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É realmente impressionante o “fogo amigo” do senhor Ernesto Araújo. Os bolsonaristas, pelo menos os mais lúcidos, ficaram tiriricas da vida com o chanceler.

O presidente Bolsonaro, por conta do seu desdém no combate à pandemia do novo coronavírus, está sendo alvo de várias denúncias na OMS (Organização Mundial da Saúde) e em entidades ligadas à ONU (Organização das Nações Unidas).

Como não bastasse, tem três acusações contra o chefe do Palácio do Planalto, por negligência no enfrentamento da covid-19, que foi apelidada de “gripezinha”, no Tribunal Penal Internacional (TPI).

Vem agora o senhor Ernesto Araújo, chanceler brasileiro, em discurso para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda (22), e faz críticas às restrições adotadas para conter o avanço do cruel vírus. Diz, em alto e bom som, sem nenhum tipo de constrangimento, que não se pode “sacrificar a liberdade em nome da saúde”, dando assim um chega pra lá no necessário e indispensável distanciamento social.

Para complicar ainda mais o presidente da República, só faltou dizer que usar máscara é frescura e higienizar às mãos também.

Se Ernesto é um bom rapaz, confesso que não sei. Mas que é um inconsequente não tenho a menor dúvida.

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Vou fazer de tudo para não me alongar no comentário de hoje, mesmo correndo o risco de deixar de fora algumas informações necessárias para que o caro e atento leitor possa compreender melhor a minha posição em relação à instância máxima do Poder Judiciário.

De pronto, quero dizer que sempre uso o título acima toda vez que escrevo sobre o Supremo Tribunal Federal. Com efeito, era o assunto que mais me chamava atenção quando estudante de direito na então Fespi, hoje Universidade Estadual de Santa Cruz, a nossa UESC.

Como presidente do Diretório Acadêmico do curso de Direito, eleito pelos estudantes, em uma disputa acirrada com o candidato do PCdoB, fizemos um seminário jurídico em parceria com a OAB de Itabuna, na época presidida por Gabriel Nunes.

Foi nesse evento, que lotou o auditório do então CNPC, com vários ilustres palestrantes do mundo jurídico, entre eles Carlos Velloso, então ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o também ministro Bulgarin, do Tribunal de Contas da União (TCU), e os tributaristas Edvaldo Brito e Carlos Válder, que questionei Carlos Velloso sobre o artigo 101 da Constituição, mais especificamente no tocante ao parágrafo único.

Diz o parágrafo único : “Os ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal”. Perguntei ao eminente ministro, que um tempo depois virou presidente da Alta Corte, se ele não tinha alguma crítica ao critério de nomeação para o STF. Senti que ficou surpreso com minha indagação. Mas defendeu o parágrafo único do artigo 101.

Para o ministro, o fato da aprovação para o STF ter o aval da maioria absoluta dos senadores já era suficiente para garantir a imparcialidade do indicado diante de eventuais interesses do governo federal e do presidente da República de plantão.

Ora, qualquer chefe do Palácio do Planalto, politicamente bem articulado, consegue facilmente o apoio da maioria dos senadores, mesmo que o indicado não tenha os requisitos constitucionais do notável saber jurídico e reputação ilibada.

Esse critério de nomeação para o STF precisa ser modificado, sob pena do Tribunal perder definitivamente a credibilidade. A honrosa instituição, se nada for feito, vai ter que conviver com a acusação de que a Corte tem um forte viés político.

Ora, toda vez que um processo cai nas mãos de um determinado ministro, a primeira pergunta é qual foi o presidente da República que o nomeou, como se o julgador não tivesse nenhuma condição de imparcialidade porque deve “favor” a quem o indicou.

O STF é uma honrada e imprescindível instituição. E para se tornar insuspeita precisa ser independente, colocar um ponto final nessa descabida ingerência do Executivo sobre o Tribunal.

Portanto, para o bem do Estado democrático de direito, que se mude, urgentemente, esse critério para a indicação e aprovação dos ministros da Alta Corte.

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Marco Wense é Analista Político

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“Os inúmeros idiotas que circulam sem máscara na Beira-Rio e no centro de Itabuna agora vão dar de cara com a Blitz das Máscaras, da Prefeitura de Itabuna. Ela vai fiscalizar quem anda ou corre sem máscara. Correm assim “para ficar saudável” – até o vírus pegar”. (Jornal A Região, 20 de fevereiro de 2021).

