Leia em: 5 minutosO Pauta Blog conversou com o prefeito de Itajuípe, Léo da Capoeira (PSD) e anunciou quais vão ser as atrações do “Micapedro dos Lagos”, previsto para começar hoje, 5ª feira (7.julho). O gestor falou sobre desenvolvimento estratégico do município, legado para as próximas gerações e planejamento responsável.
Leandro Junquilho Cunha, conhecido popularmente como “Léo da Capoeira”, tem 41 anos de idade, é casado e pai. É agente cultural, contramestre de Capoeira há mais de 20 anos, formado em Gestão Pública e se define como um “amante do esporte e da cultura”. Foi vereador de Itajuípe, vice-prefeito e, recentemente, se tornou gestor municipal após a renúncia de Marcone Amaral (PSD) para ser pré-candidato a deputado estadual.
Questionado sobre quando decidiu ingressar na vida pública, Léo disse que foi um caminho natural e incentivado por pessoas próximas a ele: “Sempre militei com projetos sociais através da cultura afro-brasileira, a capoeira e tudo mais. Inclusive, lancei um projeto há uns 15 anos que foi reconhecido pela Unicef e foi o que me colocou nessa dinâmica. A própria população, os pais dos alunos, colocaram em minha cabeça que eu tinha a oportunidade de contribuir mais me colocando como uma possibilidade de exercer um cargo eletivo. Eu fui diretor de Cultura e, logo em seguida, me coloquei à disposição para ser vereador. Na primeira vez em que me candidatei, em 2012, fui o mais votado. De lá para cá, eu não saí mais da política. Em seguida, me tornei vice-prefeito ao lado de Marcone Amaral. Nós fomos para a reeleição com a mesma chapa porque fizemos uma parceria que era acima de interesses próprios. O objetivo era a cidade sair de um estágio e ir para o desenvolvimento e a população reconheceu isso nos dando a reeleição e aumentando o número de votos que nós tivemos da primeira vez”.
Sobre o desafio de assumir o cargo de prefeito, Léo disse que sempre procurou ser um vice-prefeito atuante e, com isso, adquiriu muita experiência: “Marcone foi pela confiança que tem comigo por saber que vamos continuar os projetos da cidade. Eu sempre fui um vice muito atuante, uma pessoa que estava ali lado a lado e ele sempre me deu abertura. Quando eu assumi a prefeitura, eu já participava de toda administração pública do município em todas as áreas porque, inclusive, quando Marcone saía, eu ficava à frente. Vou confessar que, realmente, é diferente quando você assume a cadeira e a responsabilidade é outra. Não que a responsabilidade de um vice-prefeito não seja grande, mas a característica da função é diferente no sentido de ter a tomada de decisão”.
Léo admitiu que tem enfrentado desafios desde que “sentou na cadeira”, mas que não se intimida com a dinâmica da rotina: “Todo dia, eu peço muita sabedoria a Deus para tomar as decisões certas e poder avançar da melhor forma possível e fazer o que é justo porque, às vezes, nem tudo o que a gente faz vai agradar a todo mundo. O pai, às vezes, dá o não para o filho, mas é porque ele vê que aquilo ali não é bom para o filho. O gestor municipal também precisa ter essa noção e não ceder para tudo o que chega até ele”.
O Pauta quis saber, também, qual é a marca que Léo da Capoeira pretende deixar em Itajuípe quando deixar a função: “Eu acredito na necessidade de promover o desenvolvimento estratégico da cidade. Quando assumimos o município, há 5 anos, a cidade tinha sérios problemas de estrutura de gestão e Marcone conseguiu equilibrar. Hoje, nós temos diversas situações em todas as áreas e todas funcionam. Estamos em um nível que a gente precisa sonhar com qual Itajuípe a gente quer. Qual é a Itajuípe do futuro? Qual é o legado que a gente vai deixar para as próximas gerações e os futuros gestores que vão vir? Eu vejo que Itajuípe tem potencial para poder se desenvolver em áreas específicas e em localidades específicas como, por exemplo, a área do lago, eu imagino que ela precisa ser potencializada porque é um local que tem potencial incrível para desenvolvimento econômico do ponto de vista turístico, da gastronomia, do esporte, da cultura e do lazer. Itajuípe tem uma entrada diferenciada onde toda a região pode usufruir de forma positiva e a gente pode vender a imagem de Itajuípe para atrair pessoas. (…) Eu tenho a cabeça de pensar agora, já que está tudo equilibrado, que Itajuípe a gente vai construir? (…) Itajuípe só tem uma ponte que liga quatro cidades: Coaraci, Almadina, Itapitanga e por aí vai. Se essa ponte der um problema, imagine aí como é que vai ser. São projetos que vão trazer desenvolvimento a longo prazo e acho que essa pode ser a marca de Léo em Itajuípe”.
O prefeito salientou que é preciso planejar com responsabilidade, valorizar o serviço e fazer a renda circular dentro do município, mas isso só é possível com estudo e dedicação: “Hoje, nós temos uma previsibilidade orçamentária do que a gente pode fazer e avançar. Por exemplo, a gente vai fazer o Micapedro, mas o dinheiro de pagar o Micapedro já está separado. Então, nenhuma outra área básica foi penalizada para fazer a festa. O valor da festa está em torno de R$ 1,5 milhão, sendo que a gente fez um estudo de que roda quase R$ 4 milhões dentro da cidade durante o período tanto na formalidade como na informalidade. É um impacto econômico enorme, além de pulverizar os recursos para outros setores, como para os músicos, que sofreram tanto com a pandemia. É uma forma de democratizar os recursos públicos e outra forma de fazer isso é manter os salários em dia e aqui a gente tem feito isso sempre”.
Para finalizar, nós quisemos saber se o prefeito ainda arrisca jogar capoeira mesmo diante de tantos compromissos e a resposta foi enfática: “Treino toda semana! A gente continua dando a nossa gingada porque, se não, a gente adoece! Quem é capoeirista sabe que, toda semana, tem que dar uma gingada, bater o berimbau e manter as tradições culturais que estão no sangue da gente. Léo da Capoeira é Léo da Capoeira!”.