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Tentando não ser fútil

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Cresci ouvindo dizer que o mundo estaria entrando na Era de Aquário, saindo da Era do Patriarcado, onde a figura do masculino e a opressão do feminino estavam chegando ao fim, finalmente o mundo entraria em uma fase de grandes mudanças.

Vejo que essa mudança no mundo chegou com a internet e as tecnologias 4 e 5G que carregamos na mão, nos dando informações contínuas a cada segundo.

É notório que lutas pelo empoderamento feminino, a igualdade racial, a identidade de gênero e a orientação sexual de cada indivíduo abalou com os pilares da moralidade social, e o conservadorismo no mundo vive um momento delicado. Existe sim uma mudança!

Esses temas apontam para um novo caminho da humanidade, e segundo Eduardo Marinho, não viveremos para ver o mundo evoluído, mas, veremos o mundo evoluindo. Essas mudanças são a evolução da humanidade?

Eu, particularmente, esperava mais, principalmente dessa nova geração que, diferente da minha, tem muita informação e conhecimento. O problema é que a futilidade tem imperado no nosso cotidiano.

Estamos em um momento de grandes e reais descobertas e infelizmente nossa juventude virou a geração TikTok, Instagram, Twitter, de informações fúteis e cancelamentos. Jovens têm ganhado milhões de seguidores e feito fortunas nas redes sociais, ostentando roupas e carros caros, fazendo dancinhas, arrotando bobagens ou simplesmente fazendo nudes.

Fico a imaginar o que seria do nosso mundo se Albert Einstein, Nikola Tesla, Thomas Edison e tantos outros gênios tivessem acesso a quantidade de informação que temos hoje. Acredito que teríamos um mundo melhor, com mais soluções e menos futilidades.

Precisamos usar mais todo esse conhecimento que o Nosso Criador tem nos disponibilizado de uma forma mais útil para a humanidade. Substituindo o cancelamento pelo conhecimento compartilhado.

Essa geração precisa começar a pensar em soluções para o desmatamento, o aquecimento global, o controle de natalidade, a falta de alimento e água potável no mundo e a briga insana pelo poder. Estamos caminhando a passos largos para CANCELAR O MUNDO QUE VIVEMOS. 


Arnold Coelho
Tentando não ser fútil.

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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A situação de João Roma, ministro da Cidadania, é politicamente complicada. Sabe que sua candidatura ao governo da Bahia não tem força suficiente para despolarizar a disputa entre ACM Neto (DEM) e o senador Jaques Wagner (PT).

Roma será forçado a postular o comando do Palácio de Ondina por determinação (ou imposição) do presidente Bolsonaro. Com efeito, o que se comenta nos bastidores é que sua indicação ao ministério foi condicionada a sua candidatura ao cargo mais cobiçado do Poder Executivo estadual.

Bolsonaro precisa de palanques no nordeste, mais especificamente na Bahia, reduto eleitoral mais expressivo da Região, que tem o PT governando por muito tempo. Com o fim do mandato de Rui Costa, que ainda não se decidiu sobre seu futuro político, são 16 anos de lulopetismo no comando da Boa Terra.

Como não bastasse a certeza de que dificilmente criará dificuldades para Neto e Wagner, Roma terá que buscar outro abrigo partidário, já que o Republicanos não abre mão de apoiar o ex-gestor soteropolitano. O PL, agora a legenda do chefe, é o destino natural do ex-netista, que junto com Bruno Reis, atual prefeito de Salvador, são considerados como as duas crias políticas mais importantes de ACM Neto.

Postular um cargo sem nenhuma esperança de que pode ter alguma chance deve ser algo horrível. Para que o desastre político não seja total, a saída é eleger a esposa para o Parlamento federal.

A ausência física da autoridade-mor da República durante as enchentes, que preferiu continuar curtindo suas férias no litoral de Santa Catarina, pra lá e pra cá com seu potente jet ski, oxigenou mais ainda a polarização e o desestímulo de Roma, que em conversas reservadas se mostrou irritado com Bolsonaro.

A caminhada do ex-aliado de carteirinha de ACM Neto é cada vez mais difícil. E do lado de um presidente que amarga uma rejeição beirando a 65% no eleitorado baiano, se torna um tormento.

