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Começo esta coluna com um pedido simples: Abram alas para elas passarem! Rebeca Andrade, Rayssa Leal, Simone Biles, Rosamaria, Ana Marcela Cunha, Bia Ferreira e demais timaços! Elas, as mulheres que dominaram os nossos olhares nas Olimpíadas de Tóquio! E eu jamais faria uma lista apenas de brasileiras quando a norte-americana Simone Biles, apontada por especialistas como uma das atletas mais promissoras para a competição, teve uma atitude histórica: deixou de lado três finais para priorizar sua saúde mental.

Sua atitude me fez lembrar da professora e pesquisadora da Universidade de Houston, autora de quatro best-sellers do The New York Times, Brené Brown. Estudiosa do comportamento humano há mais de vinte anos, ela escreve sobre a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia. “Fique na sua integridade, independentemente da situação”, disse em conferência histórica no Dia Internacional da Mulher. E nós, mulheres, sabemos quão árduo tem sido caminhar até aqui.

Durante as Olimpíadas tivemos ainda outra grande lição feminina de resistência, e eu nem estou falando de modalidade esportiva. A comentarista Karen Jonz, integrante da equipe do SporTV e tetracampeã mundial de skate, quando entrevistada por Ivan Moré, ao escutar que era conhecida por ser casada com Lucas, vocalista da banda Fresno, se posicionou ao vivo: “Não sou conhecida por ser casada com o Lucas. Sou conhecida porque sou tetracampeã mundial e primeira mulher a vencer o X Games”.

Vencer sendo mulher ainda é luta diária! Manter-se feminina e usar a própria voz para ocupar lugares ainda é desgastante! No Brasil, somente 13% dos cargos eletivos (políticos) são de mulheres. Para alguns, a presença feminina ainda é vislumbrada como possível companhia, apenas. Aliada muda, ou cota politicamente correta. De fachada. É preciso que se fale sobre tudo isso abertamente. Estamos aqui para aprendermos, juntos!


Manu Berbert é publicitária

Blog: www.manuelaberbert.com.br / Instagram: @manuelaberbert

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br
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Apesar de não ter nascido na Bahia (por um erro de percurso), me considero BAIANO DA GEMA e NORDESTINO ARRETADO e vou logo avisando que não troco o meu ÔXE por nada. Quando percebo que querem menosprezar o meu ÔXE, eu rapidamente digo: ÔXE…ÔXE…ÔXE! pra não deixar nenhuma dúvida da minha origem.

Morei em São Paulo por alguns anos e fiquei surpreso e triste ao perceber que o paulistano usa o termo BAIANADA de forma pejorativa para tentar menosprezar o povo NORDESTINO. Basta alguém errar algo ou fazer uma bobagem e aparece um engraçadinho para dizer que a pessoa fez uma BAIANADA. Eu nunca aceitei essa brincadeira ‘idiota’ e preconceituosa e por vezes discuti, defendendo o meu POVO, a minha BAHIA e o nosso NORDESTE.

As Olimpíadas do Japão 2020 (mesmo sendo em 2021) veio para lavar a minha alma e a de todos os nordestinos, pois a Bahia foi um ‘segundo Brasil’ e ‘botou pocano’ no Japão, ‘botou pra lá’, ‘arregaçou’ e fez muita ‘BAIANADA’ com Ana Marcela (natação), Isaquias (canoagem), Herbert, Abner e Beatriz (boxe) e Daniel Alves, liderando o nosso futebol.

É bom deixar claro que se juntar as medalhas dos nossos vizinhos Ítalo (Surfe) e da Fadinha (Skate), o nosso ‘pobre’ NORDESTE, sempre tão humilhado e esquecido pelo resto dessa hipócrita nação, seria maior que o resto do Brasil e a terceira potência esportiva das Américas. Êta Nordeste arretado!!!

Outro dado interessante é que a nossa querida ‘Baêa’ teve mais medalhas de ouro que a maioria dos países sul-americanos e países como Portugal, Turquia, Grécia, África do Sul e Arábia Saudita.

Que venha PARIS 2024 e que a BAHIA e o NORDESTE façam muitas BAIANADAS DOURADAS na sublime CIDADE LUZ.

VIVA A BAHIA!!!VIVA OS BAIANOS!!!VIVA O NORDESTE!!! 


