📌 Entrevista: “Estou pronto para transformar nossa cidade rumo ao progresso”, disse o Capitão Azevedo

Capitão Azevedo: ex-prefeito de Itabuna

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Longe da caneta há mais de 10 anos, quando perdeu a eleição municipal para Vane do Renascer, o ex-prefeito Capitão Azevedo vem sonhando em voltar a ocupar um cargo político. Já declarou que irá concorrer às eleições de 2022.

Em entrevista Exclusiva ao Pauta Blog, Azevedo relembrou sua trajetória política, avaliou a atual gestão municipal e já cravou: está fechado com ACM Neto. Confira:

Pauta.Blog // Como tem levado os seus projetos pessoais e políticos nesses quase dois anos de pandemia?
Capitão Azevedo // É inegável que houve um comprometimento. A pandemia trancou a economia, a parte social, as relações interpessoais. Houve um travamento das ações, do pensamento, as ideias ficaram limitadas. E nós entendemos que, para tomar decisões, buscar ocupar espaços, interagir com a sociedade, é preciso que haja liberdade total da comunicação, da participação. E a pandemia impôs restrições.

Não tenha dúvidas de que as relações foram comprometidos, até na área familiar, pois procuramos nos proteger. E embora tenhamos perdido milhares de vidas, a prevenção foi o que salvou muitas outras.

E para mim houve, sim, um comprometimento. Agora, com a vacinação, a gente está com uma nova expectativa. Já vimos o semblante das pessoas melhorando, a economia retomando gradativamente, com os cuidados devidos. Afinal, a pandemia ainda não acabou. E mesmo com a vacina, ainda temos que manter os cuidados.

Pauta.Blog // Enxergarmos que o senhor tem a política na veia. De onde vem esta inspiração?
Capitão Azevedo // Veio da década de 70, quando ingressei na Polícia Militar. Vim trabalhar em Itabuna e fui buscando estudar. Fui a sargento, tenente, coronel e capitão. Galguei esses postos, sempre interagindo com a sociedade. E descobri que eu tinha uma tendência natural para me comunicar com as pessoas e, mais ainda, para me preocupar em solucionar os problemas das pessoas. Este foi um ponto fundamental.

O homem público, quando solicitado, tem que se sentir como um instrumento facilitador da vida das pessoas. E foi isso o que eu fiz como PM no Batalhão de Itabuna e, posteriormente, atuando no órgão de trânsito, o Detran, na 5ª Ciretran da Bahia. Fiquei 16 anos chefiando esse órgão.

Com isso, aprendi a fazer relações públicas, adquiri penetração na sociedade, através do serviço prestado. Quando assumi a 5ª Ciretran, ela era composta por 6 municípios. E quando deixei, 16 anos depois, estava com 22 municípios. Várias cidades pertenciam a Ilhéus e, vendo a qualidade do serviço que prestávamos, as pessoas iam até o governador do Estado para pedir para transferir a subordinação circunscricional para a 5ª Ciretran.


Isso foi um referencial e me fez sentir que eu deveria ir para outra área, para legislar em prol da população, especialmente da população carente. Foi aí que pedi licença da PM e da Ciretran e decidi ser candidato a vereador em 2004. No último mês para as convenções, encontrei com Fernando Gomes e ele me disse: você dá pra ser um bom vice.

Quando eu contei às pessoas que estavam na campanha para vereador comigo que seria vice, disseram que eu iria levar uma surra, já que Jacques Wagner era governador, Lula presidente e tínhamos um prefeito do PT, Geraldo Simões. Mas Fernando tinha deixado um legado de grandes obras. No final, vencemos a eleição.

Depois, fui candidato a prefeito. Começamos com 5% das intenções de voto e fomos crescendo. Quando o capitão Fábio se uniu com Jussara Feitosa, houve a revolução. Fomos eleitos com 52 mil votos. Este foi o maior pleito da história de Itabuna. Depois, tentamos a reeleição e perdemos por apenas 1.107 votos de diferença. Fui o candidato que chegou mais perto da reeleição. Se tivesse segundo turno, eu estaria lá.

Pauta.Blog // Como o senhor acompanha a política diariamente, principalmente no cenário local? Qual a sua avaliação?
Capitão Azevedo // A política tem uma dinâmica muito forte. Eu analiso uma situação até preocupante, porque nós tivemos a pandemia que atrapalhou muitas ações. Mas eu acredito que a experiência, a forma de planejar, podem ajudar nisso. Só que a nossa cidade ainda tem essa carência na forma de apresentar as ações, o que vai ser implantado.

É muito prematuro fazer uma avaliação concreta. A gente fica torcendo para que o gestor tenha sucesso, pois quem ganha é a cidade. A cidade é do povo, da coletividade. Eu torço pela cidade, seja qual for a sigla que esteja no poder. Torço para que o gestor faça um governo de acordo com os anseios da população.

Pauta.Blog // Caso tivesse sido eleito em 2020, o que você teria feito de diferente do atual prefeito Augusto Castro?
Capitão Azevedo // Em primeiro lugar, no primeiro dia de governo, toda a equipe estaria cuidando da estrutura da Saúde. Não abriria mão disso em hipótese alguma. Estrutura física, equipamentos, pessoal… pois em primeiro lugar está a vida das pessoas. Estaria apertando o cinto de todos os lados para resolver a questão da Saúde. Saúde é um conjunto de ações realizadas junto a outras secretarias. Investimento em saneamento básico, por exemplo, também e uma ação prevenção e saúde.