Os evangélicos da Igreja Universal do Reino de Deus, representados partidariamente pelo Republicanos, sob a batuta do bispo-deputado federal Márcio Marinho, diriam que “só Deus na causa” para tirar alguns obstáculos do caminho de João Roma.

No mais, esperar os 30 dias que antecedem as convenções partidárias para que o cenário fique mais transparente, menos embaçado. O nevoeiro, que hoje encoberta o jogo político, as intenções dos pré-candidatos e suas estratégias, vai dissipar. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Ciclista Murilo Benevides

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Ibicaraí parou, atônita, diante de uma improvável e gigantesca tragédia. Como pode alguém do bem, que nunca fez o mal para ninguém, que era admirado por todos, que era um exemplo de homem, marido, filho, irmão, amigo e professor, ‘partir’ de forma tão trágica e prematura?

Estamos todos fazendo a mesma pergunta, incrédulos, sem acreditar que Murilo Benevides se foi. Como pode alguém tão legal, gente fina, praticante de esporte, ‘vendendo’ saúde fazer sua última pedalada tão cedo?

Inúmeras vezes nos últimos 8 anos eu me deparei com Murilo na pista. Eu, sempre correndo – pois não sei pedalar – e ele de bike, sempre muito veloz, puxando a turma (ele era muito rápido) ou simplesmente pedalando com a sua esposa.

Nossa! A BR-415 não será mais a mesma. A pista está triste e ficará órfã para sempre do nosso maior exemplo de dedicação ao esporte amador.

Quem nunca usou Murilo Benevides como exemplo de atleta dedicado? Quem nunca brincou dizendo: um dia te acompanho! ‘O homem era fera’, pedalava muito e inspirava quem estava começando.

Murilo Benevides era professor de História do colégio Guedes Educandário e por quatro anos deu aula para a minha filha Gabriela. Ele era, segundo Gabriela, o melhor professor que ela já teve, e graças ao seu farto conhecimento e sua forma fácil de ensinar história, ajudou minha filha a ingressar na UESC.
Quantos alunos passaram pelo professor Murilo?

Quantos ciclistas e corredores começaram graças a Murilo?

Tudo para ele parecia fácil e, por parecer fácil, surgia sempre um novo seguidor.

É triste dizer, mas, nesse momento de imenso e profundo aperto no coração, é preciso concordar com o saudoso
Renato Russo e a sua banda Legião Urbana: OS BONS MORREM JOVENS! 


Arnold Coelho
Um, entre muitos que se arriscam na BR-415 para fazer o que gosta, praticar esporte.

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Luiz Carlos Barroso, de apenas 58 anos

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Nesta sexta-feira (10) acordei preocupado com chuvas que se abatem por toda a região Sul da Bahia e áreas limites configuradas no Alerta Vermelho emitido pelos institutos de meteorologia. Em casa, tudo em ordem, embora as incessantes chuvas nos deixem preocupados. Afinal, mesmo que diretamente não sejamos atingidos, muitas famílias sofrem com o desabrigo e a perda de bens móveis, semoventes e imóveis.

A todo instante nos chegam – via redes sociais – notícias com imagens de áreas inundadas, casas, pontes e estradas submersas, impedindo o ir e vir. Pelo que sei, os eventos da natureza não são obrigados a respeitar os ditames da nossa constituição e somente nos resta a chorar pelas desgraças que abatem os que habitam nessas áreas tristemente atingidas.

Desde menino que ouvia e até aprendi serem as chuvas o sinal de bonança, muita fartura na agropecuária, comemoradas exaustivamente pela população, o que teria criado os festejos a São João. Os mais velhos asseguravam que as mudanças em tempo de chuvas representavam bons augúrios, felicidade na nova casa, na cidade escolhida, enfim, garantia de sucesso na futura empreitada.