Arnold Coelho
Designer Gráfico, Diagramador, Jornalista MTB 0006446/BA e Baiano da gema.

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Manuel Leal de OliveiraDaqui de Canavieiras, onde mantenho minha sossegada trincheira, antevejo um futuro incerto para os manguezais lavados pelos rios Pardo, Salsa e Patipe, Cipó e outro menos votados que formam esse imenso delta, berçário dessa colossal fauna marinha. Sem os crustáceos circulando na área, o mangue perderia seu grande conceito de berçário esplêndido dos rios e mares.

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Não estranho mais nenhuma invenção neste mundo corrido de hoje, em que as tecnologias passam mais rápidos do que os dias da semana, do mês, e em que o ano passado parece que foi ontem. Mas não discordo que tenha lá suas vantagens para sabermos o que está se passando. Se antes tínhamos que ir a uma biblioteca para consultar a Enciclopédia Delta-Larousse, hoje basta uma espiada no Google.

Depois dessa política de proteção aos animais ameaçados de extinção ou coisa que o valha, nossos campos estão mais verdes e nossos mangues mais povoados de caranguejos. Ainda bem, pois a história que vou contar me causou calafrios por simplesmente pensar que deixaria o velho hábito de comer meu caranguejo-uçá, quebrando as patinhas (puã) nos dentes.

É que eu soube que a designer sul-coreana Jeongwon Ji deslumbrou o mundo ao apresentar uma invenção inusitada: transformar caranguejos chineses em plásticos. Olhe que acredito piamente nas novas tecnologias, mas, aqui pra nós, tenho minhas dúvidas sobre a eficácia dessa transformação. Não entendo nada de química, e poucas são as informações que disponho para travar um debate sobre essa estranha invenção.

Mesmo assim, fosse o contrário, minhas dúvidas por certo seriam infundadas, haja vista parecer mais eficaz que transformemos produtos inorgânicos em orgânicos. Não é de agora que nos chegam aos ouvidos notícias alarmantes sobre a destruição do meio ambiente e fiquei deveras atordoado com a possibilidade de ter o caranguejo apenas nas boas lembranças do passado.

Ao que pude perceber após muita pesquisa, essa invenção dá a entender que este é um caminho aberto para alargar essa possibilidade invencionice. Imagino eu a corrida aos mangues para a captura desenfreada dos nossos caranguejos-uçás, guaiamuns, aratus e outros crustáceos nem tão abundantes em nossos manguezais, para transformá-los em brinquedos de plástico. Um verdadeiro absurdo.

Pelos meus nem tão precisos cálculos, nossos novos catadores promoveriam o extermínio desses crustáceos num piscar de olhos, antes mesmo qualquer reação do Ibama, Instituto Chico Mendes ou qualquer outra organização não-governamental recém-criada com a finalidade de coibir a caça desenfreada aos nossos saborosos artrópodes. Afinal, Deus deixou as coisas boas do mundo para seus filhos se deliciarem.

De logo, vou colocando minhas barbas de molho com receio das medidas governamentais que poderão ser tomadas para a criação da Caranguejobras, aparelhada por companheiros e coligados. Devido a importância do empreendimento, por certo também serão acomodadas algumas centenas de ambientalistas, de preferência caranguejólogos, dada a especialidade nos produtos do mangue.

Daqui de Canavieiras, onde mantenho minha sossegada trincheira, antevejo um futuro incerto para os manguezais lavados pelos rios Pardo, Salsa e Patipe, Cipó e outro menos votados que formam esse imenso delta, berçário dessa colossal fauna marinha. Sem os crustáceos circulando na área, o mangue perderia seu grande conceito de berçário esplêndido dos rios e mares.

Em terras canavieirenses o caranguejo é tão importante que é quem dá as boas-vindas aos turistas e visitantes mais amiúdes, numa cópia majestosa em fibra de vidro, sempre pronto para posar para fotos. Ao ler sobre a designer sul-coreana Jeongwon Ji fiquei com a pulga atrás da orelha e me lembrei de um atentado que o caranguejo sofreu em pleno Carnaval do Coronavírus e me pus a puxar o fio da meada para apurar responsabilidades.

