A missa dos 115 anos de Itabuna, realizada na Catedral São José nessa segunda-feira (28.julho), reuniu parte significativa da política baiana, mas foi a ausência de um nome local que provocou os cochichos mais afiados nos bastidores. O deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade) não deu as caras no evento.
Eleito com votação expressiva em Itabuna, Pancadinha carrega uma responsabilidade simbólica, que é representar o município. Não aparecer em uma celebração tradicional desse porte não passou despercebido. A ausência provocou muito barulho e gestou bastante especulação.
“Cadê Pancadinha?”, disparou um observador atento durante a cerimônia, ecoando o incômodo que se espalhou entre lideranças locais.
O FATOR ACM NETO
O pano de fundo da ausência parece estar ligado à presença de um ex-aliado, que, atualmente, ocupa o outro lado do tabuleiro: ACM Neto (UB), que estava acompanhado do prefeito de Ilhéus, Valderico Junior (UB). Pancadinha, que, até outro dia, se apresentava como um quadro do grupo de Neto, mudou de rota e se abrigou na base do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT).
A avaliação nos bastidores é de que Pancadinha quis evitar dividir o mesmo ambiente que Neto e, por tabela, com os aliados do ex-prefeito de Salvador, que ensaiam repaginar Itabuna pela via eleitoral.
QUEM FOI, QUEM NÃO FOI
Do lado governista, marcaram presença nomes como os deputados Paulo Magalhães (PSD), Lídice da Mata (PSB) e Marcone Amaral (PSD), todos com alguma ligação com o prefeito Augusto Castro (PSD). Do outro lado, o bloco ACM e Valderico foi representado pelos parlamentares Leur Lomanto Jr. (UB), Alan Sanches (UB), Sandro Régis (UB) e Robinho (UB).
NOVA MARCA
A nova identidade política de Pancadinha é clara! O próprio deputado já cravou que, agora, é “PancaJero”, enterrando o passado ao lado de Neto. Acontece que, ao evitar um momento de celebração pública do município que o ajudou a eleger deputado, o parlamentar corre o risco de parecer desconectado.
Se foi um gesto estratégico para não reforçar um palanque adversário ou um erro de cálculo que pode custar caro, só o tempo dirá. Por ora, a ausência falou alto e, em política, o silêncio também é discurso já que presença é gesto, ausência também.