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Leia em: 4 minutos

Tido como um invejável articulador político, o senador Jaques Wagner (PT) tem pela frente uma missão considerada muito difícil: convencer o governador Rui Costa, companheiro de legenda, a ficar no Palácio de Ondina até o fim do mandato.

Se Rui atender o desejo de Wagner, fica dois anos sem função parlamentar outorgada pelo cidadão-eleitor-contribuinte, o que significa deixar de lado uma eleição garantida para o Senado da República, dada como favas contadas até pelo grupo de ACM Neto, pré-candidato do DEM ao governo da Bahia no pleito de 2022.

Se Wagner conseguir demover Rui Costa de sua postulação ao Senado, juntar o PSD de Otto Alencar e o PP de João Leão em torno de sua candidatura, passa a ser um “monstro” dos bastidores da política brasileira. Vale lembrar que o PSB de Lídice da Mata é certo e, obviamente, o PT. É evidente que outras siglas, essas de menor expressão, vão também aderir ao projeto político de Wagner de governar a Boa Terra pela terceira vez.

E o PDT do deputado federal Félix Júnior? Confesso que não sei como a sigla brizolista vai caminhar na sucessão de Rui Costa, já que não existe uma definição clara sobre o rumo que a sigla deve tomar na sucessão estadual. Mais cedo ou mais tarde, o PDT vai ter que tomar uma posição. A dubiedade, a dúvida e a incerteza são pontos que não podem permanecer por muito tempo, sob pena do eleitor começar a achar que o PDT está perdido.

Esse Wagner é danado. Sabe que agradar os filhos dos políticos é o melhor atalho para ter o apoio dos pais. O senador quer o deputado Otto Filho (PSD) e Cacá Leão (PP) na chapa majoritária, respectivamente filhos do senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, e do vice-governador João Leão, dirigente-mor do pepismo baiano.

Como o PSD e PP têm uma boa quantidade de prefeitos, Wagner quer Otto Filho como candidato a vice-governador e Cacá Leão como senador, deixando a opção para o papai Leão em indicar outro nome se o filho não aceitar o convite de Wagner, que pretende usar o ex-presidente Lula na missão de deixar Rui Costa a ver navios em 2022, salvo se o lulopetismo indicá-lo para disputar a sucessão de Bolsonaro, ainda integrante do Movimento dos Sem Partido (MSP), sem dúvida o mais ilustre.

Rui Costa estaria sabendo dessas articulações de bastidores de Jaques Wagner? Até quando pretende ficar em silêncio diante de um Wagner cada vez mais convencido de que Rui Costa deve ficar até o último dia do mandato? Rui Costa vai deixar uma vitória certa para o Senado para satisfazer o desejo do companheiro?

Correligionários mais próximos de Rui são da opinião de que o governador não vai abrir mão de disputar o Senado, assim como Wagner em relação ao comando do cobiçado Palácio de Ondina. A chapa do governismo seria quase que puro-sangue, só restando a vaga de vice-governador para negociar com os partidos da base, o que provocaria uma debandada dos insatisfeitos para o lado de ACM Neto (DEM), sendo o PP o primeiro a pular do barco. Vale lembrar que o pepismo é controlado pelo Centrão, hoje aliado de carteirinha do presidente Bolsonaro, que parece ter feito as pazes com o ex-alcaide de Salvador, o “comunista” ACM Neto.

Outro ponto, não menos importante, é que a desincompatibilização de Rui para concorrer em 2022, deixa o vice João Leão na titularidade do cargo, o que faz o PP se tornar mais forte e imprevisível.

O que vem se comentando, em conversas reservadas entre os petistas mais ligados a Rui Costa, é que o governador pode procurar outro abrigo partidário caso perceba que a intenção do lulopetismo é deixá-lo de fora da eleição de 2022. PSD, PDT e PSB seriam as opções mais viáveis para Rui. Eleitoralmente falando, o PSD é o melhor caminho. Para manter a coerência ideológica, o PDT ou PSB. O PSD é tão bolsonarista como o DEM e o PP.

Agora é esperar pela reação do governador Rui Costa diante das manobras do senador Jaques Wagner. Nesses casos, sempre digo que assim como no direito, ficando sempre atento aos prazos, o processo político não costuma socorrer os que dormem.

