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Os lulominions estão tiriricas da vida com Ciro Gomes. O presidenciável do PDT declarou que o “mito” da esquerda, o “sapo barbudo”, como dizia o saudoso Leonel Brizola, foi o maior corruptor da história da República brasileira.

Ciro mentiu? A resposta é um NÃO com todas as letras maiúsculas. Os governos do PT foram marcados por uma avalanche de escândalos, com destaque para o mensalão e o petrolão.

A roubalheira correu solta. Ciro mentiu? A resposta é um NÃO com todas as letras graúdas. O toma lá, dá cá, nas gestões petistas, com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, dificilmente será alcançado. Milhões e milhões de reais foram desviados dos cofres públicos para garantir a tal da governabilidade. Ciro mentiu? A resposta é um NÃO com todas as letras garrafais.

O então presidente Lula foi, no mínimo, conivente com a corrupção. Deixou roubar escancaradamente, o que não deixa de ser um forte argumento de que não pode retornar a comandar o país. Se Lula não roubou, foi um bobo da corte.

A verdade machuca. E quando ela é inquestionável, como o resultado 4 na equação 2+2, passa a ser dilacerante. Se os lulominions estão assim agora, soltando fumaça pelas ventas, imagine quando os escândalos forem relembrados no horário eleitoral.

A maior preocupação de Lula não é Bolsonaro. É enfrentar Ciro nos debates. O petista-mor, toda vez que lembra do inevitável tête-à-tête, é acometido por uma insônia que o faz ficar sem dormir por um bom tempo. Hoje, nos bastidores da cúpula nacional do lulopetismo, a pauta obrigatória é Ciro Gomes. Toda vez que é discutida é uma aflição.

PS – E por falar no saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, fundador do Partido Democrático Trabalhista (PDT), veja o que ele diz sobre uma passagem da sua honrosa vida pública em relação a Lula: “Quando cheguei do exílio fui visitar o Lula, que me recebeu como se fosse um imperador. Existe uma incompatibilidade entre nós. Ali vi que Lula é um homem do sistema”. Pois é. Brizola tinha razão. O “sapo barbudo” é do sistema. Que coisa, hein! Naquele tempo, lá em priscas eras, Lula já se achava. Sua soberba continua intacta. Agora acrescentando um ingrediente religioso, já que adora ser chamado de “Deus Lula”. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Depois de apoiar a candidatura de Bruno Reis na sucessão do Palácio Thomé de Souza, indicando a advogada Ana Paula Matos para ser vice do demista, tudo ficou previsível.

O rompimento político do PDT com o governador Rui Costa (PT) era só uma questão de tempo. Portanto, nenhuma surpresa com a iminente saída do partido da base aliada.

Outro detalhe é que o PDT, deixando o PT de fora, é a única sigla da base de sustentação política do chefe do Palácio de Ondina que tem pré-candidato à presidência da República: o ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, que foi considerado o melhor do Brasil nos dois cargos.

O fato do PDT ter presidenciável também contribuiu para a ruptura, já que o lulopetismo, que continua soberbo, tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como postulante a um terceiro mandato.

Agora é cada um cuidando do seu próprio quintal.

Vale lembrar que ao deixar a cadeia, onde passou 580 dias, o “mito” da esquerda disse que o PT era partido de receber apoio e não de apoiar.

Estranho seria, e até muito infantil, se o PDT apoiasse Jaques Wagner para o governo do Estado com o senador pedindo voto para Lula.

Sem dúvida, uma inominável e imperdoável ingenuidade política.

 

Eduardo Cunha: de volta ao jogo político

Eduardo Cunha, ex-aliado do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz o óbvio ululante sobre a sucessão do Palácio do Planalto no pleito de 2022: “Bolsonaro só ganha a eleição se enfrentar o Lula e o Lula só ganha a eleição se enfrentar Bolsonaro”.

A obviedade continua: “Se Bolsonaro enfrentar qualquer outro perde, se Lula enfrentar qualquer outro vai perder”. Ora, ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem disso. E por falar no ex-todo poderoso presidente da Câmara dos Deputados, “exemplo” de homem público, de político “honrado”, o lulopetismo, que vem se reaproximando de todos que protagonizaram o impeachment da coitada da Dilma Rousseff, como o cearense Eunício Oliveira e o alagoano Renan Calheiros, quer seu apoio para o “mito” da esquerda.

