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Depois da visita do presidenciável Lula na Boa Terra, mais especificamente na capital, a pergunta que tomou conta do meio político é sobre João Leão. Como fica o vice-governador diante da sucessão estadual?

O petista-mor, postulante a um terceiro mandato no cargo mais cobiçado do Poder Executivo, deixou bem claro que só resta a Leão a indicação do vice de Jaques Wagner na composição da majoritária, já que a vaga para o Senado caberá ao senador Otto Alencar (PSD), com sua natural candidatura à reeleição.

Lula colocou os pontos nos is. Dificilmente haverá qualquer alteração. O governador Rui Costa cumprirá seu mandato até o último dia. O sonho de Leão de governar a Bahia por seis meses virou um grande pesadelo. O de disputar o Senado também.

A Rui Costa, como já comentei aqui por diversas vezes, como contrapartida pela compreensão de que a causa maior é a eleição de Lula, a promessa de assumir um importante ministério em um eventual retorno do PT à presidência da República. A desistência de Rui em relação à disputa pelo Senado foi imprescindível para evitar uma preocupante fissura na base aliada.

Será que houve alguma promessa a João Leão? Vale lembrar que o vice-governador, além de ser o secretário do Planejamento do Estado, é o presidente estadual do PP, legenda mais importante do Centrão e da base de sustentação política do governo Bolsonaro.

Para Leão, nada está decidido. “A partir de dezembro a montagem da chapa majoritária deve avançar”, disse o vice-governador. Ledo engano. E Leão sabe disso. Mudar como? Wagner vai desistir de disputar o Palácio de Ondina? Otto Alencar abrirá mão da sua reeleição? Ora, ora, tenha santa paciência! O óbvio ululante é que só sobrou a indicação do vice para Leão.

Se Leão quer mesmo disputar o Senado da República, um democrático e legítimo direito, só há dois caminhos: ou do lado de ACM Neto (DEM) ou de João Roma (Republicanos), ambos pré-candidatos ao governo do Estado no pleito de 2022.

No mais, esperar o dezembro de Leão chegar. Com certeza, o vice não terá, politicamente falando, um bom natal. E não adianta colocar os sapatos na janela. Papai Noel não vai poder atender seus pedidos.

PS – Astuto foi o senador Otto Alencar, dirigente-mor estadual do PSD, que para consolidar sua vaga na majoritária, prometeu a Lula o apoio nacional da sigla para sua candidatura ao Palácio do Planalto, o que terminou deixando o lulopetismo soteropolitano eufórico. Promessa essa que Leão não pode fazer com o PP. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Recebi, com surpresa, uma mensagem do então Presidente da OAB de Itabuna, Edmilton Carneiro, pedindo um apoio para o protagonismo feminino em uma das maiores instituições democráticas do país. Na mensagem, ele me dizia que a Ordem dos Advogados da Bahia, em 90 anos, jamais teria elegido uma mulher. No mesmo cenário, a Ordem dos Advogados de Itabuna, que tem 60 anos, também não. Estou na torcida!

A primeira-dama de Itabuna, que hoje assina o sobrenome do esposo, Andréa Castro, está em ritmo acelerado de pré-campanha para a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Segundo especulações, teria visitado Vitória da Conquista no final-de-semana. Viria aí uma parceria com a retadíssima prefeita, Sheila Lemos?

A Secretária de Saúde do Município de Itabuna, Dra. Lívia Mendes, em entrevista que vai ao ar nesta quinta-feira, ao programa Debate Por Elass, apresentado por esta que vos escreve e Ellen Prince, falou sobre a ocupação de lugares e cargos pelas mulheres com muita tranquilidade, afirmando que já é algo que tem acontecido naturalmente. “Sabemos que várias lutas são válidas, mas muito já mudou”, citando que a mesma foi a primeira médica residente do Hospital de Base, há alguns anos, e a primeira Diretora-Médica do Hospital Calixto Midlej Filho (Santa Casa de Itabuna). A entrevista vale muito à pena!

