Protótipo conquistou patente no INPI em junho deste ano

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Com o objetivo de mecanizar o processamento do cacau e assim dar origem a seus derivados, o pesquisador do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), anteriormente pertencente ao Campus Uruçuca e atualmente lotado no Campus Guanambi, Paulo Menicucci Sabioni.

Ele já desenvolveu diversos tipos de ferramentas inovadoras utilizadas principalmente na cacauicultura, dentre elas um equipamento para realizar a quebra dos frutos de cacau, que é a separação das amêndoas da casca. Operada manualmente, a engenhoca, batizada de Theobroma cacao, pode ser utilizada de maneira segura, higiênica e por apenas uma pessoa, tendo em vista que a quebra tradicional, normalmente, necessita ser realizada por duas pessoas.

De acordo com Paulo, ferramentas como essa vêm para melhorar e facilitar a vida de produtores, baseadas em tecnologia social, ou seja, com atributos simples e baratos, capazes de melhorar a vida do homem no campo.

O projeto, que já foi concluído há alguns anos, recebeu sua patente definitiva em junho de 2021. Desde o primeiro protótipo, o modelo já passou por diversas atualizações com o objetivo de deixá-lo mais leve e eficiente.

Segundo Paulo, todos os protótipos já foram expostos em eventos locais e regionais, em cursos de extensão para produtores e alunos, e em Feiras Estaduais como a FEBASFE/FENAGRO. “A nossa primeira inspiração surgiu do Helmut Norbert Hess, colaborador do trabalho, que na época era aluno do curso de Tecnologia em Agroecologia do IF Baiano Campus de Uruçuca. Foi ali que propomos um Projeto de Pesquisa com o intuito de desenvolver um equipamento, cuja viabilidades só foi possível com financiamento e o uso da estrutura do IF Baiano. A partir de então, foram testados vários dispositivos até que se chegasse a um equipamento funcional”, disse o professor.

Paulo também explica a importância da ferramenta no dia a dia de agricultores e compara a sua invenção com a forma como o processo de separação das sementes dos frutos do cacau, que é a primeira etapa do pós colheita, costuma ser feita tradicionalmente. “Outros equipamentos que fazem a quebra de cacau e são mecanizados, caros e costumam ser voltados para grandes volumes, tornando-se inviáveis aos pequenos produtores, que são a grande maioria na cacauicultura em geral. O processo manual realizado tradicionalmente, com pequenas facas e com os frutos sendo segurados diretamente pelos trabalhadores, pode sempre sujeitar os mesmos a ferimentos, além da necessidade de se trabalhar em duplas, onde um corta e o outro separa as amêndoas. Com este novo protótipo desenvolvido, é possível trabalhar com apenas uma pessoa, de maneira segura, com higiene e ergonomia, além de poder ser operado em qualquer lugar, pois o equipamento é portátil e dispensa o uso de energia”.

O pesquisador também destaca que, de modo geral, a cacauicultura ainda está muito atrasada com relação às novas tecnologias, principalmente na mecanização, e que os processos ainda são feitos como no início do Século XX. “É evidente que muitos fatores como as roças estarem associadas às florestas, as topografias nem sempre favoráveis, além das tradições e fatores econômicos, acabaram levando a esse atraso tecnológico. Felizmente, essa tendência está sendo revertida aos poucos e nosso equipamento vem para contribuir nesse sentido, principalmente por ser acessível a toda a população”, completou.

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