Municípios de Ilhéus, Ibirapitanga e Wenceslau Guimarães se destacam na produção de cacau em todo o estado

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De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado da Bahia produziu 139.011 toneladas de amêndoas de cacau em 2023, um crescimento de 0,6% em relação a 2022. O valor bruto de produção do cacau saiu de 1,9 bilhões em 2023 para uma previsibilidade de 5,4 bilhões em 2024, saindo da sexta posição no ranking estadual das culturas agrícolas para a terceira posição.

A retomada da liderança é um marco importante para a economia baiana, especialmente para os territórios produtores como Litoral Sul e Baixo Sul, que se destacam entre os maiores produtores do estado, com destaque para os municípios de Ilhéus, Wenceslau Guimarães e Ibirapitanga.

Embora o Pará não tenha mais a maior produção total, ainda concentra os três maiores municípios produtores: Medicilândia (44.178 toneladas), Uruará (21.266 t) e Placas (12.788 toneladas). A Bahia aparece na sequência, com Ilhéus (8.961 toneladas, 4º maior produtor), Wenceslau Guimarães (8.775 t, 5º maior) e Ibirapitanga (8.655 t, 6º maior produtor).

Os resultados para o setor do cacau na Bahia podem continuar em destaque nos próximos anos, considerando a expansão da produção em novas áreas não tradicionais como a região oeste da Bahia, o investimento e reestruturação da conservação produtiva e produtividade nas áreas tradicionais e a ampliação do mercado mundial do consumo de chocolate e derivados.

Em um cenário global marcado pela instabilidade climática e pela concorrência de outros países produtores, a retomada da liderança brasileira ganha ainda mais relevância já que a Costa do Marfim, principal produtor mundial, sofreu com condições climáticas adversas em 2023 por causa do El Niño.

A expectativa é que o projeto Santaluz produza anualmente 100 mil onças, o que equivale a mais de três toneladas de ouro, o que pode ampliar ainda mais a produção de ouro do estado.

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Utilizado na fabricação de joias, moedas, dispositivos eletrônicos, e também na medicina, o ouro lidera a relação dos principais bens minerais comercializados na Bahia. Conforme dados do mais recente Sumário Mineral, o minério corresponde a mais de 26% do valor de toda a produção do estado.

A Bahia, que atualmente é quarto maior produtor de ouro do país, concentra grande parte da sua produção no município de Jacobina, cidade que, no último Sumário Mineral, lidera a produção comercializada do estado, sendo responsável por 26% de todo o valor que é gerado com a produção de minérios. Além de Jacobina, a produção de ouro é realizada nos municípios de Barrocas, Araci, Gentio do Ouro e Santaluz.

📷 Foto de Divulgação/Equinox Gold

Produção mineral baiana comercializada cresce R$ 253 milhões em abril de 2022 // Foto Reprodução/Mineração Caraíba

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A Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) de janeiro a dezembro de 2022 atingiu R$ 10,2 bilhões, um crescimento de 6% em relação ao ano anterior, que foi de R$ 9,6 bilhões. Jacobina (17%), Itagibá (17%) e Jaguarari (12%) foram os municípios que tiveram a maior participação na PMBC. Já os principais bens minerais produzidos foram ouro (29%), cobre (23%) e níquel (18%). Os dados constam do Sumário Mineral de janeiro de 2023, produzido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).

O ouro, principal bem mineral produzido no Estado em 2022, teve um reforço na produção com a reativação da mina Santa Luz, localizada no município de Santaluz de propriedade da Equinox Gold. A canadense é responsável também da mina Fazenda, que foi adquirida pela companhia em 2020, mas a unidade opera há mais de 25 anos no município de Barrocas. O bem mineral é extraído ainda pela mineradora Yamana Gold, que atua na cidade de Jacobina e recentemente foi vendida para o grupo sul-africano Gold Fields.

Além da arrecadação de ICMS, que foi de R$ 180,96 milhões em 2022, a mineração também arrecada a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), que alcançou um total de R$ 182,4 milhões no ano passado. A CFEM é dividida em cotas entre município produtor (60%), beneficiando na maioria dos casos baianos a região do semiárido, o Estado (15%), a União (10%) e os municípios impactados dentro ou fora do estado (15%). Em 2022, a Bahia arrecadou R$ 27 milhões, já os municípios produtores ficaram com R$ 109 milhões.

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Levantamento durou quatro anos e aponta oportunidades e desafios para o setor

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O sistema de produção considerado ambientalmente mais sustentável está presente na maior parte das propriedades produtores de cacau da Bahia, um dos principais polos produtores do país. Esse é um dos principais aspectos apontados pelo estudo “Panorama da Cacauicultura no Território Litoral Sul da Bahia”.

Produzido em cooperação com a cadeia produtiva do cacau e chocolate, representada pela Cocoa Action Brasil, contando com a colaboração científica de pesquisadores da UFSB, Instituto Floresta Viva (IFV) e da Brown University, a publicação traça um verdadeiro “Raio-X” da produção naquela região.

De acordo com os dados do trabalho, 78% dos estabelecimentos produtores de cacau adotam o sistema de produção cacau-cabruca, que consiste na exploração econômica de uma cultura agrícola cultivada no sub-bosque da mata-atlântica, proporcionando a preservação dos fragmentos da floresta tropical primária e a conservação dos recursos hídricos e da fauna diversificada.

O estudo aponta ainda que existem, em média, 10,9 hectares de cacau-cabruca por estabelecimento, com produtividade de 11,8@/ ha/ano e renda mensal média da propriedade de R$1.582,00.

O estudo teve a participação de 3.090 produtores em 26 municípios, incluindo as regiões de Ilhéus e Itabuna. Esses produtores foram visitados anualmente no período de 2015 a 2019 por pesquisadores que avaliaram desde o perfil socioeconômico dos produtores, gênero e juventude no campo, passando por condições de trabalho, manejo e beneficiamento do cacau até acesso a crédito, cadastramento ambiental e assistência técnica. “Os dados levantados revelam muitos aspectos importantes sobre o setor, não só dos desafios, mas também indicam caminhos para soluções” explica Rui Rocha, um dos coordenadores do estudo.

Entre os dados apresentados no estudo está o perfil das propriedades. Do total de propriedades pesquisadas, 79% ocupam uma área de até 50 hectares, sendo 55% da área dos estabelecimentos abaixo de 20 hectares. A área média ocupada pela cultura do cacau é de 12 hectares por estabelecimento, com 50% dos estabelecimentos com áreas acima de 5 hectares de cacau. Em termos territoriais médios, o cacau representa 79% da receita dos estabelecimentos rurais, mas essa taxa está acima de 90% em municípios como Barro Preto, Aureliano Leal, Itajuipe e Ubaitaba.

Outro ponto de destaque do modelo de produção da região está na forma de comercialização do produto. De acordo com o levantamento, apenas 12% dos produtores entrevistados comercializam sua produção de forma direta para a indústria de processamento. Do total, 20% vendem para os intermediários locais ou negociantes e 71% à venda aos armazéns.

O relatório foi financiado pelas empresas e entidades participantes do CocoaAction Brasil: Barry Callebaut, Cargill, Dengo, Mars, Mondelez, Nestlé, Olam, Rainforest Alliance e Instituto Arapyaú, com apoio institucional de AIPC e ABICAB.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

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