Para minha tristeza, serei testemunha ocular do sumiço da gostosa “cabeça de robalo”, uma das iguarias mais famosas da gastronomia canavieirense. Se fosse só por isso me contentaria, mas ainda não somos conhecedores dos terríveis efeitos causados pelas devastações provocadas pela captura desenfreada do tão gostoso crustáceo.

Mas não pensem os senhores que estou advogando em causa própria com o egoismo tão peculiar dos viciados no primeiro dos sete pecados capitais: a gula, assim definida como tal pelo Papa Gregório Magno. Lembro aqui do grande número de famílias que laboram na enorme cadeia produtiva e que ficarão desprovidas do ganha pão. Ainda bem que os seiscentos reais ao auxílio aliviam, por enquanto, mas…

Brincadeiras à parte, como Deus ainda não me concedeu o dom de prever o futuro, não vislumbro qualquer possibilidade de vantagem nessa invenção, com todo o respeito que devemos aos orientais. De minha parte, guardo reservas até que minhas conjecturas se confirmem infundadas e possamos sentar à mesa em um bar nos fins de semana e pedir ao garçom meia dúzia de caranguejos grandes e gordos, acompanhado de uma cerveja bem gelada.

Mas caso a invenção seja verdade, no mínimo, decretaremos o fim do mundo. 


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Por Luciano Robson Rodrigues Veiga

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A Região Sul da Bahia vem se consolidando como uma região com fortes corredores de oportunidades. O seu CAVALETE MODAL, composto por: Porto, Aeroporto, Rodovias e Ferrovia (em formação), permitirá o desenvolvimento de novos empreendimentos, em especial nos segmentos industriais e logísticos, que poderão obedecer uma nova ordem de distribuição e escala, com a participação de diversos municípios criando unidades de industrialização e logísticas através de um dos seus pés modais, a exemplo da Rodovia BR 101, o Território Litoral Sul tem ao longo desta Rodovia 15 municípios dos seus 26 que o compõem.

É possível criar Pólos Industriais e Logísticos às margens da Rodovia BR 101 em cada um dos 15 municípios, abraçando modais diversos, em forma de clusters com concentração de empresas que se comunicam por possuírem características semelhantes, modalidades consorciadas, integradas e complementares. Se juntarão aos equipamentos modais existentes, os aeroportos de Ilhéus, Una (Comandatuba) e Canavieiras, porto, ferrovia Leste-Oeste em construção.

Somar estes elementos modais ao nosso principal ativo, o meio ambiente diverso, Mata Atlântica, costa litorânea e outros. A junção entre o mar e a mata, do azul do mar ao verde das matas, nos leva a pensar e planejar um novo amanhã, onde os princípios da sustentabilidade, nos garantirá o presente e o futuro, com base em um desenvolvimento estratégico, que exigirá uma aliança entre público e privado.

Os elementos propositivos trazidos, exigirá o envolvimento das lideranças regionais na construção e formação de uma Câmara Técnica e Política de Desenvolvimento Sustentável do Sul da Bahia, objetivando planejar o seu presente e desenhar o seu futuro, garantido a equidade das ações, trazendo para si o protagonismo, sendo porto e farol do seu destino. Parece óbvia a frase ser dono do seu destino, mas, infelizmente, o que sentimos é a capital centro do poder, apontar, planejar e decidir o nosso futuro, sem percepção do olhar da nossa história e cultura.

Construir novos trilhos de desenvolvimento passará pela interpretação do seu cavalete modal em sintonia com a sua cultura, meio ambiente e desejo do seu povo. Romper com estes elementos, impondo projetos e desejos de outrem, nos levará a um desenvolvimento sem identidade, deslocado do nosso querer e ser, tornando-nos coadjuvantes sem brilho, sem luz, sufocado por um desenvolvimento indesejado, que nos será muito caro.

Os corredores de oportunidade do sul da Bahia precisam ser pavimentados. Os horizontes que nos abre nos enche de responsabilidade, precisamos acertar, nos tornar metropolitano, associar e consorciar ações, dividir protagonismo, liderança, sermos plural no pensar e agir, quebrar paradigmas da cultura do EU.

O cavalete modal nos dará a régua e o compasso. Será o farol de um novo tempo, porém, caberá ao nosso povo, com participação social ativa, conjuntamente com às lideranças políticas e privadas, corrigir o seu presente e escrever o seu futuro. 


