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A produção do estado lidera a mistura de variedades no país

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O que o melhor chocolate artesanal produzido no Brasil em 2021 nos conta? A resposta é simples: que o Brasil produz cacau de qualidade. E não foi só a premiação nacional que demonstrou isso. Três brasileiros estiveram entre os 50 melhores do mundo no Cocoa of Excellence Awards (Salão do Chocolate de Paris), tendo recebido uma condecoração na categoria ouro e duas pratas dentre os selecionados da América do Sul.

A produção do estado do Pará domina os blends (mistura de variedades). É do assentamento Tuerê, em Novo Repartimento, a amêndoa de cacau utilizada na receita da chocolateira vencedora do prêmio CNA Brasil Artesanal.

O produtor do cacau que se distingue ao paladar é Francisco Cruz. Apesar de não ter participado diretamente da premiação, o jovem agricultor se declara honrado da conquista por ter processado uma amêndoa de tanta qualidade. Cruz ainda esteve em 2019 no salão de Paris.

Produtor de cacau, Francisco Cruz // Foto de Matheus Costa/Sedap

Na edição deste ano da maior premiação de chocolate do mundo, o Pará também marcou presença. O produtor João Evangelista Lima recebeu o prêmio na categoria prata e teve o trabalho de 18 anos com cacau internacionalmente reconhecido. Já no país, o cacaueiro foi homenageado pelo feito no III Concurso Nacional de Qualidade de Cacau Especial do Brasil.

“Me sinto privilegiado! Como pequeno produtor, eu comecei do começo, a plantar e a colher. Mas eu não consegui isso sozinho, temos toda a equipe, técnicos. Agora eu tenho um objetivo na minha vida… eu gosto tanto de preservar a natureza, de plantar árvore. Hoje, poucos produtores podem dizer que mantém espécies como o mogno. Na minha pequena propriedade tenho de 25 a 30 variedades preservadas ao meu redor”, disse orgulhoso no evento.

João Evangelista Lima, produtor de cacau

Os cacaueiros de João Evangelista preservam o meio ambiente enquanto produzem. A árvore de cacau cresce em consórcio com espécies nativas, pés de cupuaçu e banana num sistema de agroflorestal, no qual o componente florestal sequestra e fixa o carbono no solo. O sistema, inclusive, é uma das tecnologias implementadas pelo Plano ABC+ e deve ser implementado em 100 mil hectares até 2030, conforme cronograma das ações.

“A cacauicultura é totalmente aderente à preservação do ambiente e à fixação de carbono. A gente quer atuar para a captação de recursos e para desenvolver projetos para a remuneração por conservação ambiental e créditos de carbono. Já na questão da qualidade, o cacau brasileiro é fruto de trabalho descente e fruto de produção sustentável, o que já se exige no mundo de hoje, principalmente após a COP26”, acrescenta o Diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Waldeck Pinto.

CACAU FINO DE QUALIDADE
Para o diretor da Ceplac, o futuro do Brasil está na produção de cacau de qualidade seja para o consumo interno quanto para exportação. Apesar de não ser mais o maior exportador de cacau do mundo (atualmente o país reveza entre a sexta e a sétima posição), os produtores em parceria com órgãos técnicos empregam novas tecnologias e buscam o melhoramento genético das espécies.

Isso alterou o cenário de recuperação da crise na lavoura cacaueira e demostra um investimento na qualidade do produto. Por isso, além de ter estabelecido como meta a autossuficiência em 2025 com uma previsão de produção de 270 mil toneladas, a Ceplac buscar trabalhar com o aumento da qualidade da amêndoa do cacau, de 3% para 5%.

O que, na prática, somente pode ser aferido com a participação dos produtores em concursos e premiações. Pelas análises de especialistas, o cacau fino tem potencial aromático e zero conteúdo de off-flavor, retirando defeitos ou notas estranhas e não agradáveis que acabam trazendo ao chocolate traços metálicos, de borracha ou até fumaça – que a depender do nível é bem desagradável. Essas notas estranhas podem ocorrer em erros de processamento dos grãos ou de armazenamento.