Circula nos grupos de whatsapp uma entrevista de Fernando Gomes ao programa Frequência Política, apresentado por Binho Shalom e João Matheus Feitosa (que sempre falta estrategicamente, e nesse sábado faltou!). No áudio, o ex-prefeito brinca e dá risadas sobre a forma como teria conhecido Maria Alice, sua fiel escudeira por anos, mas que hoje mantém uma relação fria e distante. O poder sempre une, enquanto a derrota cria muros!


Manu Berbert é publicitária

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O ex-presidente Lula, na sua visita a Salvador, na próxima quarta, 25, terá um encontro com os partidos da base aliada do governador Rui Costa : PSB, PCdoB, PP, PSD, PODEMOS, AVANTE e, obviamente, o PT.

Mas não é essa conversa com as siglas que dão sustentação política ao chefe do Palácio de Ondina que vem causando expectativa, já que dessa reunião, com tantas testemunhas, não sairá nenhuma novidade. Lula vai cumprimentar os dirigentes partidários e agradecer pelo apoio a Rui Costa. Nada mais.

O encontro que chama atenção, que já provoca várias especulações, burburinhos e disse-me-disse, é o de Lula com Rui Costa, não se sabe ainda se na presença ou não do senador Jaques Wagner.

Lula vai querer saber de Rui sua posição em relação à sucessão estadual, mais especificamente se deseja disputar o Senado. Vai dizer ao petista-mor da Boa Terra que a base aliada precisa ficar unida, que o caminho da união está na sua permanência no governo, concluindo seu mandato até o último dia, o que evitaria uma preocupante fissura na base aliada e, como consequência, uma dificuldade maior para compor a chapa majoritária.

E qual seria a composição ideal para enfrentar ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM? A resposta é a que mais preocupa o ex-gestor soteropolitano: Wagner encabeçando a chapa, Otto Alencar como vice e João Leão disputando o Senado da República.

É evidente que a Rui, como contrapartida pela sua compreensão, pelo entendimento que a causa maior (a eleição de Lula) deve superar a menor (o pega-pega regional), será prometido um importante ministério em uma eventual vitória do presidenciável do Partido dos Trabalhadores.

Lula deve dizer a Rui que sua desincompatibilização, tendo que deixar o governo no mês de abril de 2022, vai colocar o vice-governador João Leão no comando do Estado, lembrando que Leão é do PP, legenda do Centrão e a mais fiel ao presidente Bolsonaro.

Se ACM Neto resolver se reaproximar do bolsonarismo, fazendo as pazes com o ministro João Roma, vai exigir da cúpula nacional do PP, tendo na linha de frente Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil, o apoio de João Leão à sua candidatura ao governo da Bahia.

O cenário político só ficará menos embaçado depois das águas de março fechando o verão de 2022, o que não impede qualquer tipo de especulação, desde que dentro de uma certa lógica. E aí não tem como não lembrar da máxima que diz que “na política tudo é possível”. Salta aos olhos que não é bem assim. Existe a possibilidade de ACM Neto ser o vice de Jaques Wagner? Claro que não.

Vamos ver o que vai acontecer nos encontros de Lula com as lideranças políticas para uma análise mais consistente.


Marco Wense é Analista Político

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A advocacia representa um dos pilares da justiça, que por sua vez mostra-se indispensável á promoção da vida e dignidade humana. A profissão de advogado carrega consigo vários desafios e a missão de proteger os interesses do povo fazendo valer a constituição.

A profissão de advogado sempre foi muito admirada por mim e carrega o enorme objetivo de assegurar uma sociedade justa e democrática. Os desafios de um advogado são muitos!! Entre eles, estão a reafirmação e desenvolvimento de sua capacidade jurídica, definição da área de atuação e o segmento do mercado de acordo com uma estratégia pessoal especifica. E um verdadeiro empresariamento pessoal. A profissão demanda muito estudo, análises e acompanhamento das constantes transformações da sociedade.

