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A pesquisa do instituto Datafolha, divulgada ontem, quarta, 12 de maio, foi ótima para Lula (PT), boa para Ciro Gomes (PDT) e péssima para o presidente Bolsonaro (sem partido), cuja reeleição vai ficando cada vez mais difícil.

Essa dificuldade em conquistar o segundo mandato consecutivo, mesmo quando Bolsonaro estava na frente, já foi comentada aqui por duas, três ou quatro vezes. Os bolsonaristas, mais especificamente os de “raiz”, me chamaram de lunático, que eu estava vivendo em outro planeta.

A Coluna Wense dizia que o índice de rejeição a Bolsonaro, com a irresponsabilidade no enfrentamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, assentada em um inominável negacionismo científico, iria crescer. Que a queda na popularidade do chefe do Executivo era só uma questão de tempo, o que colocaria sua presença no segundo turno não mais como favas contadas.

Não vou citar os números da enquete, amplamente favoráveis ao petista-mor. Já são do conhecimento de todos que acompanham a política. O ponto questionável, que termina provocando dúvidas em relação à credibilidade do Datafolha, diz respeito ao segundo turno.

O instituto faz uma projeção da segunda etapa eleitoral entre Lula e João Doria, pré-candidato do tucanato, obviamente do PSDB. O governador de São Paulo ocupa a sexta posição na consulta.

Ora, o Datafolha, propositadamente, sei lá com que intenções, não simula uma disputa de segundo turno entre Lula e Ciro Gomes, que é o único postulante ao Palácio do Planalto que pode quebrar essa polarização rancorosa e odienta entre o ex-presidente e o atual, entre um passado marcado por escândalos de corrupção e um governo que despreza a ciência, que passou a ser refém do Centrão, do toma lá, dá cá.

Deixar de lado uma simulação entre Lula e Ciro, além de ser inaceitável, provoca suspeitas sobre a seriedade do instituto. A pergunta continua viva: Por que o Datafolha não faz uma simulação de segundo turno entre Lula e Ciro?

Fica parecendo que o instituto torce pelo pré-candidato do PT, escondendo a possibilidade do antipetismo caminhar em direção a Ciro, o que o levaria para o segundo turno e, como consequência, a manchete estampada nos jornais: BOLSONARO FORA DO SEGUNDO TURNO.

Ciro derrotaria Lula, tendo o antipetismo como o maior e invejável cabo eleitoral. Vale lembrar que o lulopetismo, pelo menos a ala mais lúcida e realista, prefere enfrentar Bolsonaro, treme de medo de um debate entre Lula e Ciro. Acha, e com toda razão, que um tête-à-tête pode tirar milhares de votos do ex-presidente.

Na cúpula do lulopetismo, o consenso é que o PT não deve fazer nenhum esforço para viabilizar o impeachment de Bolsonaro. Não à toa que o senador Jaques Wagner, pré-candidato ao governo da Bahia, ficou contra a CPI da Covid-19. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Wagner teve o consentimento de Lula. Não iria tomar uma decisão dessa envergadura sem ouvir o chefe, sob pena de tomar um puxão de orelha. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Concluo o comentário com a mesma pergunta que fiz em um dos parágrafos acima : Por que o Datafolha não faz uma simulação entre Lula e Ciro em uma eventual disputa no segundo turno?

Não quero acreditar que o instituto, em decorrência dos insultos do presidente Bolsonaro contra os jornalistas da Folha de São Paulo, esteja querendo se vingar do “mito” fazendo campanha para o “Deus Lula”. Para não misturar política com religião, o “mito” da esquerda.

PS (1) – No tocante ao quesito rejeição, Lula e Bolsonaro estão disparadamente na dianteira. A situação é mais preocupante para o bolsonarismo, já que cresce a parcela do eleitorado que acha que muitas mortes poderiam ser evitadas se o governo federal tivesse adquirido as vacinas no começo da primeira onda da pandemia. Vale lembrar que caminhamos a passos largos para atingir 500 mil vidas ceifadas pela cruel e devastadora covid-19.

PS (2) – E por falar na alta rejeição de Bolsonaro, matéria da Folha de São Paulo diz que “canetada eleva salário de Bolsonaro e ministros em até 69% e estoura teto do funcionalismo”. A remuneração mensal pode chegar a R$ 66 mil. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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O título do comentário de hoje está no plural porque envolve duas expressivas lideranças políticas: o governador Rui Costa (PT) e o senador Otto Alencar (PSD).

