O dna do voto: veja quem votou sim e quem votou não na Câmara de Vereadores de Itabuna

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Na sessão de hoje (15.junho) da Câmara de Vereadores de Itabuna, os vereadores aprovaram, em primeira avaliação, por 16 votos a 3, o relatório enviado pela prefeitura municipal solicitando autorização para contrair um empréstimo de até 30 milhões de dólares. Dos 21 vereadores, apenas Nem Bahia (PP) estava ausente porque tinha um compromisso de ordem judicial agendado para o mesmo dia.

O relator do projeto, vereador Sivaldo Reis (PL), defendeu a aprovação do projeto mais uma vez e afirmou que “essa é uma oportunidade única para Itabuna se desenvolver”. Ao final da fala, ele pediu para que os colegas da Casa o acompanhassem na decisão de aprovar a solicitação.

Já a vereadora Wilmaci Oliveira (PCdoB) que, na semana passada, apresentou uma emenda ao projeto, disse que tem acompanhado o projeto desde que ele foi apresentado e, por isso, solicitou modificações na nomenclatura do programa: “Vamos adequar o nome do programa para facilitar, lá na frente, a estruturação desse recurso que, porventura, vai chegar aos cofres do município”. A emenda proposta por Wilmaci foi aprovada por 16 vereadores, enquanto 3 votaram não e 2 não estavam presentes na hora da votação.

Mesmo após a aprovação da Câmara, a sociedade itabunense ainda se pergunta onde a quantia solicitada vai ser investida no município. Até o momento, alguns secretários municipais, como Sônia Fontes (Planejamento) e Almir Melo Júnior (Infraestrutura e Urbanismo), compareceram à Casa para apresentar propostas de melhorias em alguns setores, mas o projeto, de fato, ainda não foi explicado à população.

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), também não se pronunciou sobre a necessidade de aprovação dessa quantia e, daqui pra frente, esperamos que o assunto seja tratado com mais clareza porque os moradores de Itabuna merecem conhecer os pormenores dessa intenção tão grandiosa. Agora, o projeto vai voltar à Câmara para uma segunda avaliação na próxima sessão ordinária.

QUEM VOTOU SIM

Solon Pinheiro (Solidariedade): “Uma vez aprovado aqui é a autorização para que a prefeitura corra atrás do empréstimo. Não é para gastar de qualquer jeito, é para investir na cidade. Não é empréstimo para o prefeito, mas para realizar obras e serviços importantes na cidade. Voto sim porque não estamos aqui votando a honestidade do prefeito, estamos votando por acreditar que esse recurso vai desenvolver a cidade de Itabuna”.

Ricardo Xavier (Cidadania): “Existe um risco cambial, mas, no mercado hoje, o mais barato é o FONPLATA. É a gente acreditar nessa operação de crédito, retomar o ambiente de negócio na cidade e, evidentemente, fiscalizar”.

Cosme Resolve (Cidadania)
Erasmo Ávila (PSD)
Manoel Porfírio (PT)
Wilmaci Oliveira (PCdoB)
Israel Cardoso (Agir)
Francisco Edes (Republicanos)
Ronaldão (PL)
Luiz Júnior da Saúde (DC)
Sivaldo Reis (PL)
Adão Lima (PSB)
Alex da Oficina (Agir)
Piçarra (Solidariedade)
Francisco (PSD)
Gilson da Oficina (PL)

QUEM VOTOU NÃO

Danilo da Nova Itabuna (União Brasil): “De onde vai tirar os recursos para pagar os juros desse banco internacional que ninguém fala? Minha pergunta é essa! Não posso aceitar que alguém venha aqui colocar isso goela abaixo! Eu voto contra o projeto em defesa da vida financeira da minha cidade! Não vou aprovar o projeto porque não tem clareza de como vai ser gasto e como vai ser pago!”.

Dando Leone (PDT): “Fica evidente aqui que o Executivo não tem equipe técnica qualificada para pedir esse empréstimo. Meu voto é não!”.

Fabrício Pancadinha (Solidariedade) que não se pronunciou.

Atualização às 17h20min de 15 de junho de 2022. Erramos! O vereador Israel Cardoso estava presente na sessão, mas se ausentou na votação.

"Ilhéus tem tudo para ser, mas não é. Ilhéus não precisa de prefeito para sentar na cadeira, mas de pessoas técnicas e de alguém que a trate com carinho", declara Junior sobre atual gestão

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O empresário, ex-candidato a prefeito de Ilhéus e pré-candidato a deputado federal, Valderico Junior (União Brasil), bateu um papo com o Pauta Blog sobre as eleições deste ano, além do cenário de sucessão estadual e avaliou a atual gestão municipal de Ilhéus. Sem papas na língua, ele não poupou esforços para detonar a gestão de Mário Alexandre (PSD) ao classificar o governo como “fraco” e afirmar que as coisas só acontecem no município por iniciativa do governo do estado “na beira da campanha”.