A campanha de Lula caminha para ter o maquiavelismo como arcabouço, a viga principal da estratégia de conquistar o terceiro mandato presidencial do petista-mor. Deixando de fora Palocci, braço direito e esquerdo do companheiro de vários verões, o “dedo duro” dos escândalos da era Lula no poder maior da República, todos, sem exceção, independente de se encontrarem presos ou não, são bem-vindos.

Se o lulopetismo voltar a comandar o país, a versão 2 do mensalão é dada como favas contadas. O toma lá, dá cá, só vai mudar de cor: o verde e amarelo será substituído pelo vermelho. Vale lembrar que não se tem notícia de uma única crítica do lulopetismo aos que hoje estão na cadeia ou escandalosamente em liberdade.

Com efeito, Ciro Gomes, presidenciável do PDT, por denunciar essa corja de larápios dos cofres públicos, responde a vários processos por danos morais. Pois é. Danos morais. É mole ou quer mais, costuma dizer a sabedoria popular. No frigir dos ovos, tudo como dantes no quartel de Abrantes.

A impunidade mostrando o ar da graça, debochando da Justiça e dando uma banana para o “dura lex, sed lex”. 


Marco Wense é Analista Político

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"Augusto sabe que o melhor conselho é o de evitar comentar sobre as eleições de 2022. Não é momento para falar do assunto. Uma declaração infeliz pode prejudicar o andamento administrativo do governo".

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Em relação a 2022, Augusto Castro, prefeito de Itabuna pelo PSD, só tem dois votos do conhecimento de todos: um para o Parlamento estadual e o outro à Câmara Federal, respectivamente com Andrea Castro e Paulo Magalhães, ambos da mesma legenda do alcaide.

A secretária de Promoção Social e Combate a Pobreza, esposa do gestor, portanto a primeira-dama do município, enfrenta seu primeiro desafio eleitoral. O já deputado Paulo Magalhães busca sua permanência no Parlamento via instituto da reeleição.

A sabedoria popular costuma dizer, ao se referir aos políticos experientes, de muito tempo na estrada, que são “velhas raposas” do movediço e traiçoeiro mundo da política. A grande maioria consegue dar beliscão em azulejo.

Magalhães, um ex-defensor ferrenho do carlismo, ex-filiado ao DEM, foi um dos responsáveis pela saída de Augusto do PSDB para o PSD do senador Otto Alencar, uma espécie de padrinho político. O parlamentar é tido como um político combativo e “futucador” de verbas federais via emendas.

Outra característica do deputado diz respeito ao seu temperamento, de um político que diz o que tem vontade de dizer, que não costuma levar desaforos para casa. Bem pouco tempo atrás soltou os cachorros na direção do ex-prefeito Fernando Gomes, que teria lhe prometido uma boa votação em Itabuna e só conseguiu, salvo engano, pouco mais de 400 votos.

Sua já certa dobradinha com Andrea Castro pode lhe render bons frutos em Itabuna. Obviamente que a contrapartida será abrir preciosos espaços em seus redutos eleitorais para a primeira-dama, que anda entusiasmada com a candidatura.

Andrea vem fazendo um trabalho de formiguinha, buscando principalmente o eleitorado da periferia, com programas sociais que beneficiam essa camada da população, cada vez mais pobre e caminhando a passos largos para a miséria.

O que chama atenção na secretária, é que parece caminhar sem a ajuda do prefeito. A impressão é que tem luz própria. Para muitos, sua desenvoltura política está sendo uma surpresa.

No tocante às sucessões dos Palácios de Ondina e do Planalto, Augusto vai seguir a determinação do senador Otto Alencar, dirigente-mor do PSD da Bahia. O fato da sigla integrar a base aliada do governador Rui Costa (PT) não é garantia de apoio a Jaques Wagner, pré-candidato ao governo do Estado, e muito menos a Lula na sua tentativa do terceiro mandato presidencial.

Com efeito, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, além de descartar o apoio à reeleição de Bolsonaro, já disse que aliança com o PT só nos Estados, dando assim um chega pra lá na candidatura do petista-mor, no “mito” da esquerda, no “Deus” Lula. Kassab é simpático ao movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, nem a volta do passado marcado por uma avalanche de escândalos e nem um futuro desesperançoso.

Augusto sabe que o melhor conselho é o de evitar comentar sobre as eleições de 2022. Não é momento para falar do assunto. Uma declaração infeliz pode prejudicar o andamento administrativo do governo.