O Bloco dos Sem Máscara também pode ser chamado de Bloco dos Imbecis. É lamentável que ainda tenha muita gente acreditando que a covid-19 é uma “gripezinha”. Itabuna acaba de bater o recorde de óbitos por covid-19 em 24 horas. Foram oito vidas levadas pelo cruel e devastador novo coronavírus. E os idiotas, os que teimam em não usar máscara, continuam circulando nas ruas.

Os incautos estão sendo os responsáveis pela cada vez mais preocupante crise sanitária e humana provocada pela “gripezinha”. Já estamos vivendo um colapso no sistema de saúde. E, infelizmente, sem nenhuma perspectiva de curto prazo para uma melhora.

A site do Uol Notícias traz uma matéria com a seguinte manchete: “Covid-19: Bahia tem recorde de internações e vê esgotamento da rede privada”.

A tristeza é dupla. Uma causada pelo impiedoso e democrático vírus. Antes que alguém interprete o “democrático” levando no deboche, é porque a doença atinge a todos, independente da posição que ocupa na pirâmide social. A outra tristeza diz respeito aos que não usam máscara e desdenham do distanciamento social. E tem até – pasmem! – os que acham a imprescindível higienização das mãos uma “babaquice”.

E aqui, em nome da responsabilidade e do respeito ao próximo, faço um apelo: usem a máscara e mantenha o distanciamento social.

Os religiosos, diante de um governo federal sem um plano consistente de vacinação, alimenta a esperança com um “só Deus na causa”.

Presidente Bolsonaro

Ficam dizendo que estou “pegando no pé” do presidente Bolsonaro.

Como ficar sem dizer nada diante da abertura de um edital para comprar hidroxicloroquina enquanto faltam vacinas em quase todos os Estados? Seis unidades federativas já estão sem doses para concluir a primeira etapa da vacinação. Em outros Estados o estoque terminou, domingo (21).

Pois é. Agora fica o Ministério da Saúde querendo agradar o chefe do Palácio do Planalto com edital para adquirir um medicamento que não tem comprovação científica.

Tenha santa paciência!

Deputado bolsonarista continua preso

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) continua preso. O parlamentar passou dos limites ao divulgar um vídeo com duros ataques aos ministros da instância máxima do Poder Judiciário, o STF.

Não fiquei surpreso com as 96 punições que o bolsonarista sofreu da Polícia Militar quando atuou na instituição: 26 dias preso, 54 dias em detenção, 14 repreensões e duas advertências. O que me chamou mais atenção foi o tratamento diferenciado dado por alguns setores da imprensa.

Quando uma pessoa comum, que a sabedoria popular costuma usar a expressão “pessoa do povo”, comete um delito, é logo chamado de ladrão.

Quando um simples funcionário público pratica o mesmo ato ilícito dos senhores parlamentares, é logo taxado de corrupto.

A palavra usada nos meios de comunicação é corrupção. Mas quando são eles, detentores de mandato público, a investigação não é para apurar a corrupção. Se investiga o acusado por um suposto “uso indevido do dinheiro público”. Fica menos escandaloso.

O “dura lex, sede lex”, que é assentado no preceito constitucional de que “todos são iguais perante a Lei”, só é direcionado para as “pessoas do povo”.

O andar da carruagem

A babaquice continua a todo vapor. Pelo andar da carruagem, com tantos incautos e incultos, de um lado (governismo) como do outro (oposicionismo), vai permanecer por muito tempo.

É impressionante. E o pior é que a ignorância e as asneiras vão ficando cada vez mais intensas, provocando assim o afastamento de pessoas inteligentes do debate político. Me refiro a quem critica e elogia o governo Bolsonaro. Críticas e elogios que merecem atenção porque são assentados em fatos.

A idiotice é rotular de “comunista” quem aponta os erros da gestão bolsonariana e de “direitona fascista” quem fala dos acertos.

Já disse aqui que o extremismo, independente do campo ideológico, é horrível, que os radicais são como farinhas do mesmo saco ou bananas do mesmo cacho.

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Marco Wense é Analista Político

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A imprescindível liberdade de expressão, sem a qual nenhum país do mundo pode se dizer democrático, não pode servir como argumento para justificar ataques a outros direitos que merecem proteção.

