Por meio das redes sociais, vários senadores manifestaram solidariedade ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) nesta segunda-feira (12), após a divulgação de trecho de uma conversa telefônica entre o presidente Jair Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Na gravação, divulgada pelo próprio Kajuru, Bolsonaro afirmou que a CPI da Covid teria a participação da “canalhada do Randolfe”, e que isso poderia levá-lo a “ter que sair na porrada com um bosta desses”.
Em publicações no Twitter, senadores condenaram as expressões de Bolsonaro. Para Cid Gomes (PDT-CE), “é inadmissível um senador ser ameaçado fisicamente no exercício do mandato”. Ele também disse que o presidente, “por trás dos seguranças, esgrime um linguajar belicoso” e “atropela a Constituição, para depois se retratar”.
Ao manifestar solidariedade a Randolfe, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) lembrou que “vivemos em uma democracia, em que as diferenças de pensamento devem ser respeitadas”. Arns também ressaltou que “violências físicas ou verbais não são a solução”.
O senador Paulo Rocha (PT-PA) disse em sua publicação que os “termos grosseiros” de Bolsonaro representam ataques ao Senado e à democracia. “Tal ataque se insere num histórico extenso de ofensas às instituições. Bolsonaro demonstra, mais uma vez, que não tem condições de ocupar o cargo.”
Líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que Randolfe vem sendo “inaceitavelmente atacado” e que a atitude de Bolsonaro é lamentável. Segundo Jean Paul, o presidente, “alegando ser ‘sincero’, esconde sua personalidade violenta e antidemocrática”.
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) destacou que Randolfe foi vítima de “truculência”. Para ela, Bolsonaro “não faz o exercício básico de todo ser político: ouvir opiniões divergentes às suas”.
Já senador Fabiano Contarato (Rede-ES) considerou “inconcebível que o presidente da República cogite ir às vias de fato contra um opositor”. Contarato disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deveria repelir essa agressão.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Randolfe Rodrigues declarou que “a única briga com que devemos estar preocupados, a esta altura, é por vacina no braço e comida no prato dos brasileiros”. Ele também declarou que a violência é uma arma que só interessa aos covardes.
O presidente Jair Bolsonaro atacou hoje (9.abril) o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ontem, quinta-feira (8.abril), ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, instalar uma CPI da pandemia da Covid-19 para apurar eventuais omissões do governo federal.
O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) disse nesta quita-feira (25.mar) que a 2ª rodada de pagamentos do auxílio emergencial iniciará no dia 4 ou 5 de abril. Fez o anúncio em transmissão ao vivo nas suas páginas oficiais nas redes sociais.
“O auxílio emergencial começa no início da semana que vem. No dia 4 ou 5 começa o pagamento de mais 4 parcelas do auxílio emergencial, que já é o maior programa social do mundo”, disse.
O governador Rui Costa reagiu com indignação, na manhã desta sexta (18.mar), à decisão do presidente Bolsonaro de entrar com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender os decretos de medidas restritivas que estão em vigor na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
“Essa ação no STF é mais uma vez a tentativa dele de mostrar que é aliado do vírus, aliado da morte. Está tentando acelerar o número de mortes e a disseminação do vírus no Brasil. Ele vive da crise, do colapso, e como ele é incapaz, incompetente para gerir o país, quer aprofundar ainda mais a crise para tentar polarizar com uma parcela da sociedade”, disse Rui depois de afirmar também que já acionou a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para tomar as providências judiciais necessárias.
O governador baiano reclamou também das dificuldades criadas pelo presidente em meio ao pior momento da pandemia no país. “Além de não ajudar, o presidente faz questão de tentar atrapalhar. Infelizmente o presidente não se cansa de dar demonstrações de desprezo pela vida e desprezo pela dor do próximo”, finalizou.
Sobre a ação, que é movida pela Advocacia Geral da União, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia informou que a ação não tem relator, que o Estado da Bahia ainda não foi formalmente notificado, mas, que assim que for citado, irá se pronunciar. A PGE acredita ainda que o STF irá manter as medidas restritivas adotadas pelo Estado.
Dê play e escute o áudio ⤵️
O presidente Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar decretos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul que restringem a circulação de pessoas. As normas foram editadas pelos governos locais com a justificativa de conter o aumento das contaminações e mortes por covid-19.
A abertura da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra os decretos foi anunciada ontem (18) por Bolsonaro em sua live semanal, mas ele não havia especificado de quais estados eram as normas questionadas.