Luciano Robson Rodrigues Veiga é Advogado, Administrador, Especialista em Planejamento de Cidades (UESC), Especialista em Gestão do Desenvolvimento Territorial – MSA (UFBA)

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Valderico Reis

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A campanha eleitoral de Ilhéus corria a solta em 2004, com as candidaturas de Valderico Reis, Soane Nazaré de Andrade, Ruy Carvalho, Ângela Sousa, Roland Lavigne, Correia e Magno Lavigne à prefeitura ilheense. Com base eleitoral mais privilegiada junto aos bairros carentes, onde costumava frequentar bares e botecos famosos pela cerveja gelada e comida pesada (sarapatel, mocotó, dentre outras iguarias), Valderico Reis se sentia nas nuvens e não admitia perder da campanha.

Além de ser bem recebido nesses locais, nos quais era frequentador assíduo – ao contrário dos outros candidatos –, se sentia em casa e era tratado pelos moradores como um membro da família. Bebia cerveja, pagava cachaça para todo mundo, e provava de verdadeiros banquetes durante as caminhadas e nos comícios esses bairros viviam uma verdadeira apoteose.

Valderico Reis era empresário do setor de transportes urbanos e interestaduais e se tornou inimigo figadal do prefeito Jabes Ribeiro, por motivos que aqui não merece uma avaliação mais abalizada. E foram justamente as discussões entre os dois que fizeram Valderico lançar sua candidatura a prefeito, com a finalidade de derrotar o candidato apoiado pelo prefeito Jabes Ribeiro.

Mas para Valderico isso só não bastava, era preciso falar mal de seu inimigo – o prefeito Jabes Ribeiro – e garantir o voto com as promessas de campanha, que jurava ser o primeiro prefeito a cumpri-las, na íntegra, pois era um empresário de sucesso. No discurso, se apresentava como o único candidato que não precisava do dinheiro da Prefeitura, e todo o salário (subsídio) recebido seria doado para a construção de creches, escolas e instituições sociais.

E quando falava que era um empresário de sucesso e não dependia do dinheiro da prefeitura, os eleitores iam ao delírio. Finalmente Ilhéus teria um prefeito que governaria com o povo. E a cada caminhada pelos bairros periféricos e morros Valderico desfiava seu corolário de realizações, que daqui pra frente beneficiaria, sobretudo os mais pobres, gente simples, assim como ele, que falava a língua do povo.

A educação seria tratada como nunca e não ficaria um só aluno fora da sala de aula, recebendo merenda de qualidade e ensino durante todo o dia, com matérias profissionalizantes, para que o jovem aprendesse uma ocupação de verdade. A partir do início do seu governo construiria creches para que os pais pudessem trabalhar o dia inteiro, enquanto os filhos ficariam sob os cuidados da prefeitura.

E as camadas mais pobres da população poderiam ter certeza que Valderico Reis iria a Brasília buscar recursos para construir casas populares, livrando-os dos pesados alugueis. Para isso já teria conversado com deputados e senadores para tirar Ilhéus do atraso, das ruas esburacadas e cheia de lama. Até o final do seu mandato Ilhéus inteira teria asfalto de primeira em todas as ruas.

A saúde era outro segmento que Valderico Reis prometia privilegiar, pois sabia dar valor, por ter origem humilde. Num desses comícios, mais exatamente no bairro Nossa Senhora das Vitórias, iniciou falando do descaso do governo municipal com os moradores, relegados ao abandono, mostrando que não existia esgoto no local, o lixo não era recolhido e nem posto de saúde existia.

Por si só, o bairro carecia de tudo que Valderico prometia fazer para o bem-estar da população. A cada promessa, gritos de apoiado, salva de palmas, o povo entrava em delírio. Não restavam dúvidas que era o candidato ideal para governar Ilhéus. Lá pras tantas, empolgado com a atenção dos moradores, ao ver umas senhoras de idade, resolveu fazer ampliar as promessas, e disse:

– Quando eu for prefeito vou implantar cirurgia plástica nos postos de saúde e todas as mulheres vão ter direito a ficar com os peitos durinhos – exclamou.

E para demonstrar que estava falando a verdade, pegou nos seios de uma mocinha que estava ao seu lado e se saiu com mais essa:

– Não estou mentido não, todas vocês vão ficar como essa menina aqui, ó! – e continuou com o discurso, embora não tirasse a mão do corpo da mocinha, para delírio da plateia.