Depois das águas de março fechando o verão de 2022, as definições e os acordos começam a tomar um contorno mais nítido. O nevoeiro vai se dissipando, proporcionando uma maior clareza para o eleitorado. 


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Se o pedido de interdição do presidente Jair Messias Bolsonaro partisse das agremiações partidárias oposicionistas, não teria muita repercussão. A opinião que tomaria corpo era a de mais um ato de “politicagem” dos adversários. Afinal, estão todos com os olhos direcionados para a sucessão do Palácio do Planalto: fulanos, sicranos e beltranos.

Mas não é o caso. Quem está alegando a incapacidade da maior autoridade do Poder Executivo é um grupo de juristas de renome, respeitadíssimo, que acaba de acionar o STF para obter a declaração de incapacidade do presidente Bolsonaro e, como consequência, o seu afastamento da Presidência da República.

Assinaram a petição os professores Pedro Dallari, da USP, Roberto Romano, da UNICAMP, Renato Janine Ribeiro, da USP, José Geraldo de Sousa Jr, da UNB, e os conceituados advogados Fábio Gaspar, Alberto Toron e Alfredo Attié, presidente da Academia Paulista de Direito.

Na ação que pede ao STF que Bolsonaro seja declarado incapaz, os signatários ressaltam que não estão imputando ao mandatário-mor do país crimes de responsabilidade ou comum. “Não o acusamos de crimes, sequer o acusamos. Estamos observando apenas que ele não pode exercer, e de fato não está exercendo devidamente, o cargo no qual foi empossado”, sublinham os autores do pedido.

Em relação ao ponto da pandemia, a peça jurídica diz “que é visível que Bolsonaro deixa de tomar medidas para minimizar os efeitos da doença, proteger cidadãos e cidadãs, agravando os riscos de contágio, doença e morte, que o presidente insiste em propagar notícias falsas, em defender e determinar a adoção de tratamentos falsos”.

Os autores da ação pedem também uma perícia. “É evidente que, sem exame pericial por profissionais reconhecidamente competentes, não se pode decidir a interdição de pessoa considerada insana, que cabe a Colenda Corte Suprema decidir e determinar a realização de exame pericial, a cargo de professores de psiquiatria e outras áreas da ciência psíquica, com currículo reconhecido e respeitado, para verificar de que modo e em que extensão se apresenta essa insanidade daquele que ocupa o cargo de Presidente da República”.

Finaliza dizendo que “constatada a insanidade, o STF decidirá qual “remédio jurídico” poderá ser adotado para corrigir os prejuízos para a sociedade, sem que se olvide da necessidade de afastamento, quiça imediato”.

Pois é. Até que ponto chegamos. Pedido de interdição do presidente da República. Lembrei agora do saudoso sociólogo Selem Rachid Asmar, que, ao ser questionado sobre a Região Cacaueira, dizia “Pobre Região Rica”. Pobre no sentido do espírito coletivo de suas lideranças políticas e rica no potencial econômico.

Pobre Brasil rico, é o Brasil de hoje. Ainda bem que é abençoado por Deus, pela natureza e por alguns políticos que honram seu mandato. Infelizmente, pouquíssimos. A regra é o enriquecimento pelos cofres públicos, a descaracão, o cinismo e a roubalheira.

Um país que tem uma significativa parcela do eleitorado adepta do “rouba, mas faz”, está fadado a um futuro desesperançoso, sem perspectiva de justiça social, o que afronta o princípio constitucional da dignidade do ser humano, que é imprescindível para a consolidação do Estado democrático de direito. 


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A pesquisa do instituto Datafolha, divulgada ontem, quarta, 12 de maio, foi ótima para Lula (PT), boa para Ciro Gomes (PDT) e péssima para o presidente Bolsonaro (sem partido), cuja reeleição vai ficando cada vez mais difícil.

Essa dificuldade em conquistar o segundo mandato consecutivo, mesmo quando Bolsonaro estava na frente, já foi comentada aqui por duas, três ou quatro vezes. Os bolsonaristas, mais especificamente os de “raiz”, me chamaram de lunático, que eu estava vivendo em outro planeta.

A Coluna Wense dizia que o índice de rejeição a Bolsonaro, com a irresponsabilidade no enfrentamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, assentada em um inominável negacionismo científico, iria crescer. Que a queda na popularidade do chefe do Executivo era só uma questão de tempo, o que colocaria sua presença no segundo turno não mais como favas contadas.