Mas nem sempre isso acontece. Basta recordarmos a lição feita em forma de canção deixada por Gordurinha (Waldeck Artur de Macedo, cantor compositor, radialista), em sua grande obra Súplica Cearense). “Oh! Deus, perdoe este pobre coitado/ Que de joelhos rezou um bocado/ Pedindo pra chuva cair sem parar/ Oh! Deus, será que o senhor se zangou/E só por isso o sol arretirou/ Fazendo cair toda a chuva que há…”

Mas as coisas não acontecem exatamente como queremos, de acordo com nossas vontades, que mudam a cada momento, de acordo com nossas necessidades, sejam elas prementes ou não. Pedimos chuva para não faltar água, criar animais e a plantação; sol para o cumprimos o vai e vem nosso dia a dia, não nos molhar no ir e vir, ou simplesmente irmos à praia, pegar um bronzeado.

Mas como na música de Gordurinha, nunca sabemos como pedir: “Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho/ Pedir pra chover, mas chover de mansinho/ Pra ver se nascia uma planta no chão/ Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,/ Eu acho que a culpa foi/ Desse pobre que nem sabe fazer oração…”. E arremata: “…Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno/ Desculpe eu pedir para acabar com o inferno/Que sempre queimou o meu Ceará”.

Baseado na premissa de que a chuva traz felicidade, quero homenagear outro colega radialista, desta vez o operador de som (sonoplasta) itabunense Luiz Carlos Barroso, de apenas 58 anos, que faleceu na noite desta quinta-feira (9), no Hospital de Base de Itabuna. Ele foi acometido da Covid-19, que lhe deixou algumas complicações cardiovasculares, deixando a mulher (Márcia) e os filhos Roberto e Roberta.

Há muito que não nos encontramos para aquele bate-papo comprido, relembrando coisas do passado, em que trabalhamos juntos na apresentação do Programa De Fazenda em Fazenda, na Rádio Difusora de Itabuna. Àquela época cumpríamos um ritual ímpar, pois éramos quem abríamos a programação da emissora às 4 horas e seguíamos até as 7 da manhã, com um programa líder em audiência. De segunda a sábado, às 3h20min passava o carro da Ceplac em minha casa e seguíamos para a casa de Barroso.

Separados por uma parede com um painel de vidro, mais do que cumprir um roteiro do programa com sintonia, tínhamos uma cumplicidade nas ações, ao ouvir os ouvintes ao telefone e colocá-los no ar, para dar os famosos recados para as fazendas. Final do programa, numa simples conversa escolhíamos a programação musical do dia seguinte e qualquer mudança era como se fosse telepatia.

Outra ocasião trabalhamos juntos numa campanha eleitoral em que escrevi e dirigi o programa de rádio de um candidato a prefeito em Itabuna, apresentado por outro grande do rádio de Itabuna, Paulo Vicente. Fizemos um trabalho maravilhoso, tanto assim, que os temas apresentados passaram a ser discutidos em toda a cidade, principalmente os quadros humorísticos com Paulo Leonardo e Florentina Jerimum.

Um certo dia, ao ouvirmos o horário eleitoral, aconteceu o inusitado: o programa do adversário, apresentado antes do nosso candidato, respondia algumas denúncias que seriam feitas em seguida. Após analisarmos todas as questões, descobrimos que nosso programa era ouvido ao ser entregue na emissora responsável pela veiculação, por um operador que trabalhava na campanha desse adversário.

E mudamos nossa estratégia: Em vez de entregarmos à noite, como fazíamos, passamos a entregar a fita cassete às 4 da manhã, impedindo que a produção do candidato adversário pudesse fazer qualquer manipulação. E era o Barroso que, antes de abrir a Rádio Difusora, onde trabalhava, passava, de motocicleta, na outra emissora para entregar a fita do programa que iria ao ar logo mais às 7 horas. Nem precisamos recorrer à Justiça Eleitoral, pois nosso candidato estava melhor colocado e ganhou a eleição.

Enquanto a chuva continua caindo incessantemente, minha mente reproduz imagens das enchentes, das pessoas que estão sofrendo com os dissabores e choro por todas elas, como choram a família, os amigos e colegas por Luiz Carlos Barroso. Como diz o ditado: É triste o momento da partida, mas prefiro acreditar que o “velho Barroso” se muda deste mundo com o presságio de que os augúrios das chuvas lhes acompanhe nesta mudança. 


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Adotando a nomenclatura “Z4”, cuja qual se refere ao trabalho efetivo de barreira sanitária dos municípios da Zona 4 (Almadina, Coaraci, Itapitanga e Itajuípe), surgido durante o grande índice de contaminação da Covid-19, é possível fazer uma análise acerca desses municípios quanto às viabilidades jurídicas eleitorais.