Que situação, hein! Wagner querendo ser novamente governador da Bahia, sabendo que sem o PSD e PP não ganha para ACM Neto, e Rui Costa ciente de que ficar dois anos sem mandato pode atrapalhar seus legítimos projetos políticos.

PS – ACM Neto tem também seus dilemas. Se ficar muito bolsonarista, corre o risco de perder os votos do antibolsonarismo que existe em uma parcela significativa do seu eleitorado. Se ficar contra Bolsonaro, vai ser novamente taxado de “comunista” e, como consequência, um chega pra lá dos bolsominions. Neto, que enganou a todos na eleição da Câmara dos Deputados, com destaque para Rodrigo Maia, seu amigo de partido, considerado como o mais próximo, vai ficar sempre de olho nas pesquisas de intenções de voto para à presidência da República, principalmente no quesito rejeição e, mais especificamente, na Bahia. Se vai conseguir ser “híbrido”, agradar lá e cá, é uma outra questão.

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Marco Wense
Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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O Partido do Democratas (DEM), presidido nacionalmente por ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e pré-candidato a governador da Bahia no pleito de 2022, voltou a ser o DEM de verdade.

O “novo” DEM não conseguiu derrotar o DEM autêntico, o DEM do toma lá, dá cá. A imagem de um DEM diferente, até mesmo buscando se aproximar das forças de centro-esquerda, durou pouco. Foi só uma tapeação, um disfarce.

A eleição na Câmara dos Deputados mostrou que o demismo continua o mesmo, o que fez lembrar a música de Caetano Veloso. Basta só trocar o trio elétrico por cargos. Ou seja, “atrás de cargos só não vai quem já morreu”.

Se o desabafo de que o DEM estava voltando aos velhos tempos, caminhando a passos largos para ser novamente “partido da boquinha”, partisse de outra pessoa, a repercussão seria maior. Mas como veio de Rodrigo Maia, que sempre fez política na base do fisiologismo, ficou tudo como dantes no quartel de Abrantes.

ACM Neto, que se dizia traído pelo ex-alcaide de Feira de Santana, José Ronaldo, então candidato na sucessão estadual de 2018, que apoiou Bolsonaro em detrimento de Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, agora está sendo chamado de traidor por Rodrigo Maia, ex-presidente do Parlamento federal e o maior derrotado no processo eleitoral da Casa Legislativa. Vale lembrar que Neto foi o coordenador da campanha do tucano ao Palácio do Planalto.

Maia, em conversas reservadas, diz que ACM Neto teria combinado com ele apoiar Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pelo mais cobiçado cargo do Poder Legislativo. Deu no que deu: ninguém sabe em quem o ex-gestor de Salvador votou, se no emedebista ou no pepista Arthur Lira. O presidente Bolsonaro não mediu esforços para eleger o líder do Centrão. O toma lá, dá cá, foi o mais robusto da história da República brasileira, envolvendo emendas parlamentares, verbas extras e ministérios, como, por exemplo, o da Educação, que pode ser oferecido ao DEM como contrapartida pelos votos da legenda a Lira.

Rodrigo Maia, que era carne e unha com ACM Neto, anda dizendo que vai buscar outro abrigo partidário, que o DEM é uma página virada na sua vida pública. O bom relacionamento político com Neto é coisa do passado, de priscas eras, como diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, hoje em um lugar chamado de eternidade.

O DEM voltou a ser o que era, apegado ao governo de plantão, usufruindo das benesses inerentes ao poder. O “novo” DEM, agora fazendo parceria com o Centrão, era uma mentirinha.

Qual seria o ditado popular mais apropriado para o último parágrafo do comentário de hoje? Sem nenhuma dúvida, o de que “mentira tem perna curta”.

PS – Com a vitória de Arthur Lira (PP-AL), o presidente Jair Messias Bolsonaro se torna refém do toma lá, dá cá. Qualquer pedido do Centrão, não é mais uma reivindicação e sim uma ordem para ser imediatamente atendida, sob pena de um dos pedidos de impeachment sair da gaveta. Foi o que ocorreu com a então presidente Dilma Rousseff. Na época, a Câmara dos Deputados era comandada por Eduardo Cunha (MDB), o guru de Lira.