Em sua terceira edição, o Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil mostra que, neste momento, o cenário é de investir na qualidade do produto para diferenciação e agregação de valor ao cacau, estimulando e promovendo a excelência da produção de cacau no Brasil, em todas as suas etapas. 

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O secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura, João Carlos Oliveira Silva, visitou a fazenda de cacauicultora Cláudia Calmon de Sá, em  Itabuna, 6ª feira (17.dezembro). A visita foi acompanhada pelo seu assessor Tiago Guedes, pelo diretor de Agricultura da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Rodrigo Haun, e pelo engenheiro agrônomo da Prefeitura de Itabuna, Pedro Jerônimo.

O objetivo da visita à propriedade rural foi conhecer a produção de cacau, o manejo nas áreas de cabruca, além dos processos de fermentação das amêndoas de cacau, que se tornaram exemplo para todo o país, depois que Cláudia Calmon de Sá  foi a  ganhadora do Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil, que ocorreu  em Salvador no dia 22 de novembro.

Durante a visita, o secretário conversou com a cacauicultora sobre os desafios na agenda do segmento, que inclui  a exportação do cacau fino e  sobre os avanços para o chocolate, que é o produto final.

A cacauicultora Cláudia Calmon de Sá conquistou a  primeira colocação  na categoria varietal, com a variedade BN 34. Ao todo, foram 94 amostras inscritas, número bem superior às 53 do primeiro ano do evento.

A intenção da premiação estadual é estimular e promover a excelência da produção de cacau especial, que requer cuidados específicos do plantio à colheita, elegendo não apenas as amêndoas de maior qualidade, mas também aquelas resultantes de um processo de produção mais sustentável.

Por isso, além de serem avaliados quanto à qualidade sensorial dos produtos, das amêndoas e do licor, os produtores também precisam demonstrar que utilizam práticas mais integradas ao meio ambiente em suas produções, primeiro por meio de um questionário e, uma vez classificados, passam por auditoria nas propriedades.

O Concurso Nacional é promovido pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) em conjunto com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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Graças à parceria de três empresas, Grupo Schmidt Agrícola, Tamafe Tecnologia, especializada em mudas de citricultura e a TFR Consultoria Agrícola, o Oeste baiano ganhou mais um projeto de cacauicultura

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A Bio Brasil, iniciado há dois anos com pesquisa e desenvolvimento de cacau em viveiro na Fazenda Solaris no município de Riachão das Neves, recebeu a visita do vice-governador e secretário do Planejamento João Leão, acompanhado de Almir Silva e Paulo Marrocos da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e pelo reitor da Universidade Federal do Oeste da Bahia, Jacques Antonio de Miranda. A região já abriga outros produtores da cultura, a exemplo do grupo Santa Colombo, que investe na produção de cacau no município de Cocos.

O Brasil é o sétimo produtor mundial de cacau. De acordo com dados do IBGE, a safra de 2020 atingiu 269 mil toneladas (t). A Bahia é o segundo produtor da cultura no país com 107 mil toneladas, já o Pará fica em primeiro lugar (144 mil t).

“Nós precisamos produzir. O Sul da Bahia tem uma produtividade média de 40 arrobas por hectare (ha). Aqui no Oeste, nas primeiras experiências que fizemos, chegamos a 200/250 arrobas/ha”, declara Leão.

“Há dois anos começamos com pesquisa e desenvolvimento de cacau, agora estamos iniciando o primeiro viveiro com 120 mil mudas de cacau, em um contexto de muita pesquisa e desenvolvimento tudo em cima da cacauicultura, tentando trazer a muda com rusticidade, adaptada ao cerrado, às novas áreas não tradicionais do cacau que o Brasil está almejando daqui para frente. Para nós é um sucesso poder mostrar esse estudo de dois anos atrás. Eu digo que isso é o cacau do futuro, esse é o cacau que o Brasil vai começar a enxergar daqui para frente”, afirma Moisés Schmidt, do Grupo Schmidt Agrícola, que já tem 35 ha de cacau plantado e está iniciando projeto de mais 400 há na Fazenda Solaris.