Os advogados são exigidos a acompanhar e se adaptar as mudanças culturais, tecnológicas e políticas da sociedade. Em tempos de pandemia, por exemplo, muitos advogados tiveram que se adaptar para um novo mercado de trabalho “home officer”, prática que traz consigo novos obstáculos a serem superados, especialmente, em relação ao convívio entre trabalho e vida privada.

O advogado Marcos Bandeira diz:

Os advogados lutam diariamente pela garantia de suas prerrogativas, pela união da classe e valorização da profissão. Esses sem dúvidas são os grandes pilares para o desenvolvimento de uma atividade que melhor produza retorno a sociedade. 


Marcos Bandeira Junior é advogado, nascido em Ilhéus-Bahia, especializado em Direito Penal e Criminologia, formado pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Sócio do Escritório Bandeira Advocacia e Consultoria.

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O governador Rui Costa (PT) vive o dilema de tomar uma decisão e contrariar o senador Jaques Wagner.

A vontade do chefe do Palácio de Ondina é disputar o Senado da República. A de Wagner é que Rui fique no governo até o último dia do mandato, 31 de dezembro de 2022, o que facilitaria a composição da chapa para enfrentar ACM Neto (DEM) na sucessão estadual.

Do contrário, somente uma vaga, a de vice-governador, ficaria aberta. Quem indicaria o companheiro de Wagner na majoritária, o PSD de Otto Alencar ou o PP de João Leão?

Vale lembrar que o senador Otto Alencar é candidato à reeleição. Quanto a Leão, que fala até em encabeçar a majoritária, já deixou nas entrelinhas que se o PP for preterido pode debandar para o netismo.

Ao ser questionado sobre o imbróglio, se Rui deveria continuar no cargo, Wagner lembrou que ficou até o fim da gestão no segundo mandato como governador. “Eu fiz a mesma coisa e não me arrependo de jeito nenhum. Acho que ajudei a manter o grupo unido”, desabafou o parlamentar, que até hoje não explicou por que ficou contrário a instalação da CPI da Covid-19.

A declaração de Wagner aumentou ainda mais o dilema de Rui Costa. 


Marco Wense é Analista Político

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Ontem fui surpreendida com a morte do publicitário Duda Mendonça. Apaixonada por gente e grandes histórias desde sempre, lembrei dos tempos da faculdade, quando tinha acesso à internet apenas na biblioteca da Universidade Tiradentes, em Aracaju, e escrevia seu nome no Google quase todos os dias para me atualizar da sua vida profissional. Li seu livro, Casos & Coisas, presente do meu irmão Mucio, mais de dez vezes. Não dou, não empresto, e ainda o folheio sempre!

Duda Mendonça é um dos maiores nomes da comunicação do nosso país. Um cara que enxergava os sentimentos das pessoas e entendeu que a emoção era a alma da publicidade e da propaganda, inclusive política. Para muitos, um manipulador nato. Para outros, um cara inteligente e ponto. Para esta que vos escreve, uma mente rara, capaz de pensar por ele, por seus clientes e por toda uma nação. E a história do nosso país prova isso, porque ele, nos bastidores, fez parte de uma virada de chave nacional: a eleição de Lula, sindicalista e metalúrgico, pobre e tido por muitos como louco, após três tentativas frustradas, Presidente do Brasil!

Ele surpreendeu amigos, família e o mercado publicitário quando assumiu a campanha de Luís Inácio Lula da Silva. “Meu coração é povão”, assumiu em um tempo extremamente engessado, aristocrata, quando a internet ainda não tinha proporcionado a democratização das ideias. “Ele bateu na trave três vezes e voltou porque sua figura não conversava com o empresariado”, explicou em uma palestra. Palpitou e mudou a forma dele se vestir, estudou os trejeitos que o descaracterizavam como autoridade, e ajudou a escrever os maiores e melhores discursos do início da sua carreira. Bingo: Lula presidente e reconhecido internacionalmente como grande liderança!