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Marco Wense
Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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No início de 2020 o que parecia ser filme com clichê hollywoodiano caiu de paraquedas em nossos colos e fomos ‘obrigados’ a nos isolar em casa – mantendo distanciamento social – em um processo de quarentena sem data para acabar.

Tudo foi muito rápido e incerto para todos. O mundo parou e máscara e álcool gel viraram itens obrigatórios do nosso dia a dia. Me deparei com barreiras e barricadas nos vários pontos que dão acesso à nossa cidade e por vezes caminhei pela BR-415 sem a presença de veículos e pessoas. Comecei a entender quanta falta faz a presença humana em nossa vida.

Os meses passaram e o mundo aprendeu – ou está aprendendo – a conviver com esse vírus. Milhares de pessoas morreram e a sociedade científica mundial, amparada pelas nações ricas, se dedicaram dia e noite em busca de uma vacina para combater o Covid-19. Acho que nunca, em toda a minha vida, eu repeti tanto duas palavras: Coronavírus e Covid-19.

Passamos por uma onda (o que já era esperado) e quando os números de mortos foram diminuindo as pessoas voltaram às ruas, praias, shoppings e festas particulares. As comemorações de final de ano e os encontros familiares voltaram a acontecer – e o que os especialistas previam com a chegada do Natal aconteceu: a segunda onda veio mais forte.

O ano de 2020 passou sem motivo para comemorar e a chegada do novo ano veio com diversas vacinas. Iniciamos 2021 com ‘uma ou duas doses’ de esperança e agora falta pouco (muito pouco!), mas ainda não acabou. Precisamos nos cuidar, continuar usando máscara, álcool gel e mantendo o distanciamento social, pois o processo de vacinação é lento e ainda não existe vacina pronta para todo mundo.

Outro dia li uma postagem no Facebook onde dizia que o cigarro matou mais que o Covid em 2020 e ninguém falou nada a respeito. Eu particularmente achei uma comparação no mínimo estranha. Não podemos comparar o tabaco, que para muitos é estilo e opção de vida, onde o indivíduo escolhe fumar e tem uma carência de 25 a 30 anos, até adquirir um câncer de pulmão e morrer, com um vírus que você não escolhe pegar e quando pega a sua vida pode ser resumida a 25/30 dias.

As redes sociais têm ‘bombado’ nos últimos meses dizendo o que você deve fazer, tomar, usar ou não usar; e agora, com a chegada das vacinas, qual a melhor e quando tomar.

Vejo nessa ‘guerra de postagens’ muitos doutores formados pela “Universidade do Facebook” com PHD pela “Universidade do Google” que discordam de institutos como o Butantan e a Fundação Osvaldo Cruz. Vale salientar que os dois têm 120 anos de história e credibilidade nacional e internacional.

Acho que o momento agora é de tentar unir em um único propósito: se manter vivo! Para isso é preciso ouvir quem tem autoridade no assunto, nesse caso é bom ouvir Órgãos e profissionais de Saúde, Sociedade Científica Internacional, e quando buscar informação na internet é importante ler artigos científicos publicados em veículos (sites) de informação com credibilidade comprovada. É insano ouvir e concordar com algo dito por alguém que ainda acha que a Terra é plana.

O que precisamos agora é de um pouco mais de paciência, pois a vacinação já iniciou e a cada dia mais vacinas chegam e mais pessoas são imunizadas no Brasil e no mundo. Em breve e com fé em Deus – volto a dizer que sou Cristão – essa pandemia será coisa do passado e aí sim poderemos voltar a dar um grande abraço nas pessoas que amamos. Mas para que isso aconteça, QUE TAL ESPERARMOS UM POUCO MAIS?
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Arnold Coelho
Esperando, sem pressa…

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Acontece amanhã, primeiro dia do mês de fevereiro, o pleito para o comando da Câmara dos Deputados. Na disputa, o cargo mais cobiçado do Poder Legislativo : ser presidente da Casa e, como consequência, o terceiro na linha sucessória do Palácio do Planalto em caso de impedimento do presidente da República de plantão e do vice.

