"A gente tem que passar esse momento e ter um novo presidente para que a gente possa colocar o Brasil nos trilhos", declara o deputado sobre a área social

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O Pauta Blog entrevistou, com exclusividade, o deputado federal pelo PSD, Otto Filho, durante a visita dele à cidade de Arataca. Otto, que é filho do senador Otto Alencar (PSD), cumpre o primeiro mandato como deputado e declara que “demorou de entrar na política porque sempre foi executivo e empresário”.

Quando Otto Filho, finalmente, aceitou entrar para a vida pública, teve no pai o grande exemplo de como retribuir à confiança depositada pela população: “Cresci ouvindo meu pai dizer que ser político é uma missão e não uma profissão. Pra você entrar na política, você não pode depender dela para sobreviver. Então, minha ideia era, justamente, ter a minha vida separada da política, ou seja, ter uma formação adequada e ter uma condição em que eu pudesse entrar na política sem eu depender da política para sobreviver para poder tomar as decisões adequadas e ser um melhor político”.

Para o deputado, a grande missão do político é ajudar as pessoas a melhorarem de vida: “A missão de qualquer político, assim como de qualquer pessoa, é ajudar os outros o máximo que pode sem se prejudicar. Eu gosto de ajudar as pessoas porque, na minha família, isso é uma coisa natural da cultura de minha família de ajudar as pessoas sem olhar a quem, lembrar que todos nós somos irmãos independente de ser rico ou pobre e ter o mesmo respeito. A gente vive dessa forma porque sou um cara que tem fé em Deus, gosto de trabalhar e sou um cara correto e um cara que respeita os valores familiares e as pessoas. Tenho muito compromisso com a Bahia e com o Brasil. Eu levo muito a sério a minha missão”.

Questionado sobre a atuação desde que foi eleito, o deputado disse estar satisfeito com o papel desempenhado até agora: “Acho que estou indo bem. O presidente Gilberto Kassab, que é o presidente do PSD a nível nacional, tem me dado oportunidades e eu comecei logo no primeiro ano como vice-líder e, depois, foi me dada a missão de ser presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. Foi muito bom para mim, tive uma boa atuação e isso é falado pelos meus colegas e pelos próprios assessores, não só do PSD, mas de outros partidos que atuam. Eu fico grato de ter feito um bom trabalho”.

Otto Filho deixou claro que, apesar de ter muita experiência como empresário, se preocupa com o povo e com a área social e, por isso, acredita que o país necessita de outro presidente: “A gente tem que passar esse momento e ter um novo presidente para que a gente possa colocar o Brasil nos trilhos. (…) Guedes privatizou todas as empresas públicas que fazem diferença para o bolso da população. Privatizou o setor de energia, saneamento, água e de gás. Todos esses setores, agora, os preços só fazem aumentar porque, obviamente, já estão atrelados ao dólar. Pelo menos, essa é a visão do mercado. Espero que o próximo presidente reverta isso porque esses são setores, por exemplo, que tem que ter a mão do governo para que você tenha um voto de minerva para dizer ‘não, vamos fazer a universalização do sistema de saneamento e água’. Se estiver totalmente na mão da iniciativa privada, quem é que vai investir nos lugares onde não tem viabilidade econômica e financeira?”.

Sobre o cenário de sucessão estadual, Otto manifestou desejo em que o pai seja reeleito senador e que o governador Rui Costa (PT) termine o mandato: “Eu acredito que seja uma grande probabilidade. Falo como cidadão e deputado federal. Acredito que o ideal é que o governador Rui Costa vá até o final porque está fazendo uma excelente gestão e tem controle sobre a máquina pública. Ele indo até o final é sinal de que teremos uma transição bastante equilibrada e centrada. Se ele for até o final, é natural que o candidato seja Jaques Final e, nesse caso, meu pai vai para o Senado e o PP ficaria na vice. Essa é, na minha opinião, uma chapa majoritária forte e que tem grandes chances de ganhar”.