O também senador Jaques Wagner e ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ficam de fora dessa angustiante dúvida diante do processo sucessório estadual, da disputa pelo cobiçado comando do Palácio de Ondina.

O ex-governador Jaques Wagner, que é o petista da Bahia mais próximo do ex-presidente Lula, já decidiu seu caminho. Sua candidatura ao governo do Estado no pleito de 2022 é irreversível, favas contadas, 2+2=4.

Não tem nenhum “porém” na pretensão de Wagner. Nada que possa demovê-lo da intenção de governar a Boa Terra pela terceira vez, salvo algum acidente de percurso que justifique sua desistência.

Em relação a ACM Neto, qualquer recuo pode significar o começo de um desgaste que pode durar por muito tempo. Vale lembrar que o ex-gestor soteropolitano deixou várias feridas – muitas delas ainda não cicatrizadas – em decorrência da sua decisão de não sair candidato na sucessão de 2018.

Cito o exemplo de dois postulantes, um para a Assembleia Legislativa e o outro à Câmara Federal, que culpam Neto por não se reelegerem, respectivamente Augusto Castro, atual prefeito de Itabuna, e o demista José Carlos Aleluia, que volta e meia ameaça romper com o netismo. Augusto deixou o PSDB e foi para o PSD. Aleluia permanece no DEM.

Essas opiniões de que ACM Neto vai ser vice de Bolsonaro e que vai desistir da disputa pelo maior cargo do Poder Executivo estadual visam enfraquecê-lo e, por tabela, atrair os pré-candidatos da oposição a deputado federal. Uma espécie de terrorismo político.

Quanto a Rui Costa, o dilema continua: disputar ou não o Senado da República? Já disse inúmeras vezes que a cúpula do lulopetismo não confia no vice-governador João Leão, que ficaria seis meses como governador com a desincompatibilização de Rui. Leão é do PP, que é a legenda mais bolsonarista do Congresso. O presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira, um dos ferrenhos defensores do governo federal na CPI da Covid-19, é adepto do “Deus no céu, Bolsonaro na terra”. Com efeito, o próximo passo é criar obstáculos para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o tal do orçamento secreto de R$ 3 bilhões, já apelidado de “bolsolão”, que rima com petrolão e mensalão, os dois maiores escândalos dos governos do PT.

E Otto Alencar, dirigente-mor do PSD da Bahia, como fica nessa composição da chapa majoritária se Rui Costa resolver disputar o Senado? Vai se contentar em ser vice de Wagner, como quer a instância maior do lulopetismo? O cargo de vice é muito pequeno para Otto, que merece ser tratado com mais respeito. Otto como vice de Wagner é o começo da sua decadência política. Não podemos esquecer do compromisso de Rui com a reeleição de Otto, que faz um bom trabalho no Parlamento, tido como um senador atuante, incisivo, coerente e firme nas suas colocações.

Outro ponto que não pode passar despercebido, é que qualquer manobra contra à reeleição de Otto pode afastar de vez um eventual apoio do PSD à candidatura presidencial do agora “ficha limpa” Lula e, como consequência, aproximar a sigla, sob a batuta de Gilberto Kassab, do presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Os dilemas da sucessão estadual estão no colo de Rui Costa e de Otto Alencar. A grande expectativa gira em torno da reação de Otto se ficar de fora da majoritária na vaga para o Senado.

Francamente, como diria o saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, não acredito que o senador Otto Alencar aceite ser apequenado pela soberba e esperteza do lulopetismo. 


Marco Wense é Analista Político

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O lulopetismo e o bolsonarismo estão empatados nas acusações de forte impacto eleitoral. O placar, que é de 1×1, envolve a corrupção e o genocídio.

Os petistas acusam o governo Bolsonaro de não ter combatido a pandemia do novo coronavírus como deveria, atribuindo a falta de vacinas ao governo federal e, como consequência, boa parte do número de óbitos, cuja previsão é de mais de 500 mil vidas ceifadas pela cruel covid-19 ainda neste semestre.

Os bolsonaristas, por sua vez, acusam os governos do PT, principalmente os dois do ex-presidente Lula, de serem os mais corruptos da história da República brasileira.

