//

Leia em: 2 minutos

Depois da visita do presidenciável Lula na Boa Terra, mais especificamente na capital, a pergunta que tomou conta do meio político é sobre João Leão. Como fica o vice-governador diante da sucessão estadual?

O petista-mor, postulante a um terceiro mandato no cargo mais cobiçado do Poder Executivo, deixou bem claro que só resta a Leão a indicação do vice de Jaques Wagner na composição da majoritária, já que a vaga para o Senado caberá ao senador Otto Alencar (PSD), com sua natural candidatura à reeleição.

Lula colocou os pontos nos is. Dificilmente haverá qualquer alteração. O governador Rui Costa cumprirá seu mandato até o último dia. O sonho de Leão de governar a Bahia por seis meses virou um grande pesadelo. O de disputar o Senado também.

A Rui Costa, como já comentei aqui por diversas vezes, como contrapartida pela compreensão de que a causa maior é a eleição de Lula, a promessa de assumir um importante ministério em um eventual retorno do PT à presidência da República. A desistência de Rui em relação à disputa pelo Senado foi imprescindível para evitar uma preocupante fissura na base aliada.

Será que houve alguma promessa a João Leão? Vale lembrar que o vice-governador, além de ser o secretário do Planejamento do Estado, é o presidente estadual do PP, legenda mais importante do Centrão e da base de sustentação política do governo Bolsonaro.

Para Leão, nada está decidido. “A partir de dezembro a montagem da chapa majoritária deve avançar”, disse o vice-governador. Ledo engano. E Leão sabe disso. Mudar como? Wagner vai desistir de disputar o Palácio de Ondina? Otto Alencar abrirá mão da sua reeleição? Ora, ora, tenha santa paciência! O óbvio ululante é que só sobrou a indicação do vice para Leão.

Se Leão quer mesmo disputar o Senado da República, um democrático e legítimo direito, só há dois caminhos: ou do lado de ACM Neto (DEM) ou de João Roma (Republicanos), ambos pré-candidatos ao governo do Estado no pleito de 2022.

No mais, esperar o dezembro de Leão chegar. Com certeza, o vice não terá, politicamente falando, um bom natal. E não adianta colocar os sapatos na janela. Papai Noel não vai poder atender seus pedidos.

PS – Astuto foi o senador Otto Alencar, dirigente-mor estadual do PSD, que para consolidar sua vaga na majoritária, prometeu a Lula o apoio nacional da sigla para sua candidatura ao Palácio do Planalto, o que terminou deixando o lulopetismo soteropolitano eufórico. Promessa essa que Leão não pode fazer com o PP. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 3 minutos

O ex-presidente Lula, na sua visita a Salvador, na próxima quarta, 25, terá um encontro com os partidos da base aliada do governador Rui Costa : PSB, PCdoB, PP, PSD, PODEMOS, AVANTE e, obviamente, o PT.

Mas não é essa conversa com as siglas que dão sustentação política ao chefe do Palácio de Ondina que vem causando expectativa, já que dessa reunião, com tantas testemunhas, não sairá nenhuma novidade. Lula vai cumprimentar os dirigentes partidários e agradecer pelo apoio a Rui Costa. Nada mais.

O encontro que chama atenção, que já provoca várias especulações, burburinhos e disse-me-disse, é o de Lula com Rui Costa, não se sabe ainda se na presença ou não do senador Jaques Wagner.

Lula vai querer saber de Rui sua posição em relação à sucessão estadual, mais especificamente se deseja disputar o Senado. Vai dizer ao petista-mor da Boa Terra que a base aliada precisa ficar unida, que o caminho da união está na sua permanência no governo, concluindo seu mandato até o último dia, o que evitaria uma preocupante fissura na base aliada e, como consequência, uma dificuldade maior para compor a chapa majoritária.

E qual seria a composição ideal para enfrentar ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM? A resposta é a que mais preocupa o ex-gestor soteropolitano: Wagner encabeçando a chapa, Otto Alencar como vice e João Leão disputando o Senado da República.

É evidente que a Rui, como contrapartida pela sua compreensão, pelo entendimento que a causa maior (a eleição de Lula) deve superar a menor (o pega-pega regional), será prometido um importante ministério em uma eventual vitória do presidenciável do Partido dos Trabalhadores.