Carga foi avaliada em, aproximadamente, R$ 600 mil reais

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Na manhã de hoje (21.fevereiro), policiais rodoviários federais apreenderam uma carga milionária na BR-242, em Barreiras, região oeste do estado. A apreensão aconteceu quando a equipe parou um ônibus interestadual que saiu de São Paulo com destino ao estado do Piauí.

Entre as bagagens que estavam no ônibus, a PRF encontrou celulares, notebook, drones, tênis de marca e outros equipamentos de informática, totalizando 1.673 itens. Segundo a polícia, a carga não tinha documentação e está avaliada em, mais ou menos, R$ 600 mil reais.

Questionado, o motorista do ônibus disse que as caixas foram embarcadas no estado de São Paulo e relatou desconhecer o conteúdo das mercadorias despachadas. Diante dos fatos de crime evidente de descaminho, a ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Barreiras para continuidade da investigação e identificação do remetente e destinatário dos equipamentos.

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"O posto não tinha cadeira pra sentar nem médico pra atender", declara Danilo sobre situação da unidade antes da reforma

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Nesta 2ª feira (21.fevereiro), o posto de saúde Doutor Mário Peixoto, localizado no Bairro Jorge Amado, em Itabuna, será entregue à população. O local passou por intervenções por meio de um convênio firmado entre a prefeitura e a Faculdade Santo Agostinho.

De acordo com o vereador Danilo, a população clamava por melhorias nesse posto há muito tempo: “Antes de eu ser vereador, quando eu era apenas presidente do Bairro Nova Itabuna, as pessoas cobravam muito e sempre se queixavam da unidade de saúde. Certo dia, o prefeito anunciou as unidades que seriam reformadas e, infelizmente, recebemos a notícia de que essa unidade não estava entre as prioridades. Naquele momento, tomamos a decisão de buscar e procurar um caminho, procuramos a secretária e ela pediu paciência, entendo o trabalho dela. Dialogamos e buscamos parceiros, conversamos com Dr Luciano Tourinho, da faculdade. (…) Dr Luciano garantiu que ia procurar o prefeito e a secretária de saúde e que essa unidade seria a primeira unidade reformada na região da Nova Itabuna e de Ferradas”.

Ainda segundo Danilo, o Bairro Jorge Amado recebeu mais moradores com a construção de um condomínio e vai receber ainda mais já que existe a previsão de que pessoas afetadas pela enchente do Rio Cachoeira passem a morar nessa localidade: “Essa unidade de saúde atende o Jorge Amado, especificamente. O Jorge Amado recebeu 700 famílias do Condomínio Itapuã. Estamos em negociação avançada junto ao prefeito, à Conder e o governo do estado para a construção de mais 500 casas nesse bairro, que são as pessoas da Bananeira, Rua Beira Rio e Rua de Palha, que foram afetadas pelas chuvas. Então, essa unidade, automaticamente, vai ter um fluxo maior de gente frequentando aqui e isso gera preocupação”.

O vereador relatou, também, as más condições do posto antes da reforma e a importância de melhorar o serviço ofertado à população: “O posto não tinha uma cadeira pra sentar, o posto não tinha médico para atender porque o médico não tinha como atender porque era desumana a sala. É isso aí, mas vamos avançando porque o povo vai desfrutar de um bom momento de reconstrução e alegria”.

Reitor Alessandro Fernandes recebeu uma placa das mãos do bispo de Ilhéus, Giovanni Crippa

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Na última quinta-feira (17.fevereiro), a Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz) recebeu uma homenagem do Rotary Clube de Ilhéus pelos 30 anos de estadualização da instituição. Uma placa com a homenagem foi entregue pelo bispo de Ilhéus, Giovanni Crippa, ao reitor e economista, Alessandro Fernandes Santana.