Ambos os lados estão assentados em fatos. E contra eles, os argumentos são fracos e inconsistentes. Não tem como negar à irresponsabilidade diante da gravíssima crise sanitária e a roubalheira escancarada nos governos do PT.

É evidente que os dois extremos, um de direita outro de esquerda, negam o genocídio e a corrupção. Tem até lulominions dizendo que Lula, o petista-mor, não sabia de nada. O que não deixa de ser hilariante. Se for verdade, o ex-presidente foi um bobo da corte.

O jogo das acusações teve agora um novo ingrediente que pode alterar o resultado. Se o governo Bolsonaro não explicar o tal do orçamento secreto bilionário para favorecer parlamentares, o placar passa a ser de 2×1 a favor do petismo.

O toma lá, dá cá, em troca de apoio no Congresso, envolve a dinheirama de R$ 3 bilhões. Teve até compras de tratores e de equipamentos agrícolas com preços de quase 260% acima dos valores fixados pelo governo.

A comparação com o escândalo dos Anões do Orçamento passa a ser inevitável. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o “tratoraço” é uma modalidade de corrupção com recursos do orçamento.

Portanto, cabe ao governo Bolsonaro explicar tudo, sob pena do lulopetismo passa na frente do placar.

Pois é. Até que ponto chegamos. Disputa entre grupos políticos pelo “troféu” de quem menos se corrompeu. É fim de mundo, diria minha saudosa vovó Nair.

E assim caminha a politicagem, seguindo a estrada da corrupção, atropelando o que há de mais sagrado na política: o dinheiro público, dinheiro meu, seu, nosso, enfim, de todo povo brasileiro.

PS – O Brasil não pode ficar nessa disputa entre a volta do passado e a permanência da desesperança, de um futuro sombrio. Nessa polarização carregada de ódio. O Brasil precisa de paz, harmonia e justiça social. Não suporta mais o extremismo de esquerda e nem o de direita. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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A peça conta com os talentosíssimos atores Alex Francis, Rafael de Souza e a grande atriz Larissa Profeta, que também é interprete da canção para a peça, escrita por Nô, com arranjo de Adilson Nascimento. A produção é do Teatro de Experiência Grapiúna

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Quando você é convidado para assistir a uma peça teatral online, num primeiro momento imagina que não será algo tão interessante, pois estamos acostumados ao teatro existindo diante da plateia, com o coração do ator pulsando na sua frente. O ator  trocando energia com a público, e você  sendo tocado pela emoção, de forma direta. Aquela luz, aquele som, aquele olhar cruzando com o seu, nada pode substituir. Ledo engano. A última apresentação me fez refém, me hipnotizou. Já tinha assistido a outros espetáculos, inclusive um diretamente de Salvador, no mês de fevereiro, que me impressionou, sobretudo, como a tecnologia foi usada para trocar cenários, aproximar atores, atuando a distância. Gritei: Viva a tecnologia! Atores bons, direção belíssima! Gostei do espetáculo. Entretanto, na última semana, o diretor Marquinhos Nô, de Itabuna, com quem tive o privilegio de trabalhar na montagem da peça  “Paixão de Cristo”, em 2017, naquela cidade, e já fez apresentação em Itapetinga, me enviou um convite para o espetáculo “Canção Para Uma Flor de Barro”, de sua autoria e que também assinava a direção.

O trabalho começa com uma câmara focando alguém que olha pelo buraco, buscando algo, outras vezes, esse buraco parece  ser aquele lugar de onde olhamos como plateia, a miséria da vida, do mundo dos outros, como se nada tivéssemos com aquilo. Depois vem o texto, a história… Tudo é um soco no estômago.  A peça dura cerca de quarenta minutos. O impacto que nos causa, parece um piscar de olhos. É tudo tão direto, tão duro, tão seco, que nos provoca asco à existência de um daqueles personagens, e vontade de cuidar e proteger aquelas vítimas. A plateia se manifesta através do chat (bate-papo), com aplausos, gritos e descrição de lágrimas. Mas é ficção! Bom seria, se fosse! É a vida vestida de arte ou a arte vestida de vida? Ficamos confusos, durante aquela apresentação. Vibramos pelo deleite artístico, mas sofremos ao pensar na realidade.

