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Vou até deixar de lado o forte rugido do leão contra a soberba do lulopetismo baiano, adepto fervoroso de que o PT deve passar mais oito anos no comando do Palácio de Ondina.

Os lulominions querem Wagner eleito para o terceiro mandato como governador da Boa Terra. Se elegendo, será candidato à reeleição. Que coisa, hein! O engraçado é que o PT se queixava do domínio do PSDB no Estado de São Paulo. Agora faz a mesma coisa na Bahia. Não quer “largar o osso”, como diz a sabedoria popular.

Os dois integrantes mais rebeldes da base aliada, entusiasmados seguidores de que é hora do PT ceder, são João Leão (PP) e Angelo Coronel, respectivamente vice-governador e senador pelo PSD.

João e o Coronel, em toda entrevista, não perdem a oportunidade de dizer que o PT precisa calçar as sandálias da humildade e reconhecer que chegou o momento de recuar e aceitar um nome para encabeçar a majoritária de outra agremiação partidária.

O PT só enxerga o PT, o próprio umbigo. O petista-mor, ex-presidente Lula, assim que deixou a prisão, onde passou 580 dias, declarou que “o PT é partido de receber apoio e não de apoiar”.

E mais: ao sair da cadeia, se libertando do calvário, Lula condicionou as alianças com o PT à defesa do movimento “Lula Inocente”, que substituiu o “Lula Livre”. Lembro que o governador Rui Costa se posicionou contrário a vincular qualquer acordo político a tais exigências, o que terminou deixando o chefe irritado. Afinal, era uma afronta, um desafio ao “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Leão e o Coronel parecem acreditar naquele ditado do povo que diz que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

Ledo engano. O lulopetismo só enxerga o seu lado. Os incomodados que procurem outro caminho, uma lavagem de roupa.

O que chama mais atenção nessa composição da chapa majoritária é o cruzar dos braços do PSB, aceitando ser uma mera peça decorativa na sucessão estadual. A legenda socialista sequer é citada nas articulações. A preocupação do petismo com a sigla é zero. É como se o PSB estivesse dominado.

O ano eleitoral de 2022 vai ser marcado por muito teatro, ingratidão, cinismo e traição. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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As articulações para compor a chapa governista caminham a passos largos para manter a base aliada unida em torno da pré-candidatura de Jaques Wagner ao governo do Estado no pleito de 2022.

A reforma administrativa do governador Rui Costa foi programada para evitar uma cisão no arcabouço que dar sustentação política ao governo. A preocupação maior é com o PP e PSD, sem dúvida as duas legendas mais importantes da base aliada.

Os argumentos que consolidam o PSD e PP como as siglas indispensáveis para a pretensão de Wagner de governar a Bahia pela terceira vez são do conhecimento de todos. Não vou citá-los novamente. Basta lembrar dois pontos:
1️⃣ tempo no horário eleitoral.
2️⃣ as duas siglas juntas têm o controle político da quase metade das prefeituras.

O único obstáculo que poderia criar problema para a unidade da base parece que foi removido. Não sei se por pressão de cima para baixo, mais especificamente da cúpula do lulopetismo, ou por decisão do próprio Rui Costa, que resolveu continuar no Palácio de Ondina até o último dia do mandato.

Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a vontade de Rui era disputar o Senado da República. Seria a eleição mais tranquila do Brasil, com uma grande diferença em relação ao segundo colocado.

Com Rui fora da majoritária, tudo volta a se encaixar: Jaques Wagner (governador), um nome indicado pelo PP (vice) e Otto Alencar buscando à reeleição para o Senado, obviamente pelo PSD.

Como não existe almoço de graça na política, a Rui Costa, pela sua compreensão e discernimento, ficaria a promessa de ocupar um ministério em uma eventual vitória de Lula na sucessão de Bolsonaro.

Atrás de toda essa arrumação tem a desconfiança em relação ao vice-governador João Leão, que assumiria o lugar de Rui Costa em caso de desincompatibilização para concorrer ao Senado. Se o vice-governador não tivesse pretensão política, se fosse confiável, um vice técnico, Rui Costa deixaria o cargo. Outro lembrete é que João Leão é do PP, sigla do Centrão, hoje de mãos dadas com o presidente Bolsonaro. O comandante-mor nacional da sigla, senador Ciro Nogueira, integra a tropa de choque em defesa do governo Bolsonaro na CPI da Covid-19.

No tocante a Otto Alencar tem a questão da sucessão do Palácio do Planalto. Deixar Otto de fora da chapa significaria o fim da possibilidade de um entendimento nacional com a legenda em torno da pré-candidatura de Lula. As conversas com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, seriam interrompidas.

E ACM Neto? A situação do ex-prefeito de Salvador continua cercada por um denso nevoeiro, que precisa ser dissipado urgentemente, sob pena de causar uma queda nas pesquisas de intenções de voto, que no momento colocam o demista em posição confortável em relação ao segundo colocado, o senador Jaques Wagner.

ACM Neto tem que tomar uma posição, decidir o que quer, qual o caminho que pretende seguir, se quer apoiar Ciro Gomes, presidenciável do PDT, ou fazer as pazes com o presidente Bolsonaro. Essa indefinição não é aconselhável. Parcela significativa do eleitorado não perdoa.

