Na manhã de hoje (11.outubro), um jovem se jogou no Rio Cachoeira, nas proximidades da Ponte do Marabá. Rapidamente, curiosos se aglomeraram no local para ver o que tinha acontecido.
Uma guarnição da Polícia Militar foi até lá para averiguar a situação e o 4°GBM (4° Grupamento de Bombeiros Militar de Itabuna) foi acionado para ajudar o jovem a sair da água. Segundo algumas testemunhas que estavam no local, o jovem tem transtornos psiquiátricos e conversa sozinho.
Após a chegada dos bombeiros, ele foi retirado da água em segurança.
O longo período de estiagem nas bacias dos rios Almada e Cachoeira, responsáveis pelo abastecimento de água de Itabuna, tem preocupado a Gerência Técnica da Emasa (Empresa Municipal de Águas e Saneamento). O Brasil vem passando por uma das maiores crises hídricas dos últimos 90 anos, correndo grave risco de haver apagão elétrico em função da falta de chuvas.
Segundo o gerente Técnico da Emasa, João Bitencourt, a diminuição do volume das calhas dos rios que abastecem a cidade já apontam a diminuição da vazão.
Bitencourt já manteve contato com a direção da Cerb (Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia), que administra a barragem do Rio Colônia, situada no município de Itapé, para aumentar o volume da vazão que vem por gravidade até a estação de captação e tratamento de água da Emasa no Bairro Nova Ferradas, na zona oeste da cidade.
“O aumento da vazão da Barragem do Rio Colônia, além de ajudar no abastecimento de Itabuna, contribuirá para manter o nível do espelho d’água do Rio Cachoeira no centro da cidade”, sintetiza João Bitencourt.
O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), assinou Termo de Cooperação para projetos de despoluição da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira envolvendo as Secretarias Municipais de Planejamento, de Agricultura e Meio Ambiente, a Emasa (Empresa Municipal de Águas e Saneamento) e o Portal Santo Agostinho.
O ato de assinatura no Gabinete do Centro Administrativo Firmino Alves na noite de quarta-feira, dia 1º, teve a participação de representantes da empresa dinamarquesa Ramboll, que atua com soluções ambientais no Brasil.
“O Rio Cachoeira é um patrimônio de Itabuna. A Emasa tem projeto pronto de expansão da cobertura do saneamento e preservação do Cachoeira. Este projeto tem três eixos centrais, prevê quatro estações de captação de esgoto em tempo seco. Ou seja, o esgoto não cairá mais no rio. Não será solução 100%, mas em torno de 60% e vai conservar o rio. Com isso, Itabuna sai na frente em capacidade operacional”, disse o prefeito.
Para o prefeito de Itabuna, os outros municípios da bacia hidrográfica vão se juntar a esse projeto, com as universidades, a Amurc (Associação dos Municípios da Região Cacaueira) e o setor privado. “Quando se investe em saneamento, diminui o custo da saúde pública”, afiançou. A união das esferas público e privada nos projetos é resultado do 1º Encontro para Apresentação de Propostas de Preservação Ambiental do Rio Cachoeira, que durante dois dias ocorreu no auditório da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz).
O diagnóstico ambiental foi apresentado pela arquiteta Alejandra Devecchi, uma das representantes da empresa Ramboll Environ, contratada pela Portal Santo Agostinho. Na avaliação dela, os excrementos do rebanho bovino em alguns municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira contribuem para a poluição do rio. “A bacia tem 425 mil cabeças de gado, o que já é um alerta, pois, não é somente o lançamento do esgoto urbano que polui o Cachoeira”, explicou.
A arquiteta também apontou os lixões como um problema grave, com exceção de Itabuna, que hoje tem o apoio de um aterro sanitário certificado que processa todo o resíduo que sai da cidade. “Precisamos fazer a gestão das reservas legais. Cada proprietário rural é obrigado a recuperar 20% de sua área com mata”, afirmou Alejandra.
Para o prefeito Augusto Castro o seminário foi fundamental para discutir a poluição com especialistas. “Para nós foi muito importante essa troca de experiência com a empresa dinamarquesa”, comemorou.
Na Uesc também participou do seminário o gerente regional da Embasa, Felipe Madureira, que informou ter sido renovados os contratos de programas e de concessão com os municípios regionais. “Cobrimos 27 municípios que influenciam na Bacia do Rio Cachoeira. Nesta renovação, já colocamos novas metas, entre as quais ter 90% de tratamento de esgoto em cada sede urbana até 2033. A outra meta é ter 99% de água tratada nas cidades atendidas pela Embasa”, garantiu.