O espetáculo conta uma história de exploração, machismo, dor, miséria. Fala de Ana, jovem de 23 anos, adotada por uma trasvesti doente (deficiente física, cega), que sofre preconceitos e não tem condições de trabalhar.  Ana, se entrega a um homem,  machista, que lhe maltrata, com a finalidade de ter um sustento para si e para a mãe adotiva. E, ao tentar sair daquele relacionamento abusivo, sofre ainda mais. E o final dessa história é bem conhecida. Ele lhe mata!  “O espectro de Ana vaga, questiona, esperando todas as respostas para compreender por que morreu. Nessa busca, ela descobre que todos são manipulados e manipuladores”, disse o autor e diretor Marquinhos Nô.

No final, nos apresenta a triste estatística do Brasil, como quinto país em mortes violentas de mulheres no mundo, e que mais de 250 mulheres foram vítimas de violência domestica por dia, durante o isolamento social até o momento.  Nos choca saber que uma mulher é morta a cada nove horas, e que o Brasil registra uma morte por homofobia a cada 16 horas. E para concluir, a palavra, escrita, como um grito: Chega! E nos juntamos a esses que gritam: Chega!!

A peça conta com os talentosíssimos atores Alex Francis, Rafael de Souza e a grande atriz Larissa Profeta, que também é interprete da canção para a peça, escrita por Nô, com arranjo de Adilson Nascimento. A produção é do Teatro de Experiência Grapiúna. 


Antônio Maciel é pedagogo, professor, poeta e produtor cultural

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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A ala pragmática e mais fisiológica do DEM começa a dizer que a posição de ACM Neto, presidente nacional da legenda, diante da sucessão do Palácio do Planalto, vem provocando a debandada de lideranças para outras agremiações partidárias.

O ex-alcaide de Salvador já disse que o DEM não vai tomar o caminho do extremismo, seja com Bolsonaro, que busca sua reeleição, ou com o petista-mor Lula, que quer retornar ao cargo mais cobiçado do Poder Executivo.

Essa decisão de não pegar a estrada dos extremos, do radicalismo e do confronto do ódio, está afastando da sigla os que fazem política de olho nas pesquisas de intenções de voto, os que ficam esperando quem está melhor colocado nas enquetes para encostar.

Todos que estão deixando o demismo, com algumas poucas exceções que envolvem as arrumações regionais, o fazem por oportunismo político. São defensores de que o DEM tem que deixar duas portas abertas, uma para Jair Messias Bolsonaro e a outra para Luiz Inácio Lula da Silva.

Não existe “crise de identidade” no DEM, como alegam os parlamentares que apoiam a possibilidade de apoiar Bolsonaro ou Lula. Ora, ACM Neto já decidiu que não quer nem um e, muito menos, o outro. “Óbvio que não vou cogitar apoiar de um extremo a outro”, disse o ex-gestor soteropolitano. Portanto, essa alegação de “crise de identidade” não passa, como já disse no parágrafo anterior, de oportunismo.

Olhe, caro e atento leitor, ainda vou mais longe. Se no segundo turno a disputa for entre Bolsonaro e Lula, e se tiverem empatados, com qualquer um podendo ganhar, os oportunistas de plantão vão ficar em cima do muro, esperando o resultado. Depois é só dizer que apoiaram o vitorioso, que só não fizeram abertamente por causa da decisão do partido.

Neto diz que o DEM “está sofrendo ataque especulativo dos que têm inveja”. Lembra que a sigla cresceu na comparação entre as eleições de 2020 e 2016, elegendo 464 prefeitos contra 268 do pleito anterior e 49% a mais de vereadores.

É evidente que ACM Neto não pode só ficar na simpatia com o movimento “NEM LULA, NEM BOLSONARO”. Antes das águas de março fechando o verão de 2022, vai ter que decidir o seu candidato à presidência da República. 


Marco Wense é Analista Político

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Os pré-candidatos à deputado federal e estadual, independente de partido e do posicionamento ideológico, seja de direita, esquerda ou de centro com suas variantes, estão afinados em um mesmo discurso: o da representatividade política. Uns por convicção. Outros por conveniência eleitoral. Acredito que mais por sinceridade do que por cinismo.