Não à toa, com o intuito de inibir esses abusos, que a Lei Maior, no artigo 5, enumera os limites à liberdade de expressão, como, por exemplo, a inviolabilidade da honra das pessoas. E ainda assegura “o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

A Carta Magna é para todos, seja um cidadão comum ou um detentor de mandato eletivo. Em nome dessa liberdade de expressão não se pode fazer o que quer, se achando acima do ordenamento jurídico. Dura lex, sed lex, independente de ser um engraxate ou um grande empresário do ramo de calçados.

Portanto, liberdade de expressão, sim. Mas sem ultrapassar os limites impostos pela Constituição, que devem ser respeitados por todos os segmentos ideológicos: esquerda, direita, centro e suas variantes.

Sobre o imbróglio envolvendo o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário, o jornalista Josias de Souza, colunista da Uol Notícias, tem toda razão quando diz que o parlamentar “deve estar próximo de se dar conta que inventou uma nova modalidade de autoeliminação : o burricídio”..

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Marco Wense
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GESTÃO DO PREFEITO AUGUSTO CASTRO (PSD)
Seria bom se o governo Augusto Castro (PSD) começasse a pensar de como irá se posicionar diante de uma iminente piora da pandemia do novo coronavírus.

Quais as providências que o prefeito de Itabuna irá tomar em caso de um cada vez mais perto colapso no sistema de saúde, com as pessoas sendo “internadas” em sua própria casa.
Pelo andar da carruagem, com muita gente ainda na imbecilidade, sem usar máscara e sendo arredio ao distanciamento social, sem dúvida duas imprescindíveis precauções para não ser infectado pelo cruel vírus, a situação caminha para o caos.

Tenho certeza que o chefe do Executivo não vai passear de jet ski enquanto as pessoas morrem.

GASOLINA EM “ALTA”
Quarto aumento do preço da gasolina e a terceira alta do diesel em 2021.

O que chama mais atenção não é a falta de medidas eficazes para conter esses aumentos, já que o governo Bolsonaro anda perdido, sem saber o que fazer para controlar os preços dos combustíveis.

Portanto, não é nenhuma novidade se o litro da gasolina chegar a R$ 8 ainda no primeiro semestre. O que me deixa curioso, e até certo ponto sobressaltado, é o silêncio dos caminhoneiros diante desses aumentos.

A conversa do presidente Bolsonaro, que a sabedoria popular costuma dizer que é “conversa pra boi dormir”, está surtindo efeito.

BICHO PEGA OU BICHO COME?
O presidente Jair Messias Bolsonaro vive o dilema do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Refiro a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte Máxima do Poder Judiciário. O chefe do Executivo tem recebido uma enxurrada de pressão e emocionados apelos dos bolsominions extremistas para que defenda publicamente o parlamentar.

Os bolsonaristas mais lúcidos são da opinião de que o “mito” não deve entrar nesse imbróglio. A maioria esmagadora do Centrão defende o silêncio de Bolsonaro, que ele lave às mãos e deixe o correligionário se virar sozinho.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), uma espécie de porta-voz do toma-lá-dá-cá, dar sinais de que vai deixar o deputado a ver navios. O motivo do comandante-mor da Casa Legislativa virar as costas para o colega e ficar do lado do STF, até as freiras do convento das Carmelitas sabem.

O senhor Arthur Lira tem vários processos que vão, mais cedo ou mais tarde, ser julgados pelo Tribunal.

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Marco Wense
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A conversa entre o PDT e ACM Neto deve continuar? A resposta tem que ser dada pelo deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente estadual do partido, depois de ouvir a Executiva nacional, sob a batuta de Carlos Lupi.

A legenda se aproximou do ex-alcaide de Salvador na sucessão soteropolitana. Leo Prates e Ana Paula Matos, respectivamente secretário de Saúde e a vice do prefeito Bruno Reis (DEM), são filiados ao PDT. Os dois participaram do então governo de ACM Neto.

O namoro entre o PDT e o DEM de ACM Neto, que preside nacionalmente a legenda, foi marcado por duas claras intenções. Pela parte de Neto, tirar a sigla da base aliada do governador Rui Costa (PT). Pelo PDT, a importância de um palanque na Bahia para Ciro Gomes.

Discordo dos que acham que o imbróglio envolvendo o processo sucessório da Câmara dos Deputados, com a atuação de Neto a favor de Arthur Lira (PP-AL), candidato do presidente Bolsonaro, significou um ponto final na conversa entre o PDT e o ex-chefe do Palácio Thomé de Sousa.