Analisando inicialmente a cidade de Almadina, governada por Milton Cerqueira (Partido Podemos), é possível verificar juridicamente sua impossibilidade de renúncia no início do ano de 2024, com a pretensão de se candidatar a prefeito da cidade de Coaraci-BA. Ocorre que, trazendo para uma análise técnica, tal situação não possui embasamento jurídico, como visto no entendimento do STF, cujo qual denominou essa conjuntura de “prefeito itinerante” ou “prefeito profissional”, onde o cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de determinado município, fica inelegível para cargo da mesma natureza em quaisquer outro município da Federação (Reg 367.485) e, além disso, também é necessário fazer referência ao Art. 14 da Constituição Federal, pelo qual versa sobre a proibição do terceiro mandato, mesmo que seja em outro município.

Já em Coaraci, administrada pelo Jadson Albano (PP), após análise da pretendida candidatura de sua esposa para as eleições de 2024, como sua sucessora, foi concluído que tal situação é vedada em todas as hipóteses. Vejamos:

▶️ Mesmo o prefeito renunciando durante o segundo mandato;
▶️ Mesmo que renuncie e mude o domicílio eleitoral e;
▶️ Mesmo sendo casado durante o segundo mandato.

O mesmo ocorre para o seu sogro, uma vez que o mesmo é parente de primeiro grau por afinidade. Entretanto, nada o impede, por exemplo, de lançar a candidatura da sobrinha como sua sucessora (como vem especulando sua filiação (União Brasil), sendo uma fonte de reaproximação desde já ao grupo de ACM Neto).

Em Itapitanga, o atual prefeito Ro (PSB), não poderá ser candidato a reeleição, pois apesar de ter assumido o seu primeiro mandato, com a morte prematura de Demival, o STF já deixou claro que, apesar do mesmo ter estabelecido um mandato menor do que 8 (oito) anos, nos dois mandatos ele fica impedido de se candidatar novamente.

Tratando-se de Itajuípe, onde o prefeito Marcone Amaral (PSD), vem sinalizando sua pretensão em se desvincular do cargo atual para se candidatar a Deputado Estadual, vale o esclarecimento que, caso não obtenha sucesso nas eleições de 2022, não poderá retornar ao cargo de prefeito. Sendo assim, com a renúncia do mesmo, o seu vice Léo da Capoeira, detém o direito de ser prefeito, de fato. Dessa forma, resta saber, no caso de ausência de êxito nas eleições para deputado em 2022, qual será o seu posicionamento político nas eleições de 2024.

Qual a opinião de vocês sobre todo esse cenário político e suas especificidades? 


Dr. Wagner Ayres é economista e advogado com especialização em Direito Público e Administração Pública.

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Se depois do advento e popularização do smartfone os políticos continuam fazendo promessas das mais absurdas, imagine no tempo em que um simples gravador de áudio era uma das peças mais difíceis, por ser um trambolho grande, pesado e sem tecnologia. Nesse tempo, então, se prometia um rio de leite e uma barranca de cuscuz em troca de um simples voto, ao primeiro eleitor que encontrasse.

E essa prática ocorria em todo o Brasil brasileiro, de norte ao sul e do leste a oeste, sem distinção de cor ou ideologia partidária. Para ser mais coerente com o que digo, faziam parte dos discursos em praça pública, em cima dos palanques dos famosos comícios realizados pelas coligações, com a simples finalidade de mostrar intimidade com prefeitos, governadores, e até o presidente da República.

Além dessa prática poderosa, outros políticos, principalmente os da chamada ideologia de esquerda e/ou populista, utilizavam, ainda, outro artifício, principalmente com grupos e classes. Geralmente vendiam a aparente igualdade, apelando para o discurso que teria vindo de baixo, daí a importância de que votassem nele, por ser exímio conhecedor dos problemas sofridos pela grande massa dos trabalhadores.

De início, o apelo era considerado fraco e somente uma meia dúzia se beneficiava dessa situação, já que o apelo ideológico não conseguia encher a barriga de ninguém, muito menos satisfazer outras necessidades básicas da família. Bom mesmo era o político que dava uma ajuda substancial, com um bom corte de brim, um sapato Vulcabras, um dinheiro para completar as despesas da feira.

