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Ontem fui surpreendida com a morte do publicitário Duda Mendonça. Apaixonada por gente e grandes histórias desde sempre, lembrei dos tempos da faculdade, quando tinha acesso à internet apenas na biblioteca da Universidade Tiradentes, em Aracaju, e escrevia seu nome no Google quase todos os dias para me atualizar da sua vida profissional. Li seu livro, Casos & Coisas, presente do meu irmão Mucio, mais de dez vezes. Não dou, não empresto, e ainda o folheio sempre!

Duda Mendonça é um dos maiores nomes da comunicação do nosso país. Um cara que enxergava os sentimentos das pessoas e entendeu que a emoção era a alma da publicidade e da propaganda, inclusive política. Para muitos, um manipulador nato. Para outros, um cara inteligente e ponto. Para esta que vos escreve, uma mente rara, capaz de pensar por ele, por seus clientes e por toda uma nação. E a história do nosso país prova isso, porque ele, nos bastidores, fez parte de uma virada de chave nacional: a eleição de Lula, sindicalista e metalúrgico, pobre e tido por muitos como louco, após três tentativas frustradas, Presidente do Brasil!

Ele surpreendeu amigos, família e o mercado publicitário quando assumiu a campanha de Luís Inácio Lula da Silva. “Meu coração é povão”, assumiu em um tempo extremamente engessado, aristocrata, quando a internet ainda não tinha proporcionado a democratização das ideias. “Ele bateu na trave três vezes e voltou porque sua figura não conversava com o empresariado”, explicou em uma palestra. Palpitou e mudou a forma dele se vestir, estudou os trejeitos que o descaracterizavam como autoridade, e ajudou a escrever os maiores e melhores discursos do início da sua carreira. Bingo: Lula presidente e reconhecido internacionalmente como grande liderança!

Duda foi o primeiro publicitário a fazer uma campanha política usando um coração, salvo engano com Mário Kertész candidato a prefeito de Salvador, e isso representa mais do que a simples figura estampada nos outdoors. Ele implementou sentimento aos vídeos e jingles, narrando sentimentos. De tudo, e ele fez muita coisa, guardarei para sempre a mensagem pessoal que deixou, nas entrelinhas da sua trajetória: não há troféu, dinheiro ou reconhecimento que compense a satisfação de atuar profissionalmente por e com PAIXÃO!


Manu Berbert é publicitária

Blog: www.manuelaberbert.com.br / Instagram: @manuelaberbert

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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Duda Mendonça foi o marketeiro vitorioasas como a de Lula, Mário Kertez, Paulo Maluf

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Morreu hoje (16.agosto), aos 77 anos, o marqueteiro baiano Duda Mendonça, vítima de um câncer no cérebro.

Estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo há dois meses. A informação foi publicada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Famoso por marcantes política, Duda Mendonça revolucionou a publicidade política no Brasil trazendo novos elementos gráficos, musicais e conteúdos densos para os debate.

Duda era o fundador da agência DM9 em 1975, ainda em Salvador.

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“Perda inestimável para o talento da Bahia”, diz presidente da Alba

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“Duda Mendonça abriu os caminhos da publicidade da Bahia para o Brasil e para o mundo, em companhia de nomes com Sérgio Amado, Geraldo Walter, Nizan Guanaes, Fernando Barros, Gal Barradas e João Santana. É uma perda imensa para a genialidade e o talento baianos, em um campo em que somos dos mais criativos e originais. Meus sentimentos aos amigos, a todos os publicitários baianos, em nome de ABAP, e a toda a família de Duda, na pessoa de sua esposa, Aline Mendonça, e de seus filhos, Eduarda, Lucas, Léo e Xande”, ressaltou o presidente da Alba (Assembleia Legislativa da Bahia), deputado Adolfo Menezes, ao encaminhar, hoje (16.agosto), à Mesa Diretora da Casa, Moção de Pesar pelo passamento, aos 77 anos, de um dos maiores ases da propaganda no mundo.

Duda morreu em São Paulo, nesta segunda-feira, no Hospital Sírio-Libanês, depois de dois meses de uma árdua batalha contra um câncer no cérebro. Na sua Moção, Adolfo ressalta que além da fama de extraordinário marqueteiro político, com geniais campanhas de Mário Kertész, Lula, Paulo Maluf, Miguel Arraes e Ciro Gomes, Duda, torcedor do Esporte Clube Bahia, era um homem apaixonado pela Bahia: “É uma das personalidades que mais cultivava aquilo que chamamos de ‘baianidade’: o apego indelével à nossa cultura e tradições, provavelmente por herança de seu pai, o grande pintor Mendonça Filho, fundador da Escola de Belas Artes da UFBA”.

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