Questionado pelo Pauta se há possibilidade de voltar atrás e desistir de tentar uma vaga na Câmara Federal, Valderico descartou a chance disse que vai até o final: “A gente está firme no processo da candidatura. A nossa candidatura vem ganhando viabilidade e muito mais do que simplesmente um posicionamento na cidade de Ilhéus, como muitos pensam. A gente vem construindo, principalmente no Sul da Bahia, mas em outras partes do estado, crescendo e colocando à disposição nossa candidatura ao partido. (…) Eu não participaria de política simplesmente por posicionamento. Eu acho que o nosso Sul da Bahia pode muito mais. É preciso ter representantes de fato! Talvez o meu retardo para soltar uma campanha foi porque eu estava analisando qual seria o cenário. Tem que ter voto em Ilhéus, em Itabuna, no Sul da Bahia com força, mas abrir para o Oeste, o Extremo Sul, Norte da Bahia, Recôncavo. Hoje, dentro do Democratas, eu enxergo 8 cadeiras feitas e você tem 5 pessoas que são eleitas ali dentro. Eu acredito nisso, mas eleição, claro, você só vê quando as urnas fecham. A gente sabe, mais ou menos, como é que são os cenários de cada um. Valderico é homem de 60 ou 70 mil votos? Não! Eu não acredito que esse seja eu, mas, pode acontecer, sim”.

Nós quisemos saber, também, quais vão ser as prioridades de Valderico caso seja eleito deputado e ele assegurou que pretende lutar pela região Sul da Bahia. Segundo o empresário, é preciso qualificar a população para as melhorias que estão por vir: “A gente tem que falar de educação, de esporte, segurança pública, nós temos que falar de planejamento para o Sul da Bahia. É tudo muito solto! A gente não sabe pra onde o Sul da Bahia vai. A gente tem que pensar um grande projeto para longo prazo para ser executado em curto, médio e ter o êxito do longo prazo. Pode ter certeza que vamos falar sobre a solução para o cacau, nós vamos brigar pelo polo de informática, vamos falar das indústrias que podem aproveitar a aproximação da BR-101 e pensar na geração de emprego para a juventude poder ter uma perspectiva de emprego. (…) O Porto Sul é uma realidade porque as obras estão aí, tem a ferrovia, o quanto que isso vai gerar de oportunidade para a nossa região e o quanto nós temos de projetos para viabilizar uma melhoria de emprego para nossa região? Não vejo nenhuma política pública de preparação para os empregos que vão ser gerados aqui, a gente vê que a parte técnica está aqui, mas qual é a política pública de estado e município para a gente visar a profissionalização da população? Sabe o que vai acontecer? Os empregos vão ser gerados, vem gente de fora capacitada e ocupa nossas vagas deixando a nossa população de fora e desempregada”.

Na política desde 2018, Valderico tentou ser prefeito de Ilhéus nas eleições municipais de 2020 e ficou em 2º lugar com 23,50% dos votos válidos. Sobre o desejo de voltar a ser candidato em 2024, ele considerou a hipótese prematura e frisou que o foco, no momento, é oxigenar a política regional: “Eu saí com quase 21 mil votos na eleição de 2020 e ressalto que nunca tinha sido candidato a nada. Muitos até duvidaram da nossa eleição, mas viram nosso crescimento. O momento regional é de criação de novos grupos políticos. A gente precisa oxigenar a política de nossa região e esse é o maior desafio. Eu sou um cara de grupo e busco o que for melhor para o nosso projeto. A vaidade para que eu seja o candidato é zero. Se, dentro do nosso grupo, a gente achar que tem alguém com o nome mais habilitado e forte para que a gente ganhe a eleição, eu não tenho dúvida nem objeção alguma que eu apoio esse projeto. Eu quero projeto novo, região nova e fortalecimento”.

Para outubro, o empresário assegurou que vai fazer dobradinha com o pré-candidato a reeleição como deputado estadual, Pedro Tavares (União Brasil): “Em Ilhéus, eu dobro com Pedro Tavares. Foi ele quem me trouxe para o Democratas em 2019. Ele é um amigo que tem laços com Ilhéus, a família é de Ilhéus e sempre foi votado aqui. Ele pensa não simplesmente na eleição, o que eu gosto em Pedro é que ele pensa no projeto como um todo. (…) Tenho simpatia com vários candidatos a deputados estaduais, tenho ligação com outros nomes, então, em cada município, a gente acaba discutindo porque tem suas peculiaridades e isso faz parte do processo da política”.

Apoiador do pré-candidato a governador ACM Neto (União Brasil), Valderico disse que não está batido o martelo sobre a atuação dele como coordenador da campanha do ex-prefeito de Salvador em Ilhéus: “Eu fui o primeiro a levantar a bandeira de Neto em 2019 quando ninguém levantava, mas não faço questão alguma de ser o dono da coroa. Acho que o projeto maior é agregar pessoas e não tenho dificuldade alguma em entender que, se alguém tiver o potencial de fazer essa união acontecer e consolidar o plano principal que é eleger o nosso futuro governador ACM Neto, eu acho que essa pessoa estará habilitada. (…) Estou presidente do União Brasil em Ilhéus e tenho uma diretoria muito bacana. Tenho o empresário Cristiano como vice-presidente, Roberto como meu secretário, tenho Dra Eva como secretária adjunta, meu diretor financeiro é Rafael Céo, o major fazendo a parte de finanças junto com Rafael, tenho Dr Francisco Sampaio como membro da Comissão, é um homem que já foi presidente de Câmara, que já foi vereador na cidade, médico e que tem capacidade de estar com a cabeça jovem e pensando política de uma forma diferente”.