Não vou citar os números da enquete, amplamente favoráveis ao petista-mor. Já são do conhecimento de todos que acompanham a política. O ponto questionável, que termina provocando dúvidas em relação à credibilidade do Datafolha, diz respeito ao segundo turno.

O instituto faz uma projeção da segunda etapa eleitoral entre Lula e João Doria, pré-candidato do tucanato, obviamente do PSDB. O governador de São Paulo ocupa a sexta posição na consulta.

Ora, o Datafolha, propositadamente, sei lá com que intenções, não simula uma disputa de segundo turno entre Lula e Ciro Gomes, que é o único postulante ao Palácio do Planalto que pode quebrar essa polarização rancorosa e odienta entre o ex-presidente e o atual, entre um passado marcado por escândalos de corrupção e um governo que despreza a ciência, que passou a ser refém do Centrão, do toma lá, dá cá.

Deixar de lado uma simulação entre Lula e Ciro, além de ser inaceitável, provoca suspeitas sobre a seriedade do instituto. A pergunta continua viva: Por que o Datafolha não faz uma simulação de segundo turno entre Lula e Ciro?

Fica parecendo que o instituto torce pelo pré-candidato do PT, escondendo a possibilidade do antipetismo caminhar em direção a Ciro, o que o levaria para o segundo turno e, como consequência, a manchete estampada nos jornais: BOLSONARO FORA DO SEGUNDO TURNO.

Ciro derrotaria Lula, tendo o antipetismo como o maior e invejável cabo eleitoral. Vale lembrar que o lulopetismo, pelo menos a ala mais lúcida e realista, prefere enfrentar Bolsonaro, treme de medo de um debate entre Lula e Ciro. Acha, e com toda razão, que um tête-à-tête pode tirar milhares de votos do ex-presidente.

Na cúpula do lulopetismo, o consenso é que o PT não deve fazer nenhum esforço para viabilizar o impeachment de Bolsonaro. Não à toa que o senador Jaques Wagner, pré-candidato ao governo da Bahia, ficou contra a CPI da Covid-19. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Wagner teve o consentimento de Lula. Não iria tomar uma decisão dessa envergadura sem ouvir o chefe, sob pena de tomar um puxão de orelha. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Concluo o comentário com a mesma pergunta que fiz em um dos parágrafos acima : Por que o Datafolha não faz uma simulação entre Lula e Ciro em uma eventual disputa no segundo turno?

Não quero acreditar que o instituto, em decorrência dos insultos do presidente Bolsonaro contra os jornalistas da Folha de São Paulo, esteja querendo se vingar do “mito” fazendo campanha para o “Deus Lula”. Para não misturar política com religião, o “mito” da esquerda.

PS (1) – No tocante ao quesito rejeição, Lula e Bolsonaro estão disparadamente na dianteira. A situação é mais preocupante para o bolsonarismo, já que cresce a parcela do eleitorado que acha que muitas mortes poderiam ser evitadas se o governo federal tivesse adquirido as vacinas no começo da primeira onda da pandemia. Vale lembrar que caminhamos a passos largos para atingir 500 mil vidas ceifadas pela cruel e devastadora covid-19.

PS (2) – E por falar na alta rejeição de Bolsonaro, matéria da Folha de São Paulo diz que “canetada eleva salário de Bolsonaro e ministros em até 69% e estoura teto do funcionalismo”. A remuneração mensal pode chegar a R$ 66 mil. 


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O título do comentário de hoje está no plural porque envolve duas expressivas lideranças políticas: o governador Rui Costa (PT) e o senador Otto Alencar (PSD).

O também senador Jaques Wagner e ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ficam de fora dessa angustiante dúvida diante do processo sucessório estadual, da disputa pelo cobiçado comando do Palácio de Ondina.

O ex-governador Jaques Wagner, que é o petista da Bahia mais próximo do ex-presidente Lula, já decidiu seu caminho. Sua candidatura ao governo do Estado no pleito de 2022 é irreversível, favas contadas, 2+2=4.

Não tem nenhum “porém” na pretensão de Wagner. Nada que possa demovê-lo da intenção de governar a Boa Terra pela terceira vez, salvo algum acidente de percurso que justifique sua desistência.