Lula deve dizer a Rui que sua desincompatibilização, tendo que deixar o governo no mês de abril de 2022, vai colocar o vice-governador João Leão no comando do Estado, lembrando que Leão é do PP, legenda do Centrão e a mais fiel ao presidente Bolsonaro.

Se ACM Neto resolver se reaproximar do bolsonarismo, fazendo as pazes com o ministro João Roma, vai exigir da cúpula nacional do PP, tendo na linha de frente Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil, o apoio de João Leão à sua candidatura ao governo da Bahia.

O cenário político só ficará menos embaçado depois das águas de março fechando o verão de 2022, o que não impede qualquer tipo de especulação, desde que dentro de uma certa lógica. E aí não tem como não lembrar da máxima que diz que “na política tudo é possível”. Salta aos olhos que não é bem assim. Existe a possibilidade de ACM Neto ser o vice de Jaques Wagner? Claro que não.

Vamos ver o que vai acontecer nos encontros de Lula com as lideranças políticas para uma análise mais consistente.


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 2 minutos

O governador Rui Costa (PT) vive o dilema de tomar uma decisão e contrariar o senador Jaques Wagner.

A vontade do chefe do Palácio de Ondina é disputar o Senado da República. A de Wagner é que Rui fique no governo até o último dia do mandato, 31 de dezembro de 2022, o que facilitaria a composição da chapa para enfrentar ACM Neto (DEM) na sucessão estadual.

Do contrário, somente uma vaga, a de vice-governador, ficaria aberta. Quem indicaria o companheiro de Wagner na majoritária, o PSD de Otto Alencar ou o PP de João Leão?

Vale lembrar que o senador Otto Alencar é candidato à reeleição. Quanto a Leão, que fala até em encabeçar a majoritária, já deixou nas entrelinhas que se o PP for preterido pode debandar para o netismo.

Ao ser questionado sobre o imbróglio, se Rui deveria continuar no cargo, Wagner lembrou que ficou até o fim da gestão no segundo mandato como governador. “Eu fiz a mesma coisa e não me arrependo de jeito nenhum. Acho que ajudei a manter o grupo unido”, desabafou o parlamentar, que até hoje não explicou por que ficou contrário a instalação da CPI da Covid-19.

A declaração de Wagner aumentou ainda mais o dilema de Rui Costa. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 3 minutos

Vamos começar pelo lulopetismo, com o senador Jaques Wagner, pré-candidato à sucessão do governador Rui Costa, buscando uma composição na chapa majoritária que não crie fissuras na base aliada.

Toda vez que se fala das legendas que dão sustentação política ao chefe do Palácio de Ondina, quando o assunto é a majoritária, só se lembram do PSD do senador Otto Alencar, o PP do vice-governador João Leão e, obviamente, do PT. As outras siglas sequer são citadas. Algumas são tidas como coadjuvantes. Outras nem isso.

Seria uma imperdoável ingenuidade política não achar que a importância do PSD e PP para o sucesso eleitoral de Wagner é gigantesca. E entre os vários motivos, basta um só como forte argumento: PSD e PP detém o maior número de prefeituras.

O PSB da deputada federal Lídice da Matta é o exemplo que simboliza esse desdém do petismo com as outras agremiações partidárias aliadas. Os socialistas são sempre deixados de lado, já que o entendimento é que o apoio do partido a Jaques Wagner é dado como favas contadas, 2+2 =4.

O freio de arrumação que Wagner pretende dar para evitar um atrito na base aliada é o mesmo do ex-presidente Lula. Ou seja, uma formação majoritária com Otto sendo vice de Wagner e a vaga para a disputa do Senado com João Leão, o que implica na permanência de Rui até o fim do mandato.

Lula, na sua já programada visita a Bahia, terá um jantar com o governador Rui Costa. Na mesa, além de Wagner, os ilustres convidados Otto Alencar e João Leão. Sem dúvida, uma boa oportunidade para se chegar a um denominador comum em relação à composição da chapa.

É evidente que Lula terá uma conversa reservada com Rui. Deve dizer a ele que continue no Palácio de Ondina em nome de uma causa maior: a eleição presidencial. Que Rui ocupará um importante ministério em um eventual retorno do lulopetismo ao poder maior da República até as freiras do convento das Carmelitas sabem. Lula, no entanto, para compensar a desistência do companheiro de disputar o Senado, pode prometer que fará todo empenho para que seja o candidato do PT à presidência da República no pleito de 2026.