O Pauta Blog pediu para que Valderico avaliasse a gestão do prefeito Marão e o pré-candidato a deputado federal não mediu palavras ao dizer que a gestão só caminha porque faz parte da base do governo estadual: “Acho um governo fraco. É um governo que se escora no governo estadual. É só caminhar pela cidade para ver a cidade esburacada, uma cidade onde uma ponte foi entregue e não se vê o acabamento final. Não tem manutenção a ponte! Se é do estado, se é do município, o prefeito, se não tem verba para isso, ele tem que lutar. Ele diz tanto que é da base do estado e por que não pega essas melhorias para a cidade e faz? A cidade não tem iluminação pública, mas tudo isso que acontece em Ilhéus é porque a cidade não tem planejamento. Simplesmente, toca-se o governo ‘nas coxas’ como no dito popular. O governo aqui é feito sem planejamento, não se sabe para onde a cidade vai e, se tem alguma mudança na cidade, é porque o governo do estado faz e mobiliza, mas tudo isso na beira da campanha. (…) A gente sabe o quanto as coisas estão abandonadas na cidade e o quanto tem que ter compromisso. A gente tem o maior acervo que é cultura da nossa cidade com quase 500 anos e com potencial turístico gigantesco. Ilhéus tem 94km de praia, tem o segundo maior litoral do país e só perde para uma cidade de Santa Catarina. A gente não vende o nosso produto! Os empresários até tentam, a rede hoteleira até tenta, mas, se o governo municipal não projeta e não diz quais serão as diretrizes ou não se discute nem chama o empresariado do setor do turismo para discutir e formatar. Não precisa inventar! Aqui não tem boa vontade e as coisas não acontecem! (…) Eu não estou falando de A nem B, estou falando de cargo. Não adianta terceirizar qualquer tipo de obrigação sendo que você é o responsável por isso! Esse é o quadro que Ilhéus se encontra”.

Para finalizar, Junior salientou que Ilhéus tem muito potencial, mas não é governada por alguém que enxerga esse lado do município: “Ilhéus tem tudo para ser, mas não é. Ilhéus tem todo o potencial do mundo que você deseja em um lugar, talvez a palavra-chave é sentar na cadeira do prefeito. Ilhéus não precisa de prefeito para sentar na cadeira, mas de pessoas técnicas e que cada um saiba de sua pasta, mas pessoas que possam fazer o dia a dia do processo. Ilhéus precisa de alguém que a trate com carinho e que vá para a rua saber onde estão as dores do povo e executar de perto”.

"Estamos tentando fazer um bom trabalho com os colegas da Casa, mas acontece que eles têm que ter muita calma", avalia Ronaldão sobre atuação da Câmara

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Vereador pelo 3º mandato, Ronaldão (PL) é considerado um dos políticos mais experientes que já passaram pela Câmara de Itabuna. É conhecido por sempre emitir opiniões fortes durante as sessões, fazer críticas duras de acordo com as demandas da população e ser um grande incentivador de projetos sociais.

O Pauta Blog bateu um papo com o vereador, que fez questão de frisar que acredita que o esporte é uma grande ferramenta de transformação: “O esporte é isso aí. O que falta no esporte é união e respeito. O esporte é uma ferramenta muito importante para colocar o jovem no bom caminho. O descaminho está aí porque falta orientação e é a família quem traz orientação. O chefe de família que traz orientação, dificilmente, o garoto vai para o descaminho”.

Sobre a atuação dentro da Casa Legislativa, ele disse que acredita que está fazendo um bom trabalho, mas Itabuna ainda precisa de políticos comprometidos com a cidade: “Estamos tentando fazer um bom trabalho com os colegas da Casa, mas acontece que eles têm que ter muita calma. Hoje, está tramitando esse projeto que está trazendo dor de cabeça e acho que as pessoas não entenderam a mensagem do governo, mas estou fazendo um mandato voltado para Itabuna junto com os colegas. Temos que fazer o melhor para nossa cidade porque Itabuna é uma cidade bonita, é boa de se viver, mas o que falta é o político ter compromisso com Itabuna. Esse compromisso precisa começar com os parlamentares”.

O Pauta quis saber, também, se a reforma da praça do Bairro de Fátima vai sair ou não já que vai fazer um ano que a promessa foi feita. Categórico, o vereador afirmou que tem cobrado respostas e obteve um novo posicionamento: “O secretário esteve comigo ontem e me disse que a praça vai sair”.

📷 Foto de Pedro Augusto

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