Leia em: 3 minutosNesta sexta-feira (18.março), o ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo do estado da Bahia, ACM Neto (UB), concedeu entrevista à Rádio Metrópole e falou, claro, sobre o cenário de sucessão estadual. Na conversa, Neto se mostrou satisfeito com a aliança firmada com o PP, comentou sobre o cenário presidencial, além de declarar não ter pressa para anunciar a chapa majoritária.
O radialista Mário Kertész questionou o político sobre o apoio recebido do vice-governador do Estado e líder do PP baiano, João Leão: 📌 “Representa muito! É bom a gente lembrar que, nos últimos anos, havia um tripé de sustentação da base do PT aqui na Bahia. Ganharam, praticamente, 4 eleições sustentados nesse tripé, que eram PT-PSD-PP, três mais importantes forças políticas. É óbvio que, trazendo pra cá um desses pilares, a gente muda a configuração política do estado. É importante dar o sinal da amplitude do governo que eu pretendo fazer. O PP tem na figura de João Leão uma grande expressão, mas tem 4 deputados federais, 8 deputados estaduais e mais de 100 prefeitos. (…) João Leão vai trazer conhecimento para uma futura gestão. Ele, no Senado Federal, lutando pelos recursos, projetos e para ajudar o governo, mas com conhecimento e experiência de sobra se, em outubro, as coisas derem certo”.
O ex-prefeito de Salvador criticou a postura do PT ao anunciar que Leão não assumiria o cargo de governador para que Rui concorresse ao Senado: 📌 “Esse fator contribuiu muito e até digo que fiquei surpreso juntamente com os baianos que entendem de política. O senador Wagner, ele, como todos nós, tem qualidades e defeitos, mas sempre foi apontado como uma pessoa muito experiente na política e ele é. (…) O que me surpreendeu e, certamente, isso causou perplexidade em Leão e na turma do PP, foi sequer dar um telefonema para Leão. Era o mínimo que a gente poderia esperar era a consideração de um telefonema”.
Para Neto, a saída de Leão da base do PT representa o fim de um ciclo: 📌 “Entendo, perfeitamente, Wagner ter decidido não ser candidato. É um direito que ele tem! Ninguém pode obrigar ninguém a ser candidato!. (…) Para o sujeito ser candidato, ele tem que querer muito, principalmente ao governo da Bahia, que é uma campanha dura e depois uma tarefa mais dura ainda. Eu respeito muito a decisão do senador Wagner, agora, a condução política do lado de lá acabou gerando esse elemento surpresa, que foi a possibilidade de aliança com o PP, que traz mais forças para nossa candidatura. (…) O que aconteceu do lado de lá é reflexo do encerramento de um ciclo porque esgaça mesmo. Então, é hora de mudar! Acho que essa própria desarrumação política reforça o que a gente vem pregando que é momento de dar início a um novo ciclo”.
Sobre a formação da chapa majoritária que vai disputar as eleições de outubro, Neto disse que está avaliando o cenário com tranquilidade: 📌“Eu sempre disse que eu não tinha pressa e que eu não ia marcar prazo nem estabelecer data para poder apresentar a chapa. Em função desse novo fato político da aliança com o PP, nós saímos na frente. Eu anunciei o acordo com Leão para ele disputar o Senado antes mesmo do outro lado anunciar a chapa ou a aliança. (…) Eu continuo sem ter pressa, mas consciente de que existem muitas expectativas. Tenho alguns partidos que desejam a vaga de vice, assim como pessoas se posicionando. A grande questão é se vamos anunciar até o dia 2 de abril ou depois disso. As conversas avançam, tenho tratado sobre o tema diariamente com tranquilidade”.
Até o momento, a base aliada de Neto já conta com mais de dez partidos: 📌“Nós temos o PP, o Cidadania e o Solidariedade, além do União Brasil, que é meu partido. Estamos com conversas avançadas com o PSDB, que é um parceiro histórico nosso aqui na Bahia. Estamos conversando bastante com o Republicanos, que está ao nosso lado desde 2013. Temos um diálogo muito bom com o MDB, parceiro nosso desde 2012, com o PDT, que se incorporou nesse diálogo em 2020, com o PSC, estamos conversando com o PROS e o Podemos. Nós temos um universo, mais ou menos, de 11 partidos”.
Ainda na entrevista, Neto disse que a terceira via, caso queira se consolidar, precisa ter organização e união: 📌 “Poder, pode! Tempo para isso, ainda tem. A política é muito dinâmica! Estamos em 18 de março de 2022, vamos voltar 4 anos no passado, talvez em 18 de março de 2018, poucos apostassem na eleição de Bolsonaro e ele se elegeu. O quadro político, hoje, no Brasil, é de polarização. As duas maiores candidaturas são a do ex-presidente Lula e de Bolsonaro tentando a reeleição. No meio, tem vários partidos e vários nomes. A questão é: essa turma consegue se entender? Se cada um for no lance de um projeto pessoal, é difícil ter a terceira via porque, com a pulverização, favorece os dois candidatos mais fortes. Mas, muita coisa pode acontecer. A eleição tem as suas surpresas!”.