Não vou aqui entrar no pega-pega entre Baleia Rossi (MDB-SP), candidato da oposição, e Arthur Lira (PP-AL), que tem o explícito apoio do presidente Bolsonaro. A vitória do pepista é dada como favas contadas.

O que vem chamando atenção é o confronto entre o discurso de que o governo não tem dinheiro para prorrogar o auxílio emergencial e os milhões e milhões de reais para os senhores parlamentares, obviamente para segurar o voto no candidato do governo.

Segundo o Estadão, a planilha do governo registra um repasse de R$ 3 bilhões a 285 deputados e senadores na véspera das eleições para os novos chefes do Legislativo nacional. A dinheirama surgiu como um passe de mágica, um piscar de olhos.

O senador da Bahia, Angelo Coronel (PSD), que preside a CPMI para investigar notícias falsas, foi agraciado com R$ 40 milhões para a realização de obras nos seus redutos eleitorais, o que deixa bem claro em quem o Coronel vai votar.

É do jogo, do vale tudo pelo poder. Se o presidente Bolsonaro apoiasse Baleia Rossi, o deputado estaria de boca fechada. Rossi é do MDB, antigo PMDB, a legenda mais pragmática da República, a que mais entende de toma lá, dá cá. O telhado do emedebista é também de vidro.

Enquanto defrontamos com um derrame de dinheiro, um estudo da FGV aponta que, neste janeiro, 12,8 % dos brasileiros passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês. Isso mesmo: duzentos e quarenta e seis reais. E mais: a projeção da honrosa instituição diz que “27 milhões de pessoas estão nessa condição neste começo de ano”.

E olhe que não estou falando da miséria absoluta, da extrema pobreza, de quem vem morrendo de fome porque não tem nem o dinheiro do pão, os que vivem como se não fossem seres humanos.

O fim do imprescindível auxílio emergencial pode provocar uma revolta incontrolável, com consequências imprevisíveis. Não tenho nenhuma dúvida que os supermercados serão os primeiros alvos dos que vão precisar se alimentar para não se despedir da vida dessa maneira.

A continuação do auxílio emergencial é medida de urgência. Do contrário, o caos social e o “salve-se quem puder”.

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Marco Wense
Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

"A queda da popularidade do presidente e o povo na rua são indispensáveis para oxigenar o impeachment", disse Marco Wense

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A eleição para o cargo mais cobiçado do Poder Legislativo, sem nenhuma dúvida o de presidente da Câmara dos Deputados, se torna mais comentada nos meios de comunicação, principalmente nos grandes jornais, quando se tem pedidos de impeachment contra o chefe do Palácio do Planalto de plantão.

É o que vem ocorrendo nessa disputa entre Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL). O emedebista tem o apoio de partidos que fazem oposição ao governo Bolsonaro. O pepista das legendas que dão sustentação política ao bolsonarismo.

Se não fosse uma enxurrada de pedidos de afastamento do presidente Bolsonaro, o processo eleitoral não chamaria tanta atenção, mesmo sendo o candidato vitorioso o terceiro na linha sucessória da presidência da República em caso de impedimento do titular. O substituto imediato é o vice-presidente.

Tudo caminha para uma derrota de Rossi. O toma lá, dá cá, com a promessa de cargos na administração federal, é um fortíssimo cabo eleitoral de Lira, que já considera sua eleição como favas contadas, em que pese a votação ser secreta, o que significa uma maior possibilidade de traição por parte de deputados insatisfeitos.

A disputa pelo comando do Parlamento costuma deixar sequelas, feridas que podem ficar um bom tempo sem cicatrizar. O DEM, por exemplo, rachou em duas partes : uma apoia Baleia e a outra Lira, o que terminou provocando um inimaginável atrito entre Rodrigo Maia, atual presidente da Casa Legislativa, e o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto, que é o comandante nacional do demismo. Eram carne e unha. Agora não são mais pedaços da mesma laranja. Coisas do movediço e traiçoeiro mundo da política, que tem os amargos ingredientes da ingratidão e decepção.