Quanto a ACM Neto, o ex-prefeito soteropolitano sabe que as mãos dadas de Wagner, Otto e Leão, tendo Lula como cabo eleitoral, é a pior coisa que pode acontecer para sua legítima e democrática pretensão de governar a Boa Terra. Mas se de um lado Wagner tem Lula, Neto tem como fortíssimo “cabo eleitoral” o sentimento de mudança, afinal, com o término do mandato de Rui, são 16 anos de lulopetismo no comando da Bahia.

A dor de cabeça de Neto não é a sua majoritária, muito menos problemática do que a de Wagner. Seu grande dilema diz respeito à sucessão do Palácio do Planalto. Mais cedo ou mais tarde terá que tomar uma decisão sobre sua posição. Uma significativa parcela do eleitorado não gosta de quem não tem posicionamentos claros, que fica sem saber para que lado vai, atucanadamente em cima do muro.

No tocante à sucessão presidencial, o ex-alcaide de Salvador só tem três caminhos: apoiar uma candidatura própria do DEM, se aliançar com Ciro Gomes (PDT) ou se reaproximar do presidente Bolsonaro. Vale lembrar que Neto é o comandante-mor nacional do DEM, o que faz tornar sua decisão mais significativa.

Bom mesmo para Neto seria o crescimento do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, presidenciável do DEM, nas pesquisas de intenções de voto. Mas essa possibilidade de Mandetta deslanchar é muito pequena. Quanto a Bolsonaro, Neto deve ter consultas indicando a alta rejeição do presidente e com tendência de crescer mais ainda. A estrada com poucos obstáculos vai ser a que leva a um apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT).

Concluo, sob pena do comentário ficar extenso, com o tradicional “ainda tem muita água para passar por debaixo da ponte”. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 3 minutos

Do tripé que sustenta a segunda colocação do presidente Bolsonaro nas pesquisas de intenções de voto, formado por uma parte do segmento evangélico, setores do empresariado e pelo eleitorado ideologicamente de extrema direita, os dois primeiros começam a desmoronar.

O religioso ficou espantado com alguns posicionamentos do chefe do Palácio do Planalto em relação à gravíssima crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, principalmente no explícito e irresponsável negacionismo da maior autoridade do Poder Executivo, que teima em não usar máscara e provoca aglomerações que poderiam ser evitadas.

Se dependesse exclusivamente de Bolsonaro, com seu chega pra lá na ciência, acreditando mais nos medicamentos sem comprovação científica de eficácia do que nas vacinas, a pandemia estaria descontrolada e, como consequência, um maior número de óbitos, de vidas humanas ceifadas pelo cruel, devastador e traiçoeiro vírus.

Quanto ao empresariado, e aí me refiro não só aos grandes como também aos médios e pequenos, mais especificamente aos defensores do Estado democrático de direito, contrários a qualquer devaneios golpistas, já há uma forte rejeição ao presidente de plantão. Dias atrás, com um manifesto intitulado “Eleições Serão Respeitadas”, quase 300 empresários de peso, junto com intelectuais, diplomatas e vários representantes da sociedade civil e organizada, divulgaram um documento pedindo respeito à democracia, a garantia da realização das eleições de 2022. A principal herdeira do Itaú, como estivesse representando os banqueiros, disse que “parte da elite se afastou de Bolsonaro e não vai embarcar em aventura”.

Essas atitudes de Bolsonaro, insinuando que pode agir fora dos limites constitucionais, afrontando a nossa Lei Maior, vem afastando investimentos internacionais no Brasil, o que contribui para o aumento do já gigantesco desemprego. Ninguém quer correr o risco de investir em um país que tem um governo totalmente perdido, sem projeto, sem rumo, sem harmonia com as imprescindíveis instituições. Um país que tem os Poderes da República se atritando.

No tocante ao bolsonarismo de raiz, esse vai continuar fiel ao “mito”, independente de qualquer fato. Nesse ponto, bolsonaristas e lulopetistas são bem parecidos. Vale lembrar que ainda tem petistas que acreditam que o então presidente Lula não sabia da corrupção que tomava conta do seu governo, com destaque para o mensalão.