Em relação a ACM Neto, qualquer recuo pode significar o começo de um desgaste que pode durar por muito tempo. Vale lembrar que o ex-gestor soteropolitano deixou várias feridas – muitas delas ainda não cicatrizadas – em decorrência da sua decisão de não sair candidato na sucessão de 2018.

Cito o exemplo de dois postulantes, um para a Assembleia Legislativa e o outro à Câmara Federal, que culpam Neto por não se reelegerem, respectivamente Augusto Castro, atual prefeito de Itabuna, e o demista José Carlos Aleluia, que volta e meia ameaça romper com o netismo. Augusto deixou o PSDB e foi para o PSD. Aleluia permanece no DEM.

Essas opiniões de que ACM Neto vai ser vice de Bolsonaro e que vai desistir da disputa pelo maior cargo do Poder Executivo estadual visam enfraquecê-lo e, por tabela, atrair os pré-candidatos da oposição a deputado federal. Uma espécie de terrorismo político.

Quanto a Rui Costa, o dilema continua: disputar ou não o Senado da República? Já disse inúmeras vezes que a cúpula do lulopetismo não confia no vice-governador João Leão, que ficaria seis meses como governador com a desincompatibilização de Rui. Leão é do PP, que é a legenda mais bolsonarista do Congresso. O presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira, um dos ferrenhos defensores do governo federal na CPI da Covid-19, é adepto do “Deus no céu, Bolsonaro na terra”. Com efeito, o próximo passo é criar obstáculos para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o tal do orçamento secreto de R$ 3 bilhões, já apelidado de “bolsolão”, que rima com petrolão e mensalão, os dois maiores escândalos dos governos do PT.

E Otto Alencar, dirigente-mor do PSD da Bahia, como fica nessa composição da chapa majoritária se Rui Costa resolver disputar o Senado? Vai se contentar em ser vice de Wagner, como quer a instância maior do lulopetismo? O cargo de vice é muito pequeno para Otto, que merece ser tratado com mais respeito. Otto como vice de Wagner é o começo da sua decadência política. Não podemos esquecer do compromisso de Rui com a reeleição de Otto, que faz um bom trabalho no Parlamento, tido como um senador atuante, incisivo, coerente e firme nas suas colocações.

Outro ponto que não pode passar despercebido, é que qualquer manobra contra à reeleição de Otto pode afastar de vez um eventual apoio do PSD à candidatura presidencial do agora “ficha limpa” Lula e, como consequência, aproximar a sigla, sob a batuta de Gilberto Kassab, do presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Os dilemas da sucessão estadual estão no colo de Rui Costa e de Otto Alencar. A grande expectativa gira em torno da reação de Otto se ficar de fora da majoritária na vaga para o Senado.

Francamente, como diria o saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, não acredito que o senador Otto Alencar aceite ser apequenado pela soberba e esperteza do lulopetismo. 


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O lulopetismo e o bolsonarismo estão empatados nas acusações de forte impacto eleitoral. O placar, que é de 1×1, envolve a corrupção e o genocídio.

Os petistas acusam o governo Bolsonaro de não ter combatido a pandemia do novo coronavírus como deveria, atribuindo a falta de vacinas ao governo federal e, como consequência, boa parte do número de óbitos, cuja previsão é de mais de 500 mil vidas ceifadas pela cruel covid-19 ainda neste semestre.

Os bolsonaristas, por sua vez, acusam os governos do PT, principalmente os dois do ex-presidente Lula, de serem os mais corruptos da história da República brasileira.

Ambos os lados estão assentados em fatos. E contra eles, os argumentos são fracos e inconsistentes. Não tem como negar à irresponsabilidade diante da gravíssima crise sanitária e a roubalheira escancarada nos governos do PT.

É evidente que os dois extremos, um de direita outro de esquerda, negam o genocídio e a corrupção. Tem até lulominions dizendo que Lula, o petista-mor, não sabia de nada. O que não deixa de ser hilariante. Se for verdade, o ex-presidente foi um bobo da corte.

O jogo das acusações teve agora um novo ingrediente que pode alterar o resultado. Se o governo Bolsonaro não explicar o tal do orçamento secreto bilionário para favorecer parlamentares, o placar passa a ser de 2×1 a favor do petismo.

O toma lá, dá cá, em troca de apoio no Congresso, envolve a dinheirama de R$ 3 bilhões. Teve até compras de tratores e de equipamentos agrícolas com preços de quase 260% acima dos valores fixados pelo governo.