A petição inicial da ADI, agora disponível no site do STF, pede que um decreto do DF, um da BA e dois do RS sejam declarados “desproporcionais” e derrubados por liminar (decisão provisória), “a fim de assegurar os valores sociais da livre iniciativa e a liberdade de locomoção”.
A peça é assinada somente pelo próprio Bolsonaro e foi protocolada às 23h03 de ontem (18) diretamente pela Presidência da República. Até o momento a ação ainda não foi distribuída a um relator.
Na ação, o presidente argumenta que a restrição à circulação só é possível se quem for alvo da medida estiver de fato doente ou com suspeita de doença, não sendo possível “vedações genéricas à locomoção de pessoas presumidamente saudáveis”.
O texto também argumenta que o fechamento de atividades não essenciais na pandemia não pode ser feito por decreto, mas somente por lei formal aprovada no Legislativo.
Bolsonaro pede que o Supremo declare “que mesmo em casos de necessidade sanitária comprovada, medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem respaldo legal e devem preservar o mínimo de autonomia econômica das pessoas, possibilitando a subsistência pessoal e familiar”.
Os decretos estaduais e o distrital foram editados com a justificativa de conter a disseminação da covid-19, num momento de alta expressiva nos números da pandemia. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a média móvel de mortes atual é de 2.087 por dia, o dobro do observado há um mês (1.036 óbitos).
O Youtuber e influenciador digital, Felipe Neto, valorizou os direitos da democracia ao comentar a liminar obtida hoje na Justiça e que suspendeu uma investigação contra ele por ter se referido ao presidente Jair Bolsonaro como “genocida”.
O inquérito foi aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, protocolar uma notícia-crime contra o youtuber. Por conta da investigação aberta pela DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), a Polícia Civil fluminense pretendia ouvir Felipe Neto hoje.
O influenciador digital se manifestou por meio de sua assessoria de comunicação. “Eu sempre confiei nas instituições e essa decisão só confirma que ainda vivemos em uma democracia, em que um governante não pode, de forma totalmente ilegal, usar a polícia para coagir quem o crítica”.
Na decisão judicial de hoje, foram aceitos os argumentos apresentados pela defesa de Felipe Neto, de que a DRCI não possui atribuição legal para investigar o crime apontado. A Justiça entendeu que a Polícia Federal teria que assumir a investigação por se tratar de “suposto delito de natureza política”.
Pesquisa de opinião do Instituto Datafolha aponta um aumento na rejeição do presidente Jair Bolsonaro na gestão da pandemia. De acordo com a pesquisa, 54% dos brasileiros veem a atuação de Bolsonaro como ruim ou péssima. É o maior índice desde que a pandemia começou, há um ano.
Na pesquisa anterior, realizada em 20 e 21 de janeiro, 48% reprovavam o trabalho de Bolsonaro à frente do país. Agora, o índice daqueles que acham sua gestão da crise ótima ou boa passou de 26% para 22%, enquanto quem a vê como regular foi de 25% para 24%. Não opinaram: 1%.
Segundo o instituto, 43% dos entrevistados apontam o presidente como o principal culpado pela fase aguda da pandemia, que já matou mais de 280 mil no Brasil desde março do ano passado. Governadores e prefeitos avaliam que o quadro de colapso na saúde ainda vai piorar nos próximos dias.
Ainda é consenso entre os analistas políticos de que o presidente Jair Messias Bolsonaro tem sua vaga garantida no segundo turno da sucessão de 2022.
Digo “ainda” porque já aparecem opiniões que fogem dessa uniformidade, com jornalistas que atuam no campo da política partidária achando que o chefe do Palácio do Planalto corre até o risco de não ir para a segunda etapa eleitoral.
Esclareço logo que não sou jornalista e nada relacionado aos meios de comunicação. A Coluna Wense, que faço com maior prazer do mundo, sem receber nada em troca, discorda dos que acham que Bolsonaro pode ficar fora do segundo turno. Compartilho com o pensamento de que seu lugar está reservado, salvo algum acidente de percurso.
Sobre o processo sucessório, a única unanimidade é que o pleito não será decidido no primeiro round. Não há uma alma viva que ouse contrariar essa concordância que vai ficando cada vez mais sólida, consistente e petrificada.
O comportamento do presidente Bolsonaro diante da pandemia, cuja previsão é de mais de 500 mil óbitos em 2021, colocou em dúvida o segundo mandato consecutivo. Bolsonaristas, obviamente os mais lúcidos, já não estão tão otimistas. Começam a achar que a disputa, antes considerada fácil, caminha para um resultado imprevisível.