Como não bastasse, tem o inquestionável fato de que o governo Bolsonaro está refém do Centrão, vivendo sob à ameaça de ter que atender o toma lá, dá cá, sob pena de alguns pedidos de impeachment saírem da gaveta. Quem tem a prerrogativa de desengavetá-los é Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, filiado ao PP, principal sigla do Centrão.

Concluo dizendo que com os dois pés do tripé cada vez mais inconsistentes, o segundo mandato de Bolsonaro, via instituto da reeleição, vai ficando difícil e, pelo andar da carruagem, até mesmo sua ida para o segundo turno. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), é cria política de ACM Neto (DEM)

Leia em: 3 minutos

O agora ministro da Cidadania do governo Bolsonaro, João Roma, filiado ao Republicanos, partido ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, resolveu, politicamente falando, cuspir no prato que comeu.

Roma, que é cria política de ACM Neto (DEM), disse, se referindo à sucessão estadual de 2022, que seu criador, o ex-prefeito de Salvador por duas vezes, vai ficar no “limbo”. Só faltou insinuar que sequer irá para o segundo turno.

Não sei dizer se o ministro, pré-candidato a ser o morador mais ilustre do Palácio de Ondina, já foi a Roma visitar o papa. Mas de uma coisa tenho certeza: a possibilidade de encontrar uma pequena agulha em um grande palheiro é muito maior do que Roma ser o próximo governador da Boa Terra.

E tem mais: se não tomar cuidado, ficar nessa soberba, empolgado por ser do primeiro escalão do bolsonarismo, o feitiço vai terminar virando contra o feiticeiro: será o “limbo” do processo sucessório.

Vale lembrar, pelo menos para os incautos, e aí incluo o próprio Roma, que quem coloca Bolsonaro na segunda posição nas pesquisas de intenções de voto são os bolsominions chamados de raiz, os que representam de verdade a extrema direita e seguem cegamente o “mito”. Essa fatia do bolsonarismo quer a médica Raíssa Soares, secretaria de Saúde de Porto Seguro, como candidata.

Em comum entre Raíssa e Bolsonaro, não só o fato de serem fervorosos defensores do tal do Kit Covid, do combate ao novo coronavírus com medicamentos sem nenhuma comprovação científica de eficácia, como também de pertencerem ao Movimento dos Sem Partidos (MSP). Ideologia eles já têm. Só precisam de um abrigo partidário.

Roma achar que pode ter mais votos do que ACM Neto é, no mínimo, o cúmulo da ingenuidade. É amadorismo na veia. Chega até ser uma gigantesca idiotice e imbecilidade. Uma medalha de bronze na disputa pelo mais cobiçado cargo do Poder Executivo estadual já é de bom tamanho.

Roma, cujo os pés estão fora do chão, também desdenhou a candidatura do presidenciável Ciro Gomes (PDT). Disse que vai ser “consumida” pela polarização Lula versus Bolsonaro, o “mito” da esquerda contra o da direita. O ministro tem como favas contadas a vitória de um ou do outro, não havendo espaço para um nome da terceira via.

Ora, ora, o senhor ministro esquece que está diante de uma polarização entre ACM Neto e Jaques Wagner, representante do lulopetismo. Essa polarização é muito mais sólida do que a dos “mitos” nacionais. O risco da pré-candidatura de Roma virar “limbo” é gigantescamente maior do que a de Ciro Gomes. Sem falar que o pedetista é infinitamente mais preparado do que a cria política do netismo. Roma diante de um Ciro é um político minúsculo.

É assim mesmo. A política tem dessas coisas. João Roma, que é o que é hoje graças ao padrinho político, agora diz que a candidatura de Neto vai para o “limbo”.

Ingratidão é a pior das decepções políticas. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 2 minutos

Sem nenhuma dúvida, é ela, a reforma política, a maior tapeação do Parlamento brasileiro, das duas Casas Legislativas do Congresso Nacional : Câmara dos Deputados e Senado da República.

Só é lembrada em ano de eleição. Mas tudo com muita demagogia e um festival de cinismo. Depois é só enrolação, conversa pra boi dormir, como diz a sabedoria popular.