Mas com o tempo, os eleitores também foram mudando de hábitos e passaram a se encantar com os discursos feitos sob medida para cada área da cidade e classe social pelos políticos de esquerda. Se não podiam barganhar o voto com as benesses financeiras pessoais, pregavam a igualdade e a disponibilidade de quem também sofreu como ele [o eleitor], e que estaria 24 horas por dia disponível no seu gabinete para recebê-lo.

📷 Foto de José Nazal

Um desses casos era lembrado por Raymundo Pacheco Sá Barreto, um exímio contador de histórias e estórias, além de ser aquele amigo que todo o mundo gosta. Profundo conhecedor de Ilhéus, sua política e história, foi nominado por Jorge Amado como o “último coronel do cacau”. Também afeito à lides política, Sá Barreto costumava contar essa hi(e)stória de um então candidato a prefeito de Ilhéus.

No último quartel do século passado, início de campanha à Prefeitura de Ilhéus, em que um dos candidatos caiu em campo na busca de votos pelo então Partido Democrático Brasileiro (PMDB). Para cada área da cidade ou grupo de pessoas tinha um discurso pronto e se apresentava como a solução para todos os problemas de Ilhéus, inclusive aqueles que o prefeito Antônio Olímpio não tinha conseguido resolver.

Nessa empreitada contava com Sá Barreto, conhecedor e bem chegado em todas as “bibocas” e seus ocupantes de Ilhéus. Lá, o candidato a prefeito abria o vozeirão para prometer Ilhéus como o melhor lugar do mundo para se morar, desde que lhe elegessem, é claro. E a campanha crescia a olhos vistos, tanto que o candidato aparecia na liderança em todas as pesquisas eleitorais.

E muita sola de sapato e discurso para todos os gostos eram feitos dia e noite, sempre prometendo a Ilhéus dos sonhos, que somente ele conseguiria transformar, desde que lhe colocassem no Palácio Paranaguá. Era um tal de subir e descer morros, reuniões com associações, almoços nas casas dos coligados, terreiros de candomblé, igrejas e escolas, na sede e nos distritos e povoados.

Num determinado dia, o candidato falava para as professoras, exaltando as qualidades da categoria e dizendo ser testemunha disso, por ter sido sua mãe professora. Noutro dia, um discurso igualzinho foi feito para as lavadeiras, sempre com a mesma defesa, o que preocupou o velho e experiente Sá Barreto, que pretendia levar seu candidato em alguns locais, esses não tão bem-afamados.

Para evitar esse dissabor, Sá Barreto chama se candidato no dia seguinte e faz um alerta:
– Meu amigo, pare com esse tipo de discurso, pois amanhã nós vamos fazer campanha nas casas de umas “conhecidas minhas” e não fica bem você expor a pobrezinha de sua mãe num lugar daqueles – disse, com a autoridade de sempre.

Sá Barreto, que sempre jurou que essa história é verdadeira, também não costumava contar qual o teor do discurso que teria sido feito no local aprazado, embora a retórica tenha funcionado e seu candidato eleito. 


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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Uma das perguntas mais recorrentes nos bastidores do Direito Eleitoral é: “Vereadores do Cidadania e do PTC realmente podem perder o mandato por fraude latente da cota de gênero?”

Sabe-se que, pelo sistema proporcional, é compulsório devolver a proporção mínima de 30% e o máximo de 70%, para candidatura de cada sexo, intitulado como “cota de gênero”.

Além do desrespeito ocorrido no tocante ao número parental, existem casos em que a contagem de votos foi igual a zero, ou seja, não houve se quer o próprio voto, o que vai contra a Lei contida no Art. 83° (lei 9.504/97). Vale salientar que alguns candidatos não realizaram atos de campanhas em suas respectivas candidaturas, tampouco pediram votos para si e prestaram contas.

Um fator curioso ocorrido e, sem qualquer descrição, foi a candidatura de mãe e filho no mesmo pleito, bem como de cunhadas com alta relação de proximidade, sendo o apoio ferrenho em prol da campanha para apenas um deles, inclusive com exposição nas redes sociais. É realmente estarrecedor os indícios de votação e movimentação financeira zerada, campanha para outrem e laços familiares com o concorrente.