Por mais estranho que possa parecer, toda confusão pode provocar um novo diálogo sobre o pleito de 2022. O silêncio da cúpula nacional do PDT diante da posição de Neto na eleição do Parlamento Federal é um sinal de que pode haver um recomeço.

Esse colóquio entre o PDT e Neto divide a militância da legenda. Para os que discordam, a opinião é de que o ex-alcaide não é confiável. Para a outra metade, o partido não pode abrir mão de um ponto de apoio para o presidenciável Ciro Gomes na Boa Terra.

A recente declaração de ACM Neto de que “se manter distante do governo federal é o caminho certo”, oxigenou a ala da legenda defensora de um acordo com o ex-prefeito: o PDT apoiando a candidatura de Neto ao Palácio de Ondina e o DEM fazendo o mesmo com Ciro Gomes na disputa presidencial.

Não sei o que passa pela cabeça de Carlos Lupi e, muito menos, pela de Félix Júnior. É um assunto que merece muita reflexão. O PDT não pode mais errar.

Uma coisa é certa: mais cedo ou mais tarde, o PDT vai ter que tomar uma posição em relação à sucessão do governador Rui Costa. A dubiedade, a incerteza e o vai-não-vai são ingredientes que podem provocar desânimo na militância, que merece todo respeito do mundo. Sem ela, adeus PDT.

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Marco Wense
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O ex-alcaide de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do Partido do Democratas (DEM), vai ter que tomar uma decisão sobre seu futuro político: o que quer, o que pretende fazer, com que forças e grupos políticos pretende se juntar, enfim, buscar um caminho.
Esse vai-não-vai em torno do bolsonarismo pode prejudicar sua legítima pretensão de comandar o cobiçado Palácio de Ondina.

O ex-gestor soteropolitano não vai conseguir levar seu, digamos, hibridismo político por muito tempo.

O dilema de se aproximar mais ainda do presidente Bolsonaro ou não, mantendo só o diálogo institucional, é cada vez mais angustiante.

E o motivo principal dessa dúvida é o forte antibolsonarismo apontado nas pesquisas, cada vez mais intenso no eleitorado baiano.

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Marco Wense
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Tido como um invejável articulador político, o senador Jaques Wagner (PT) tem pela frente uma missão considerada muito difícil: convencer o governador Rui Costa, companheiro de legenda, a ficar no Palácio de Ondina até o fim do mandato.

Se Rui atender o desejo de Wagner, fica dois anos sem função parlamentar outorgada pelo cidadão-eleitor-contribuinte, o que significa deixar de lado uma eleição garantida para o Senado da República, dada como favas contadas até pelo grupo de ACM Neto, pré-candidato do DEM ao governo da Bahia no pleito de 2022.

Se Wagner conseguir demover Rui Costa de sua postulação ao Senado, juntar o PSD de Otto Alencar e o PP de João Leão em torno de sua candidatura, passa a ser um “monstro” dos bastidores da política brasileira. Vale lembrar que o PSB de Lídice da Mata é certo e, obviamente, o PT. É evidente que outras siglas, essas de menor expressão, vão também aderir ao projeto político de Wagner de governar a Boa Terra pela terceira vez.

E o PDT do deputado federal Félix Júnior? Confesso que não sei como a sigla brizolista vai caminhar na sucessão de Rui Costa, já que não existe uma definição clara sobre o rumo que a sigla deve tomar na sucessão estadual. Mais cedo ou mais tarde, o PDT vai ter que tomar uma posição. A dubiedade, a dúvida e a incerteza são pontos que não podem permanecer por muito tempo, sob pena do eleitor começar a achar que o PDT está perdido.

Esse Wagner é danado. Sabe que agradar os filhos dos políticos é o melhor atalho para ter o apoio dos pais. O senador quer o deputado Otto Filho (PSD) e Cacá Leão (PP) na chapa majoritária, respectivamente filhos do senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, e do vice-governador João Leão, dirigente-mor do pepismo baiano.

Como o PSD e PP têm uma boa quantidade de prefeitos, Wagner quer Otto Filho como candidato a vice-governador e Cacá Leão como senador, deixando a opção para o papai Leão em indicar outro nome se o filho não aceitar o convite de Wagner, que pretende usar o ex-presidente Lula na missão de deixar Rui Costa a ver navios em 2022, salvo se o lulopetismo indicá-lo para disputar a sucessão de Bolsonaro, ainda integrante do Movimento dos Sem Partido (MSP), sem dúvida o mais ilustre.