Pesquisas de intenções de voto já apontam que tanto o ex-presidente Lula como Ciro Gomes, respectivamente postulantes ao cargo maior do Poder Executivo pelo PT e PDT, vencem Bolsonaro no segundo turno.
A última enquete do PoderData, publicada ontem, 17 de março, que consultou 3500 pessoas em todo o país, deu Lula 41% contra 36% de Bolsonaro e Ciro 39% versus 34%.
Mesmo com o petista-mor pontuando melhor que o pedetista, a torcida no bolsonarismo é que o adversário de Bolsonaro seja Lula. Os bolsonarianos acreditam que o antipetismo é bem maior que o antibolsonarismo, o que pode fazer a diferença na reta final.
Esse desejo do bolsonarismo de ter Lula como adversário no segundo turno, fortalece a opinião de que o PT, mais especificamente o lulopetismo, será o responsável por uma eventual reeleição de Bolsonaro, assim como foi na sua eleição em 2018.
O PT e Bolsonaro se alimentam entre eles. A falta de um enfraquece o outro na sobrevivência política. O que existe entre o lulopetismo e o bolsonarismo é uma espécie de, digamos, mutualismo. Um ajudando o outro.
Não à toa que lideranças nacionais de partidos de centro-esquerda e de centro enxergam na candidatura de Ciro Gomes (PDT) o caminho mais fácil para evitar o segundo mandato consecutivo do presidente de plantão.
Ciro Gomes, além de ser comprovadamente competente e conhecedor profundo de todos os problemas que afetam o país, é quem mais representa o antipetismo e o antibolsonarismo.
A união dessas duas “correntes políticas” se torna imbatível e imprescindível para o fortalecimento do movimento “NEM LULA, NEM BOLSONARO”.
___________
Marco Wense é Analista Político
Até que ponto chegamos: um presidente da República sendo aconselhado a ficar calado diante da maior crise sanitária e humana da história política brasileira, cuja previsão é de mais de 600 mil mortes em 2021.
Que situação, hein! Que azar do nosso povo. Em plena pandemia, com a Covid-19 cada vez mais mortal, o presidente de todos os brasileiros, a maior autoridade do Poder Executivo, sendo pressionado a ficar mudo pelos próprios aliados e correligionários mais próximos.
Para uma boa parte do bolsonarismo, sem dúvida a mais lúcida, o chefe do Palácio do Planalto, com seus discursos negacionistas, principalmente contra o uso da máscara e o distanciamento social, só para ficar em dois exemplos mais simbólicos, começa a ficar isolado, não só em relação ao eleitorado como entre os militares.
No campo da política partidária, o Centrão já deu uma espécie de ultimato ao presidente Bolsonaro, avisando que não tem mais como suportar uma nova queda do ministro da Saúde, obviamente se referindo ao recém nomeado Marcelo Queiroga.
Ora, ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que quando o Centrão faz esse tipo de advertência, está dando um aviso de que pode apoiar o impeachment se as coisas piorarem em decorrência do cruel e devastador novo coronavírus, agora com suas variantes.
Como não bastasse a ameaça do Centrão, que tende a ficar mais intensa à medida que o toma lá, dá cá, não é atendido, como aconteceu na substituição de Pazuello, o bolsonarismo assisti a um preocupante baque na popularidade do presidente nas redes sociais. No Twitter, quando o assunto é a desastrosa atuação do governo no enfrentamento da pandemia, as menções negativas chegam a quase 75%.
Enquanto o presidente Bolsonaro é aconselhado a seguir o ditado popular de que “boca fechada não entra mosquito”, o vice Hamilton Mourão, depois de um bom tempo evitando atrito com o titular da presidência da República, resolveu quebrar o silêncio com duas declarações incisivas : 1) “O governo falhou ao não fazer campanha pelo uso das máscaras e contra aglomerações”. 2) “Bolsonaro é responsável por tudo que acontece na Saúde”.
Olhe, caro e atento leitor, confesso que procuro outro comentário para dizer que ainda há alguma esperança no governo Bolsonaro, que o presidente pode fazer uma reflexão, admitir os erros e tomar as imprescindíveis providências para evitar que mais seres humanos percam a vida.
Mas também confesso que está ficando difícil encontrar essa mensagem de que as coisas vão melhorar.
___________
Marco Wense é Analista Político