Apesar do juiz de piso ter julgado o processo como improcedente, O Tribunal de segunda instância (TRE), em conformidade ao parecer ministerial, solicitou por um dos seus membros julgados, o pedido de vistas, anulando a sentença de primeira instância e determinando o retorno dos autos à origem (Itabuna), para que ocorra a devida deflagração da fase instrutória, onde candidatos e dirigentes municipais devem ser ouvidos como testemunhas.

Se houver recontagem dos votos e o TRE julgar procedente, quais seriam os novos vereadores, na sua opinião? A possível perda do mandato dos mesmos, passaria uma maior credibilidade e justiça ao sistema eleitoral vigente? Deixe aqui nos comentários! 


Dr. Wagner Ayres é economista e advogado com especialização em Direito Público e Administração Pública.

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O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), sabe que precisa fazer uma urgente mudança na sua equipe de governo, mais especificamente no primeiro escalão.

Tem secretários que parecem hibernados no cargo. Andam sonolentos. Só acordam quando recebem o “faz me rir”. Não há sequer um esboço de um projeto, uma iniciativa elogiável.

Castro sabe quem são os que nada produzem. Tem informações sobre o que passa nas secretarias e em outros cargos do segundo escalão.

O problema é que a urgente reforma administrativa se esbarra no aspecto político. Ou seja, promover as inadiáveis alterações sem prejudicar à pré-candidatura de Andrea Castro, esposa do alcaide, ao Parlamento estadual.

O que se comenta nos bastidores é que não haverá exonerações. A imprescindível reforma será assentada no remanejamento das “peças” para outras funções. Uma espécie de freio de arrumação.

Como não bastasse essa dormência de alguns secretários, esse marasmo que salta aos olhos, Augusto tem pela frente os partidos que apoiaram sua então candidatura ao cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves.

Algumas lideranças dessas siglas acham que suas nomeações para o governo são intocáveis, que o chefe do Executivo não terá coragem de tomar qualquer decisão que possa contrariar a legenda.

Tem até dirigente partidário que ousa insinuar que a autoridade do prefeito, diante da contrapartida pelo apoio recebido na sua caminhada rumo ao cargo mais poderoso do Poder Executivo municipal, perde força, como se a eleição do atual gestor se devesse exclusivamente aos partidos coligados.

A reforma administrativa, que tem como viga principal o elemento coragem, é de uma urgência urgentíssima, sob pena de Augusto Castro, que sente na pele a diferença de ser prefeito e deputado estadual, perder o controle da situação.

Quem acompanha tudo de perto, além dos conhecidos adversários na sucessão de 2024, com destaque para o médico Isaac Nery (Republicanos), o vice-prefeito Enderson Guinho (DEM) e Capitão Azevedo (PL), é o fantasma da reeleição, já que nenhum prefeito na história política do município conseguiu o segundo mandato consecutivo.

Que o prefeito Augusto Castro faça uma reflexão sobre a importância de promover mudanças no governo. E já. Sem pestanejar.

No mais, torcer para que a gestão AC tenha sucesso. Os adeptos da famigerada política do quanto pior, melhor, são figuras “non gratas” a Itabuna.


Marco Wense é Analista Político

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A que ponto chegamos! Semana passada o país parou para debater uma questão homofóbica, ou um beijo gay de um garoto-herói fictício, filho do Super-Homem. Isso mesmo, Clark Kent (eterno herói dos HQ/TV/Cinema) ganhou um filho bi-sexual (Jon Kent), da produtora DC Comics, e em um dos episódios ele beija um outro garoto. Essa cena em quadrinhos incomodou mais que uma cena real de famílias saqueando um carro de lixo para pegar osso bovino para se alimentar.

A que ponto chegou a nossa “raça humana” – que está mais preocupada com “pseudos padrões sociais” do que com a miséria e a fome de milhões de brasileiros?

Não consigo acreditar que um beijo gay (de um personagem fictício) tenha mais relevância e incomode (parte da nossa sociedade) mais que a miséria de milhões de brasileiros. É muita hipocrisia!