Duda foi o primeiro publicitário a fazer uma campanha política usando um coração, salvo engano com Mário Kertész candidato a prefeito de Salvador, e isso representa mais do que a simples figura estampada nos outdoors. Ele implementou sentimento aos vídeos e jingles, narrando sentimentos. De tudo, e ele fez muita coisa, guardarei para sempre a mensagem pessoal que deixou, nas entrelinhas da sua trajetória: não há troféu, dinheiro ou reconhecimento que compense a satisfação de atuar profissionalmente por e com PAIXÃO!


Manu Berbert é publicitária

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Vamos começar pelo lulopetismo, com o senador Jaques Wagner, pré-candidato à sucessão do governador Rui Costa, buscando uma composição na chapa majoritária que não crie fissuras na base aliada.

Toda vez que se fala das legendas que dão sustentação política ao chefe do Palácio de Ondina, quando o assunto é a majoritária, só se lembram do PSD do senador Otto Alencar, o PP do vice-governador João Leão e, obviamente, do PT. As outras siglas sequer são citadas. Algumas são tidas como coadjuvantes. Outras nem isso.

Seria uma imperdoável ingenuidade política não achar que a importância do PSD e PP para o sucesso eleitoral de Wagner é gigantesca. E entre os vários motivos, basta um só como forte argumento: PSD e PP detém o maior número de prefeituras.

O PSB da deputada federal Lídice da Matta é o exemplo que simboliza esse desdém do petismo com as outras agremiações partidárias aliadas. Os socialistas são sempre deixados de lado, já que o entendimento é que o apoio do partido a Jaques Wagner é dado como favas contadas, 2+2 =4.

O freio de arrumação que Wagner pretende dar para evitar um atrito na base aliada é o mesmo do ex-presidente Lula. Ou seja, uma formação majoritária com Otto sendo vice de Wagner e a vaga para a disputa do Senado com João Leão, o que implica na permanência de Rui até o fim do mandato.

Lula, na sua já programada visita a Bahia, terá um jantar com o governador Rui Costa. Na mesa, além de Wagner, os ilustres convidados Otto Alencar e João Leão. Sem dúvida, uma boa oportunidade para se chegar a um denominador comum em relação à composição da chapa.

É evidente que Lula terá uma conversa reservada com Rui. Deve dizer a ele que continue no Palácio de Ondina em nome de uma causa maior: a eleição presidencial. Que Rui ocupará um importante ministério em um eventual retorno do lulopetismo ao poder maior da República até as freiras do convento das Carmelitas sabem. Lula, no entanto, para compensar a desistência do companheiro de disputar o Senado, pode prometer que fará todo empenho para que seja o candidato do PT à presidência da República no pleito de 2026.

Quanto a ACM Neto, o ex-prefeito soteropolitano sabe que as mãos dadas de Wagner, Otto e Leão, tendo Lula como cabo eleitoral, é a pior coisa que pode acontecer para sua legítima e democrática pretensão de governar a Boa Terra. Mas se de um lado Wagner tem Lula, Neto tem como fortíssimo “cabo eleitoral” o sentimento de mudança, afinal, com o término do mandato de Rui, são 16 anos de lulopetismo no comando da Bahia.

A dor de cabeça de Neto não é a sua majoritária, muito menos problemática do que a de Wagner. Seu grande dilema diz respeito à sucessão do Palácio do Planalto. Mais cedo ou mais tarde terá que tomar uma decisão sobre sua posição. Uma significativa parcela do eleitorado não gosta de quem não tem posicionamentos claros, que fica sem saber para que lado vai, atucanadamente em cima do muro.