A comparação com o escândalo dos Anões do Orçamento passa a ser inevitável. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o “tratoraço” é uma modalidade de corrupção com recursos do orçamento.

Portanto, cabe ao governo Bolsonaro explicar tudo, sob pena do lulopetismo passa na frente do placar.

Pois é. Até que ponto chegamos. Disputa entre grupos políticos pelo “troféu” de quem menos se corrompeu. É fim de mundo, diria minha saudosa vovó Nair.

E assim caminha a politicagem, seguindo a estrada da corrupção, atropelando o que há de mais sagrado na política: o dinheiro público, dinheiro meu, seu, nosso, enfim, de todo povo brasileiro.

PS – O Brasil não pode ficar nessa disputa entre a volta do passado e a permanência da desesperança, de um futuro sombrio. Nessa polarização carregada de ódio. O Brasil precisa de paz, harmonia e justiça social. Não suporta mais o extremismo de esquerda e nem o de direita. 


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A ala pragmática e mais fisiológica do DEM começa a dizer que a posição de ACM Neto, presidente nacional da legenda, diante da sucessão do Palácio do Planalto, vem provocando a debandada de lideranças para outras agremiações partidárias.

O ex-alcaide de Salvador já disse que o DEM não vai tomar o caminho do extremismo, seja com Bolsonaro, que busca sua reeleição, ou com o petista-mor Lula, que quer retornar ao cargo mais cobiçado do Poder Executivo.

Essa decisão de não pegar a estrada dos extremos, do radicalismo e do confronto do ódio, está afastando da sigla os que fazem política de olho nas pesquisas de intenções de voto, os que ficam esperando quem está melhor colocado nas enquetes para encostar.

Todos que estão deixando o demismo, com algumas poucas exceções que envolvem as arrumações regionais, o fazem por oportunismo político. São defensores de que o DEM tem que deixar duas portas abertas, uma para Jair Messias Bolsonaro e a outra para Luiz Inácio Lula da Silva.

Não existe “crise de identidade” no DEM, como alegam os parlamentares que apoiam a possibilidade de apoiar Bolsonaro ou Lula. Ora, ACM Neto já decidiu que não quer nem um e, muito menos, o outro. “Óbvio que não vou cogitar apoiar de um extremo a outro”, disse o ex-gestor soteropolitano. Portanto, essa alegação de “crise de identidade” não passa, como já disse no parágrafo anterior, de oportunismo.

Olhe, caro e atento leitor, ainda vou mais longe. Se no segundo turno a disputa for entre Bolsonaro e Lula, e se tiverem empatados, com qualquer um podendo ganhar, os oportunistas de plantão vão ficar em cima do muro, esperando o resultado. Depois é só dizer que apoiaram o vitorioso, que só não fizeram abertamente por causa da decisão do partido.

Neto diz que o DEM “está sofrendo ataque especulativo dos que têm inveja”. Lembra que a sigla cresceu na comparação entre as eleições de 2020 e 2016, elegendo 464 prefeitos contra 268 do pleito anterior e 49% a mais de vereadores.

É evidente que ACM Neto não pode só ficar na simpatia com o movimento “NEM LULA, NEM BOLSONARO”. Antes das águas de março fechando o verão de 2022, vai ter que decidir o seu candidato à presidência da República. 


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Os pré-candidatos à deputado federal e estadual, independente de partido e do posicionamento ideológico, seja de direita, esquerda ou de centro com suas variantes, estão afinados em um mesmo discurso: o da representatividade política. Uns por convicção. Outros por conveniência eleitoral. Acredito que mais por sinceridade do que por cinismo.

De olho em uma boa votação no sul da Bahia, mais especificamente em Itabuna, pregam o voto regional como necessário. O fortalecimento político é o oxigênio para reivindicar dos governantes soluções para os problemas que afligem a população.

Ninguém, pelo menos em sã consciência, pode ir de encontro à importância de se votar em candidatos regionais. Hoje, citando o exemplo de Itabuna, o prefeito Augusto Castro (PSD) tem que buscar o apoio de parlamentares que não têm nenhuma identificação com o município.

Em priscas eras surgiu a chamada “Bancada do Cacau”. Um movimento que tinha a missão de convencer o eleitorado da importância de votar nos candidatos da região. Até que surtiu efeito. Depois foi se esvaindo, se enfraquecendo e, como consequência, o fim.

O discurso da “Bancada do Cacau” não aguentou interesses maiores, pressões de cima para baixo. Os defensores da iniciativa terminaram sendo cooptados por forças poderosas.

