Infectologista da Santa Casa, dr. Fernando Romero

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O médico Fernando Romero, infectologista da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, orienta sobre as medidas que as pessoas podem adotar para evitar a contaminação e disseminação da varíola dos macacos (Monkeypox, em inglês), doença com registro em cerca de 80 países, dentre os quais o Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O especialista também fala sobre a importância do diagnóstico correto e tratamento.

De acordo com o infectologista, uma vez detectada a varíola dos macacos, o tratamento da doença consiste basicamente no suporte clínico e medicação para alívio da dor e febre. “Por exemplo, se a pessoa tem febre, é preciso que seja medicada com antitérmico (dipirona, paracetamol), se sentir dores, deve tomar analgésico; no caso de coceira e pruridos e deve-se fazer uso de antialérgico. Mas, antes de fazer o uso de qualquer medicamento, deve procurar o atendimento médico”, esclarece.

O médico orienta a pessoa com os sintomas da varíola dos macacos a procurar uma unidade de saúde de sua preferência para ter uma avaliação clínica e um diagnóstico correto. Ele ressalta que, neste momento, não existe nenhuma notificação de casos da doença em Itabuna. No entanto, há um caso confirmado em Ilhéus e dois suspeitos em Ibicaraí.

Fernando Romero informa ainda que a Santa Casa de Itabuna tem um protocolo que guia o profissional de saúde no atendimento de casos suspeitos da doença. “Esse documento interno indica quais são os passos a serem seguidos para a correta assistência médica e os equipamentos que os profissionais devem usar para evitar contaminação e disseminação da varíola”.

INCUBAÇÃO DO VÍRUS
Entre os principais sintomas da varíola estão febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, adenomegalia, calafrios, mialgia, dor das costas e astenia intensa. O médico Fernando Romero detalha que o tempo de incubação do vírus varia de cinco a 21 dias. Os sintomas mais característicos são a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele.

A varíola dos macacos é transmitida por vírus. Ele tem uma mutação, que o torna mais fácil de ser transmitido. É uma doença autolimitada: causa febre, dor de cabeça forte, mal estar no corpo, dores musculares, inchaço nos linfonodos. “Entre 1 e 4 dias após o aparecimento da febre, as pessoas podem apresentar lesões cutâneas. São exatamente por essas lesões que ocorrem a transmissão”, explica o médico.

A erupção cutânea tem características clínicas semelhantes com varicela ou sífilis, com diferença na evolução uniforme das lesões. Começa com manchas vermelhas (mácula), que evolui para uma bolha ou vesícula e se rompe configurando uma crosta na pela da pessoa.

O médico lembra que a varíola dos macacos é uma doença originariamente do Continente Africano e que é transmitida no contato direto com a pele da pessoa. A doença tem apresentado uma baixa letalidade nas demais continentes do planeta. Agora, em 2022, foi registrado o surto, com mais de 20 mil casos no mundo. “Fora do Continente Africano, a doença tem ocorrido como se fosse uma virose, sem, neste momento, muita repercussão na mortalidade das pessoas”, acrescenta.

Na Bahia, existem mais de 50 casos suspeitos da varíola dos macacos investigados. As notificações ocorreram nos municípios de Amargosa (1), Aratuípe (1), Barra (1), Cairu (1), Camaçari (2), Canarana (1), Conceição do Coité (1), Conceição do Jacuípe (1), Cruz das Almas (1), Dias d’Ávila (1), Ibicaraí (2), Itaberaba (4), Itapebi (1), Itiruçi (1), Jaguaripe (1), Lauro de Freitas (1), Nazaré (1), Salvador (19), Santa Cruz Cabrália (4), Santo Antônio de Jesus (1),São Gonçalo dos Campos (1), São Miguel das Matas (1), Ubaíra (1) e Vitoria da Conquista (1).

O médico infectologista Antônio Bandeira é especialista em arboviroses

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Por causa da pandemia da Covid-19, o CFM (Conselho Federal de Medicina) aprovou o uso da telemedicina. A princípio, como uma excepcionalidade para permitir o acesso das pessoas em isolamento social ao atendimento médico, mas tudo indica que essa é uma modalidade que será confirmada, mesmo após a pandemia.