A comitiva esteve ainda no Distrito de Irrigação dos Perímetros Irrigados de Nupeba e Riacho Grande (DNR). O local tem 5mil hectares, sendo 1,5 mil ha implantados com projetos agrícolas, piscicultura e avicultura, com destaque para a produção intensiva de galinhas, são 500 galinhas que produzem em média 15 mil ovos por mês. Atualmente são gerados 1,5 mil empregos diretos, 2 mil indiretos, que devem quadruplicar quando os 5 mil ha forem implantados.

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III Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial avaliou 94 amostras de amêndoas e premiou 7 ganhadores

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Foram reveladas as melhores amêndoas de cacau do Brasil durante premiação do III do Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Ao todo foram 94 amostras inscritas nas categorias Mistura (blend) e Varietal, das quais 22 seguiram para a segunda etapa da disputa pelo título e pelos prêmios, que somavam R$ 24 mil. Nesta edição, o estado do Pará liderou o ranking, conquistando todos os lugares do pódio da categoria de blends, incluindo um empate técnico na terceira posição.

De Medicilândia (PA), o produtor Robson Brogni foi o grande destaque da categoria, ficando em primeiro lugar. “Estamos há alguns anos trabalhando na qualidade do nosso cacau para estar entre os finalistas, mas o primeiro lugar foi realmente incrível”, celebrou o paraense.

Já na categoria de variedade única, o estado da Bahia garantiu as duas primeiras posições, com Cláudia Sá, da Agrícola Cantagalo, Itabuna, em primeiro lugar. “O que faz a gente chegar até aqui é o amor pelo que a gente faz. Faz 10 anos que comecei a ‘namorar’ o cacau e há 3 estou completamente apaixonada. Estou muito emocionada e muito feliz porque isso é fruto de muito trabalho e muita dedicação”, destacou Cláudia, ao agradecer à equipe de colaboradores, família e organização do evento.

O terceiro lugar na categoria Varietal foi uma revelação. Em seu primeiro ano de participação no concurso, o estado de Rondônia já emplacou um vencedor. O produtor Mauro Tauffer, de Buritis, foi o terceiro premiado na categoria. “Por sermos mais novos na produção de cacau, sinto uma responsabilidade muito grande em representar o meu estado. Nem estava imaginando ganhar esse prêmio e agora estou muito feliz”, resumiu o cacauicultor, bastante emocionado.

A cada edição, o Concurso vem aumentando gradativamente o número de participantes. “A adesão de produtores de Rondônia foi uma grata surpresa para nós este ano. Esperamos que esse destaque incentive outros cacauicultores daquele estado. Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau”, pontuou Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, juntamente com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).

Além de uma minuciosa análise dos aspectos físico-químicos das amêndoas, as propriedades produtoras do cacau precisaram também cumprir uma série de critérios de sustentabilidade para estar entre os finalistas. Á última etapa da avaliação foi a análise sensorial do cacau, tanto na forma de liquor, quanto como chocolate elaborado a 70% cacau. Os chocolates foram codificados e enviados para um júri de convidados especiais para uma prova às cegas. Entre os integrantes do júri desta edição estão o empresário Ale Costa, da Cacau Show, o chef confeiteiro Lucas Corazza, jurado do programa Que Seja Doce da GNT, a chef chocolatière da Dengo Chocolates Luciana Lobo, entre outros.

O Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil, que seleciona as melhores amêndoas produzidas no país, visa fortalecer a cacauicultura brasileira, valorizando e reconhecendo produtores que fazem um trabalho diferenciado, bem como incentivar a sustentabilidade em todo o processo produtivo. A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia produtiva do cacau, patrocinada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Governo do Pará (Sedap), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Governo da Bahia (Seagri), pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Centro de Inovação do Cacau (CIC), Dengo Chocolates, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, Gencau e SEBRAE. A realização é do CIC em parceria com a Ceplac. Mais informações no site

Conheça os premiados
Na categoria Varietal
1º lugar: Claudia Calmon de Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
2º lugar: Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
3º lugar: Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

Na categoria Blend
1º lugar: Robson Brogni (Medicilândia-PA)
2º lugar: Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
3º lugar: José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

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Dando continuidade às ações de prevenção contra as pragas do cacaueiro, a Adab (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia), iniciou o curso de Formação de Multiplicadores para Prevenção e Controle da Monilíase, em formato virtual, em parceria com a Bahiater e a Superintendência Federal da Agricultura. O público alvo são os mais de 200 técnicos e agentes das chamadas públicas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) que prestam serviços no âmbito da Agricultura Familiar nos territórios onde a cacauicultura está presente.

