urnas para o então adversário João Doria (PSDB), se aliançou com os principais protagonistas do impeachment de Dilma Rousseff, desfilando em carro aberto com o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Concluo dizendo que o PT não tem moral para falar das articulações de Ciro buscando o fortalecimento de sua candidatura. O lulopetismo, quando o assunto é chegar ao poder, faz de tudo e, depois, no maior cinismo, ainda diz que o momento exigia a procura das composições. Ora, só existe esse momento para o PT? Para as outras legendas é oportunismo e incoerência? Esse PT, hein!

O que o lulopetismo deveria estar fazendo, e que até agora sequer rascunhou o primeiro parágrafo, é uma carta ao povo brasileiro pedindo desculpas pelos escândalos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Vana Rousseff.

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Lembro de uma enxurrada de críticas quando a Coluna Wense dizia que o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), estava sendo fritado pelo presidente Bolsonaro. O mesmo ocorreu com Nelson Teich. Os bolsonaristas falavam que eu estava desinformado, que a intenção era só tumultuar.

Digo agora a mesma coisa em relação a Eduardo Pazuello, atual titular do ministério. E ainda declaro que a fritura não está mais intensa, a olho nu, escancarada, extrapolando as fronteiras dos bastidores, porque Pazuello é um general, mais especificamente de divisão da ativa.

O presidente Bolsonaro, ouvindo conselheiros mais próximos, já ensaia uma saída honrosa de Pazuello da cobiçada pasta, uma espécie de retribuição, um prêmio de consolação pelos serviços do general, como, por exemplo, promovê-lo a um grau hierárquico no Exército.

O entrave, no entanto, é no próprio Exército, principalmente no seu Alto-Comando, que não aceita que as acomodações e os arranjos políticos palacianos possam arranhar a imagem da instituição.

Ora, o nosso brioso Exército tem seu regimento interno. A promoção de um general para uma posição hierarquicamente superior tem que seguir seus próprios trâmites. Seria uma afronta o Poder Executivo se ousar em mudar as regras, pensando que o Exército é o Congresso Nacional, onde o toma lá, dá cá, é corriqueiro.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o Centrão está por trás das manobras para defenestrar Pazuello. Com efeito, já tem até o nome para o lugar do general: Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados. O Centrão, hoje de mãos dadas com o mandatário-mor do país, também quer o controle do Banco do Brasil.

A nossa honrosa e imprescindível instituição não pode ficar no meio dessas articulações voltadas para a sucessão presidencial de 2022.

Que deixem o nosso Exército fora desse jogo político.

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Na noite de ontem, quarta (24), em um passe de mágica, no vapt-vupt, a Câmara dos Deputados, sob o comando de Arthur Lira, parlamentar do PP, legenda mais importante do chamado Centrão, aprovou a admissibilidade da proposta de ampliar a imunidade dos parlamentares.

Como se não bastasse o escancarado corporativismo, muito presente na Comissão de Ética da Casa Legislativa, querem agora proibir a prisão em flagrante em crime de corrupção. Que coisa, hein! Sem nenhuma dúvida, um escandaloso desrespeito ao “dura lex, sede lex”, que é assentado no preceito constitucional de que “todos são iguais perante a Lei”.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC), de autoria do deputado Celso Sabino, do tucanato do Pará, obviamente do PSDB, além de contar com o apoio de mais de 180 colegas como coautores, teve sua admissibilidade aprovada por 304 parlamentares.

Outro ponto visado pela PEC é fortalecer o dispositivo de que o Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário, só pode julgar processos contra parlamentares envolvendo crimes cometidos durante o exercício do cargo. Basta ser deputado para que os delitos do passado fiquem impunes, o que não deixa de ser uma afronta à Lei da Ficha Limpa, cada vez mais em desuso, esquecida, jogada na sarjeta.

Enquanto o país vive a agonia do dia a dia provocada pelo cruel e devastador novo coronavírus, que caminha a passos largos para ceifar 300 mil vidas humanas, ficam os senhores parlamentares preocupados em robustecer a imunidade parlamentar. Enquanto faltam vacinas em decorrência de uma imbecil disputa ideológica, os senhores “homens públicos” se reúnem para discutir a melhor maneira de ficar acima da Lei.

O título do comentário, “PRIMEIRO NÓS, DEPOIS ELES”, é o óbvio ululante: o nós são os senhores parlamentares. Os eles, os demais brasileiros, mais especificamente os que integram a parte de baixo da pirâmide social, com a quantidade de pobres e de gente passando fome aumentando assustadoramente.

Pelo andar da carruagem, do jeito que as coisas estão caminhando, com cada qual pensando em si, uma revolta social pode acontecer e ficar incontrolável.

Concluo dizendo que os senhores “homens públicos” precisam tomar juízo, pensar mais no coletivo do que em seus interesses e suas conveniências políticas e eleitorais, sob pena da paciência do povo se esgotar. 

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A situação em relação à pandemia do novo coronavírus caminha a passos largos para ficar incontrolável se nada for feito para conter o avanço devastador da covid-19.

O amanhã é hoje, é agora pela manhã. Não há mais tempo para indefinições, de deixar para o outro dia, sob pena do caos, das pessoas infectadas, por falta de vagas nos hospitais, ficarem “internadas” em casa e, como consequência, só Deus na causa, como dizem os religiosos.

O prefeito Augusto Castro sabe – e como sabe, já que quase foi para outra vida em decorrência do cruel vírus – da gravidade da doença, do sofrimento que ela provoca. Castro, salvo engano, passou mais de 45 dias de agonia, muitos deles na UTI.

O alcaide não pode é se deixar levar por pressões de quem quer que seja ou de qualquer segmento da sociedade. Esses que hoje pressionam para que o chefe do Executivo não tomem medidas duras para combater a proliferação da covid-19, serão os primeiros a criticá-los lá na frente. Vão dizer que o prefeito foi irresponsável, que cruzou os braços diante do avanço da maldita enfermidade.

Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário, deu aos estados e municípios autonomia para tomar decisões de acordo com suas peculiaridades no tocante ao avanço do vírus, até mesmo uma medida extrema como a decretação de lockdown.

“O lockdown é mais ou menos como desligar a chave geral. Quando você afasta as pessoas por, pelo menos, duas semanas, que é o período médio de incubação da doença, você tem uma calma na doença. Com isso, consegue se planejar e ganhar um fôlego”, diz Evaldo Stanislau, infectologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Concluo dizendo que são nos momentos difíceis, cuja tomada de posição tem que ser urgente, que se conhece o verdadeiro “homem público”, que não fica na indecisão em decorrência de pressões, mais especificamente de setores organizados da sociedade.

Sei que não vai ser fácil. Mas alguma coisa precisa ser feita. Não dar para fechar os olhos como se nada estivesse acontecendo, com vidas humanas sendo ceifadas pelo maldito vírus.

O prefeito Augusto Castro já começa a viver seu pior momento no comando do centro administrativo Firmino Alves. 

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