De olho em uma boa votação no sul da Bahia, mais especificamente em Itabuna, pregam o voto regional como necessário. O fortalecimento político é o oxigênio para reivindicar dos governantes soluções para os problemas que afligem a população.

Ninguém, pelo menos em sã consciência, pode ir de encontro à importância de se votar em candidatos regionais. Hoje, citando o exemplo de Itabuna, o prefeito Augusto Castro (PSD) tem que buscar o apoio de parlamentares que não têm nenhuma identificação com o município.

Em priscas eras surgiu a chamada “Bancada do Cacau”. Um movimento que tinha a missão de convencer o eleitorado da importância de votar nos candidatos da região. Até que surtiu efeito. Depois foi se esvaindo, se enfraquecendo e, como consequência, o fim.

O discurso da “Bancada do Cacau” não aguentou interesses maiores, pressões de cima para baixo. Os defensores da iniciativa terminaram sendo cooptados por forças poderosas.

Agora vem a versão 2 da “Bancada do Cacau”, que já começa a ser sabotada por quem não tem interesse no ressurgimento do movimento, com destaque para os candidatos apelidados de “copa do mundo”, que aparecem de quatro em quatro anos dizendo que tem o maior carinho pelo sul da Bahia, principalmente por Itabuna e Ilhéus.

O problema é a tal da “dobradinha”. O candidato à Assembleia Legislativa do Estado apoiando um postulante à Câmara Federal que não tem nenhum vínculo com Itabuna. O discurso da representatividade política vai por água abaixo, passa a ser mentiroso, demagogo e enganador.

Alguns candidatos a deputado estadual, na eleição de 2018, usou esse discurso, mas na calada da noite, sorrateiramente, pediam votos para deputado federal de fora. Hoje, na maior cara de pau, começam a ensaiar a versão 2 da “Bancada do Cacau”. Tudo de mentirinha. Já acertaram o troca-troca de votos com os forasteiros de plantão.

Vale lembrar, até mesmo como forma de fazer uma homenagem, que a expressão “Bancada do Cacau” foi criada pelo saudoso, inquieto e polêmico jornalista Eduardo Anunciação, que na sua conceituada coluna “Política, Gente, Poder” defendia, de maneira entusiasmada, o voto regional.

Portanto, que o eleitor-cidadão-contribuinte fique atento. É um olho no padre, outro na missa, como diz a sabedoria popular.

PS – Faço aqui uma ressalva. Do contrário, estaria cometendo uma injustiça com os deputados que, mesmo não sendo da chamada Região do Cacau, têm ajudado os municípios através de suas emendas e no agendamento dos prefeitos tanto em Brasília como no Palácio de Ondina. 


Marco Wense é Analista Político

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que a grande maioria do seu eleitorado não liga para as contradições do PT na busca de acordos. Essa considerável fatia de votos está concentrada nos beneficiários do Bolsa Família.

O petismo tem também os seus “lulominions”, que costumam chamar o líder-mor de “Deus Lula”. Quando o assunto é a sucessão do Palácio do Planalto, eles dizem que a polarização é favas contadas, irreversível. De um lado o “Deus Lula”, do outro o “mito”.

Os petistas que não aceitam essa aproximação de Lula com certos políticos não têm força nenhuma. Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, são chamados de ingênuos, sonhadores e até mesmo de babacas.

A prova inconteste de que o agora elegível Lula é de um pragmatismo assustador, adepto do vale tudo para conquistar o poder, de que os fins justificam os meios, é que não há um registro de uma crítica sua a essa turma que hoje está na cadeia ou, em decorrência da impunidade, solta, tomando bons vinhos na beira da piscina de suas mansões, debochando da Justiça. O silêncio de Lula é de quem tem telhado de vidro.

Se Lula tivesse certeza que Cunha, Cabral e companhia Ltda não iriam provocar desgaste na sua tentativa de chegar à presidência da República pela terceira vez, assim que deixassem a cadeia, seriam chamados para o palanque. Um tapete, obviamente de cor vermelha, seria estendido para os honrosos políticos, exemplos de homens públicos. Com efeito, todos esses larápios do dinheiro público, dinheiro meu, seu, nosso, enfim, do povo brasileiro, do cidadão-eleitor-contribuinte já foram aliados de Lula. Pelo andar da carruagem, vão voltar a ter influência em um eventual retorno do líder maior do Partido dos Trabalhadores ao cargo mais importante e cobiçado do Poder Executivo.