A meta da Adab é formar duas turmas em 2021 e outras cinco no próximo ano. Na programação, conteúdos sobre a Praga Monilíase do Cacaueiro, Prevenção, Controle e Educação Sanitária, Manejo Integrado e outras pragas da cacauicultura no Estado da Bahia. “Temos que otimizar ferramentas e ampliar parcerias para promover a defesa fitossanitária das lavouras de cacau, tão importantes para nossa economia”, avaliou o diretor geral da Adab, Oziel Oliveira, destacando que, com a realização desses cursos, as entidades envolvidas irão formar multiplicadores capazes de identificar e intervir corretamente na prevenção e mitigação do risco de introdução da praga.

A primeira turma, iniciada no último dia 16, terá atividades até o próximo dia 25 de novembro. Participam também fiscais estaduais agropecuários das agências de defesa de Rondônia, Pará, Acre e Espírito Santo. Os instrutores são a fiscal estadual da Adab, Catarina Mattos e Antônio Zózimo Costa, da SFA-BA. “Estamos progredindo nas ações de prevenção, proporcionando a difusão do conhecimento, para que produtores e profissionais possam ser agentes atuantes na defesa além de poder notificar corretamente a Adab sobre a suspeita desta praga quarentenária ainda ausente em nosso estado”, finalizou Catarina.

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Desfrutar de um bom café, acompanhado de um bolo, torta ou doce da mais alta qualidade, em um ambiente aconchegante, familiar e com preço justo. Essa é a proposta da doceria e cafeteria Chocolatier, que inaugura na próxima quarta-feira, 24, em Itabuna, um novo conceito de experiência gastronômica, aliada ao bom atendimento, em um espaço com uma arquitetura moderna e contemporânea, inspirado nos cafés europeus.

A experiência bem sucedida dos jovens empresários Lucas Pitta, Vinicius Landin, Rafael Landin com os empreendimentos Ise Japonês e Angus no Shopping Jequitibá, em Itabuna, despertou o interesse em expandir os negócios na cidade, com a criação da Chocolatier. Os produtos ganham a expertise da Chef de Cozinha, Luciane Silva, que também é sócia do empreendimento e responsável pela elaboração do cardápio.

As tortas atendem aos paladares mais exigentes, com a utilização do chocolate belga, das frutas vermelhas, das nozes, até os doces tradicionais, com destaque para os famosos brigadeiros, beijinhos e charge (chocolate com amendoim). São servidos os cafés expresso, cappuccino, moca, com chocolate belga e latte. Já os salgados, os tradicionais – coxinha, empada e quiche, além do pão delícia recheado com parmesão, queijo reino e gorgonzola.

“A ideia é gerar uma experiência diferente e positiva ao nosso cliente. Pensando nisso, desenvolvemos nosso negócio focando em uma arquitetura moderna e convidativa, um bom atendimento, ambiente organizado, insumos de primeira qualidade e produtos exclusivos para que a visita dele seja inesquecível”, destacou Lucas ao explicar o propósito do empreendimento, que tem como visão: “Ser uma doceria de referência na Bahia, buscando através de momentos doces da vida, a satisfação dos nossos clientes”.

Valores como transparência, amor, criatividade, hospitalidade, felicidade e qualidade acompanham a marca da Chocolatier e refletem no bem estar do cliente e nas experiências a serem vivenciadas no espaço. “Vou propor a melhor experiência de vida para as pessoas que vem para Chocolatier porque tudo é feito com muito amor e carinho”, relatou Luciane, especialista há mais de 20 anos no segmento de doces e salgados, e agora, empreendedora pela primeira vez.