No discurso de agradecimento, o reitor destacou a importância da UESC para a comunidade: “A universalidade do conhecimento só se justifica quando colocado em benefício da comunidade com a finalidade de diminuir as desigualdades sociais que se alargam cada vez mais. Nós nos orgulhamos e confiamos em nossa comunidade acadêmica, professores, técnicos-administrativos e estudantes. São imensos os desafios que o futuro nos aponta. O mundo experimenta mudanças sem precedentes que determinam uma nova era para a educação, porém é verdade que nenhum desafio é grande demais quando a vontade de vencer for maior”.

Já o presidente do Rotary Clube de Ilhéus, Josevandro Nascimento, falou sobre o orgulho em ter uma universidade como a UESC na região: “Comemorar os 30 anos da Uesc, como Universidade pública e gratuita, é motivo de orgulho para todos nós da região. A qualidade do serviço prestado no ensino, pesquisa e extensão coloca a Uesc como uma referência na Bahia, no Brasil e no mundo. Parabéns!”.

Vereador de Feira de Santana, Paulão do Caldeirão classifica como traição retirada de José Ronaldo da chapa de ACM Neto

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A possível ausência do ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, na composição da chapa majoritária de ACM Neto em 2022, para o governo da Bahia, seria uma “traição”. A opinião é do vereador Paulão do Caldeirão (PSC) que, ao comentar entrevista de ex-vereador, defendeu a competência do ex-gestor da segunda maior cidade do estado e criticou: “José Ronaldo não merece ser traído”.

Em contrapartida, a possibilidade do senador Otto Alencar entrar nesta disputa anima o parlamentar. “É um homem íntegro, de caráter e que, acima de tudo, é companheiro do nosso presidente Fernando Torres (PSD)”.

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O Ministério Público Estadual firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o município de Barreiras para realização de concurso público de provas e títulos para o preenchimento de cargos vagos na cidade, bem como para cadastro reserva. A homologação do resultado final do concurso deve ser feita até o dia 2 de dezembro deste ano e o edital deverá ser amplamente divulgado até o mês de maio. “A atual gestão do Município de Barreiras, que se iniciou em janeiro de 2017 e se encontra no segundo mandato, ao longo de cinco anos, não realizou nenhum concurso público, apesar de promover processos seletivos simplificados para contratações supostamente temporárias”, destacou o promotor de Justiça André Luis Fetal, autor do TAC.

Além disso, o município se comprometeu a não realizar novos processos seletivos simplificados para preenchimento de cargos, empregos ou funções de caráter ordinário e permanente. O promotor de Justiça ressaltou que a contratação temporária visa atender exclusivamente situação emergencial, “vedando-se as hipóteses que se destina ao atendimento de atividades permanentes, rotineiras ou cargos típicos de carreira”.

O TAC prevê ainda que nos concursos públicos o Município fará a reserva, dentre o total de vagas oferecidas, de um quantitativo mínimo de 5% em prol dos candidatos com necessidades especiais devidamente comprovadas; e um mínimo de 20% para negros e pardos que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público. A administração municipal também fará a substituição, por aprovados em concurso público, até o dia 31 de dezembro deste ano, de todos os funcionários contratados e terceirizados que estejam em desacordo com a Constituição da República e demais diplomas legais.

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USF Doutor Mário Peixoto vai ser entregue à população logo mais // Foto de Roberto Santos

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A parceria firmada entre a prefeitura de Itabuna e a Faculdade Santo Agostinho tem dado bons frutos à população. Prova disso é que o posto de saúde Doutor Mário Peixoto, localizado no Bairro Jorge Amado, vai ser entregue à população hoje (21.fevereiro), às 18h, depois de passar por intervenções que vão beneficiar os usuários dos serviços.

No local, algumas melhorias foram feitas, a exemplo da instalação de abrigo adequado para lixo contaminante e readequação do espaço interno. Além disso, o telhado foi substituído porque apresentava defeitos na estrutura e goteiras eram frequentes.

O posto de saúde Doutor Mário Peixoto é responsável por atender os moradores do Bairro Jorge Amado e adjacências. A partir de agora, serviços essenciais voltam a ser ofertados à população itabunense que tanto precisa ser acolhida.