O senador Renan Calheiros, emedebista lá de Alagoas, que responde a vários processos, alguns deles no STF, um dos articuladores do impeachment da então presidente Dilma Vana Rousseff, foi convidado para ser uma espécie de coordenador da campanha de Lula no nordeste. A pobre da Dilma não diz nada.

A diferença entre o ex-presidente Lula e o atual, no tocante ao eleitorado, é que Bolsonaro, para manter sua base unida, tem que radicalizar o discurso. Lula não tem essa preocupação, já que 60% dos seus eleitores são despolitizados, quer no aspecto ideológico como de informação.

Concluo dizendo que essa “irreversível” polarização vai sendo enfraquecida à medida que o movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro” vai tomando corpo. Vale lembrar que o antipetismo e o antibolsonarismo caminham a passos largos para atingir 60% do eleitorado. 


Marco Wense é Analista Político

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Já são aproximadamente 18 meses em que o mundo ‘parou’ e nossas vidas mudaram com a chegada de novos costumes e rotinas. Um vírus quase invisível (microscópico) mexeu com toda a humanidade e nos fez pensar coletivamente. Como algo tão pequeno conseguiu que aproximadamente 7,8 bilhões de pessoas se conectassem no mesmo pensamento e desejassem a mesma coisa: uma vacina, uma cura?

Aprendemos na dor a nos distanciar de quem gostamos e trocamos o aperto de mão e o abraço pelo ‘soquinho’ de mão fechada. A máscara hoje é uma obrigatoriedade – tenho várias – e o álcool gel virou utensílio de primeira necessidade. Os cuidados com a nossa saúde redobraram e os hábitos saudáveis, como boa alimentação e atividades esportivas, voltaram a figurar como prioridade para grande parte da população mundial.

A cada dia perdemos ‘irmãos’ ao redor do mundo ou ao nosso redor. Digo irmãos pois somos uma raça, ‘a raça humana’, em um pequeno planeta nesse nosso minúsculo sistema solar, e aos olhos do Criador somos uma grande família chamada humanidade.

Essa Pandemia veio para nos mostrar o quanto somos frágeis. Tenho me perguntado a cada dia por que esse vírus só atinge o Homos sapiens? Vivemos em um planeta com muita vida animal e só nós, os ‘animais racionais’, estamos sendo contaminados por esse vírus. Por que todos os outros animais não se contaminam – ou são imunes – com o Corona Vírus? Será um recado? O que todo o reino animal irracional tem que nós, que nos achamos superiores, só porque pensamos, não temos? Será que esse vírus é um recado para a raça humana ser menos racional e amar como os animais?

Graças a Deus e a ciência, a cura já existe e a cada dia mais pessoas são imunizadas contra esse vírus. Que fique a lição para todos nós. É certo que essa pandemia vai passar. Ainda não sabemos quantos e quem mais vai pagar por essa conta, por isso precisamos continuar mantendo o distanciamento social, o uso da máscara e o álcool gel, as práticas esportivas e a boa alimentação, além do mais importante: ler o Livro Sagrado e fazer valer João 13:34-35. 


Arnold Coelho
Cheio de esperança

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Em tempos de rótulos e definições para tudo e todos, se tem uma frase que muita gente concorda é: não se explica fenômenos! Nem os produzidos pela natureza, nem os produzidos pela mente humana, como a paixão por celebridades etc. A gente até tenta decifrar, achar “a culpa” ou culpados, mas não passamos do campo das ideias e dos achismos. Sempre foi assim!

E é sustentando essa máxima que escrevo este texto, já que ninguém consegue explicar o que leva uma nação em peso a se apaixonar por uma determinada pessoa. No caso de Juliette em si, vencedora do BBB e recorde em engajamento nas redes sociais, vendas de produtos e rankings estrondosos em buscas por seu nome, nem ela mesma. “Por que?”, questionava. “Porque o Brasil te ama”, respondiam os apresentadores. E só isso!

Mas embora não se explique fenômenos, ouso escrever que o não fazer parte das cópias, nem vender a própria alma para fazer parte de um determinado grupo que sustenta o caráter. E ele chega antes da pessoa! Coisa para gente corajosa! Destemida! Forte! Ainda que custe lágrimas e uma boa dose de insanidade mental pelo caminho.