Maia, que apoia Rossi, chegou a insinuar que Neto estaria fazendo corpo mole, que não estava usando seu poder de influência com os deputados da sigla. Disse para o ex-alcaide que o DEM estava se transformando no “partido da boquinha”, recebendo cargos no governo federal em troca de votos.

É evidente que com Baleia Rossi na presidência da Câmara dos Deputados, os pedidos para afastar Bolsonaro seriam desengavetados e analisados. A chance de um deles ir ao plenário seria três vezes mais que com Arthur Lira.

No entanto, dizer que com Arthur Lira se enterra de vez a possibilidade de um impeachment do presidente Bolsonaro, não corresponde com a verdade. O impeachment depende de apoio popular, do “Fora Bolsonaro” forte, dos “caras pintadas” nas ruas. Se o movimento crescer, Arthur Lira vai ser o primeiro a dar um tchau para o bolsonarismo.

Não poderia deixar de concluir esse comentário de hoje dizendo que Rodrigo Maia passou um bom tempo no comando do Legislativo e, somente agora, no apagar das luzes de sua gestão, se mostra favorável à defenestração do presidente Bolsonaro.

A queda da popularidade do presidente e o povo na rua são indispensáveis para oxigenar o impeachment. O afastamento da maior autoridade da República está muito longe.

O “Fora Bolsonaro” continua tímido, sem força. Contra o movimento ainda tem a falta de entendimento entre os partidos de oposição e suas respectivas lideranças. Diria que o “Fora Bolsonaro” está entubado e, pelo andar da carruagem, sem previsão de alta.

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Marco Wense
Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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"A ‘Lei de Gérson’ continua viva em nosso país", enfatizou Arnold Coelho

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Depois de um ano de 2020 para esquecer, apagar da memória, 2021 chegou com problemas, mas trouxe com ele a esperança em forma de vacina. É sabido que tudo está no começo e vacinar quase 8 bilhões de pessoas no mundo não é tarefa fácil. A tendência é que com o passar dos meses os grupos prioritários sejam vacinados e a normalidade que tanto sonhamos volte.

Aqui no Brasil são cerca de 208 milhões de pessoas e o processo está no início e com problemas, graça aos vícios e ao ‘jeitinho brasileiro’ do nosso povo. O brasileiro sempre cultuou a figura do ‘malandro’ e o mundo sempre viu isso. Walt Disney quando pensou em criar um personagem brasileiro buscou a figura do papagaio carioca e malandro, assim nasceu o Zé Carioca.

Em meados dos anos 70, em pleno regime militar e o Brasil tricampeão mundial de futebol, um infame comercial de cigarro (Vila Rica) teve como garoto propaganda o nosso Gérson, o Canhotinha de Ouro, que protagonizou uma campanha publicitária e sem querer descreveu em uma frase o brasileiro e sua essência, Gérson finalizava o comercial dizendo: “gosto de levar vantagem em tudo”.

Gerson não idealizou essa bendita frase, só repetiu como um bom papagaio, malandro e carioca, essa pérola que virou bordão no país, fazendo parte da nossa pobre cultura tupiniquim. O bordão cresceu, percorreu todo o território nacional, saindo do Oiapoque ao Chuí, e infelizmente elevou da categoria bordão para lei, ‘A Lei de Gérson’. E Gérson, gênio na arte de jogar bola e fazer grandes lançamentos dentro de campo, lançou essa pérola por todo o Brasil.

A ‘Lei de Gérson’ continua viva em nosso país e a prova disso foi o início da vacinação contra a Covid-19 em todo o território nacional, onde prefeitos, secretários municipais, autoridades dos três poderes e pessoas com alto poder aquisitivo estão usando o ‘jeitinho brasileiro’, através da ‘Lei do Gerson’, para levar vantagem e furar a fila na hora da vacinação.