No fundo do palanque os marqueteiros Valdomiro Júnior e Vander Prata comemoravam a vitória da campanha. Não deu outra, Valderico Reis ganhou a eleição disparado. Quanto às promessas…deixa pra depois…


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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Sem nenhuma dúvida, é ela, a reforma política, a maior tapeação do Parlamento brasileiro, das duas Casas Legislativas do Congresso Nacional : Câmara dos Deputados e Senado da República.

Só é lembrada em ano de eleição. Mas tudo com muita demagogia e um festival de cinismo. Depois é só enrolação, conversa pra boi dormir, como diz a sabedoria popular.

Se é um tema que não interessa aos senhores políticos, deixando de fora as pouquíssimas exceções, é o da importante e imprescindível reforma política. Não querem acabar com a podridão, com o cheiro fétido que exala das artimanhas do movediço e traiçoeiro mundo da política.

Poderia muito bem enumerar todos os absurdos do sistema político-eleitoral brasileiro. É de ficar assombrado com a sabedoria, esperteza e a malandragem. Um jeitinho pra lá, outro pra cá, para acomodar os interesses dos parlamentares.

É preciso criar critérios para a indicação de suplente de senador. Não tem cabimento o que vem acontecendo. Ninguém diz nada. O corporativismo fala mais alto e desafia quem ousa em enfrentá-lo.

Vejamos o exemplo do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressista (PP), legenda mais influente do Centrão, agrupamento partidário adepto fervoroso do toma lá, dá cá, e muito eficiente na missão de tornar o chefe do Palácio do Planalto de plantão como refém, obviamente o dominado mais ilustre.

Vale lembrar que a arma principal do Centrão, o seu instrumento de chantagem, o seu meio de usufruir das benesses inerentes ao poder, é a ameaça de abertura de um pedido de impeachment. Outro detalhe é que o presidente da República não pode deixar sua popularidade cair, sob pena do Centrão deixá-lo no meio do caminho, como aconteceu com a coitada da Dilma Rousseff (PT).

Quem vai assumir o lugar de Nogueira no Senado, com sua nomeação para a Casa Civil do governo Bolsonaro, é sua mãe, a empresária Eliane Nogueira, 72 anos.

É por esses e muitos outros motivos que a reforma política é sempre deixada no esquecimento, na sarjeta. Só lembram dela em época eleitoreira, para fazer demagogia. Depois jogam na lata do lixo.

Pois é. E assim caminha a humanidade. Ou melhor, a política brasileira com os senhores “homens públicos” pensando só em arrumar o próprio quintal, seguindo a “vida de murici”, que cada qual cuide de si.

Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, Amém, diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, hoje em um lugar chamado de eternidade.

Cadê a reforma política? Nem o posto Ipiranga sabe a resposta. 


Marco Wense é Analista Político

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O Itabunense gosta de trabalhar, da boa música e do bom futebol // Foto de Pedro Augusto

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Nesta quarta-feira – 28 de julho – Itabuna completa 111 anos de emancipação político-administrativa e, mesmo maltratada que foi durante esse período de pandemia, comemora. Mas quem irá contrariá-la? Para uma cidade cosmopolita como Itabuna pouco importa a dificuldade sofrida, as intervenções desastrosas que tentaram frear o seu costumeiro desenvolvimento. Sabe superá-las.

Itabuna nasceu para brilhar! Se atualmente não nos mostra mais o espetáculo feérico com suas luzes de neon e acrílico nas fachadas das lojas da avenida do Cinquentenário, é porque se tornou mais discreta com o passar dos anos. Saudosistas – como eu – por certo gostariam de ver suas vitrines decoradas com a moda mais recente, exibindo com orgulho as cores de sua bandeira na ornamentação.

Isso deve ser coisa do passado! Ou não. Quem sabe ainda se recupera dos meses de fechamento, medidas tomadas para conter o temível vírus que ceifou muitas vidas nessa sua passagem desenfreada. Não é a primeira vez que Itabuna sofre um revés dessa magnitude e se recupera seguindo fielmente aquela letra do samba de Paulo Vanzolini: “Levanta sacode a poeira e dá a volta por cima”.