 

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O governador Rui Costa defendeu, nesta 2ª feira (21.fevereiro), uma ampla coalização em torno do ex-presidente Lula visando a vitória nas eleições de outubro. Ele acha “natural” que Lula e o PT conversem com outras correntes na economia com o objetivo de construir propostas para governar o Brasil nos próximos anos. Rui foi entrevistado pela jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, que exibe o conteúdo na íntegra hoje, às 23h30, com retransmissão nas redes sociais do governador.

Sobre a sucessão no Estado, Rui Costa voltou a afirmar o desejo de ajudar o seu grupo político da melhor maneira possível, inclusive concluindo seu mandato até o final de dezembro: “Teria o maior orgulho de ficar”. Também garantiu que se o mesmo grupo entender que ele cumprirá um papel importante sendo candidato ao Senado, “o meu nome estará à disposição”.

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ENTREVISTA❗ “A missão de qualquer político, assim como de qualquer pessoa, é ajudar os outros”, declara Otto Filho sobre vida pública

Em visita ao município, Neto se comprometeu para, se eleito, fazer a estrada que liga a cidade até Barra do Mendes

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O prefeito de Ipupiara, Ascir Leite (PP), declarou na última 6ª feira (18.fevereiro) apoio ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) na corrida pelo governo do estado nas eleições deste ano. O pré-candidato a governador visita o município nesta sexta dentro do movimento Pela Bahia e se comprometeu com o prefeito para, caso seja eleito, fazer a estrada que liga Ipupiara a Barra do Mendes.

“Eu acredito no projeto de Neto, foi um dos melhores prefeitos do Brasil. Acredito na vitória de Neto, vim para somar e buscar convidar os meus colegas que ainda estão indecisos para que venham para o lado de cá, porque realmente é com homens sérios que fazemos as políticas públicas de verdade”, afirmou Leite.

A estrada até Barra do Mendes é uma reivindicação antiga da população local, uma vez que a cidade é considerada “fim de linha” na região. O prefeito também destacou a necessidade de trazer o governo para perto do município, o que hoje não acontece.

“Levei as minhas demandas a Neto, falando que hoje Ipupiara você só chega e não tem para onde voltar. O meu sonho, o sonho de Ipupiara, é de nós buscarmos a ligação com Barra do Mendes, que liga à cidade de Irecê. Levei essa demanda e ele analisou com muito carinho. Senti com muita seriedade que ele fará todos os esforços para que possamos fazer essa estrada”, disse o prefeito.

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Pandemia escancarou a necessidade de mudanças urgentes para garantir a sobrevivência do transporte coletivo e manter a população ilheense em movimento // Foto de Jonathan Souza

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Resolução de problemas estruturais é fundamental para garantir qualidade e sustentabilidade ao sistema de ônibus coletivo do município.

O ditado popular “não há nada tão ruim que não possa piorar” parece descrever bem o que vem acontecendo com o transporte público em Ilhéus. A pandemia do novo coronavírus, decretada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aprofundou velhos problemas de qualidade e demanda do sistema de ônibus coletivo. Desde lá, sem uma reestruturação desse modelo de transporte, a população segue penando para se deslocar no município devido à redução de linhas e horários, sobretudo no período noturno e na zona rural.

A forma como a prefeitura lidou com os desafios enfrentados pelo transporte público durante a pandemia mostrou sua morosidade e inabilidade com o tema. Desde o início da crise, a gestão municipal se esquivou de qualquer debate com a sociedade civil, os especialistas e a Câmara de Vereadores e passou a costurar um acordo milionário de auxílio às empresas de ônibus, cujo benefício para a população (sendo irônico) foi manter as viagens com horários reduzidos e a autorização para o reajuste das passagens.

A abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara de Vereadores para investigar o tal acordo em outubro de 2021 foi a última oportunidade de discutir seriamente os problemas do transporte coletivo, mas foi logo enterrada pela mesma Câmara com “aplausos” do governo.

