É realmente impressionante o “fogo amigo” do senhor Ernesto Araújo. Os bolsonaristas, pelo menos os mais lúcidos, ficaram tiriricas da vida com o chanceler.
O presidente Bolsonaro, por conta do seu desdém no combate à pandemia do novo coronavírus, está sendo alvo de várias denúncias na OMS (Organização Mundial da Saúde) e em entidades ligadas à ONU (Organização das Nações Unidas).
Como não bastasse, tem três acusações contra o chefe do Palácio do Planalto, por negligência no enfrentamento da covid-19, que foi apelidada de “gripezinha”, no Tribunal Penal Internacional (TPI).
Vem agora o senhor Ernesto Araújo, chanceler brasileiro, em discurso para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda (22), e faz críticas às restrições adotadas para conter o avanço do cruel vírus. Diz, em alto e bom som, sem nenhum tipo de constrangimento, que não se pode “sacrificar a liberdade em nome da saúde”, dando assim um chega pra lá no necessário e indispensável distanciamento social.
Para complicar ainda mais o presidente da República, só faltou dizer que usar máscara é frescura e higienizar às mãos também.
Se Ernesto é um bom rapaz, confesso que não sei. Mas que é um inconsequente não tenho a menor dúvida.
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Marco Wense é Analista Político