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Felizmente, os caminhoneiros estão tendo uma incrível e histórica paciência com o presidente da República de plantão, com sua desastrosa política de governo em relação aos preços dos combustíveis.

Digo felizmente, porque uma greve da honrosa classe com o avanço da pandemia do novo coronavírus seria terrível, um caos total. Uma situação com consequências imprevisíveis, aterrorizantes.

Já disse aqui que tudo tem um limite do suportável. E essa calma dos caminhoneiros começa a dar sinais de esgotamento. Por muito menos pararam em 2018, no então governo Michel Temer (MDB-SP).

“Chegou a hora de mostrar nossa força de novo”, disse Wallace Landim, apelidado de “Chorão”, um dos principais líderes da categoria, inconformado com o quinto aumento seguido do preço da gasolina e do diesel. Usando uma expressão de Bolsonaro, Landim, que é o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos (Abrava), finalizou sua revolta com ironia: “Acabou pô. Chegou a hora de todos os trabalhadores, os autônomos, dos caminhoneiros se unirem novamente”.

O engraçado nessa sequência dos aumentos é que toda vez que os preços dos combustíveis aumentavam, o presidente Bolsonaro dizia que iria tomar providências. E nada aconteceu. A sabedoria popular costuma dizer que a conversa foi “pra boi dormir”. Será que os dignos e respeitáveis caminhoneiros vão novamente pegar no sono?

Depois desses abusivos aumentos, já há um início de movimentação para que haja uma paralisação. Caminhoneiros bolsonaristas já não defendem o “mito” com tanta empolgação. Estão revoltados, e com toda razão.

Seguindo o que pensa Ciro Gomes (PDT), que tem uma invejável visão sobre a economia no sentido amplo, sendo o único presidenciável que tem um definido projeto para o país, apontando as soluções para cada problema, o presidente Bolsonaro está de parabéns em cobrar mais impostos sobre os bancos, que tem lucros escandalosos, e, a partir dessa medida, diminuir a carga tributária sobre os combustíveis.

Não tem cabimento instituições financeiras abarrotadas de dinheiro, fazendo o que quer com sua clientela, cobrando inúmeras taxas, e o cidadão-eleitor-contribuinte sofrendo, pagando gás de cozinha a R$ 100. E olhe que estou me referindo aos que ainda podem comprar o botijão.

Portanto, meus parabéns ao presidente Bolsonaro. Encerro o comentário aconselhando a maior autoridade do Poder Executivo a ouvir mais as sugestões de Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda do saudoso Itamar Franco e um dos responsáveis pela implantação do Plano Real. 

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Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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