O infectologista Antônio Bandeira tem atuado no tratamento de pacientes com Covid-19 em ambulatório e em internação hospitalar como unidades de tratamento intensivo, desde os primeiros casos na Bahia. Diante da grande procura por atendimento, o especialista passou a atender também por teleconsulta.

Desse modo, consegue cuidar de pacientes que tenham suspeita ou confirmação de diagnóstico de Covid-19 e outras doenças sem que a pessoa precise se deslocar até o consultório ou hospital. Ampliou assim a possibilidade de atender pacientes que não moram em Salvador.

Nesta entrevista Bandeira explica por que o acompanhamento constante, presencial ou à distância, é fundamental para que se tenha melhor prognóstico na evolução da doença.

Pauta.Blog // A Covid-19 é uma doença de evolução muita rápida e imprevisível. Por que é importante o médico acompanhar o paciente de forma constante?
Antônio Bandeira // O médico tem que fazer o “acompanhamento precoce”. Essa é a estratégia apropriada para atuar a cada momento na história natural da Covid-19. Um paciente pode mudar rapidamente de evolução e fazer esse diagnóstico, tratar a doença a cada mudança que ela produz no organismo pode ser decisivo para resgatar um doente e não o deixar piorar. Não permitir o paciente agravar, conseguindo frear o processo inflamatório no momento certo, com a medicação apropriada para aquele momento.

Pauta.Blog // O paciente pode tomar as medicações necessárias em casa?
Antônio Bandeira // O paciente pode tomar as medicações em casa quando assistido pelo médico que o esteja acompanhando. É esse o caminho para o paciente conseguir evoluir bem, muitas vezes, sem necessidade de ser internado. Mas nunca desassistido. Nunca sozinho: ele precisa do seguimento conjunto com o médico.

Pauta.Blog // Quando saber se é necessário o internamento?
Antônio Bandeira // Somente o médico pode saber o momento para internação do paciente.

Pauta.Blog // Mesmo internado em hospital fora de Salvador, o senhor pode manter o acompanhamento do paciente e instruir as equipes assistenciais?
Antônio Bandeira // Mesmo à distância o médico pode orientar os pacientes. Eu mesmo já orientei ações em outros estados, tanto por meio da Telemedicina quanto por meio de contato com os profissionais médicos que estavam assistindo o paciente em outro estado.

Pauta.Blog // Quais os riscos de não receber acompanhamento no início da Covid-19?
Antônio Bandeira // Os riscos são altos quando não se acompanha o paciente desde o início da doença. Isso porque a Covid-19 pode evoluir de forma muito diferente de paciente para paciente. E assim uma pessoa pode precisar de uma intervenção mais precoce do que outra. E nunca o paciente é capaz de se autodiagnosticar e muito menos se automedicar.

CURRICULUM
O médico infectologista Antônio Bandeira é especialista em arboviroses, participa como pesquisador e médico do Ensaio Clínico da Vacina da Dengue do Instituto Butantan e de inúmeras pesquisas relativas à Covid-19, inclusive com a descrição de casos de reinfecção pelo SARS-CoV-2. Exerce atividades na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, onde coordenou o Comitê de Enfrentamento da Covid-19 e coordena o Serviço de Infectologia do Hospital Aeroporto. Professor da Faculdade de Medicina de Tecnologia e Ciências e preceptor da residência médica em Infectologia do Hospital Couto Maia.

Infectologista Fernando Romero, da Santa Casa de Misericórdia

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A nova cepa do novo coronavírus, que teve origem na Índia, pode ser muito mais transmissível do aquelas que já circulavam no Brasil. O alerta é do médico da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (SCMI), o infectologista Fernando Romero. Desde o início da pandemia, no ano passado, até esta 2ª feira (7.junho), foram 7.105 pacientes com os sintomas da doença atendidos nos hospitais Calixto Midlej Filho e Manoel Novaes. Desse total, 2.026 precisaram de internamento.