E pra isso eu já tinha o canal. Em 4 anos de mandato, fui o gestor que mais conseguiu captar recursos das esferas federal e estadual. Fiz um trabalho que, tanto o que me sucedeu, quanto os posteriores, e até o atual gestor ainda tem recursos que eu captei para execução de obras na infraestrutura da cidade. Tudo o que vem beneficiar, principalmente, a periferia da nossa cidade, as pessoas em situação de vulnerabilidade.

Pauta.Blog // De zero a dez, qual nota você dá à gestão do prefeito Augusto Castro?
Capitão Azevedo // Eu me abstenho de emitir uma nota. Não tenho condições de avaliar. Ainda é muito prematuro.

Pauta.Blog // Quais são os seus planos políticos? Será candidato a deputado em 2022?
Capitão Azevedo // Nós estamos na corrente de ACM Neto para governador. Estamos na expetativa de uma reforma eleitoral que deve ocorrer até setembro. Estou aguardando essa reforma para decidir se vou sair candidato a deputado estadual ou federal. Já que é o pleito mais próximo, me interesso muito.

Mas preciso de estrutura e é isso que vamos buscar nas esferas superiores. Primeiro, temos que consultar a sociedade. E eu vejo uma sociedade que agoniza por ter um representante. A cidade está órfã, sem representantes nas esferas superiores. E é preciso que a sociedade compreenda que, só através dessas forças, o progresso poderá ser implementado. Essa decisão pode envolver a troca de partidos. Hoje estou no PL, não tenho nada a reclamar, tenho uma boa relação com os presidentes estadual e municipal. Mas mudaria, sim, se for interesse do grupo político. Inclusive, já fui convidado por inúmeras siglas.

Pauta.Blog // Se as eleições fossem hoje, o senhor votaria em Wagner, Neto ou Roma? E por quê?
Capitão Azevedo // ACM Neto, sem dúvidas. Sou do tempo de ACM e voto em Neto.

Pauta.Blog // Existe alguma “rusga” com o ex-prefeito Fernando Gomes?
Capitão Azevedo // Em hipótese alguma. Tenho Fernando Gomes como amigo e o sempre terei. Houve uma questão de uma entrevista numa rádio, onde me perguntaram: “Se você entrasse na Prefeitura e visse um contrato de 3 milhões para coleta de lixo, o que faria?”. Eu respondi que, se eu entrasse e se visse que estava saindo pelo ralo [tudo na base do “se”], eu iria investigar.

Quando eu saí da rádio, um blog já tinha colocado: “Azevedo fala que o lixo de Itabuna está saindo pelo ralo”. Foi aí que meu amigo Fernando Gomes, sem termos um diálogo, gravou um vídeo aborrecido. Na primeira oportunidade em que tive com ele, conversamos, e expliquei como foi a entrevista. Foi igual quando ele disse o “morra quem morrer”. Não foi essa a intenção, mas ganhou o mundo dessa forma.

Pauta.Blog // A eleição no Brasil será polarizada mesmo entre Lula e Bolsonaro, ou você acredita que nascerá uma terceira via?
Capitão Azevedo // Eleição tem muita dinâmica. Mas, no momento, não vejo essa expectativa. No entanto, a polarização é complicada. As pessoas ficam envolvidas e isso compromete o raciocínio de visualizar uma outra opção. Mas não vejo, agora, a possibilidade de uma terceira via.

Pauta.Blog // Entre estes dois nomes, em quem o senhor votaria?
Capitão Azevedo // Francamente, eu sou da direita. Não resta dúvidas. Tenho que ir para direita. Não tenho para onde correr.

Pauta.Blog // Quais são as suas considerações finais?
Capitão Azevedo // A humildade tende a facilitar o diálogo com as pessoas. Meu êxito na gestão municipal foi a humildade. E eu desafio qualquer gestor a provar que trouxe mais recursos em 4 anos de mandato. Graças ao meu lado humilde, às relações, ao respeito mútuo.

A política evolui e os métodos têm que evoluir junto com a sociedade. E vemos muitos políticos na cidade e na região que não querem comungar com a sociedade. Querem permanecer usando aqueles métodos arcaicos. Só que não tem um sistema melhor para trabalhar na gestão pública do que a democracia. Isso é sacramentado no meu coração, na minha alma. Democracia significa liberdade para escolher, decidir, ir e vir. Devemos nutrir e preservar isso para evoluirmos junto com a sociedade. E eu quero passar essa mensagem para o meu povo de Itabuna.

Essa cidade tem tudo para ser pujante. Só precisa de um rumo. E eu estou pronto para ajudar a quem quer que seja, como também ser ajudado, para que possamos transformar nossa cidade rumo ao progresso.

Quero deixar bem claro que jamais desistirei das oportunidades que possam surgir para a nossa cidade, para o nosso povo e para a nossa gente.

E continuem se cuidado. A pandemia não acabou. Precisamos abrir as coisas, mas com prudência. A vida é a principal riqueza do ser humano. 

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Azevedo, Paulo Magalhães, Eures Ribeiro, Geraldo Simões, Júnior Brandão, Sousa Lino, Valderico Reis

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