No tocante à sucessão presidencial, o ex-alcaide de Salvador só tem três caminhos: apoiar uma candidatura própria do DEM, se aliançar com Ciro Gomes (PDT) ou se reaproximar do presidente Bolsonaro. Vale lembrar que Neto é o comandante-mor nacional do DEM, o que faz tornar sua decisão mais significativa.

Bom mesmo para Neto seria o crescimento do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, presidenciável do DEM, nas pesquisas de intenções de voto. Mas essa possibilidade de Mandetta deslanchar é muito pequena. Quanto a Bolsonaro, Neto deve ter consultas indicando a alta rejeição do presidente e com tendência de crescer mais ainda. A estrada com poucos obstáculos vai ser a que leva a um apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT).

Concluo, sob pena do comentário ficar extenso, com o tradicional “ainda tem muita água para passar por debaixo da ponte”. 


Marco Wense é Analista Político

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O ano de 2006 foi histórico para a política de Ilhéus. Jabes Ribeiro termina o seu governo de forma melancólica, com inúmeras dívidas sem pagar e sua rejeição beirando os 90%. Com isso, o seu inimigo político número um, Valderico Reis, cresce nas pesquisas de opinião de voto em níveis assustadores. Inicialmente, a sensação era de que tudo mudaria na política ilheense.

Não raro se dizia e até hoje há quem afirme que Valderico Reis foi o candidato escolhido por Jabes Ribeiro para ser o seu sucessor, tamanha a confiança que tinha em dar a volta por cima, apostando na péssima administração que faria na Prefeitura de Ilhéus. O comentário era de que, para Jabes, seria a glória retornar ao Palácio Paranaguá nos braços do povo, literalmente.

Do outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) pretendia “melar” os planos de Jabes Ribeiro, tirando o candidato Valderico Reis da campanha eleitoral, pela via judicial ou pela votação, elegendo o médico Rui Carvalho prefeito de Ilhéus. Alianças com os partidos de esquerda, principalmente com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que teimou em indicar o candidato a vice-prefeito e disso não abria mão.

E o camarada Gustavo César (Gustavão) foi o escolhido para fazer a parceria com Dr. Rui na chapa como candidato a vice-prefeito. A indicação foi considerada uma tormenta, e o candidato petista não queria de forma alguma aceitar o parceiro de chapa. Chega a turma do deixa disso e argumenta a capacidade de aglutinação de Gustavão entre os outros partidos e simpatizantes de esquerda, lembrando que tinha sido questão fechada.

Mas nenhum dos argumentos convenciam Dr. Rui Carvalho, que não aceitava o companheiro de chapa, embora não chegasse a declinar o motivo de tanta rejeição ao camarada Gustavão. Foi aí, então, que os coordenadores da campanha exigiram que Rui Carvalho desse “nome aos bois”, ou melhor, contasse os motivos da recusa, pois até aquele momento ninguém sabia o porquê.

Já que vocês fazem questão de saber o motivo, pois voltem lá e peça aos comunistas outro candidato a vice na nossa chapa, para ganharmos a eleição sem qualquer tipo de dificuldade. Vejam bem, uma chapa dessas vai ser execrada pela sociedade, inclusive no marketing político. Imagine, nossa chapa vai ser chamada de “o belo e o fera” – disse, numa referência ao conto dos Irmãos Grimm.

Claro que o “belo” era o próprio Rui e o “fera” seu amigo, o comunista Gustavão.

Diante das perspectivas de uma grande vitória nas eleições, os coordenadores voltam ao comando dos “cururus” e, meios sem jeito, explicam a situação, contando a terminante recusa do Dr. Rui em aceitar o candidato a vice. De início, o motivo pareceu muito banal para uma tirar Gustavão da chapa, mas não restavam dúvidas que era preciso fazer mais um sacrifício para sairem vitoriosos na eleição.