Agora é esperar a poeira assentar. Daqui para 2022, mais especificamente perto das convenções partidárias, muita coisa pode acontecer. Repito que o processo sucessório terá dois fortes “cabos eleitorais”. Um do lado de Wagner, que é o ex-presidente Lula. E o outro de ACM Neto, o sentimento de mudança. Afinal, com o fim do governo Rui Costa, são 16 anos do PT no poder.

A continuação da “correria” de Rui Costa versus “chega de PT”. Esse será o inevitável confronto, o discurso do petismo e do netismo. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Setores do Partido dos Trabalhadores da Bahia estão formatando a chapa majoritária da base aliada, para a disputa da sucessão estadual de 2022, deixando de fora o governador Rui Costa (PT).

Querem na linha de frente para enfrentar o ex-prefeito ACM Neto (DEM) uma composição com Jaques Wagner, o vice sendo indicado pelo PP do vice-governador João Leão e o senado com Otto Alencar (PSD) buscando a renovação do mandato via instituto da reeleição.

E o governador Rui Costa? Usando uma expressão comum nos grupos de WhatsApp, colocaria antes da pertinente e oportuna pergunta um “oxente” com todas as letras maiúsculas: OXENTE! Rui Costa sendo defenestrado da majoritária, como se fosse um postulante sem importância?

É evidente que os idealizadores dessa esperteza são ligados ao senador Jaques Wagner, que quer a base de sustentação política do chefe do Palácio de Ondina unida em torno de sua tentativa de governar a Bahia pela terceira vez. O apoio do PSD e PP é imprescindível. Diria até que é “conditio sine qua non” para que Wagner derrote ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do demismo.

Para que ocorra tudo dentro do que a “ala wagneana” quer, tem que acontecer três coisas:
1️⃣ Rui Costa cumprir seu mandato até o último dia;
2️⃣ Otto Alencar desistir da sua legítima pretensão de sair candidato a governador;
3️⃣ O comando nacional do lulopetismo lançar Rui como o nome do PT na disputa pela presidência da República.

PONTO 1️⃣ O pior caminho para o governador Rui Costa, já que ficaria dois anos sem mandato popular. Digo até que é uma gigantesca maldade com o petista-mor da Bahia. Obviamente que não irão conseguir tal proeza. Nos bastidores, como meio de tentar influenciar uma decisão de cima para baixo, ficam dizendo que o vice-governador João Leão, que vai passar um bom tempo como chefe do Executivo se Rui disputar o Senado, não é confiável. Vale lembrar que a sigla de Leão é o PP, que além de ser a principal legenda do Centrão, vai fazer o jogo do presidente Bolsonaro na sucessão do Palácio do Planalto.

PONTO 2️⃣ A verdade é que ninguém sabe o que passa pela cabeça do senador Otto Alencar, que é o presidente estadual do PSD. O próprio Otto não sabe qual a decisão que irá tomar no pleito de 2022. Quando questionado sobre o assunto, diz que ainda é cedo para definir seu caminho político, que tem duas direções: reeleição para o Senado da República e a candidatura ao governo do Estado.

PONTO 3️⃣ É aí que entra a ala da executiva estadual do PT ligada a Jaques Wagner, que vem desenhando a composição da majoritária deixando o governador Rui Costa de fora, como estivesse certeza de que o morador mais ilustre do Palácio de Ondina será o candidato do lulopetismo na sucessão de Bolsonaro ou ficará como governador até o fim da gestão. A turma de Wagner não acredita que Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, considerado o pior alcaide da história política da cidade, seja o nome da legenda na disputa presidencial.

As conversas estão acontecendo na segurança de que só existem duas opções para o governador Rui Costa: ser candidato à Presidência da República ou continuar no governo até o último dia do mandato, o que significa ficar dois anos sem nenhuma referência politica.

O pessoal de Wagner acha que o ex-presidente Lula vai convencer Rui a não disputar o Senado, facilitando assim os entendimentos em torno da composição da majoritária e, como consequência dessa harmonia, evitando uma debandada de quem não ficou satisfeito para o netismo, que vive o angustiante dilema de ser ou não ser oposição ao bolsonarismo.

O governador Rui Costa não diz nada. Só espera o momento certo para mostrar que é o principal protagonista do processo eleitoral de 2022, que não vai aceitar o papel de coadjuvante na arrumação da chapa que irá enfrentar a de ACM Neto (DEM).

Quando questionados sobre a tentativa de deixar Rui Costa fora da majoritária, para facilitar o diálogo entre as legendas da base aliada, mais especificamente o PSD e PP, correligionários mais próximos do governador preferem o silêncio, pelo menos por enquanto. Acham que ainda é cedo para dar um chega pra lá nos defensores da defenestração de Rui Costa da chapa majoritária.

É por essas e outras que volta e meia se comenta a possibilidade de Rui Costa deixar o PT. A cúpula nacional não trata o “companheiro” como deveria, parece desdenhar do seu valor, da sua imprescindibilidade para a sigla. Talvez porque Rui Costa não tenha vocação para ser “poste” do lulopetismo, marionete ou boneco de engonço.

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Marco Wense
Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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