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Chefe do Legislativo criticou declaração do presidente de “que não sabe o que se passa nos ministérios”

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O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Adolfo Menezes (PSD), criticou, hoje (28.junho), a declaração do presidente Jair Bolsonaro, dizendo que “não tem como saber o que acontece nos ministérios”, ao comentar sobre o escândalo da compra de, no valor total de 300 milhões de dólares, da vacina indiana Covaxin. “Se não sabia, passou a saber há muito tempo. E que providências tomou?”, questiona Menezes.

“Esse escândalo, que a mídia internacional chama de ‘CovaxinGate’, precisa ser bem apurado e explicado. E o presidente Bolsonaro não pode dizer que não sabe o que se passa nos seus ministérios. Ele tem que saber, sim. Vacina é assunto de segurança nacional e envolve valores astronômicos, de mais de R$ 1 bilhão e meio. Ele, que tanto desdenhou das vacinas, recebeu a informação de um deputado aliado dele, não informou à Polícia Federal, e agora vem dizer que não tem nada com isso? Não só a CPI, mas o MP e o TCU têm que apurar tudo isso”, defende o chefe do Legislativo estadual.

Um fatura de 45 milhões de dólares por três milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, chegou no dia 18 de março à mesa de Luis Ricardo Miranda, responsável do departamento de importação de medicamentos do Ministério da Saúde. Ele se recusou a autorizar o pagamento porque o contrato original de US$ 300 milhões não mencionava a Madison Biotech, que enviou a fatura, e seria apenas uma empresa de fachada, com sede em Singapura.

O deputado federal Félix Mendonça afirmou que existem indícios fortes de corrupção na aquisição do imunizante

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O deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) enviou hoje, 4ª feira (23.junho) ao Ministério da Saúde um requerimento solicitando informações sobre a compra de doses da vacina indiana Covaxin. O pedetista afirmou que existem indícios fortes de corrupção na aquisição do imunizante.

No requerimento, Félix questiona quanto o ministério gastou por cada dose da Covaxin. De acordo com informações divulgadas na imprensa, uma dose do imunizante custaria cerca de 100 rúpias, aproximadamente US$ 1,34 (um dólar e trinta e quatro centavos), mas foi adquirida pelo governo federal por US$ 15 (quinze dólares).

“Queremos saber o que a Covaxin tem de especial para ser mais cara do que as outras vacinas. Enquanto a dose desse imunizante custou o equivalente em reais a cerca de R$80, a Oxford/AstraZeneca saiu por pouco menos de R$20. É uma história nebulosa que precisa ser explicada. Os indícios de ilícitos são grandes”, afirmou Félix.

O Brasil assinou um contrato para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin. No requerimento, Félix questiona o ministério sobre irregularidades apontadas no contrato por um funcionário do Departamento de Logística da pasta, que teria sofrido pressões atípicas para acelerar o processo de compra. As denúncias foram feitas ao Ministério Público Federal (MPF), que investiga o caso.

“Esse servidor disse, inclusive, ter denunciado diretamente ao presidente da República as suspeitas envolvendo a Covaxin e apresentado um material que comprovaria que houve pedido de pagamento fora do contrato para importar três lotes com data próxima ao vencimento. Questionamos no requerimento se o ministério recebeu essas denúncias e se agiu para coibir eventuais casos de corrupção nesse episódio”, acrescentou o deputado.

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