Rui Costa estaria sabendo dessas articulações de bastidores de Jaques Wagner? Até quando pretende ficar em silêncio diante de um Wagner cada vez mais convencido de que Rui Costa deve ficar até o último dia do mandato? Rui Costa vai deixar uma vitória certa para o Senado para satisfazer o desejo do companheiro?

Correligionários mais próximos de Rui são da opinião de que o governador não vai abrir mão de disputar o Senado, assim como Wagner em relação ao comando do cobiçado Palácio de Ondina. A chapa do governismo seria quase que puro-sangue, só restando a vaga de vice-governador para negociar com os partidos da base, o que provocaria uma debandada dos insatisfeitos para o lado de ACM Neto (DEM), sendo o PP o primeiro a pular do barco. Vale lembrar que o pepismo é controlado pelo Centrão, hoje aliado de carteirinha do presidente Bolsonaro, que parece ter feito as pazes com o ex-alcaide de Salvador, o “comunista” ACM Neto.

Outro ponto, não menos importante, é que a desincompatibilização de Rui para concorrer em 2022, deixa o vice João Leão na titularidade do cargo, o que faz o PP se tornar mais forte e imprevisível.

O que vem se comentando, em conversas reservadas entre os petistas mais ligados a Rui Costa, é que o governador pode procurar outro abrigo partidário caso perceba que a intenção do lulopetismo é deixá-lo de fora da eleição de 2022. PSD, PDT e PSB seriam as opções mais viáveis para Rui. Eleitoralmente falando, o PSD é o melhor caminho. Para manter a coerência ideológica, o PDT ou PSB. O PSD é tão bolsonarista como o DEM e o PP.

Agora é esperar pela reação do governador Rui Costa diante das manobras do senador Jaques Wagner. Nesses casos, sempre digo que assim como no direito, ficando sempre atento aos prazos, o processo político não costuma socorrer os que dormem.

Que situação, hein! Wagner querendo ser novamente governador da Bahia, sabendo que sem o PSD e PP não ganha para ACM Neto, e Rui Costa ciente de que ficar dois anos sem mandato pode atrapalhar seus legítimos projetos políticos.

PS – ACM Neto tem também seus dilemas. Se ficar muito bolsonarista, corre o risco de perder os votos do antibolsonarismo que existe em uma parcela significativa do seu eleitorado. Se ficar contra Bolsonaro, vai ser novamente taxado de “comunista” e, como consequência, um chega pra lá dos bolsominions. Neto, que enganou a todos na eleição da Câmara dos Deputados, com destaque para Rodrigo Maia, seu amigo de partido, considerado como o mais próximo, vai ficar sempre de olho nas pesquisas de intenções de voto para à presidência da República, principalmente no quesito rejeição e, mais especificamente, na Bahia. Se vai conseguir ser “híbrido”, agradar lá e cá, é uma outra questão.

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Marco Wense
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Acontece amanhã, primeiro dia do mês de fevereiro, o pleito para o comando da Câmara dos Deputados. Na disputa, o cargo mais cobiçado do Poder Legislativo : ser presidente da Casa e, como consequência, o terceiro na linha sucessória do Palácio do Planalto em caso de impedimento do presidente da República de plantão e do vice.

Não vou aqui entrar no pega-pega entre Baleia Rossi (MDB-SP), candidato da oposição, e Arthur Lira (PP-AL), que tem o explícito apoio do presidente Bolsonaro. A vitória do pepista é dada como favas contadas.

O que vem chamando atenção é o confronto entre o discurso de que o governo não tem dinheiro para prorrogar o auxílio emergencial e os milhões e milhões de reais para os senhores parlamentares, obviamente para segurar o voto no candidato do governo.

Segundo o Estadão, a planilha do governo registra um repasse de R$ 3 bilhões a 285 deputados e senadores na véspera das eleições para os novos chefes do Legislativo nacional. A dinheirama surgiu como um passe de mágica, um piscar de olhos.

O senador da Bahia, Angelo Coronel (PSD), que preside a CPMI para investigar notícias falsas, foi agraciado com R$ 40 milhões para a realização de obras nos seus redutos eleitorais, o que deixa bem claro em quem o Coronel vai votar.

É do jogo, do vale tudo pelo poder. Se o presidente Bolsonaro apoiasse Baleia Rossi, o deputado estaria de boca fechada. Rossi é do MDB, antigo PMDB, a legenda mais pragmática da República, a que mais entende de toma lá, dá cá. O telhado do emedebista é também de vidro.