São muitos casos sendo denunciados por todo o país, que precisam ser averiguados e os infratores precisam – de alguma forma – serem punidos. Precisamos mudar essa triste realidade no Brasil, onde a única lei que verdadeiramente funciona é a do Gérson.
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Arnold Coelho
Esperando a vacina, sem furar a fila

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“Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”, disse Antônio Maciel

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Eis 2021! Sejam todos, bem-vindos! Tempo inimaginável para meu avô José. Ele, como muitos de sua época, dizia: “De 2.000 não passará, meu filho!”.  Não sei por que, mas nós, meninos diferentes desses de hoje, com tanta informação, acreditávamos. Mas ainda assim, mesmo atado àquela educação sem muitos questionamentos, indagávamos: Por que vovô?”.  Ele prontamente respondia: “Fim dos tempos, meu filho! Tempo que filho mata pai, pai mata filho…”. Com esse pensamento, seguia rezando seu terço, fazendo as orações antes e depois das refeições. Parava tudo que estivesse realizando às 18 horas, horário sagrado, diante do altar, diante de sua Santinha, rezava. Ele foi da Congregação de Marianos.

Dizem que essa frase é muito antiga, e que a forma correta seria “De mil passará, mas a 2000 não chegará”. E aqui caberia outro texto sobre história.

Quando criança, nós viajávamos no futuro com Os Jetsons, série de animação lançada no  início  dos anos 1960, da dupla Hanna-Barbera, que fora exibida novamente nos anos de 1980. O tema: “Era Espacial”. Carros voadores e cidades suspensas provocavam nossa imaginação. Falando de imaginação, não podemos esquecer-nos das “viagens futurísticas” de Júlio Verne, considerado por muitos como pai da ficção cientifica. Aqui merece uma informação. Estamos iniciando um novo tempo, com sonhos, projetos novos fervilhando na cabeça… E, muitas vezes, não realizar nada do que planeja, deixa um pouco para baixo.  Júlio Verne cursou direito para agradar ao pai. Porém, vivia infeliz com a carreira. Seguindo o conselho de um amigo, editor, passou a escrever e publicou seu primeiro livro, Cinco Semanas em um Balão. Com o sucesso, assinou um contrato de 20 anos, com esse amigo, e escreveu até o último ano de vida. A obra final: O senhor do mundo. É hora de procurar ser o senhor de seus sonhos. Nem sempre é fácil. Mas, vamos prá frente!

Na virada de ano, paramos por um instante, olhamos aquela estrela, cada um com sua crença foi se protegendo. Alguns saltaram sete ondas, outros fizeram uma oração,  pedidos para ter força espiritual, outros projetaram algumas metas, e abriram o sorriso com os amigos, desejando uns aos outros a realização dos sonhos. Com os dias passando (e parece voar) sejamos rápidos para trabalhar na construção desses sonhos. Vamos para rua construí-lo como se fosse o time do coração na final de um grande torneio. Se entregue de corpo e alma para realizá-lo como quem briga e grita como torcedor de futebol. Disse Steve Jobs, que “cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”.

Essa história do futuro me veio à cabeça, por conta de um papo com um ex-aluno, formado em TI (Tecnologia da Informação). Esse dizia que o futuro é da inteligência artificial. Desde as questões domésticas, como uma porta que esqueceu aberta ser fechada com um toque num aparelho, ou um problema complexo de doença ser diagnosticado. Estamos em um novo tempo. Meu avô José, que considerou o controle remoto um sinal do fim dos tempos  (“Fim dos tempos, meu filho, fim dos tempos!”), o que diria agora? Certo é, vovô, que atravessamos 2.000. Desembarcamos em 2021. Onde cada um deseja chegar?

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Antônio Maciel

Pedagogo, professor, poeta e produtor cultural

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"Você precisa estar bem em família, no casamento, com os filhos, com os pais – se ainda tiverem – os irmãos e os parentes. A boa convivência e harmonia familiar é o pontapé inicial para um ano melhor", enfatizou Arnold Coelho

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Será que é um novo ano mesmo? Que tudo vai mudar e os problemas de 2020 ficarão no passado e 2021 será diferente? Que nossos sonhos não realizados sairão do papel e que esse ano tudo dará certo? Ouço essa ladainha faz algumas décadas e todo ano começa na empolgação e termina na frustração.

Não sou cético ou muito menos pessimista, nem estou aqui no ‘primeiro dia’ desse ‘novo ano’ torcendo contra, mas tenho comigo que para cobrarmos tanto desse ano que iniciou hoje, precisamos primeiro mudar de atitude. A mudança não depende de data ou passagem no ponteiro do relógio, estouro de fogos, frases de efeitos ou fotos produzidas nas mídias sociais. Depende só de você!

