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Na manhã desta segunda-feira (23.dezembro), uma força-tarefa liderada pelo Ministério Público do Trabalho da Bahia resgatou 163 operários que estavam trabalhando em condições análogas à escravidão em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Além disso, foi realizada a interdição dos alojamentos e de trechos do canteiro de obras da planta onde a montadora de automóveis Build Your Dreams (BYD) está instalando uma fábrica.

Parte dos resgatados permanece em um alojamento, enquanto outro grupo já está em um hotel, mas não poderão trabalhar e terão os contratos de trabalho rescindidos. Os alojamentos e os locais da obra embargados também permanecerão sem atividades até a completa regularização junto aos órgãos que compõem a força-tarefa.

Uma audiência virtual conjunta do MPT e do MTE foi marcada para o próximo dia 26 para que a BYD e a Jinjang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e também para que sejam negociadas as condições para a regularização geral do que já foi detectado. A inspeção, no entanto, ainda prosseguirá com análise de documentos solicitados e não está descartada a necessidade de novas inspeções in loco.

SOBRE AS IRREGULARIDADES

As condições encontradas nos alojamentos revelaram um quadro alarmante de precariedade e degradância. Todos os alojamentos compartilhavam problemas graves de infraestrutura e higiene. Os banheiros, além de insuficientes, não eram separados por sexo, não possuíam assentos sanitários adequados e apresentavam condições precárias de higiene.

As cozinhas funcionavam em condições alarmantes, sem armários adequados para armazenamento de alimentos. Apenas um dos alojamentos possuía um refeitório improvisado, com bancos e mesas de madeira em área semicoberta, ainda assim insuficiente para todos os trabalhadores, forçando a maioria a realizar suas refeições nas próprias camas.

As condições no canteiro de obras também revelaram graves irregularidades. O refeitório no local de trabalho utilizava coolers para servir as refeições, sem garantir condições mínimas de higiene. Os banheiros químicos, apenas oito para aproximadamente 600 trabalhadores, encontravam-se em estado deplorável, sem papel higiênico, água ou manutenção adequada, além de não respeitarem as distâncias mínimas estabelecidas por norma.

Os trabalhadores estavam expostos à intensa radiação solar, apresentando sinais visíveis de danos à pele. Além das condições degradantes, a situação caracteriza trabalho forçado, devido a diversos indicadores constatados durante as inspeções: os trabalhadores eram obrigados a pagar caução, tinham 60% de seus salários retidos (recebendo apenas 40% em moeda chinesa), enfrentavam ônus excessivo para rescisão contratual e tinham seus passaportes retidos pela empresa.
📷 Divulgação MPT

Jobson estava fazendo a manutenção no motor de um equipamento quando uma das peças se desprendeu e bateu na cabeça dele

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O Ministério Público do Trabalho abriu um inquérito para investigar a morte do eletromecânico Jobson Almeida Bispo, vítima de acidente de trabalho na empresa Barry Callebaut, em Itabuna, na semana passada.

De acordo com a Federação Estadual dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação, o trabalhador fazia a manutenção no motor de um equipamento quando uma das peças se desprendeu e bateu na cabeça dele. O eletromecânico foi atendido pelo SAMU e levado para o Hospital Calixto Midlej Filho, onde passou por uma cirurgia, mas não resistiu.

A apuração das circunstâncias do acidente e as medidas de prevenção de acidentes e de gestão de riscos dentro da unidade será avaliada pelo MPT.

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TRAGÉDIA❗ Funcionário da Barry Callebaut morre após sofrer grave acidente de trabalho na fábrica de Itabuna

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Justiça determina pagamento de R$ 200 mil, que serão revertidos para entidades filantrópicas

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A Justiça, que já havia condenado a prefeitura de Feira de Santana a cumprir uma série de normas, determinou, agora, o pagamento de R$ 200 mil a serem revertidos a entidades filantrópicas a serem definidas pelo Ministério Público do Trabalho. A decisão ainda cabe recurso.

A ação, que tramita na 5ª Vara do Trabalho de Feira de Santana (TRT5), foi movida após uma investigação que constatou uma série de atos ilegais envolvendo a coação de trabalhadores a votar, nas eleições de 2022, em determinado candidato ao governo do estado. Foi identificada a circulação de conversas, em aplicativos de mensagens, convocando os terceirizados do município para reuniões de partido político.

O MPT já havia conseguido, em 2022, uma decisão provisória favorável que determinava o cumprimento de diversos itens para assegurar o estado democrático de direito, a liberdade de consciência e expressão, bem como o pluralismo político e o direito de livre escolha nas eleições. A sentença reafirmou os efeitos da liminar e, consequentemente, reconheceu os danos morais em virtude de assédio eleitoral contra os prestadores de serviços.

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MPT foi responsável por resgatar os trabalhadores

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Dois homens em situação de trabalho semelhante à escravidão foram resgatados de uma fazenda localizada em Medeiros Neto, na região extremo sul. As vítimas atuavam na pecuária e cumpriam jornadas exaustivas de trabalho.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho, os profissionais não recebiam corretamente e não tinham a carteira de trabalho assinada. Além disso, o alojamento em que eles viviam não tinha banheiro ou chuveiro e apresentava péssimas condições de conservação e limpeza.

Os dois homens receberam auxílio da assistência social do município, onde receberam alojamento, alimentação e suporte de saúde.

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