O espaço fica localizado no centro da cidade, vizinho à tradicional sorveteria Danúbio Azul. O projeto leva a assinatura da arquiteta Fernanda Araújo, com o propósito de oferecer aos clientes uma verdadeira experiência sensorial dentro de um ambiente aconchegante. Para isso, foram aplicados conceitos artísticos dos períodos moderno e contemporâneo, inspirado nos famosos cafés europeus, com destaque para a estrutura utilizando detalhes na iluminação, na pintura e nas acomodações.

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Premiação do III Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial acontece no próximo dia 22

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No próximo dia 22 de novembro serão conhecidos os vencedores do Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil. A premiação acontece em Ilhéus-Ba, a partir das 18h, no Cana Brava Resort em evento fechado para convidados. Este ano, no entanto, a premiação assume caráter híbrido e também será transmitida ao vivo pelo link. Serão premiados os produtores de cacau que receberem as melhores notas nas etapas classificatórias e nos critérios de sustentabilidade. Os ganhadores receberão certificado e prêmios de até R$ 12 mil.

Ao todo foram 94 amostras inscritas nas categorias Mistura (blend) e Varietal do III Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil. Dessas, 22 seguiram para a segunda etapa da disputa pelo título de melhor cacau do país. Além de uma minuciosa avaliação dos aspectos físico-químicos das amêndoas, os finalistas passaram também por análises sensoriais, como a prova do cacau em forma de líquor e ainda uma avaliação às cegas do sabor do cacau na forma de chocolate 70%. Os chocolates foram numerados e enviados para um júri de convidados especiais. Entre eles o empresário e chocolatier Ale Costa, da Cacau Show, o chef confeiteiro Lucas Corazza, jurado do programa Que Seja Doce da GNT, a chef chocolatière da Dengo Chocolates Luciana Lobo e ainda chocolate makers como Diego Badaró, da AMMA Chocolates e Cesar de Mendes, da De Mendes Chocolates, entre outros.

O Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil, que seleciona as melhores amêndoas produzidas no país, visa fortalecer a cacauicultura brasileira, valorizando e reconhecendo produtores que fazem um trabalho diferenciado, bem como incentivar a sustentabilidade em todo o processo produtivo. “A busca pela excelência é o fator principal para quem quer se destacar no mercado. Precisamos fazer o Brasil ser mundialmente reconhecido como produtor de cacau de alto padrão”, pontua Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, juntamente com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).

SUSTENTABILIDADE
Além das avaliações físicas e sensoriais das amêndoas, as propriedades produtoras do cacau precisaram também cumprir uma série de critérios de sustentabilidade. “Este ano contamos com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos estados para auxiliar os produtores nas adequações aos critérios exigidos pelo concurso”, destaca Villela.

Entre os finalistas, o Pará lidera a disputa com 11 amostras no páreo, seguido pela Bahia, que tem 8 lotes aprovados na primeira etapa. Espírito Santo e Rondônia têm 2 e 1 representantes, respectivamente, na categoria de variedade única.

A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia produtiva do cacau, patrocinada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Governo do Pará (Sedap), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Governo da Bahia (Seagri), pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Centro de Inovação do Cacau (CIC), Dengo Chocolates, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, Gencau e SEBRAE. A realização é do CIC em parceria com a Ceplac. Mais informações no site.

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A produção de cacau junto com a conservação de florestas, de forma sustentável para o meio ambiente, pode trazer retorno econômico para o produtor rural. A conclusão é do Estudo de Viabilidade Econômica da Produção de Cacau, organizado pela iniciativa CocoaAction, juntamente com Instituto Arapyaú e WRI Brasil.

A análise foi apresentada na última 5ª feira (4.novembro), durante o webinar do 4° Fórum Anual do Cacau. O trabalho quantifica indicadores dos sistemas produtivos que podem ser adotados por produtores e investidores no sul da Bahia e no estado do Pará.