A engenheira e gerente de Planejamento Urbano Alejandra Devecchi e a engenheira ambiental Kathlen Procópio, da empresa dinamarquesa Ramboll Environ, abriram o 1º Encontro para Apresentação de Propostas para a Recuperação Ambiental do Rio Cachoeira, no auditório da Uesc, apresentando o diagnóstico em que apontam que a atividade pecuária responde por 43 por cento pela degradação da bacia hidrográfica do Rio Cachoeira.
“A bacia do Rio Colônia, um dos afluentes do Cachoeira, apresenta uma das situações mais complicadas, pois detém 250 mil cabeças de gado e uma população de 34 mil pessoas. Já a cidade de Itororó, conta com um rebanho bovino de 150 mil cabeças, polui o equivalente a cidade de Itabuna, que tem uma população de 220 mil pessoas”, atesta Devecchi.
Secretária Sônia Fonte destaca a união de todos em prol do Rio Cachoeira
Essas e outras informações pautam a Câmara Temática que reuniu corpo técnico de várias instituições e órgãos públicos. A representante da Ramboll, também afirmou que se deve buscar soluções baseadas na natureza, reflorestando as matas ciliares e transformar em energia os resíduas orgânicos dos animais. “Nesse contexto de mudanças climáticas, precisamos conviver com a água. Temos que abandonar a ideia de que as cidades são um grande ralo. As cidades têm que ser esponjas e armazenar água limpa sem esgoto”, disse a gerente de Planejamento Urbano da empresa dinamarquesa.
A secretárias de Planejamento da Prefeitura de Itabuna, Sônia Fontes, lembrou que a cidade está fazendo o seu dever de casa, com vontade e expectativa muito grande. “Esse é o momento de uma grande mentalidade, um novo pertencimento e de se fazer política técnica. Se não conseguimos no passado, vamos conseguir agora”, atestou a secretária.
Ela garantiu que governo do prefeito Augusto Castro (PSD), tem como chegar aos outros municípios, coordenado pela Amurc. “É o momento dessa região, desses municípios, existem muitas possibilidades. Começando com o básico, defendemos uma questão ambiental, queremos o Rio Cachoeira vivo e junto vamos conseguir”, frisou Sônia.
CAPTAÇÃO EM TEMPO SECO
O presidente do Comitê de Bacias do Leste e assessor técnico da Emasa, Anderson Alves, defendeu a criação do Plano de Bacias, para que se consiga ordenar a ocupação e, sobretudo, disciplinar as condições hidrográficas da Bacia do Leste. “É preciso unir forças para a construção desse plano e se preciso, buscar as esferas jurídicas para fazer isso acontecer”, respaldou.
Em relação ao papel da Emasa, Anderson citou a evolução da empresa no tocante à coleta e tratamento do esgoto. Segundo ele, a antiga Lei do Saneamento e o Novo Marco Legal, atestam o dever de reestruturar toda malha de coleta, algo que fica em torno de R$ 330 a 350 milhões de reais para a cidade de Itabuna.
Assessor Técnico, Anderson Alves, aponta o compromisso da Emasa com o Rio Cachoeira
A Emasa optou por extrair essa captação através do sistema a seco, com a implantação de quatro pontos de coleta na orla urbana, fazendo com que esse efluente siga para uma estação elevatória e depois para a estação de tratamento.
“Nos períodos normais, evitamos que o esgoto chegue ao rio. Ao em vez de ir buscar esse esgoto de porta em porta, captamos antes de cair no Cachoeira e reconduzimos para a estação de tratamento. Essa iniciativa é viável, tanto do ponto de vista cientifico, como tecnicamente”, assegurou.
Adson Franco, diretor do Portal Santo Agostinho, empresa responsável pela contratação da Ramboll Environ, disse que o trabalho da empresa dinamarquesa é juntar todos os diagnósticos e colocar em um caderno de soluções. “Com os projetos chancelados pela Ramboll, envolvendo a bacia do Rio Cachoeira vamos apresentar em Brasília, a ONGs e conseguir recursos não de R$ 300 milhões. Porém, valores que sejam atribuídos a cada município para executar o projeto que traga a vida ao Rio Cachoeira”, frisou.
O 1º Encontro para Apresentação de Propostas para a Recuperação Ambiental do Rio Cachoeira, que prossegue hoje, dia 1º/9, realizado pela Prefeitura de Itabuna, Emasa, Portal Santo Agostinho e Ramboll, conta com o apoio da Amurc, UESC, UFSB, CDS-LS.
Participaram do primeiro dia do encontro o Grupo Mulheres da Bahia, Comissão de Meio Ambiente da OAB/Itabuna, Conselho Municipal de Meio Ambiente de Itabuna, Comitê de Bacias do Leste, Agência de Regulação de Itabuna, Conselho Municipal de Políticas Culturais de Itabuna, Empresa Peixoto Monteiro e Secretaria Geral da OAB/Ilhéus.