O fato é que para termos um ano melhor precisamos melhorar. Se o nosso problema é de ordem financeira – faço parte desse grupo – precisamos rever nossos gastos, eliminando tudo o que for supérfluo. Para termos uma boa vida financeira é simples: nossa despesa precisa ser pelo menos 20% menor que nossa receita. Se você não fizer isso, terá um ‘novo ano’ com dívidas e problemas antigos.

Falamos da saúde financeira e agora vamos falar da saúde física, mental e espiritual. Se você está lendo esse artigo é porque graças a Deus escapou da Pandemia e virou o ano com vida e saúde. A ‘saúde’ é a base para tocar a vida que lhe foi dada por Deus.

Quando digo saúde física é com relação aos hábitos saudáveis. É ter uma atividade física regular. Se não tem, coloque na pauta de mudanças desse ‘novo ano’ alguma prática esportiva: como caminhar, nadar, pedalar ou até mesmo uma academia. Faça exercício! É bom salientar que com a saúde física, a saúde mental vem no ‘pacote’.

A saúde espiritual também conta muito. Eu sou cristão e tenho Cristo como o meu Salvador. Acho importante ter uma crença. Crer em algo. Poder se apoiar e pedir ajuda, direcionamento, amor, paz, sabedoria para viver bem sem fazer o mal a ninguém, e vejo em Cristo esse guia – pastor – que preciso. Como sou cristão, aconselho que tenham Cristo diariamente e terá uma boa saúde espiritual.

Por último eu coloquei a família. Você precisa estar bem em família, no casamento, com os filhos, com os pais – se ainda tiverem – os irmãos e os parentes. A boa convivência e harmonia familiar é o pontapé inicial para um ano melhor. Como posso falar em melhorar o ano, o mundo, o país, o estado e a cidade em que vivo, se não consigo melhorar a minha convivência em casa com a minha família?

Para um ano melhor é necessário que você seja uma pessoa melhor.

Comece melhorando por você e tudo vai conspirar ao seu favor.

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Arnold Coelho
Tentando ser alguém melhor nesse ‘novo ano’

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Para abrir esse triste artigo usei o termo K, pois está na moda e virou febre entre os jovens na última década. É muito comum ver ou ouvir nos dias atuais o termo K para representar o valor mil. É bem simples: para cada mil seguidores falamos 1K. Em uma rápida pesquisa na internet você vai descobrir que essa letra representa a palavra Kilo em inglês, e segundo o Sistema Internacional de Unidades o prefixo “quilo” significa mil. 200K = a 200 mil mortes.

Vale ressaltar que esta padronização serve para outras letras, como “H” para centena, “M” para milhão, “G” para bilhão e “T” para trilhão. Espero em Deus só voltar a falar sobre esse assunto enaltecendo a eficácia das vacinas e o fim dessa tragédia humana chamada pandemia. Que paremos nessa letra K.

Tenho visto diariamente uma guerra de ideias vindas do lado Esquerdo, que aponta culpados, e respostas do lado Direito, que mostram milhões de curados e eu fico preocupado com tudo que vejo e leio. Não é momento para aplicar ideologias ou procurar culpados ou muito menos comparar o grande número de curados com os mortos. O momento é de buscar solução. E a solução parece estar próxima, na ponta de uma agulha.

Quando ouço que tem muito mais curados que mortos e que a taxa de mortalidade é pequena – menor ou igual a 3% – matando mais velhos que jovens, ou que a vacina da China não presta – pois tem origem onde apareceu o vírus – eu fico preocupado, não com quem é contra a vacina ou se recusa a tomar, pois existe o livre arbítrio e o indivíduo tem o direito de decidir sobre a sua vida. O problema é que esse mesmo indivíduo é um hospedeiro em potencial. Ele tem poderes sobre a vida dele, mas e com relação ao próximo? Aquele que está próximo dele e muitas vezes tem uma comorbidade e está no grupo de risco?