Agora vem a versão 2 da “Bancada do Cacau”, que já começa a ser sabotada por quem não tem interesse no ressurgimento do movimento, com destaque para os candidatos apelidados de “copa do mundo”, que aparecem de quatro em quatro anos dizendo que tem o maior carinho pelo sul da Bahia, principalmente por Itabuna e Ilhéus.

O problema é a tal da “dobradinha”. O candidato à Assembleia Legislativa do Estado apoiando um postulante à Câmara Federal que não tem nenhum vínculo com Itabuna. O discurso da representatividade política vai por água abaixo, passa a ser mentiroso, demagogo e enganador.

Alguns candidatos a deputado estadual, na eleição de 2018, usou esse discurso, mas na calada da noite, sorrateiramente, pediam votos para deputado federal de fora. Hoje, na maior cara de pau, começam a ensaiar a versão 2 da “Bancada do Cacau”. Tudo de mentirinha. Já acertaram o troca-troca de votos com os forasteiros de plantão.

Vale lembrar, até mesmo como forma de fazer uma homenagem, que a expressão “Bancada do Cacau” foi criada pelo saudoso, inquieto e polêmico jornalista Eduardo Anunciação, que na sua conceituada coluna “Política, Gente, Poder” defendia, de maneira entusiasmada, o voto regional.

Portanto, que o eleitor-cidadão-contribuinte fique atento. É um olho no padre, outro na missa, como diz a sabedoria popular.

PS – Faço aqui uma ressalva. Do contrário, estaria cometendo uma injustiça com os deputados que, mesmo não sendo da chamada Região do Cacau, têm ajudado os municípios através de suas emendas e no agendamento dos prefeitos tanto em Brasília como no Palácio de Ondina. 


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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que a grande maioria do seu eleitorado não liga para as contradições do PT na busca de acordos. Essa considerável fatia de votos está concentrada nos beneficiários do Bolsa Família.

O petismo tem também os seus “lulominions”, que costumam chamar o líder-mor de “Deus Lula”. Quando o assunto é a sucessão do Palácio do Planalto, eles dizem que a polarização é favas contadas, irreversível. De um lado o “Deus Lula”, do outro o “mito”.

Os petistas que não aceitam essa aproximação de Lula com certos políticos não têm força nenhuma. Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, são chamados de ingênuos, sonhadores e até mesmo de babacas.

A prova inconteste de que o agora elegível Lula é de um pragmatismo assustador, adepto do vale tudo para conquistar o poder, de que os fins justificam os meios, é que não há um registro de uma crítica sua a essa turma que hoje está na cadeia ou, em decorrência da impunidade, solta, tomando bons vinhos na beira da piscina de suas mansões, debochando da Justiça. O silêncio de Lula é de quem tem telhado de vidro.

Se Lula tivesse certeza que Cunha, Cabral e companhia Ltda não iriam provocar desgaste na sua tentativa de chegar à presidência da República pela terceira vez, assim que deixassem a cadeia, seriam chamados para o palanque. Um tapete, obviamente de cor vermelha, seria estendido para os honrosos políticos, exemplos de homens públicos. Com efeito, todos esses larápios do dinheiro público, dinheiro meu, seu, nosso, enfim, do povo brasileiro, do cidadão-eleitor-contribuinte já foram aliados de Lula. Pelo andar da carruagem, vão voltar a ter influência em um eventual retorno do líder maior do Partido dos Trabalhadores ao cargo mais importante e cobiçado do Poder Executivo.

O senador Renan Calheiros, emedebista lá de Alagoas, que responde a vários processos, alguns deles no STF, um dos articuladores do impeachment da então presidente Dilma Vana Rousseff, foi convidado para ser uma espécie de coordenador da campanha de Lula no nordeste. A pobre da Dilma não diz nada.

A diferença entre o ex-presidente Lula e o atual, no tocante ao eleitorado, é que Bolsonaro, para manter sua base unida, tem que radicalizar o discurso. Lula não tem essa preocupação, já que 60% dos seus eleitores são despolitizados, quer no aspecto ideológico como de informação.

Concluo dizendo que essa “irreversível” polarização vai sendo enfraquecida à medida que o movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro” vai tomando corpo. Vale lembrar que o antipetismo e o antibolsonarismo caminham a passos largos para atingir 60% do eleitorado. 


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