Como o importante seria ganhar a eleição, os comunistas resolveram discutir o assunto, ouvindo a opinião dos camaradas. Pensa daqui, pensa dali e não conseguem encontrar um candidato com os atributos de estética (beleza) exigidos por Dr. Rui, até que se lembraram do “velho militante” comunista com domicílio eleitoral em Ilhéus e que poderia ter um forte apelo na sociedade. Mas guardaram o nome até a discussão.

Após mais de uma dezena de telefonemas e reuniões, finalmente os comunistas descobriram uma solução interna. É que eles lembraram do professor, escritor, jornalista e poeta Jorge Araujo (sem acento no u), como a saída para o impasse (era o nome escondido). Afinal, que defeitos o exigente candidato petista colocaria num intelectual acima de qualquer suspeita, e ainda por cima com obras literárias consagradas?

Mas como os traços físicos exteriores de Jorge Araujo não preenchiam os padrões imaginados pelos coordenadores de campanha como sendo os exigidos pelo Dr. Rui, fecharam questão e astuciaram toda a argumentação necessária. Lá chegando, ao dar o nome do candidato a candidato a vice, Dr. Rui franziu o cenho, e antes que sentenciasse a negativa, disseram:

Olhe, Dr. Rui, nós sabemos que Jorge Araujo não é nenhum modelo de encanto físico, mas que possui uma beleza interior isso ninguém pode negar – emendaram.

A chapa foi formada sem maiores constrangimentos, mas não conseguiu encantar o eleitor ilheense, que preferiu votar em Valderico Reis e Newton Lima. E olha que Valderico Reis nunca foi um modelo de beleza a desfilar nas passarelas. 


Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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Do tripé que sustenta a segunda colocação do presidente Bolsonaro nas pesquisas de intenções de voto, formado por uma parte do segmento evangélico, setores do empresariado e pelo eleitorado ideologicamente de extrema direita, os dois primeiros começam a desmoronar.

O religioso ficou espantado com alguns posicionamentos do chefe do Palácio do Planalto em relação à gravíssima crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, principalmente no explícito e irresponsável negacionismo da maior autoridade do Poder Executivo, que teima em não usar máscara e provoca aglomerações que poderiam ser evitadas.

Se dependesse exclusivamente de Bolsonaro, com seu chega pra lá na ciência, acreditando mais nos medicamentos sem comprovação científica de eficácia do que nas vacinas, a pandemia estaria descontrolada e, como consequência, um maior número de óbitos, de vidas humanas ceifadas pelo cruel, devastador e traiçoeiro vírus.

Quanto ao empresariado, e aí me refiro não só aos grandes como também aos médios e pequenos, mais especificamente aos defensores do Estado democrático de direito, contrários a qualquer devaneios golpistas, já há uma forte rejeição ao presidente de plantão. Dias atrás, com um manifesto intitulado “Eleições Serão Respeitadas”, quase 300 empresários de peso, junto com intelectuais, diplomatas e vários representantes da sociedade civil e organizada, divulgaram um documento pedindo respeito à democracia, a garantia da realização das eleições de 2022. A principal herdeira do Itaú, como estivesse representando os banqueiros, disse que “parte da elite se afastou de Bolsonaro e não vai embarcar em aventura”.

Essas atitudes de Bolsonaro, insinuando que pode agir fora dos limites constitucionais, afrontando a nossa Lei Maior, vem afastando investimentos internacionais no Brasil, o que contribui para o aumento do já gigantesco desemprego. Ninguém quer correr o risco de investir em um país que tem um governo totalmente perdido, sem projeto, sem rumo, sem harmonia com as imprescindíveis instituições. Um país que tem os Poderes da República se atritando.

No tocante ao bolsonarismo de raiz, esse vai continuar fiel ao “mito”, independente de qualquer fato. Nesse ponto, bolsonaristas e lulopetistas são bem parecidos. Vale lembrar que ainda tem petistas que acreditam que o então presidente Lula não sabia da corrupção que tomava conta do seu governo, com destaque para o mensalão.