O estudo analisou a cabruca, uma espécie de sistema agroflorestal em que o plantio do cacau é feito na sombra de árvores de florestas naturais conservadas. O trabalho mostrou que, no estado da Bahia, a cabruca com baixo sombreamento – igual ou inferior a 30% de sombra –, demonstra ser um bom investimento, com taxa interna de retorno (TIR) de 12% e renda para o produtor de R$ 5.400 por hectare ao ano. Já se esse sombreamento foi muito alto (acima de 70%), o sistema não se viabiliza economicamente.

O material ainda dá parâmetros que podem auxiliar na tomada de decisão de investimentos para produtores e bancos ao conceder créditos.

O trabalho também mostrou que arranjos de cacau a pleno sol, sem árvores, apresentam retorno de investimento positivo. Sequeiro e irrigado apresentam TIR de 16% e 15%, respectivamente e renda para o produtor de R$ 10.500 e R$ 14.300 por hectare/ano, respectivamente. Porém, são sistemas mais suscetíveis a pragas e altamente intensivos. “Apesar de ser mais rentável, o custo do pleno sol é muito alto e ele se viabiliza apenas com taxas altíssimas de produtividade”, destaca a economista Grazielle Cardoso, analista sênior do Programa de Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú, e uma das autoras do estudo. Por outro lado, com o manejo correto da cabruca – com cultivo à sombra das árvores nativas da Mata Atlântica – é possível ter um bom retorno, apesar de menor. Além disso, a biodiversidade presente neste sistema atua como uma barreira de proteção contra as doenças comuns às lavouras.

O Estudo de Viabilidade Econômica da Produção de Cacau busca ser uma fonte de informações atualizadas para produtores de cacau, técnicos, empresas e também instituições financeiras, com o propósito de aumentar o conhecimento sobre a produção de cacau e suas peculiaridades. Os dados utilizados na publicação foram coletados em bases públicas e oficiais, além de dados de campo, cedidos pelas instituições apoiadoras da publicação, CIC, CEPLAC, FAEB, Renova Cacau, Mondelēz International, UESC, PCTSul, SENAR Bahia, Solidaridad Brasil e TNC Brasil.

Pesquisa aponta que o manejo correto da cabruca proporciona bom retorno, menores riscos com ataques de pragas e ainda promove a conservação ambiental.

“O valor deste estudo está justamente em seu caráter agregador. É um relatório técnico de alta qualidade, elaborado de maneira coletiva. A diversidade de atores envolvidos nesse processo resultou em um produto valioso para toda a cadeia do cacau”, ressalta Pedro Ronca, coordenador do CocoaAction Brasil.

De acordo com Daniel Soares, analista de investimentos do WRI Brasil e colaborador do estudo, é consenso a necessidade de informações atuais sobre o sistema produtivo do cacau para atrair recursos para o setor. “O resultado desse estudo será de enorme utilidade no contexto das ações de aumento de crédito rural para produtores de cacau, atração de recursos de fundos de investimento, como também para orientar a construção de políticas públicas adequadas a esta cadeia”, conclui.

Cotações desta 6ª feira, 1 de outubro de 2021

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🍫 Cotação do Cacau 
Ilhéus > R$ 221,00 (comum > @ arroba)
Nova York > R$ 2.693,00 (futuro > tonelada)

🐂 Cotação do Boi Gordo @ arroba 
R$ 290,00 > Jequié
R$ 280,00 > Barreiras
R$ 285,00 > Feira de Santana
R$ 305,00 > Santo Antônio de Jesus
R$ 295,00 > Itapetinga 
R$ 285,00 > Salvador

☕ Cotação do Café Conillon (60 kg) 
Café Tipo 7/8, em Eunápolis > R$ 795,00
Café Tipo 7, em Eunápolis > R$ 800,00

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O objetivo é ampliar a adesão de empresas na compra de créditos de carbono do cacau cabruca

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Fazendas de cacau no Sul da Bahia passaram a contar com um instrumento inédito de proteção a eventuais prejuízos causados por alterações climáticas. Uma parceria entre o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), seguradora Newe Seguros, a Wiz Corporate Partners, o Instituto Arapyaú, Dengo Chocolates e ZCO2/BlockC deu origem à primeira emissão de apólice de seguro rural paramétrico para a cacauicultura no país, que tem como objetivo minimizar os impactos climáticos na lavoura ao longo da safra.