Enquanto defrontamos com um derrame de dinheiro, um estudo da FGV aponta que, neste janeiro, 12,8 % dos brasileiros passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês. Isso mesmo: duzentos e quarenta e seis reais. E mais: a projeção da honrosa instituição diz que “27 milhões de pessoas estão nessa condição neste começo de ano”.

E olhe que não estou falando da miséria absoluta, da extrema pobreza, de quem vem morrendo de fome porque não tem nem o dinheiro do pão, os que vivem como se não fossem seres humanos.

O fim do imprescindível auxílio emergencial pode provocar uma revolta incontrolável, com consequências imprevisíveis. Não tenho nenhuma dúvida que os supermercados serão os primeiros alvos dos que vão precisar se alimentar para não se despedir da vida dessa maneira.

A continuação do auxílio emergencial é medida de urgência. Do contrário, o caos social e o “salve-se quem puder”.

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Marco Wense
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"A queda da popularidade do presidente e o povo na rua são indispensáveis para oxigenar o impeachment", disse Marco Wense

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A eleição para o cargo mais cobiçado do Poder Legislativo, sem nenhuma dúvida o de presidente da Câmara dos Deputados, se torna mais comentada nos meios de comunicação, principalmente nos grandes jornais, quando se tem pedidos de impeachment contra o chefe do Palácio do Planalto de plantão.

É o que vem ocorrendo nessa disputa entre Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL). O emedebista tem o apoio de partidos que fazem oposição ao governo Bolsonaro. O pepista das legendas que dão sustentação política ao bolsonarismo.

Se não fosse uma enxurrada de pedidos de afastamento do presidente Bolsonaro, o processo eleitoral não chamaria tanta atenção, mesmo sendo o candidato vitorioso o terceiro na linha sucessória da presidência da República em caso de impedimento do titular. O substituto imediato é o vice-presidente.

Tudo caminha para uma derrota de Rossi. O toma lá, dá cá, com a promessa de cargos na administração federal, é um fortíssimo cabo eleitoral de Lira, que já considera sua eleição como favas contadas, em que pese a votação ser secreta, o que significa uma maior possibilidade de traição por parte de deputados insatisfeitos.

A disputa pelo comando do Parlamento costuma deixar sequelas, feridas que podem ficar um bom tempo sem cicatrizar. O DEM, por exemplo, rachou em duas partes : uma apoia Baleia e a outra Lira, o que terminou provocando um inimaginável atrito entre Rodrigo Maia, atual presidente da Casa Legislativa, e o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto, que é o comandante nacional do demismo. Eram carne e unha. Agora não são mais pedaços da mesma laranja. Coisas do movediço e traiçoeiro mundo da política, que tem os amargos ingredientes da ingratidão e decepção.

Maia, que apoia Rossi, chegou a insinuar que Neto estaria fazendo corpo mole, que não estava usando seu poder de influência com os deputados da sigla. Disse para o ex-alcaide que o DEM estava se transformando no “partido da boquinha”, recebendo cargos no governo federal em troca de votos.

É evidente que com Baleia Rossi na presidência da Câmara dos Deputados, os pedidos para afastar Bolsonaro seriam desengavetados e analisados. A chance de um deles ir ao plenário seria três vezes mais que com Arthur Lira.

No entanto, dizer que com Arthur Lira se enterra de vez a possibilidade de um impeachment do presidente Bolsonaro, não corresponde com a verdade. O impeachment depende de apoio popular, do “Fora Bolsonaro” forte, dos “caras pintadas” nas ruas. Se o movimento crescer, Arthur Lira vai ser o primeiro a dar um tchau para o bolsonarismo.

Não poderia deixar de concluir esse comentário de hoje dizendo que Rodrigo Maia passou um bom tempo no comando do Legislativo e, somente agora, no apagar das luzes de sua gestão, se mostra favorável à defenestração do presidente Bolsonaro.

A queda da popularidade do presidente e o povo na rua são indispensáveis para oxigenar o impeachment. O afastamento da maior autoridade da República está muito longe.

O “Fora Bolsonaro” continua tímido, sem força. Contra o movimento ainda tem a falta de entendimento entre os partidos de oposição e suas respectivas lideranças. Diria que o “Fora Bolsonaro” está entubado e, pelo andar da carruagem, sem previsão de alta.

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Marco Wense
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