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Começo esta coluna com um pedido simples: Abram alas para elas passarem! Rebeca Andrade, Rayssa Leal, Simone Biles, Rosamaria, Ana Marcela Cunha, Bia Ferreira e demais timaços! Elas, as mulheres que dominaram os nossos olhares nas Olimpíadas de Tóquio! E eu jamais faria uma lista apenas de brasileiras quando a norte-americana Simone Biles, apontada por especialistas como uma das atletas mais promissoras para a competição, teve uma atitude histórica: deixou de lado três finais para priorizar sua saúde mental.

Sua atitude me fez lembrar da professora e pesquisadora da Universidade de Houston, autora de quatro best-sellers do The New York Times, Brené Brown. Estudiosa do comportamento humano há mais de vinte anos, ela escreve sobre a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia. “Fique na sua integridade, independentemente da situação”, disse em conferência histórica no Dia Internacional da Mulher. E nós, mulheres, sabemos quão árduo tem sido caminhar até aqui.

Durante as Olimpíadas tivemos ainda outra grande lição feminina de resistência, e eu nem estou falando de modalidade esportiva. A comentarista Karen Jonz, integrante da equipe do SporTV e tetracampeã mundial de skate, quando entrevistada por Ivan Moré, ao escutar que era conhecida por ser casada com Lucas, vocalista da banda Fresno, se posicionou ao vivo: “Não sou conhecida por ser casada com o Lucas. Sou conhecida porque sou tetracampeã mundial e primeira mulher a vencer o X Games”.

Vencer sendo mulher ainda é luta diária! Manter-se feminina e usar a própria voz para ocupar lugares ainda é desgastante! No Brasil, somente 13% dos cargos eletivos (políticos) são de mulheres. Para alguns, a presença feminina ainda é vislumbrada como possível companhia, apenas. Aliada muda, ou cota politicamente correta. De fachada. É preciso que se fale sobre tudo isso abertamente. Estamos aqui para aprendermos, juntos!


Manu Berbert é publicitária

Blog: www.manuelaberbert.com.br / Instagram: @manuelaberbert

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Devolveram os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista-mor sai da condição de inelegível para a de pré-candidato ao Palácio do Planalto no pleito de 2022.

As consequências políticas do “Lula Livre” são muitas. Vou analisar três pontos: eleição presidencial, sucessão estadual da Bahia e o ex-juiz Sérgio Moro.

Começando por Moro, que passou um bom tempo como personagem principal da Operação Lava Jato, é quem vai sair mais ridicularizado de todo esse pega-pega. Até Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, tido como o “az de ouro” do Centrão, cheio de processos na Justiça, resolveu tirar sarro do ex-aliado de Bolsonaro: “Lula pode até merecer. Moro, jamais!”, disse Lira ao ser questionado sobre a decisão monocrática do ministro Edson Fachin (STF).

E para piorar mais ainda a situação do ex-juiz, as provas e os argumentos da sua parcialidade nos julgamentos no âmbito da Lava Jato, que agiu com interesse político, vão aparecer de maneira mais consistentes e inquestionáveis. Vale lembrar que Moro, além de um ex-juiz, é também um ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública do governo Bolsonaro. O que se comenta é que o cargo foi uma espécie de contrapartida pela sua atuação na Lava Jato. Não podemos esquecer que o desenrolar da operação e o antipetismo foram os maiores “cabos eleitorais” do então candidato Bolsonaro.

E a sucessão do governador Rui Costa? Lula candidato significa que a candidatura do senador Jaques Wagner ao governo da Bahia fica irreversível 100%. A do ex-alcaide soteropolitano, ACM Neto, presidente nacional do DEM, sofre um abalo considerável. A missão do lulopetismo passa a ser convencer o chefe do Palácio de Ondina a não disputar o Senado, o que significa uma formação da chapa majoritária sem causar nenhum aborrecimento na base aliada, mais especificamente e, principalmente, com o PSD do também senador Otto Alencar, que sairia candidato à reeleição, e o PP do vice-governador João Leão, que indicaria o vice de Wagner. Nessa arrumação, que tornaria Wagner ainda mais forte, Rui Costa ficaria no governo até o último dia do mandato. Seria prometido a Rui um ministério em uma eventual vitória de Lula.

E a sucessão presidencial? Se a eleição caminhar para uma polarização com Bolsonaro e Lula, não tenho a menor dúvida que vai ser o processo sucessório mais enlameado da história da República, de uma baixaria e troca de ofensas jamais presenciadas em uma campanha, não só entre os candidatos, como envolvendo os filhos, obviamente de Lula e Bolsonaro.

O Brasil não merece o extremismo de esquerda e, muito menos, o de direita. Uma eleição com os bolsominions dizendo que Lula é “ladrão” e os lulominions chamando Bolsonaro de “genocida”.

Sobre essa polarização, que a grande maioria dos analistas políticos acha favas contadas, eu penso diferente. O gigantesco e enraizado antipetismo e o cada vez mais crescente antibolsonarismo vão procurar uma opção para se livrar do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, como diz a sabedoria popular.

Não há como pensar no futuro voltando ao passado e nem reelegendo um presidente que não enxerga o amanhã. 

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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O irreverente e polêmico comentarista político, hoje em um lugar chamado de eternidade, como ele gostava de dizer quando uma pessoa se despedia do planeta Terra, foi um jornalista que marcou a imprensa de Itabuna.

O inesquecível Duda tinha um jeito de analisar os fatos políticos com uma invejável sabedoria. Sua conceituada coluna “Política, Gente, Poder”, no então Diário do Sul, que depois passou a ser Diário Bahia, era leitura obrigatória, principalmente para quem gostava do mundo político.

Tive a honra de receber todo o acervo jornalístico de Duda, meu primo querido. São muitas fotos, artigos que nunca foram publicados e duas atas interessantes: a do Centro Popular de Formação Política de Itabuna e da criação da “Turma da Jaca”. Em outra oportunidade falo desses dois movimentos idealizados por Duda.

Segue abaixo comentários de Eduardo Anunciação enviado para o então site “Política, Gente, Poder”, que criamos. Com efeito, Duda dizia, em tom de brincadeira, mas com uma certa revolta e espantado, que estava se transformando em um “jornalista cibernético”.

“O voto tem inconfidências, sentimentos, mistérios, encantos, mágicas. O voto, enfim, é um armazém de múltiplos sentimentos humanos. Fundamentalmente, o voto não é um ato de justiça. Há quem exaustivamente defenda que o voto é preferência. O intelectual, jornalista, civilista, escritor, sábio Rui Barbosa, perdeu precisamente em 1910 uma eleição para presidente da República para o obscuro marechal Hermes da Fonseca”.

“Na verdade, nenhum homem público, nenhum político simboliza a esperança de uma comunidade, de todos os homens, de uma nação. O comentário tem validade até para aqueles que foram considerados estadistas, como Jesus Cristo, Roosevelt, De Gaulle, Lincoln, Gandhi, entre outros”.

“Fico espantado quando desinformados reacionários, segmentos elitistas defendem o diploma para os políticos, como se a democracia fosse regime exclusivo para doutores. Do político queremos sensibilidade humana, combate as desigualdades, equilíbrio emocional, governar para a maioria sem ter preconceito com as minorias. Do político queremos honestidade, liderança, bom senso. Que validade tem o título de doutor, o diploma, se o político é desonesto, é autoritário, inimigo da democracia?”.

Esse é o Duda, o nosso saudoso e inesquecível Eduardo Anunciação.

PS- Não tenho registro das datas dos comentários, que foram publicados no site “Política, Gente, Poder”. 

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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