Se voltarmos um pouco na história, Itabuna – ainda distrito de Ilhéus – já possuía sua Associação Comercial, instituição atuante e que lutou bravamente para a transformação da vila em cidade, luta finalmente vitoriosa em 1910. Fundada em 1908, a Associação Comercial nasceu pioneira no Sul da Bahia e sua coirmã de Ilhéus foi criada apenas quatro anos depois – em novembro de 1912.

No comércio, o pioneirismo tomou o mesmo caminho pioneiro com o Clube de Diretores Lojistas – posteriormente Câmara de Dirigentes Lojistas – entidade fundada em 1963, seguindo o exemplo do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. A entidade não se restringiu às promoções em datas importantes como Natal, Dia da Cidade, Dia das Mães, Dia dos Pais e inovou com os concursos de vitrines em todas as datas comemorativas.

As grandes lojas nacionais abriam suas filiais em Itabuna e se notabilizavam pelo volume de vendas e cada espaço da avenida do Cinquentenário era disputado pelas tradicionais redes varejistas, que “brigavam” em pé de igualdade com as lojas locais. Os lançamentos das badaladas grifes eram realizadas simultaneamente com as grandes capitais brasileiras. Os long plays nacionais e internacionais tocavam em nossas três emissoras de rádio no mesmo dia em que estreavam em Rio e São Paulo.

Não sei se o itabunense era e ainda o é exibido, mas dançava nos clubes e boates ao som de bandas de sucesso e cantores contratados a peso de ouro, mesmo tendo à disposição músicos de primeira qualidade na banda Lord (show, ritmos e hoje Lordão). Chegavam aos clubes em carrões do tipo Aero Willys, Simca Chambord, Esplanadas, Galaxy e LTD Laudau, Opalas, vendidos pelas concessionárias que ganhavam prêmios como campeões de venda em todo o Brasil.

Era a época de ouro do cacau, das enormes fazendas de gado, de nossas casas bancárias e bancos comerciais locais, que movimentavam a economia regional junto com as grandes exportadoras de cacau, todas sediadas em Itabuna. É verdade que sofremos bastante com a chegada da vassoura de bruxa, mas lembramos da expertise anterior de ultrapassar as barreiras com outras doenças que atacavam o cacau, inclusive a pior delas, a oscilação de preço comandada pelo mercado internacional.

O Itabunense gosta de trabalhar, da boa música e do bom futebol. Não esconde que passou alguns anos longe do sucesso nos gramados, e, aos poucos, ensaia o retorno. E não poderia ser diferente, até para homenagear os craques de nossa seleção amadora hexacampeã, bem como os atletas do Rio Banco, de Itabuna, que em 1920, ao marcar o primeiro gol contra o Ypiranga, de Ilhéus, em jogo não terminou. Os ilheenses declararam guerra e sequestraram até o “trem de ferro” que logo retornaria a Itabuna.

O Itabunense não se abate e muitas vezes reclama com altivez dos que maltratam a sua cidade, levando-os ao ostracismo político com a mesma intensidade que os distinguiu e os elegeu. E segue a vida. É justamente esse comportamento que faz com que a cidade consiga superar grande parte das dificuldades, transformando-as em pautas de interesse econômico e social, por meio da geração de emprego e renda.

E como lembrar é preciso, na última década do século passado (nem tão distante) a economia de Itabuna despencou, fruto da colaboração do poder público municipal, chegando a fechar quase todas concessionárias de veículos. Cinco anos depois, todas elas estavam de volta e realizando bons negócios, numa demonstração de sua vocação natural para o comércio, indústria e os serviços.

Itabuna é a cidade do primeiro shopping center, do grande polo da educação, do centro de excelência da saúde, do comércio e serviços automotivos, das indústrias, dos serviços econômicos, administrativos e contábeis e do direito. Como num passe de mágica, as dificuldades da pandemia fez surgir a indústria e comércio informal de alimentação, com todas as vantagens e conforto do delivery, sem que alguém tivesse qualquer formação ou treinamento formal.

É Itabuna o maior palco para os artistas da música, que se apresentam com frequência nas centenas de barzinhos noturnos espalhados no centro e nos diversos bairros. É Itabuna o point dos botecos especializados, onde o cliente tem cadeira cativa; das cervejas artesanais de qualidade, produzidas pelos amigos ou conhecidos do dia a dia, gente nossa que faz acontecer sem firulas.

