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O estado liderou a produção do minério que vem registrando grande variação de preço devido o conflito entre a Rússia e Ucrânia // Foto de Divulgação/Atlantic Nickel

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O conflito entre a Rússia e a Ucrânia vem gerando diversos impactos econômicos por todo o mundo. Dentre eles, nas últimas semanas, o mercado de commodities vem sendo altamente impactado com o aumento significativo dos preços, como por exemplo, o do Níquel. O minério registrou alta histórica, gerando uma série de preocupações, podendo inclusive ocasionar a suspensão da produção dos carros elétricos.

A disparada nos preços deve-se, principalmente, devido a Rússia ser o maior produtor mundial de níquel. No Brasil, a Bahia liderou a produção em 2021. Conforme dados obtidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM), a produção de 2021 superou em 180% a de 2020.

A produção baiana é realizada pela Atlantic Nickel, única produtora de níquel sulfetado no país. A empresa encerrou o ano de 2021 com desempenho operacional e financeiro recorde, após 11 embarques e 110.409,75 toneladas exportadas.

De acordo com a Atlantic Nickel, a projeção é dobrar a capacidade produtiva, com o início da operação subterrânea na Mina Santa Rita, prevista para 2028, o que vai elevar o tempo de vida útil da mina de oito para 34 anos. Conforme a avaliação econômica preliminar, cerca de US$ 355 milhões devem ser investidos nos primeiros cinco anos desta nova fase. Além disso, a descoberta de um novo depósito com potencial significativo de recursos de níquel, no mesmo cinturão geológico, onde já funciona a Mina Santa Rita, deve elevar a produção de níquel no estado, nos próximos anos.

INOVAÇÕES EM PESQUISA
Sempre atenta às novidades tecnológicas e com o intuito de ampliar ainda mais o conhecimento geológico do estado, a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral) iniciou, este ano, mais um ciclo de levantamento aerogeofísico utilizando sistemas aerotransportados eletromagnéticos.

Inicialmente, o mapeamento acontecerá na Província Metalogenética do Norte da Bahia – PMNEB, especialmente na região de Campo Alegre de Lourdes, localizada no extremo norte do Estado da Bahia. Este novo trabalho, além de aplicar métodos mais modernos, obtém um detalhamento bastante expressivo para a descoberta de novas áreas mineralizadas.

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A chamada “bioeconomia” tem se tornado uma realidade cada vez mais presente no mundo atual. Grandes gestoras de fundos financeiros apontam que seus clientes têm se preocupado com o impacto da sustentabilidade nos seus portfólios. Esta mudança tem sido impulsionada por uma maior compreensão de como os princípios de ESG (sigla em inglês para melhores práticas ambientais, sociais e de governança) podem afetar o crescimento econômico, os mercados financeiros e a sociedade como um todo.

Seguindo essa premissa, mineradoras baianas vêm apostando em inovações que apresentam resultados positivos na busca por sustentabilidade, ação essa incentivada pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que exige um comprometimento socioambiental das empresas com as quais fecha parceria. “É preciso reforçar os investimentos em inovação. Quando nós investimos em inovação, pesquisa, ciência, foi quando houve grandes avanços no país. A sustentabilidade para mim é associar o uso racional do meio ambiente com a comida na mesa das pessoas, com a possibilidade de uma vida digna”, diz Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM.

A Atlantic Nickel, por exemplo, dentro das operações em Itagibá, utiliza um circuito próprio de reaproveitamento que permite o retorno de 90% da água captada em cavas, pilhas, planta de beneficiamento e outras áreas, possibilitando a reutilização no processo produtivo. Isso faz com o que o consumo de água nova represente 10% do total, preservando a disponibilidade hídrica do Rio das Contas e do Rio do Peixe, que favorecem o abastecimento das comunidades locais.

A empresa possui, ainda, uma estação de tratamento físico-químico de água que é composto por um sistema de floculação, coagulação e filtragem, obtendo uma eficiência média de 95% na remoção de impurezas. Além disso, a empresa mantém em funcionamento constante duas estações de tratamento de efluentes, uma doméstica e outra industrial.

Outro projeto implementado pela empresa é o reaproveitamento de restos de alimentos, transformando tudo o que iria para o lixo em um composto orgânico que ajuda a garantir o reflorestamento de espécies nativas de Mata Atlântica. Tudo aquilo que não é consumido é devidamente separado e transportado para o Centro de Triagem de Resíduos da empresa. Desde o início do projeto, 2.750 quilos de restos alimentares já foram transformados em 550 kg de composto orgânico. Isto porque o processo de compostagem reduz os resíduos alimentares em 80%, o que significa que a cada 10 quilos recolhidos, dois viram composto.

O principal objetivo da Atlantic Nickel com a produção do composto orgânico é a utilização do produto no seu viveiro que produz 30 mil mudas anualmente, destinadas à recuperação de áreas e programas de educação ambiental com a comunidade. O espaço concentra a produção de espécies nativas da Mata Atlântica, como Pau Brasil, Jacarandá da Bahia, Pau Ferro, Ingá de Metro e Copaíba, todas plantadas dentro da Área de Preservação Permanente e da Área de Reserva Legal da unidade operacional.

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