No fim da manhã de hoje (26.agosto), um corpo do sexo feminino foi avistado por populares boiando no Rio Cachoeira, em Itabuna. O Corpo de Bombeiros e o Departamento de Polícia Técnica foram acionados para realizar a remoção desse corpo enquanto a população se aglomerava no local.
O mais inesperado e triste, infelizmente, aconteceu. Um senhor identificado como Agnaldo Borges dos Santos e, possivelmente, morador do Bairro Banco Raso, chegou ao local de bicicleta e disse que entraria no rio para resgatar o corpo. Algumas pessoas ainda tentaram impedi-lo de entrar no rio, mas ele, que estava visivelmente sob efeito de álcool, se lançou no rio.
Momento em que seu Agnaldo Borges dos Santos entrava no Rio Cachoeira
Logo em seguida, as pessoas que estavam no local começaram a gritar porque perceberam que o senhor estava se afogando. Então, um rapaz entrou no rio para tentar resgatar esse homem, porém sem sucesso. O Corpo de Bombeiros chegou e, com o auxílio de um bote, entrou no rio para retirar o corpo do seu Agnaldo e o corpo do sexo feminino.
Muito abalado, o homem que tentou salvar o senhor de idade declarou, em entrevista ao Balanço Geral, que percebeu que seu Agnaldo já não estava mais respirando quando conseguiu retirá-lo da água. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) esteve no local para atestar as mortes das duas pessoas.
Os dois corpos foram encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica de Itabuna para, em seguida, passar por necropsia. Apenas esse exame vai determinar qual foi a causa da morte da mulher e se ela morreu hoje ou em outro dia.
A despoluição do Rio Cachoeira voltou a ser pauta de uma reunião entre o presidente, diretores e gerentes da Emasa, com a secretária de Planejamento da Prefeitura de Itabuna, Sônia Fontes e o diretor de Projetos da Secretaria de Planejamento, Rosivaldo Pinheiro.
No encontro, foi definido os detalhes de um workshop, que ocorrerá no próximo dia 1º, quando serão apresentadas as propostas desenvolvidas relacionadas ao Rio Cachoeira pelas empresas Portal Santo Agostinho e a dinamarquesa Ramboll.
Desde o mês de maio a Emasa vem discutindo projetos e dados sobre o Rio Cachoeira para a Ramboll, que atua na captação de recursos e executa serviços na área ambiental e de saneamento. Com a posse dessas informações, a empresa dinamarquesa aperfeiçoou projetos e que vai apresentar no dia 1º/9.
Segundo o presidente da Emasa, Raymundo Mendes Filho, o prefeito Augusto Castro (PSD) tem na recuperação do Rio Cachoeira uma das prioridades de sua gestão.
As técnicas da Ramboll, Alejandra Devecchi e Kathlin Procópio, que estarão à frente do evento, junto com os representantes da Emasa e da Prefeitura de Itabuna, vão buscar o envolvimento de outros atores como a Associação dos Municípios da Região Cacaueira (Amurc), órgãos do Governo do Estado, a exemplo da Embasa e Inema, além das universidades Estadual de Santa Cruz (Uesc) e Federal do Sul da Bahia (UFSB) e os municípios que fazem parte do Comitê de Bacias do Leste.
A Ramboll é uma empresa global de consultoria em serviços ambientais e supervisiona e executa programas nessa área, a exemplo de Cingapura, na Ásia. No Brasil, desenvolve o Programa de Reparação Integral da Bacia do Rio Doce.
A retirada das plantas aquáticas de parte do espelho d’água do Rio Cachoeira na área central de Itabuna melhorou as condições do ar. Além disso, facilitou a oxigenação da água e eliminou o mau cheiro que incomodava transeuntes e pessoas que fazem caminhadas ao longo da beira-rio.
O trabalho, executado por equipes do Departamento de Limpeza Pública, removeu aguapés, orelhas-de-rato e baronesas acumuladas à jusante da pequena barragem do bairro do Conceição.
A barragem foi construída pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), no final dos anos 60, para manter o espelho d’água e eliminar caramujos hospedeiros do parasita causador da esquistossomose. Grande parte da população sofria com a doença à época.
Os operários de campo do Departamento de Limpeza Pública da Superintendência de Serviços Públicos da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo fizeram a remoção manualmente, depois choveu nas cabeceiras do rio e a ação dos ventos facilitou o trabalho, segundo Lázaro Pellegrini.
O superintendente de Serviços Públicos, Francisco de Sousa, disse que a partir de agora esta ação será preventiva, porque o resultado agora alcançado foi satisfatório.