Leia em: 5 minutosEste Pauta Blog conversou com o engenheiro civil, empresário e pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo PL, Chico França. O político nascido em Santa Cruz da Vitória chegou a Itabuna com quatro anos de idade e, desde então, se apaixonou pela cidade.
Chico morou com a família, inicialmente, na Rua do Berilo e sentiu na pele os efeitos da enchente de 1967 quando a casa foi inundada pelas águas do Rio Cachoeira. Quando jovem, mudou-se para Salvador, onde cursou Engenharia Civil na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Atualmente, mantém uma empresa no ramo da construção civil em Itabuna e se diz dedicado à família. Está casado há 45 anos com a mesma esposa, tem quatro filhas e cinco netos.
➡️ Confira a entrevista completa:
Pauta Blog // Como surgiu o interesse pela política?
Chico França // Meu interesse pela política surgiu porque, quando jovem, eu ia às ruas com um grupo de universitários pedindo eleições diretas já, pedindo constituinte e pedindo “abaixo a ditadura!”. Acabou o regime militar, houve eleições e nasceu a nova constituinte, que é essa coisa tão ruim que está aí hoje. Elegemos um candidato que sofreu impeachment e, ainda assim, fomos às ruas elegemos outro candidato. Fomos às ruas por vários motivos porque acreditamos que aquilo era o ideal. A gente estava em uma caverna. (…) O tempo passou e, com a ajuda de um celular, nós elegemos [Jair] Bolsonaro. Quando Bolsonaro foi eleito, todos se voltaram contra ele! (…) Naquele momento, eu saí da caverna, vi o sol e vi que precisava haver mudança. Participei ativamente da eleição para eleger Bolsonaro e vi que uma pessoa, motivada por um problema de saúde, saiu de lá tremendo e se elegeu. Então, percebi que, novamente, a gente tinha que ter um grito de independência, por isso sou pré-candidato a prefeito de Itabuna.
Pauta Blog // A sua pré-candidatura vem recebendo o apoio de muitas lideranças?
Chico França // Venho recebendo o apoio de diversas lideranças, não só de Itabuna, mas da Bahia, através da liderança maior do meu partido, que é João Roma. Aliado a isso, também estamos recebendo um apoio muito grande do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Pauta Blog // Existe a expectativa de que Bolsonaro venha a Itabuna?
Chico França // Eu tenho conversado, constantemente, com João Roma e essa perspectiva existe. A partir do dia 10 de agosto, possivelmente, teremos a felicidade de ter, aqui na cidade, a visita do nosso líder Jair Messias Bolsonaro.
Pauta Blog // Há possibilidade de desistir da pré-candidatura para apoiar outro pré-candidato?
Chico França // Eu entrei na política com o objetivo de exercer a função política de uma forma. Cada um tem o seu projeto. Eu entrei por um ideal e não por um interesse. Tracei meu caminho e sei onde quero chegar. Diferentemente do presidente Lula, que diz que a democracia é um termo relativo, para mim, é um termo absoluto. Cada um tem o seu espaço, cada um tem o eleitor daquele projeto e, na hora que eu desvio, o eleitor não é meu, é do projeto. Quando eu desvio, nem sempre os eleitores deverão me acompanhar.
Pauta Blog // Qual é a nota que o senhor dá para a gestão do prefeito Augusto Castro?
Chico França // Eu atribuo nota zero! Eu sou da área da construção civil e sei, perfeitamente, ver um cronograma de construção de obra. Você vai nas praças aí, que são obras fáceis de executar, e quanto tempo demora? O agravante maior é quando, faltando seis meses para concluir o mandato, ele [Augusto Castro] chega no posto de saúde e derruba. O posto de saúde é a coisa mais importante da comunidade! E ele conhece o cronograma das obras dele, que é muito lento. A feira do São Caetano tem um ano e seis meses para fazer um galpão. A coisa mais fácil de fazer é um galpão! É deprimente essa administração.
Pauta Blog // Qual é o principal erro do prefeito Augusto Castro?
Chico França // Primeiro, o erro dele é prometer e não cumprir. A todo momento, é prometer esse canteiro de obras. Estamos há três anos e meio no governo dele e, ainda assim, agora está tentando fazer. Fez um empréstimo e as obras dele são obras lentas e não saem do lugar. Esse é o grande defeito.
Pauta Blog // Em quais outras áreas, existem deficiências na atual gestão de Itabuna?
Chico França // O prefeito deu uma entrevista na rádio dizendo que nós temos 20 mil alunos e dois mil professores, ou seja, é um professor para cada dez alunos. Pegando Vitória da Conquista como referência, você tem um professor para 25 alunos. Em Itabuna, quase 436 milhões para a educação e 22 milhões para reformas e você vê as escolas sucateadas. Quando você tira isso e divide pelos 20 mil alunos pelo número de meses, você tem 1.330 reais por aluno, o que é muito mais caro que uma boa escola de Itabuna. O resultado é ruim porque nosso IDEB é 4,3 e o de Vitória da Conquista é 6. (…) Eu conheci o Centro de Cultura. Ubaldo [Dantas] transformou o Centro de Cultura, que era uma cadeia, em um local de libertação porque a cultura liberta as pessoas. O governo atual deixou abandonado e até servindo de moradia para marginais. Então, ele deixou a cultura de lado porque a cultura não é só o Ita Pedro. O Ita Pedro é interessante, mas não destinar todos os recursos e as energias para isso aí. A cultura tem uma abrangência muito maior.
Pauta Blog // Caso o senhor seja eleito, quais são as principais mudanças que irá fazer?
Chico França // A principal mudança a fazer é um mutirão na rede escolar. É preciso reformar e construir escolas para trazer mais alunos para a sala de aula porque, se nós temos 8% da população que não está na sala de aula, significa dizer que tem 16 mil alunos fora da escola. Quando o aluno vem para dentro da escola, o município é remunerado pela União e isso a gente tá perdendo.
Pauta Blog // O senhor faz parte do grupo de oposição aos governos estadual e federal. Caso eleito, como vai lidar com esse cenário?
Chico França // Hoje, eu sou oposição aos governos municipal, estadual e federal. Se eleito, eu entendo que os governos estadual e federal foram eleitos para gerir o estado, a união e a cidade, independente de partido. Quem precisa ser beneficiado com os recursos é o cidadão. Quando o prefeito, governador ou presidente tomam posse, precisa ser centrado no retorno buscando dar estado melhor de convivência à comunidade.