São tempos claros, onde ninguém mais se esconde nas esquinas. Uma hora ou outra, verdades vêm à tona. “Máscara pesa”, escutei um dia e nunca esqueci. E tem pesado na cara tanto de pessoas comuns quanto de artistas, políticos etc. Com o mundo real passando na palma das mãos de todos, através da tela do celular, quem é de verdade reconhece com muita sensatez quem é de mentira. E aí, nada produzido para agradar, vender ou convencer, ecoa mais! 


Manuela Berbert é publicitária

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As articulações para compor a chapa governista caminham a passos largos para manter a base aliada unida em torno da pré-candidatura de Jaques Wagner ao governo do Estado no pleito de 2022.

A reforma administrativa do governador Rui Costa foi programada para evitar uma cisão no arcabouço que dar sustentação política ao governo. A preocupação maior é com o PP e PSD, sem dúvida as duas legendas mais importantes da base aliada.

Os argumentos que consolidam o PSD e PP como as siglas indispensáveis para a pretensão de Wagner de governar a Bahia pela terceira vez são do conhecimento de todos. Não vou citá-los novamente. Basta lembrar dois pontos:
1️⃣ tempo no horário eleitoral.
2️⃣ as duas siglas juntas têm o controle político da quase metade das prefeituras.

O único obstáculo que poderia criar problema para a unidade da base parece que foi removido. Não sei se por pressão de cima para baixo, mais especificamente da cúpula do lulopetismo, ou por decisão do próprio Rui Costa, que resolveu continuar no Palácio de Ondina até o último dia do mandato.

Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a vontade de Rui era disputar o Senado da República. Seria a eleição mais tranquila do Brasil, com uma grande diferença em relação ao segundo colocado.

Com Rui fora da majoritária, tudo volta a se encaixar: Jaques Wagner (governador), um nome indicado pelo PP (vice) e Otto Alencar buscando à reeleição para o Senado, obviamente pelo PSD.

Como não existe almoço de graça na política, a Rui Costa, pela sua compreensão e discernimento, ficaria a promessa de ocupar um ministério em uma eventual vitória de Lula na sucessão de Bolsonaro.

Atrás de toda essa arrumação tem a desconfiança em relação ao vice-governador João Leão, que assumiria o lugar de Rui Costa em caso de desincompatibilização para concorrer ao Senado. Se o vice-governador não tivesse pretensão política, se fosse confiável, um vice técnico, Rui Costa deixaria o cargo. Outro lembrete é que João Leão é do PP, sigla do Centrão, hoje de mãos dadas com o presidente Bolsonaro. O comandante-mor nacional da sigla, senador Ciro Nogueira, integra a tropa de choque em defesa do governo Bolsonaro na CPI da Covid-19.

No tocante a Otto Alencar tem a questão da sucessão do Palácio do Planalto. Deixar Otto de fora da chapa significaria o fim da possibilidade de um entendimento nacional com a legenda em torno da pré-candidatura de Lula. As conversas com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, seriam interrompidas.

E ACM Neto? A situação do ex-prefeito de Salvador continua cercada por um denso nevoeiro, que precisa ser dissipado urgentemente, sob pena de causar uma queda nas pesquisas de intenções de voto, que no momento colocam o demista em posição confortável em relação ao segundo colocado, o senador Jaques Wagner.

ACM Neto tem que tomar uma posição, decidir o que quer, qual o caminho que pretende seguir, se quer apoiar Ciro Gomes, presidenciável do PDT, ou fazer as pazes com o presidente Bolsonaro. Essa indefinição não é aconselhável. Parcela significativa do eleitorado não perdoa.

Agora é esperar a poeira assentar. Daqui para 2022, mais especificamente perto das convenções partidárias, muita coisa pode acontecer. Repito que o processo sucessório terá dois fortes “cabos eleitorais”. Um do lado de Wagner, que é o ex-presidente Lula. E o outro de ACM Neto, o sentimento de mudança. Afinal, com o fim do governo Rui Costa, são 16 anos do PT no poder.

A continuação da “correria” de Rui Costa versus “chega de PT”. Esse será o inevitável confronto, o discurso do petismo e do netismo. 


Marco Wense é Analista Político

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