Se é um tema que não interessa aos senhores políticos, deixando de fora as pouquíssimas exceções, é o da importante e imprescindível reforma política. Não querem acabar com a podridão, com o cheiro fétido que exala das artimanhas do movediço e traiçoeiro mundo da política.

Poderia muito bem enumerar todos os absurdos do sistema político-eleitoral brasileiro. É de ficar assombrado com a sabedoria, esperteza e a malandragem. Um jeitinho pra lá, outro pra cá, para acomodar os interesses dos parlamentares.

É preciso criar critérios para a indicação de suplente de senador. Não tem cabimento o que vem acontecendo. Ninguém diz nada. O corporativismo fala mais alto e desafia quem ousa em enfrentá-lo.

Vejamos o exemplo do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressista (PP), legenda mais influente do Centrão, agrupamento partidário adepto fervoroso do toma lá, dá cá, e muito eficiente na missão de tornar o chefe do Palácio do Planalto de plantão como refém, obviamente o dominado mais ilustre.

Vale lembrar que a arma principal do Centrão, o seu instrumento de chantagem, o seu meio de usufruir das benesses inerentes ao poder, é a ameaça de abertura de um pedido de impeachment. Outro detalhe é que o presidente da República não pode deixar sua popularidade cair, sob pena do Centrão deixá-lo no meio do caminho, como aconteceu com a coitada da Dilma Rousseff (PT).

Quem vai assumir o lugar de Nogueira no Senado, com sua nomeação para a Casa Civil do governo Bolsonaro, é sua mãe, a empresária Eliane Nogueira, 72 anos.

É por esses e muitos outros motivos que a reforma política é sempre deixada no esquecimento, na sarjeta. Só lembram dela em época eleitoreira, para fazer demagogia. Depois jogam na lata do lixo.

Pois é. E assim caminha a humanidade. Ou melhor, a política brasileira com os senhores “homens públicos” pensando só em arrumar o próprio quintal, seguindo a “vida de murici”, que cada qual cuide de si.

Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, Amém, diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, hoje em um lugar chamado de eternidade.

Cadê a reforma política? Nem o posto Ipiranga sabe a resposta. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 2 minutos

Vou até deixar de lado o forte rugido do leão contra a soberba do lulopetismo baiano, adepto fervoroso de que o PT deve passar mais oito anos no comando do Palácio de Ondina.

Os lulominions querem Wagner eleito para o terceiro mandato como governador da Boa Terra. Se elegendo, será candidato à reeleição. Que coisa, hein! O engraçado é que o PT se queixava do domínio do PSDB no Estado de São Paulo. Agora faz a mesma coisa na Bahia. Não quer “largar o osso”, como diz a sabedoria popular.

Os dois integrantes mais rebeldes da base aliada, entusiasmados seguidores de que é hora do PT ceder, são João Leão (PP) e Angelo Coronel, respectivamente vice-governador e senador pelo PSD.

João e o Coronel, em toda entrevista, não perdem a oportunidade de dizer que o PT precisa calçar as sandálias da humildade e reconhecer que chegou o momento de recuar e aceitar um nome para encabeçar a majoritária de outra agremiação partidária.

O PT só enxerga o PT, o próprio umbigo. O petista-mor, ex-presidente Lula, assim que deixou a prisão, onde passou 580 dias, declarou que “o PT é partido de receber apoio e não de apoiar”.

E mais: ao sair da cadeia, se libertando do calvário, Lula condicionou as alianças com o PT à defesa do movimento “Lula Inocente”, que substituiu o “Lula Livre”. Lembro que o governador Rui Costa se posicionou contrário a vincular qualquer acordo político a tais exigências, o que terminou deixando o chefe irritado. Afinal, era uma afronta, um desafio ao “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Leão e o Coronel parecem acreditar naquele ditado do povo que diz que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

Ledo engano. O lulopetismo só enxerga o seu lado. Os incomodados que procurem outro caminho, uma lavagem de roupa.

O que chama mais atenção nessa composição da chapa majoritária é o cruzar dos braços do PSB, aceitando ser uma mera peça decorativa na sucessão estadual. A legenda socialista sequer é citada nas articulações. A preocupação do petismo com a sigla é zero. É como se o PSB estivesse dominado.