É claro que a queda dos recursos de custeio é um dos principais problemas deste meio de deslocamento, mas é preciso cuidar para que recursos públicos não sejam absorvidos pelas concessionárias sem que isso se reverta na melhoria da eficiência e da qualidade do serviço. Por isso, aponto abaixo 6 passos para uma requalificação do transporte público em Ilhéus de forma estrutural e não por meio de remendos, como temos visto por aí. Advirto que qualquer ação deve estar ancorada na elaboração de um Plano Municipal de Mobilidade Urbana.

1️⃣ Nova licitação com contratos mais curtos

A base dos contratos de concessão das empresas de ônibus coletivo de Ilhéus preveem prazos de vigência de cinco anos, renováveis por mais cinco períodos de cinco anos, o que pode estender a exploração do serviço de transporte pela São Miguel e Viametro por um período de até 25 anos.

A renovação dos contratos, contudo, não é uma obrigatoriedade da prefeitura, podendo não ser realizada caso as operadoras descumpram cláusulas contratuais ou normais legais. Entretanto, o que tem sido visto até aqui são as gestões municipais optando pelo caminho mais simples, garantindo sempre a manutenção das mesmas empresas de ônibus, apesar das graves denúncias apresentadas pela população em relação ao descumprimento de termos contratuais e da legislação.

A extensão desses contratos por um longo período de tempo acaba tornando o Município e a população reféns do domínio econômico de poucas empresas, retardando a possibilidade de novos processos de concorrência e de inovação tecnológica do transporte coletivo. Além disso, o fato dos contratos serem muito antigos tornam os mesmos obsoletos em vários aspectos, tendo em vista que as características de linhas, horários, tipos de veículos e demanda de passageiros previstas na contratação já não correspondem à realidade atual.

Direitos assegurados através de normas legais, como a garantia de acessibilidade em 100% da frota de veículos, a meia passagem para estudantes do município, além de inúmeras outras regras dispostas em decretos, leis e acordos também não estão presentes nos contratos, criando uma colcha de retalhos legal que dificulta o entendimento, cumprimento e fiscalização da operação do serviço de ônibus coletivo no município.

A realização de uma nova licitação com contratos mais curtos pode trazer estudos de demanda mais atualizados e inovações, que permitam maior concorrência, melhor previsibilidade de custos e de gestão de riscos, linhas, frotas e serviços desenhados de forma mais eficiente, além de ferramentas mais atualizadas de gestão e fiscalização do sistema pelo poder público. Os novos contratos ainda podem estar mais adaptados a lidar com novas tendências e mudanças bruscas, como novas pandemias, dividindo custos e responsabilidades entre as partes em caso de queda do número de passageiros.

2️⃣ Serviços e veículos de acordo com a demanda

Planejar o transporte público requer um trabalho minucioso de estudo de demanda e das características das vias urbanas para manter a melhor relação custo-benefício para empresas de ônibus e os passageiros. Nesse sentido, linhas expressas no sentido sul-norte (Zona Sul x Iguape, via Ponte Jorge Amado), norte-oeste (Iguape x UESC, via Av. Esperança) e sul-oeste (Zona Sul x UESC, via Av. Princesa Isabel), sem passar pelo Terminal Central, podem ser criadas e funcionar apenas em horários de pico a fim de agilizar o deslocamento de trabalhadores e estudantes no início da manhã e no fim da tarde.

Além disso, linhas noturnas podem percorrer trajetos diferentes e terem tarifa mais acessível com o objetivo de garantir uma melhor relação custo x oferta. Na conexão entre o Aeroporto Jorge Amado, rodoviária e estabelecimentos de hospedagem nas zonas sul e norte, podem ser oferecidos serviços especiais com ônibus com poltronas mais confortáveis e bagageiro a um custo mais caro que as linhas comuns, mas não maior do que táxis e carros por aplicativo.

