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Para abrir esse triste artigo usei o termo K, pois está na moda e virou febre entre os jovens na última década. É muito comum ver ou ouvir nos dias atuais o termo K para representar o valor mil. É bem simples: para cada mil seguidores falamos 1K. Em uma rápida pesquisa na internet você vai descobrir que essa letra representa a palavra Kilo em inglês, e segundo o Sistema Internacional de Unidades o prefixo “quilo” significa mil. 200K = a 200 mil mortes.

Vale ressaltar que esta padronização serve para outras letras, como “H” para centena, “M” para milhão, “G” para bilhão e “T” para trilhão. Espero em Deus só voltar a falar sobre esse assunto enaltecendo a eficácia das vacinas e o fim dessa tragédia humana chamada pandemia. Que paremos nessa letra K.

Tenho visto diariamente uma guerra de ideias vindas do lado Esquerdo, que aponta culpados, e respostas do lado Direito, que mostram milhões de curados e eu fico preocupado com tudo que vejo e leio. Não é momento para aplicar ideologias ou procurar culpados ou muito menos comparar o grande número de curados com os mortos. O momento é de buscar solução. E a solução parece estar próxima, na ponta de uma agulha.

Quando ouço que tem muito mais curados que mortos e que a taxa de mortalidade é pequena – menor ou igual a 3% – matando mais velhos que jovens, ou que a vacina da China não presta – pois tem origem onde apareceu o vírus – eu fico preocupado, não com quem é contra a vacina ou se recusa a tomar, pois existe o livre arbítrio e o indivíduo tem o direito de decidir sobre a sua vida. O problema é que esse mesmo indivíduo é um hospedeiro em potencial. Ele tem poderes sobre a vida dele, mas e com relação ao próximo? Aquele que está próximo dele e muitas vezes tem uma comorbidade e está no grupo de risco?

Fiz uma conta rápida e descobri o seguinte: temos pouco mais de 23 mil habitantes em Ibicaraí, que supostamente serão infectados em algum momento se não forem vacinados. Se multiplico esse número de habitantes por 3% – que é a taxa média de mortalidade – chegaremos ao número de 690 mortos. Vale lembrar que já perdemos – até o boletim de ontem – 37 pessoas só em Ibicaraí. Será que estamos mesmo preparados para essa projeção futura? 3% em um universo de 208 milhões equivale a algo maior que 6 milhões de brasileiros ou 6M.

Para não me alongar quero voltar a lembrar para você, que a decisão final será sempre sua, e ela, a decisão que você tomar, vai impactar diretamente no número de mortos no país e na cidade que você vive.

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Arnold Coelho

Esperando por qualquer vacina

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"É fato que esse governo quer privatizar as grandes estatais, como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios, a Eletrobras e a Petrobras" enfatiza Arnold Coelho

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Começo esse texto usando o bordão do meu saudoso amigo Eduardo Lavinsky, que diariamente – nos períodos da tarde – na redação do Jornal Agora, usava o ‘É ford, seu delegado!’ para discordar de algo errado ou que ele não concordava. Lavinsky sempre soltava esse bordão. Vale ressaltar que ele substituia o ‘foda’ pelo ‘ford’ pois tinha sempre muita mulher no recinto e ele era um cara refinado, um verdadeiro lorde inglês e não aprovava palavrões.

Eduardo, se hoje estivesse vivo, com certeza já teria usado esse bordão em algum dos seus artigos para mostrar toda a sua indignação com o fechamento da Ford na Bahia, a saída da montadora (depois de 100 anos) do nosso bom e velho Brasil Tupiniquim, além das milhares de demissões em andamento.

Hoje eu escrevo com um tom de tristeza pois serão a princípio mais de 5 mil trabalhadores que dependem desse emprego e já acordaram desempregados. Vale ressaltar que indiretamente serão mais de 50 mil empregos a menos no Brasil. Vi ontem no noticiário regional que só em Camaçari existem 14 empresas que vivem diretamente ligadas à Ford, produzindo de pneus a tapetes para esses veículos.

A cidade também recebia anualmente cerca de 150 milhões de reais só de impostos. O impacto financeiro em Camaçari será ‘monstruoso’, pois só a montadora colocava 10% de toda a receita da cidade. Lembro que Ibicaraí era uma cidade rica com a cultura do cacau e a fábrica da Coca-Cola. A chegada da Vassoura de Bruxa e a saída da Coca-Cola levaram a cidade ao fundo do poço e até hoje o município funciona como uma cidade dormitório, onde parte da população precisa sair para trabalhar fora e só volta para casa a noite para dormir.

“A saída da Ford no Brasil e o fechamento de centenas de agências do Banco do Brasil (incluindo a agência de Ibicaraí, que funcionará como posto avançado) foi o cartão de boas vindas de 2021. O país caminha para uma grande recessão sem precedentes. Fiquei preocupado com a declaração do presidente do Brasil, que deixou bem claro que a Ford queria subsídio e isso ele não daria. Sem diálogo e seguindo essa linha de raciocínio outras montadoras e empresas multinacionais logo sairão. Nesse momento de pandemia precisa existir diálogo”.

É fato que esse governo quer privatizar as grandes estatais, como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios, a Eletrobras e a Petrobras. O fechamento de mais de uma centena de agências do BB da noite para o dia é um prenúncio de uma nova Noite dos Cristais, com uma diferença: a perseguição dessa vez não será aos judeus da segunda grande guerra e sim ao funcionalismo público na esfera federal.

O governo fala em enxugar a máquina pública e em um desmonte desse modelo que aí está, reduzindo gastos e custos. No papel a ideia é gastar menos, mas, por outro lado, esse mesmo governo que prega economia no serviço público, deu aumento salarial às forças armadas, ao Judiciário e não cortou nenhum benefício da classe política. Fica claro que mais uma vez quem vai pagar a conta é o pobre povo brasileiro e eu vou ter que repetir o bom e velho bordão do meu saudoso amigo Lavinsky: “É FORD, SEU DELEGADO!”

Arnold Coelho
Pagador de impostos

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