É a mais cosmopolita das cidades baianas. E não poderia ser diferente por ser uma cidade para onde convergiram pessoas de todas as nações, etnias e religiões, na mais perfeita harmonia. O judeu é o maior amigo do árabe; o negro, o branco e o amarelo são simples cores de uma paleta ou aquarela para que os artistas expressem seus sentimentos. Existem os dissonantes, paciência, estes também fazem parte da natureza humana.


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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Vou até deixar de lado o forte rugido do leão contra a soberba do lulopetismo baiano, adepto fervoroso de que o PT deve passar mais oito anos no comando do Palácio de Ondina.

Os lulominions querem Wagner eleito para o terceiro mandato como governador da Boa Terra. Se elegendo, será candidato à reeleição. Que coisa, hein! O engraçado é que o PT se queixava do domínio do PSDB no Estado de São Paulo. Agora faz a mesma coisa na Bahia. Não quer “largar o osso”, como diz a sabedoria popular.

Os dois integrantes mais rebeldes da base aliada, entusiasmados seguidores de que é hora do PT ceder, são João Leão (PP) e Angelo Coronel, respectivamente vice-governador e senador pelo PSD.

João e o Coronel, em toda entrevista, não perdem a oportunidade de dizer que o PT precisa calçar as sandálias da humildade e reconhecer que chegou o momento de recuar e aceitar um nome para encabeçar a majoritária de outra agremiação partidária.

O PT só enxerga o PT, o próprio umbigo. O petista-mor, ex-presidente Lula, assim que deixou a prisão, onde passou 580 dias, declarou que “o PT é partido de receber apoio e não de apoiar”.

E mais: ao sair da cadeia, se libertando do calvário, Lula condicionou as alianças com o PT à defesa do movimento “Lula Inocente”, que substituiu o “Lula Livre”. Lembro que o governador Rui Costa se posicionou contrário a vincular qualquer acordo político a tais exigências, o que terminou deixando o chefe irritado. Afinal, era uma afronta, um desafio ao “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Leão e o Coronel parecem acreditar naquele ditado do povo que diz que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

Ledo engano. O lulopetismo só enxerga o seu lado. Os incomodados que procurem outro caminho, uma lavagem de roupa.

O que chama mais atenção nessa composição da chapa majoritária é o cruzar dos braços do PSB, aceitando ser uma mera peça decorativa na sucessão estadual. A legenda socialista sequer é citada nas articulações. A preocupação do petismo com a sigla é zero. É como se o PSB estivesse dominado.

O ano eleitoral de 2022 vai ser marcado por muito teatro, ingratidão, cinismo e traição. 


Marco Wense é Analista Político

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Brasília, onde se resolve tudo no jeitinho

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Casuísmos não faltam à administração pública no Brasil. E não é coisa de agora, já nasceu colocando um absurdo no registro de nascimento: a famosa carta enviada pelo escrivão Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel, em que pedia benesses para seus familiares por participar do descobrimento deste Brasil varonil. Embora eu pessoalmente não tenha ciência do resultado, acredito que o pleito tenha sido deferido, pois era costume à época.

Naquele tempo, tudo podia desde que o rei, Sua Majestade, concedesse os benefícios reais a qualquer dos súditos, por relevantes serviços prestados ao Reino ou mesmo à Coroa. Afinal, como dizia o Rei Luiz XIV, o brilhante Rei Sol, “L’État c’est moi”, ou “o Estado sou eu”, pois exercia o poder absoluto sobre o reino da França por 72 longos anos de deslumbramento.

Mas vamos nos ater no Brasil, que copiou ou transferiu os costumes reinantes da Corte de Portugal, mesmo antes de Dom João VI desembarcar em Salvador e no Rio de Janeiro, distribuindo concessões por onde passasse e a quem lhe pedisse. Além dos benefícios financeiros, com sinecuras tantas, ainda existiam os títulos de nobreza dados desde aos mordomos e outros cuidadores reais, até aos ricos bajuladores do poder.

Com a proclamação da República, pensavam alguns que os usos e costumes mudariam, conforme a etimologia do nome res publica, coisa de todos, do povo, o que acabou não acontecendo, na realidade. República instalada, tinham os que queriam a república ditatorial, que foram defenestrados, e os que preferiam a república democrática, engrossados pelos que apoiavam a monarquia e que não queriam perder as benesses.

