Depoimento estava anteriormente marcado para amanhã // Foto: Ministério da Saúde

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O depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia foi remarcado para o dia 19 de maio, que cairá em uma quarta-feira. O presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), sugeriu a data e a submeteu à votação simbólica dos membros.

Pazuello seria ouvido amanhã (5.maio) na CPI, mas um ofício da Secretaria-Geral do Exército informou que o ex-ministro teve contato com dois servidores do Poder Executivo que foram diagnosticados com covid-19. Com isso, a participação de Pazuello na CPI foi remarcada para daqui 15 dias, após a sua quarentena.

O ex-ministro chegou a sugerir a alternativa de manter o seu depoimento na data original, mas feita de maneira remota. Aziz, no entanto, fez questão da presença do ex-ministro no plenário da comissão.

Eduardo Pazuello, que comandou o Ministério da Saúde por dez meses durante a pandemia, deve ser questionado, entre outros assuntos, sobre o problema da falta de oxigênio em Manaus, o número de mortos e infectados pela doença e a demora na compra de vacinas. Da Agência Brasil

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Lembro de uma enxurrada de críticas quando a Coluna Wense dizia que o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), estava sendo fritado pelo presidente Bolsonaro. O mesmo ocorreu com Nelson Teich. Os bolsonaristas falavam que eu estava desinformado, que a intenção era só tumultuar.

Digo agora a mesma coisa em relação a Eduardo Pazuello, atual titular do ministério. E ainda declaro que a fritura não está mais intensa, a olho nu, escancarada, extrapolando as fronteiras dos bastidores, porque Pazuello é um general, mais especificamente de divisão da ativa.

O presidente Bolsonaro, ouvindo conselheiros mais próximos, já ensaia uma saída honrosa de Pazuello da cobiçada pasta, uma espécie de retribuição, um prêmio de consolação pelos serviços do general, como, por exemplo, promovê-lo a um grau hierárquico no Exército.

O entrave, no entanto, é no próprio Exército, principalmente no seu Alto-Comando, que não aceita que as acomodações e os arranjos políticos palacianos possam arranhar a imagem da instituição.

Ora, o nosso brioso Exército tem seu regimento interno. A promoção de um general para uma posição hierarquicamente superior tem que seguir seus próprios trâmites. Seria uma afronta o Poder Executivo se ousar em mudar as regras, pensando que o Exército é o Congresso Nacional, onde o toma lá, dá cá, é corriqueiro.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o Centrão está por trás das manobras para defenestrar Pazuello. Com efeito, já tem até o nome para o lugar do general: Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados. O Centrão, hoje de mãos dadas com o mandatário-mor do país, também quer o controle do Banco do Brasil.

A nossa honrosa e imprescindível instituição não pode ficar no meio dessas articulações voltadas para a sucessão presidencial de 2022.

Que deixem o nosso Exército fora desse jogo político.

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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