Vi inúmeros comentários nas redes sociais e alguns curiosos, mas o que me chamou mais atenção foi o aviso de um ‘homem hétero’, dizendo que tudo começa assim, com um simples beijo, até o hétero virar a casaca. O cara estava preocupado e dando a entender que esse tipo de cena pode influenciar na opção sexual da pessoa.

Juro que fiquei a me perguntar se aquele indivíduo preocupado com o beijo gay é mesmo ‘hétero’, pois eu sou hétero e não me vejo ‘ameaçado’ por um beijo gay, seja na TV, cinema, nos HQ ou ao vivo. Cada um é o que é e beija quem quer.

Precisamos parar de olhar a vida alheia e começar a prestar mais atenção aos nossos atos diários. Em pleno século 21 é inadmissível você achar que é melhor ou está do lado ‘certo da força’ por ser hétero. Desde quando o gênero te torna um ser humano melhor? Precisamos entender que o gênero é o que menos importa. 


Arnold Coelho
João 13:34

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A vida por trás dos sorrisos nas redes sociais, especialmente quando trabalhamos nelas e com elas, tem perrengues que quase ninguém vê. Há exatamente um mês um acidente doméstico virou a minha vida pelo avesso, por exemplo. Uma queda, sensação de deslocamento do ombro, o braço e mão soltos, raio-x e o tão temido diagnóstico: fratura! Não muito pequena! A dias da inauguração da minha casa de eventos, o Casarão Cola Na Manu!

Um profissional sugeriu que não operasse no desespero, lembrando que estava em jogo a minha mão direita, força e principalmente escrita. “Como assim?! Eu sou escritora!”, foi a única coisa que passava na minha mente. Quando essa euforia de eventos passar, me vejo escrevendo mais livros, sonho escrever algo que vire filme ou novela, e só chorei pensando nisso. “Está sentindo muita dor?”, perguntavam. Mas o choro era da dor na alma, pensando no futuro. A dor física se fez minha amiga, quando entendi que dependia da minha mente ser forte ou não!

Passei por um turbilhão e hoje nem sei como. Sei que Simon Cavalcante, fisioterapeuta, foi uma luz com todas as suas orientações. Lembro da sensação de desmaio após o diagnóstico no hospital. Lembro da minha família ao meu redor dizendo que eu precisava reagir, e foi quando liguei para Dr. Eric Júnior e escutei “Deixe que eu resolvo tudo da cirurgia e do Plansul”, meu plano de saúde, e assim aconteceu! E eu só pedia a Deus que o médico sugerido por todos, mas que eu não conhecia até então, me desse a segurança que precisava para ficar bem, porque estudei comportamento humano e reconheço gente insegura a quilômetros de distância. (Tá aí um arrependimento na vida, inclusive!) Mas Dr. Alexandre Bulhões, especialista na área, me passou total segurança, a que eu precisava. “Isso é com ele!”, pensava. E segui! Sofri o que jamais conseguirei descrever, mas inaugurei o Casarão, com apoio de Marama, e três dias depois me internei.

Oi, Deus, sou eu de novo! Chegando na vida agora, mais uma vez. Não lembro de muita coisa, apenas que foram 30 dias dormindo sentada e acordando com câimbras; que fui muitíssimo bem tratada no hospital e que todos falavam do show de Harmonia; que não consegui deitar na maca do centro cirúrgico, tamanha dor; que fiz um pequeno escândalo lá dentro pedindo que chamassem logo o meu médico e todos riam afirmando que todos eles eram médicos também, até ele entrar e aí apaguei; Mas lembro da selfie na manhã seguinte, que tirei após banho e batom, o que me rendeu muitas risadas com amigos e familiares no WhatsApp. “A mulher acabou de sair de uma cirurgia e tá toda maquiada!”. São coisas assim que distraem a mente e não nos permite surtar com tudo o que está passando! Hoje, usando as duas mãos, escrevo este primeiro artigo emocionada. A reabilitação segue me causando inúmeros sentimentos, mas o principal deles é de profunda gratidão pelo renascimento. Senti a sua presença o tempo todo, mesmo ainda tendo um longo caminho de tratamento pela frente! Obrigada por tudo! Obrigada por TANTO!


Manu Berbert é publicitária e e empresária

Blog: www.manuelaberbert.com.br / Instagram: @manuelaberbert

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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