Fernando Romero reforça a necessidade da vacinação em massa contra a Covid-19 para conter a transmissão do vírus. “A terceira onda é real e bastante preocupante. Determinadas cepas são mais fortes, com a capacidade de causar mais doenças. Então, qualquer ambiente pode aumentar ou reduzir o poder de transmissão do vírus. Isso dependerá do comportamento das pessoas”, explica.

O especialista afirma que o efeito da nova variante pode estar ligada ao afrouxamento de medidas de restrição à circulação de pessoas e distanciamento social. Ele chama atenção que o aumento repetitivo de casos traz grandes complicações para o sistema de saúde. Uma delas é a superlotação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Nos próximos dias, com o tempo frio, o vírus pode se disseminar com maior facilidade entre as pessoas. Por isso, é necessário que os cuidados sejam redobrados”, observa Romero.

ORIENTAÇÕES
O infectologista orienta que as pessoas mantenham, no dia a dia, o hábito de usar máscara, higienizar as mãos, respeitar o distanciamento social e evitar aglomerações em espaços públicos e privados. Ele também fala da mudança de perfil dos pacientes. “No início da pandemia, os idosos eram considerados grupos de riscos. Após um ano e meio das primeiras notificações, o perfil de pacientes com casos graves mudou. Os jovens também passaram a enfrentar problemas graves em decorrência da doença e muitos estão indo a óbito”, pontuou.

A presença da cepa indiana no Brasil não altera as medidas preventivas de combate e prevenção ao coronavírus. Os primeiros casos confirmados do País da nova variante foi no dia 20 de maio. Até o momento, a cepa foi detectada em estados como Maranhão e Rio de Janeiro. Hoje, a variante está presente em 66 países.

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Infectologista Fernando Romero, médico da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna

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Diante das dúvidas e polêmicas sobre a eficácia das vacinas contra o novo coronavírus, o médico da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, o infectologista Fernando Romero, explica o porquê de algumas pessoas, mesmo depois de imunizadas, contraírem o vírus. O especialista reforça que as vacinas são eficazes e os resultados em todo o mundo estão comprovando isso.

Para as pessoas que ainda têm dúvidas sobre a vacina, o médico Fernando Romero, esclarece que somente depois de 15 a 30 dias da tomada da segunda dose (o período da chamada “janela imunológica” depende do fabricante) os imunizantes começam a proteger em sua plenitude.

O profissional afirma que quanto mais pessoas vacinadas um número menor ficará doentes. Ele cita Israel como exemplo de sucesso na batalha contra a Covid-19. Conforme dados oficiais, 50% da população daquele país já recebeu ao menos uma dose da vacina. Israel registra queda significativa no número de casos da doença.

O infectologista avalia ser necessário vencer a resistência de algumas pessoas quanto aos efeitos das vacinas. “Um dos objetivos dos imunizantes é prevenir os casos mais graves. Com isso, reduzir as internações, a necessidade oxigenioterapia, sequelas da doença e óbitos causados nos pacientes mais graves”.

TRANSMISSÃO DO VÍRUS
O médico destaca ainda que caso a pessoa vacinada seja infectada, ela transmite o vírus. Por isso, que quem já recebeu as duas doses do imunizante deve continuar fazendo o uso de máscara. “E se puder, deve manter o distanciamento social. São medidas importantes nessa guerra contra o novo coronavírus”, reforça.

O infectologista alerta que é preciso que as pessoas entendam que as vacinas autorizadas contra o novo coronavírus já estão ajudando a salvar milhares de vidas no mundo. Ele ressalta que os imunizantes têm de 50% a 95% de eficácia contra a doença, conforme ensaios clínicos realizados em diferentes países.

Fernando Romero avalia que as pessoas precisam entender que a vacina não é a única forma de evitar-se a disseminação do vírus, mas também medidas como o distanciamento social, uso de máscaras e higienização. “São medidas que devemos manter, talvez, por alguns anos. As pessoas devem contribuir mais nesse processo de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus”, observa o especialista.

Ele destaca ainda que, nesta segunda onda de pandemia do novo coronavírus, aumentou muito a quantidade de pessoas infectadas e há maior número de jovens com o agravamento no quadro de saúde. Outro detalhe é que as pessoas estão ficando mais tempo internadas, segundo o médico.

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