Neste caso, não é necessário que um evento climático gere um dano físico à fazenda para que o segurado tenha direito ao pagamento, como funcionaria numa apólice convencional. O produtor segurado poderá ser ressarcido em caso de volume de chuvas abaixo daquele previamente estabelecido – o que poderia prejudicar a colheita de amêndoas ali produzidas e, por consequência, a comercialização do produto.

Para construir essa ferramenta, as empresas envolvidas na iniciativa se valeram de dados gerados por estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado ao Ministério da Agricultura. Além de informações sobre o volume de chuvas, essas estações fornecem dados de intensidade de vento, temperatura, número de dias de sol, ocorrências de geada, granizo e inundações.

CONTRAPARTIDA
O Instituto Arapyaú, por sua vez, auxiliou na definição dos parâmetros de impacto climático na produção, bem como na inserção de contrapartidas ambientais na apólice, relativas à preservação da Mata Atlântica. O seguro paramétrico incorpora indicadores de sustentabilidade para financiar o pagamento do prêmio do seguro com créditos de carbono – de modo que os cacauicultores tenham um incentivo pra a conservação da floresta.

Ricardo Gomes, gerente do programa Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia, do Arapyaú, explica que, para o seguro atingir mais produtores, é preciso que haja ampla divulgação da iniciativa para estimular mais empresas a realizarem a compensação de suas emissões de carbono por meio do projeto. “Entendo que a iniciativa oportuniza conciliar a conservação e valoração do nosso ativo florestal, considerando que o carbono estocado é que financia o seguro para os produtores, e por sua vez as empresas neutralizam suas emissões de CO2”, destaca.

Ricardo informa como o mecanismo contribui para mitigar impactos negativos na renda do produtor: “É uma alternativa para oferecer, minimamente, uma garantia caso a chuva não corresponda em um período-chave para produtividade do cacau, sendo um complemento de renda para o produtor e um reconhecimento do valor da cabruca como meio de produção sustentável”, afirma.

O seguro vai cobrir perdas ocorridas entre agosto e setembro – um dos períodos decisivos para a produtividade do cacau cultivado na região. Entre 2014 e 2016, uma seca severa acabou com a produção de 50 mil hectares de cacau da região nessa época.

Empresas interessadas em adquirir créditos de carbono por meio do projeto, podem entrar em contato com o Instituto Arapyaú no e-mail comunicacao@arapyau.org.br.

SOBRE O INSTITUTO ARAPYAÚ
O Instituto é uma instituição privada, sem fins lucrativos, fundada em 2008 com o objetivo promover o diálogo e a atuação em redes para a construção coletiva e perene de soluções com base na sustentabilidade. Por meio da articulação e mobilização de diferentes atores, busca um modelo de desenvolvimento sustentável em dois territórios principais, que são a Amazônia e o sul da Bahia, duas potências em biodiversidade.

Sobre a ZCO2/BlockC
A ZCO2 é um programa B2C de coalizão de cidadãs, cidadãos e empresas engajadas em iniciativas de desenvolvimento sustentável para combater as causas das mudanças climáticas. A ZCO2 possui parceria com a Logicalis, provedora internacional de soluções e gerenciamento de serviços de TI, para apoiar a iniciativa de desenvolvimento de soluções digitais e a tecnologia blockchain do aplicativo ZCO2.

A BlockC é uma Plataforma B2B de soluções de descarbonização que surgiu da combinação entre o desenvolvimento da tecnologia de ponta e a demanda por serviços de gestão de atividades produtivas em temas ligados à sustentabilidade e, em especial, às mudanças climáticas. A BlockC também possui parceria com a Logicalis. Por intermédio de uma plataforma abrangente, robusta e flexível, utilizando a tecnologia blockchain, a BlockC organiza ecossistemas de empresas que se relacionam de forma dinâmica e colaborativa. A BlockC é uma das pioneiras no mundo na criação e negociação de ativos ambientais digitais, concluindo sua primeira transação em blockchain em abril de 2019.

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