Leia em: 4 minutosAdministrar o Centro Administrativo Firmino Alves, em Itabuna, não é para qualquer marinheiro ou, como dizem popularmente, não é para “amadores”. A primeira máxima é que ou o gestor tem pulso firme para comandar ou não tem.
Vamos conferir um breve histórico dos prefeitos que passaram pela cidade nos últimos 30 anos:
GERALDO SIMÕES
Petista de carteirinha, Geraldo Simões se afastou das lideranças esquerdistas em Itabuna e ficou isolado politicamente nos últimos anos.
Petista desde o ventre da mãe, teve duas chances como prefeito (1993-1996 e 2001-2004). Nas eleições municipais de 2020, não decolou e perdeu quase todos os espaços na ala esquerdista em solo grapiúna. A história diz que Simões não soube unir as lideranças e o reflexo é que, até hoje, só “patina’” e não sai do lugar.
Aparentemente, a única saída para uma nova alavancada é se o presidente Lula (PT) abraçá-lo e fazer como fez para eleger Jerônimo Rodrigues (PT) governador na Bahia. É bem improvável que aconteça, mas a política é uma caixinha de surpresas e a situação ainda pode ser revertida.
CAPITÃO AZEVEDO
Capitão Azevedo “não tinha pulso” para governar, porém não acumula inimigos políticos e é querido por muitos.
Teve a oportunidade de governar o município durante um mandato, porém, com cinco derrotas consecutivas em eleições, fica difícil retornar ao páreo. Além disso, o “pessoal” de Salvador sempre leva o ex-prefeito “pra história”. Basta ver que o deputado estadual, Pancadinha (Solidariedade), estava prestes a migrar para a base de Jerônimo, mas ACM Neto (União Brasil) puxou, acertou o trilho e deve ter prometido muitas realizações para o pleito de 2024. O vice-prefeito Enderson Guinho (União Brasil) e Azevedo, inclusive, vão ter que dar a bênção a Pancadinha.
O ponto forte do Capitão é que tem a fama de “gente boa”, não acumula inimigos políticos e pode herdar os eleitores do saudoso ex-prefeito Fernando Gomes, pois já foi vice-prefeito na era dele. A história diz, entretanto, que o Capitão não tinha pulso para governar. Ainda está filiado ao PDT, mas deve arrumar as malas para desembarcar em outra sigla em breve.
VANE DO RENASCER
Vane do Renascer deixou a prefeitura com a fama de apático por deixar que secretários municipais comandassem a gestão.
Prefeito de 2013 a 2016. Outro político que passou pelo Centro Administrativo e deixou a imagem de apatia porque, até hoje, colhe os frutos de não ter administrado com firmeza e ter dado poderes demais aos secretários da gestão. Politicamente, para retornar ao cargo, ouso dizer que é algo di-fi-cí-li-mo de acontecer, mas é capaz de conseguir se eleger como vereador. Basta dizer não ao ego e sim à vontade de querer fazer algo por Itabuna.
FERNANDO GOMES
Falecido em julho de 2022, Fernando Gomes governou Itabuna por cinco mandatos e realizou grandes obras em prol da cidade.
Cinco vezes prefeito e o que mais fez para garantir a palavra. Contra fatos, não há argumentos. Basta olhar para os quatro cantos da cidade que vai encontrar obras prometidas e realizadas por ele. A história diz que o pulso de “Fernando Cuma” era sim, sim e não, não. Não foi à toa que conquistou tantas vezes a oportunidade de governar para o povo.
Fernando sempre foi polêmico. Mesmo com o jeito meio bruto, estava sempre “na boca do povo” para o bem e para o mal. Faleceu em julho do ano passado, aos 83 anos de idade, e, mesmo dizendo que não tinha interesse em retornar à vida pública, há quem diga que o veterano tinha chances de voltar a ser “o dono da caneta”.
AUGUSTO CASTRO
Agora vamos ao xis da questão: o atual prefeito Augusto Castro (PSD). Assumiu com toda a pompa, mas as ações não estão condizendo com as promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2020. O câncer terminal do governo são os secretários municipais que deitam, rolam e fazem somente o que querem, mas não o que o prefeito determina.
Os pedidos de Augusto chegam a levar 60 dias para saírem do papel, e quando saem! Há casos em que seriam necessários apenas dois ou três dias para concretizar a determinação, mas a falta de interesse de alguns integrantes do governo é grande demais. Tem até um “armengueiro” com status de superintendente sem a mínima condição de estar no cargo até hoje, mas Castro vai empurrando a situação com a barriga Deus sabe até quando.
Uma dica interessante para o prefeito começar a sonhar com a reeleição (até então inédita em Itabuna) em 2024 é fazer com que os subordinados tirem o salto alto e calcem as sandálias da humildade para pisar nos bairros, principalmente na periferia.
Estamos há 19 meses do próximo pleito e a tarefa de Castro é árdua: ou tira os sanguessugas do governo ou a reeleição vai para o brejo.