Como não bastasse, tem o inquestionável fato de que o governo Bolsonaro está refém do Centrão, vivendo sob à ameaça de ter que atender o toma lá, dá cá, sob pena de alguns pedidos de impeachment saírem da gaveta. Quem tem a prerrogativa de desengavetá-los é Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, filiado ao PP, principal sigla do Centrão.

Concluo dizendo que com os dois pés do tripé cada vez mais inconsistentes, o segundo mandato de Bolsonaro, via instituto da reeleição, vai ficando difícil e, pelo andar da carruagem, até mesmo sua ida para o segundo turno. 


Marco Wense é Analista Político

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O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), é cria política de ACM Neto (DEM)

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O agora ministro da Cidadania do governo Bolsonaro, João Roma, filiado ao Republicanos, partido ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, resolveu, politicamente falando, cuspir no prato que comeu.

Roma, que é cria política de ACM Neto (DEM), disse, se referindo à sucessão estadual de 2022, que seu criador, o ex-prefeito de Salvador por duas vezes, vai ficar no “limbo”. Só faltou insinuar que sequer irá para o segundo turno.

Não sei dizer se o ministro, pré-candidato a ser o morador mais ilustre do Palácio de Ondina, já foi a Roma visitar o papa. Mas de uma coisa tenho certeza: a possibilidade de encontrar uma pequena agulha em um grande palheiro é muito maior do que Roma ser o próximo governador da Boa Terra.

E tem mais: se não tomar cuidado, ficar nessa soberba, empolgado por ser do primeiro escalão do bolsonarismo, o feitiço vai terminar virando contra o feiticeiro: será o “limbo” do processo sucessório.

Vale lembrar, pelo menos para os incautos, e aí incluo o próprio Roma, que quem coloca Bolsonaro na segunda posição nas pesquisas de intenções de voto são os bolsominions chamados de raiz, os que representam de verdade a extrema direita e seguem cegamente o “mito”. Essa fatia do bolsonarismo quer a médica Raíssa Soares, secretaria de Saúde de Porto Seguro, como candidata.

Em comum entre Raíssa e Bolsonaro, não só o fato de serem fervorosos defensores do tal do Kit Covid, do combate ao novo coronavírus com medicamentos sem nenhuma comprovação científica de eficácia, como também de pertencerem ao Movimento dos Sem Partidos (MSP). Ideologia eles já têm. Só precisam de um abrigo partidário.

Roma achar que pode ter mais votos do que ACM Neto é, no mínimo, o cúmulo da ingenuidade. É amadorismo na veia. Chega até ser uma gigantesca idiotice e imbecilidade. Uma medalha de bronze na disputa pelo mais cobiçado cargo do Poder Executivo estadual já é de bom tamanho.

Roma, cujo os pés estão fora do chão, também desdenhou a candidatura do presidenciável Ciro Gomes (PDT). Disse que vai ser “consumida” pela polarização Lula versus Bolsonaro, o “mito” da esquerda contra o da direita. O ministro tem como favas contadas a vitória de um ou do outro, não havendo espaço para um nome da terceira via.

Ora, ora, o senhor ministro esquece que está diante de uma polarização entre ACM Neto e Jaques Wagner, representante do lulopetismo. Essa polarização é muito mais sólida do que a dos “mitos” nacionais. O risco da pré-candidatura de Roma virar “limbo” é gigantescamente maior do que a de Ciro Gomes. Sem falar que o pedetista é infinitamente mais preparado do que a cria política do netismo. Roma diante de um Ciro é um político minúsculo.

É assim mesmo. A política tem dessas coisas. João Roma, que é o que é hoje graças ao padrinho político, agora diz que a candidatura de Neto vai para o “limbo”.

Ingratidão é a pior das decepções políticas. 


Marco Wense é Analista Político

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