Fiz uma conta rápida e descobri o seguinte: temos pouco mais de 23 mil habitantes em Ibicaraí, que supostamente serão infectados em algum momento se não forem vacinados. Se multiplico esse número de habitantes por 3% – que é a taxa média de mortalidade – chegaremos ao número de 690 mortos. Vale lembrar que já perdemos – até o boletim de ontem – 37 pessoas só em Ibicaraí. Será que estamos mesmo preparados para essa projeção futura? 3% em um universo de 208 milhões equivale a algo maior que 6 milhões de brasileiros ou 6M.

Para não me alongar quero voltar a lembrar para você, que a decisão final será sempre sua, e ela, a decisão que você tomar, vai impactar diretamente no número de mortos no país e na cidade que você vive.

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Arnold Coelho

Esperando por qualquer vacina

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"É fato que esse governo quer privatizar as grandes estatais, como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios, a Eletrobras e a Petrobras" enfatiza Arnold Coelho

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Começo esse texto usando o bordão do meu saudoso amigo Eduardo Lavinsky, que diariamente – nos períodos da tarde – na redação do Jornal Agora, usava o ‘É ford, seu delegado!’ para discordar de algo errado ou que ele não concordava. Lavinsky sempre soltava esse bordão. Vale ressaltar que ele substituia o ‘foda’ pelo ‘ford’ pois tinha sempre muita mulher no recinto e ele era um cara refinado, um verdadeiro lorde inglês e não aprovava palavrões.

Eduardo, se hoje estivesse vivo, com certeza já teria usado esse bordão em algum dos seus artigos para mostrar toda a sua indignação com o fechamento da Ford na Bahia, a saída da montadora (depois de 100 anos) do nosso bom e velho Brasil Tupiniquim, além das milhares de demissões em andamento.

Hoje eu escrevo com um tom de tristeza pois serão a princípio mais de 5 mil trabalhadores que dependem desse emprego e já acordaram desempregados. Vale ressaltar que indiretamente serão mais de 50 mil empregos a menos no Brasil. Vi ontem no noticiário regional que só em Camaçari existem 14 empresas que vivem diretamente ligadas à Ford, produzindo de pneus a tapetes para esses veículos.

A cidade também recebia anualmente cerca de 150 milhões de reais só de impostos. O impacto financeiro em Camaçari será ‘monstruoso’, pois só a montadora colocava 10% de toda a receita da cidade. Lembro que Ibicaraí era uma cidade rica com a cultura do cacau e a fábrica da Coca-Cola. A chegada da Vassoura de Bruxa e a saída da Coca-Cola levaram a cidade ao fundo do poço e até hoje o município funciona como uma cidade dormitório, onde parte da população precisa sair para trabalhar fora e só volta para casa a noite para dormir.

“A saída da Ford no Brasil e o fechamento de centenas de agências do Banco do Brasil (incluindo a agência de Ibicaraí, que funcionará como posto avançado) foi o cartão de boas vindas de 2021. O país caminha para uma grande recessão sem precedentes. Fiquei preocupado com a declaração do presidente do Brasil, que deixou bem claro que a Ford queria subsídio e isso ele não daria. Sem diálogo e seguindo essa linha de raciocínio outras montadoras e empresas multinacionais logo sairão. Nesse momento de pandemia precisa existir diálogo”.

É fato que esse governo quer privatizar as grandes estatais, como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios, a Eletrobras e a Petrobras. O fechamento de mais de uma centena de agências do BB da noite para o dia é um prenúncio de uma nova Noite dos Cristais, com uma diferença: a perseguição dessa vez não será aos judeus da segunda grande guerra e sim ao funcionalismo público na esfera federal.

O governo fala em enxugar a máquina pública e em um desmonte desse modelo que aí está, reduzindo gastos e custos. No papel a ideia é gastar menos, mas, por outro lado, esse mesmo governo que prega economia no serviço público, deu aumento salarial às forças armadas, ao Judiciário e não cortou nenhum benefício da classe política. Fica claro que mais uma vez quem vai pagar a conta é o pobre povo brasileiro e eu vou ter que repetir o bom e velho bordão do meu saudoso amigo Lavinsky: “É FORD, SEU DELEGADO!”

Arnold Coelho
Pagador de impostos

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