Para a zona rural, poderia ser estudado se valeria à pena trocar os ônibus urbanos por ônibus rodoviários com bagageiro, cujas peças internas são mais resistentes às condições ruins de trafegabilidade das estradas vicinais. Por fim, o acesso aos morros poderia ser realizado através de vans, com integração tarifária em terminais de transbordo, podendo ser operadas de forma individual por permissionários e não mais pelas empresas de ônibus.

É preciso lembrar, contudo, que o poder público também tem responsabilidade na melhoria da eficiência do transporte coletivo através da manutenção constante das vias urbanas e rurais e na criação de faixas exclusivas de ônibus, garantindo mais agilidade e segurança para os passageiros.

3️⃣ Integração de linhas e modais

A implementação de integração no sistema de transporte público coletivo em Ilhéus é uma necessidade urgente para garantir equidade no acesso à cidade para toda a população, reduzindo custos, principalmente, para quem mora nos distritos e povoados. Além disso, um bom sistema de integração pode reduzir custos operacionais das empresas, organizando melhor as viagens e reduzindo linhas sobrepostas.

No entanto, cabe destacar que um processo de integração mal feito pode levar por água abaixo toda boa intenção de quem o planeja. Em 2019, a Prefeitura de Ilhéus e as empresas Viametro e São Miguel apresentaram um plano que tinha como foco o transbordo dos passageiros das linhas zona norte-zona sul no Terminal Urbano Central. O problema é que esse terminal não está estruturado para receber a quantidade de veículos e de pessoas que passariam a utilizá-lo como ponto de integração, o que poderia gerar vários transtornos.

O modelo ainda excluía da integração as linhas interdistritais e desconsiderava as viagens feitas pelos passageiros entre localidades da zona sul (Hernani Sá x Olivença, por exemplo) ou entre bairros e distritos da zona norte e zona oeste (Iguape x UESC, por exemplo), que não passam pelo centro da cidade.

Desse modo, um bom projeto de integração deve não só reduzir o custo do usuário do transporte, mas também gerar um transbordo entre ônibus de forma rápida, acessível e segura para os passageiros, reduzindo seu tempo de viagem. Para isso, o transbordo deve ser possível em todos os pontos de ônibus a partir de um prazo de tempo pré-estabelecido e novos terminais de integração poderiam ser criados com estrutura adequada para essa troca de veículos. Bicicletários e estações de aluguel de bicicletas poderiam também estar presentes nos terminais e principais pontos de ônibus, gerando maior capilaridade nos deslocamentos.

4️⃣ Transparência da bilhetagem eletrônica

Modelo majoritário nos contratos de transporte público da maioria das cidades brasileiras, a operação da bilhetagem eletrônica pelas empresas de ônibus é um obstáculo para a transparência dos custos e da arrecadação tarifária, o que, consequentemente, dificulta o monitoramento pela sociedade civil e a gestão e fiscalização do serviço pelo poder público. Na maioria das vezes, o acesso às planilhas de custo ocorre apenas quando as empresas solicitam aumento de tarifa, restando ao Município, muitas vezes, apenas confiar nos índices e cálculos das operadoras do transporte público.

Para romper com a dependência das concessionárias de ônibus na obtenção de informações, algumas administrações municipais tem optado por assumir a gestão da bilhetagem, como é o caso de São Paulo, ou fazer a concessão desse serviço para outras empresas, iniciativa que está em fase de licitação em São José dos Campos-SP e no Rio de Janeiro.

⬆️ Com novo modelo de bilhetagem digital, Prefeitura do Rio de Janeiro tem o objetivo de garantir maior transparência financeira e um melhor planejamento do transporte público coletivo da cidade. Foto de Beth Santos/Prefeitura do Rio de Janeiro

Com esse modelo de divisão de responsabilidades, o Município passa a ter controle total do fluxo de caixa da bilhetagem do transporte público, onde toda a arrecadação das passagens é transferida para uma conta própria administrada por uma câmara de compensação tarifária. Em seguida, este órgão criado na estrutura municipal repassa os recursos para as empresas de ônibus de acordo com os custos de operação de cada uma.