O ano eleitoral de 2022 vai ser marcado por muito teatro, ingratidão, cinismo e traição. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Dr. Mangabeira foi candidato a prefeito de Itabuna duas vezes

Leia em: 2 minutos

A saída do Dr. Mangabeira do processo eleitoral vai fortalecer os chamados “profissionais” do mundo da política, afastando assim os que as velhas raposas chamam de “amadores”.

Ser amador é não seguir os ensinamentos do maquiavelismo, do vale tudo para conquistar o poder. É não rezar na cartilha de que os fins justificam os meios. É não fazer o toma lá, dá cá. É não ser demagogo e mentiroso. É dizer não aos acordos espúrios.

Mangabeira, que foi duas vezes candidato a prefeito de Itabuna pelo PDT, hoje suplente de deputado federal, sempre fez campanha assentado na ética, sem mentir, sem enganar o eleitor. Bancou seu caminho político com dinheiro do próprio bolso.

Com Mangabeira fora do processo político, quem ganha são os velhos conhecidos de sempre. Quem perde é a sociedade. O tchau de Mangabeira para a política vai fazer com que os “amadores” se afastem dela como o diabo da cruz, deixando os “profissionais” do jeito que eles querem, sem adversários de mãos limpas.

Os “profissionais” da política, com a maioria esmagadora aumentando suas contas bancárias a cada mandato, fazem festa, comemoram efusivamente quando os “amadores” recuam.

A saída de Mangabeira da política partidária inibe o surgimento de novas lideranças.

Os mesmos de sempre vão continuar dando as cartas, o que é lamentável.


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

//

Leia em: 3 minutos

O dinheiro público vem sendo tratado como se fosse algo privado, que se gasta sem precisar dar satisfação, que quando questionado tem a seguinte resposta : “o dinheiro é meu, faço com ele o que quiser, não é da sua conta”.

Os senhores parlamentares, deixando de lado as honrosas exceções, infelizmente pouquíssimas, arrumaram um jeitinho para gastar o dinheiro do cidadão e da cidadã, do eleitor-contribuinte sem precisar prestar contas.

Que coisa, hein! Sai o tal do “orçamento secreto” e entra a tal das “emendas em cheque branco”. Os recursos enviados para os governos estaduais e prefeituras podem ser usados em qualquer área e sem nenhuma fiscalização federal.

Pois é. Se gasta como quer e sem definição de critérios e prioridades. É do jeito que o diabo gosta, como diz a sabedoria popular. No comentário de hoje, é o diabo da impunidade, cada vez mais ousado e desafiador, se alimentando do que mais gosta: o dinheiro dos cofres públicos.

As emendas em “cheque branco”, que em 2020 chegaram a R$ 621milhões, saltaram para quase R$ 2 bilhões em 2021. Por trás de toda essa dinheirama, o objetivo de afastar a possibilidade de abertura de um pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro. Em vez do cafuné ser com os dedos, se faz com a liberação de recursos.

E tem mais: o Congresso Nacional retirou o poder de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) para esses recursos. Repito: tudo como o diabo da impunidade gosta.

E tem mais: Os senhores parlamentares das duas Casas Legislativas, o Senado da República e a Câmara dos Deputados, diminuíram as verbas do imprescindível Censo Demográfico em quase R$ 2 bilhões. Ou seja, tiraram dinheiro do Censo para fazer o toma lá, dá cá.

O Censo Demográfico é de uma importância gigantesca. Através dele se faz um retrato de como vive os brasileiros, ajudando assim a definir as políticas públicas para melhorar a vida das pessoas.

E o pior é que quando um governo chega ao ponto de ficar refém do Centrão, a esperança de um futuro melhor vai para a sarjeta.

O dinheiro nosso, do povo brasileiro, precisa ser tratado com mais respeito e lisura. Que os senhores políticos, falo dos malandros, tenham vergonha na cara.

PS – Duas manchetes do Estadão chamaram à atenção hoje. Uma relacionada ao mundo político, a outra à economia. A da política: “Ministro da Defesa faz ameaça e condiciona eleição de 2022 ao voto impresso”. A da economia: “Custo de materiais de construção tem alta recorde e afeta reformas e construtoras”. Ambas preocupantes. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

Notícias mais lidas

Outros assuntos