Nos costumes de hoje, aquela turma de antes levava a sua mesada – e olhe que ainda não tínhamos criado o mensalão – para emprestar o apoio ao governante de plantão, já sob o argumento da governabilidade. E assim passaram os anos e governos nas esferas federal, estadual e municipal, diferenciando-os apenas no índice de poder e de concessões aos amigos e colaboradores.

Sem qualquer constrangimento, muda-se de partido como quem muda de camisa, com a explicação na ponta da língua, desde que a reciprocidade seja entregue por meios diversos, desde em cédulas em vigor no Brasil ou em países estrangeiros. Podiam, e ainda podem, ser esses pagamentos feitos na base do escambo: voto no seu interesse e recebo favor nos mesmos moldes.

Daí é que acredito tenha sido criada a emenda parlamentar, na qual o beneficiado não é o popular, alguém do povo, mas o próprio político, com uma obra que, coincidentemente, passe pela porteira de sua fazenda, o asfaltamento da rua onde more. Fatos apontam, também, para a informação privilegiada de determinada vultosa obra, onde quem compartilha o segredo passa a comprar léguas e mais léguas de terra.

Como nos mostrou o mensalão e o petrolão, outros meios mais sofisticados foram criados para esconder dos fuxiqueiros, a exemplo do apoio de terceiros, com as riquíssimas colaborações nas campanhas eleitorais. Eu beneficio você, que também me beneficia, pois já recebeu o benefício dado de forma bastante desinteressada do meu amigo e que passa a ser seu amigo.

Assim ficou tudo mais fácil, pois as leis passaram a ser feitas de acordo com os interesses de nosso grupo, beneficiando aqueles que compartilham não só nossas ideias e redes sociais, mas a nossa esperteza. E tudo se resolve entre quatro paredes, como a rodovia litorânea que de repente cisma em se desviar para o interior, sob qualquer desculpa técnica que mereça ser dada.

Há outro jeitinho nas leis para os que gostam de enveredar por caminhos mais fáceis e que alguns chamam de tortuosos, com a singela finalidade de escapar das garras da lei, não importando de que lado possa estar. Se já tivemos a chamada Lei Fleury, nada nos impede que possamos ter a lei que quisermos. Ora, o congresso sempre dá um jeitinho para aprovar a reeleição de uns e cassar a de outros, como quer FHC.

Os fins justificam os meios, não podemos é deixar de honrar os pedidos de nossos amigos mais chegados. Ora, casuísmo é apenas a submissão de um pensamento e o apoio a um chegado. Como se diz: O amigo tem de ser amigo do amigo, do contrário, não é amigo do amigo. E o que o brasileiro mais preza é ser amigos dos amigos! E olha que a res publica deveria ser de todos…


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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Dr. Mangabeira foi candidato a prefeito de Itabuna duas vezes

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A saída do Dr. Mangabeira do processo eleitoral vai fortalecer os chamados “profissionais” do mundo da política, afastando assim os que as velhas raposas chamam de “amadores”.

Ser amador é não seguir os ensinamentos do maquiavelismo, do vale tudo para conquistar o poder. É não rezar na cartilha de que os fins justificam os meios. É não fazer o toma lá, dá cá. É não ser demagogo e mentiroso. É dizer não aos acordos espúrios.

Mangabeira, que foi duas vezes candidato a prefeito de Itabuna pelo PDT, hoje suplente de deputado federal, sempre fez campanha assentado na ética, sem mentir, sem enganar o eleitor. Bancou seu caminho político com dinheiro do próprio bolso.

Com Mangabeira fora do processo político, quem ganha são os velhos conhecidos de sempre. Quem perde é a sociedade. O tchau de Mangabeira para a política vai fazer com que os “amadores” se afastem dela como o diabo da cruz, deixando os “profissionais” do jeito que eles querem, sem adversários de mãos limpas.

Os “profissionais” da política, com a maioria esmagadora aumentando suas contas bancárias a cada mandato, fazem festa, comemoram efusivamente quando os “amadores” recuam.

A saída de Mangabeira da política partidária inibe o surgimento de novas lideranças.

Os mesmos de sempre vão continuar dando as cartas, o que é lamentável.


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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