Um novo sistema de bilhetagem pode ainda incluir o monitoramento em tempo real da localização dos veículos por GPS, além da criação de bilhetes de uso fora do horário de pico, semanal, mensal ou de integração entre linhas com preços diferenciados. Novas tecnologias de pagamento também podem ser implementadas, como QR Code, carteira digital, cartão de débito/crédito, Pix, entre outros. Por fim, todas as informações obtidas, à exceção dos dados pessoais dos usuários, passam a ser disponibilizadas não só à gestão municipal, mas também para a população, tornando o processo mais claro e transparente.

5️⃣ Remuneração baseada em indicadores

O modelo atual de remuneração das empresas de ônibus é baseado no custo por passageiro transportado, calculado com base em índices de preço dos principais insumos do transporte público, como veículos, combustível (diesel), pneus, lubrificantes, além do pagamento do salário dos funcionários e o lucro dos empresários. Essa fórmula, no entanto, acaba por estimular a superlotação, pois, para garantirem um maior lucro e reduzirem seus custos, as operadoras acabam por transportar um maior número de passageiros em um mesmo veículo.

Para garantir uma remuneração mais justa e com garantias de qualidade e eficiência para o usuário do transporte público, algumas cidades têm optado por remunerar as empresas pelo custo do quilômetro rodado e não mais pelo número de passageiros, assim as concessionárias passam a colocar mais ônibus em circulação a fim de aumentarem seus lucros.

Outra inovação nesse sentido é atrelar o pagamento das empresas a índices de qualidade, como cumprimento de horários, satisfação dos passageiros, entre outros, onde a remuneração pode ser deduzida na medida em que as operadoras descumpram tais indicadores. A capital paulista já inclui reclamações dos clientes em seu Índice de Qualidade do Transporte (IQT). O município do Rio de Janeiro também incluiu critérios de avaliação do serviço em sua nova licitação do BRT (Bus Rapid Transit).

6️⃣ Novas receitas de financiamento

Um dos problemas centrais do transporte público é o fato de, na maior parte das cidades brasileiras, o serviço ser mantido principalmente pela cobrança da tarifa, o que transfere a maior parte do custo para os usuários, que, em sua maioria, são pessoas de baixa renda. Com a queda do número de passageiros pagantes, ampliada desde o início da pandemia da Covid-19, e o aumento constante dos principais custos de operação, como diesel e pagamentos de salários, esse modelo tem se mostrado insustentável.

Para manter a sobrevivência desse importante meio de transporte, algumas cidades brasileiras têm optado por direcionar subsídios diretos do orçamento público para as operadoras de ônibus. Outras possibilidades de diversificação de receitas são a concessão de espaços publicitários e comerciais em abrigos e terminais de ônibus, além de cobrança pelas externalidades negativas do uso do automóvel, como o estacionamento rotativo (zona azul), onde tais recursos passam a ser direcionados para auxiliar no custeio do serviço de ônibus.

Além dessas alternativas, algumas administrações municipais no Brasil e na América Latina tem optado por adquirir ou alugar a frota dos ônibus coletivos com recursos próprios e, em alguns casos, até disponibilizar terrenos públicos para a instalação das garagens, deixando para as empresas de ônibus apenas a operação do transporte público, o que pode atrair uma maior concorrência e reduzir custos.

Por outro lado, instituições da sociedade civil e associações públicas e privadas têm defendido a implementação de uma política nacional de financiamento do transporte público, através de um fundo com recursos dos governos federal, estaduais e municipais, que servirá para subsidiar a operação de sistemas de ônibus, metrôs, trens e barcas em grandes cidades e regiões metropolitanas. 


Jonathan Souza é comunicador social, jornalista, consultor do Instituto Nossa Ilhéus e membro do Conselho Municipal da Cidade de Ilhéus. Artigo publicado originalmente no site nossailheus.org.br.

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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