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ACM NETO, PDT E 2022

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A conversa entre o PDT e ACM Neto deve continuar? A resposta tem que ser dada pelo deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente estadual do partido, depois de ouvir a Executiva nacional, sob a batuta de Carlos Lupi.

A legenda se aproximou do ex-alcaide de Salvador na sucessão soteropolitana. Leo Prates e Ana Paula Matos, respectivamente secretário de Saúde e a vice do prefeito Bruno Reis (DEM), são filiados ao PDT. Os dois participaram do então governo de ACM Neto.

O namoro entre o PDT e o DEM de ACM Neto, que preside nacionalmente a legenda, foi marcado por duas claras intenções. Pela parte de Neto, tirar a sigla da base aliada do governador Rui Costa (PT). Pelo PDT, a importância de um palanque na Bahia para Ciro Gomes.

Discordo dos que acham que o imbróglio envolvendo o processo sucessório da Câmara dos Deputados, com a atuação de Neto a favor de Arthur Lira (PP-AL), candidato do presidente Bolsonaro, significou um ponto final na conversa entre o PDT e o ex-chefe do Palácio Thomé de Sousa.

Por mais estranho que possa parecer, toda confusão pode provocar um novo diálogo sobre o pleito de 2022. O silêncio da cúpula nacional do PDT diante da posição de Neto na eleição do Parlamento Federal é um sinal de que pode haver um recomeço.

Esse colóquio entre o PDT e Neto divide a militância da legenda. Para os que discordam, a opinião é de que o ex-alcaide não é confiável. Para a outra metade, o partido não pode abrir mão de um ponto de apoio para o presidenciável Ciro Gomes na Boa Terra.

A recente declaração de ACM Neto de que “se manter distante do governo federal é o caminho certo”, oxigenou a ala da legenda defensora de um acordo com o ex-prefeito: o PDT apoiando a candidatura de Neto ao Palácio de Ondina e o DEM fazendo o mesmo com Ciro Gomes na disputa presidencial.

Não sei o que passa pela cabeça de Carlos Lupi e, muito menos, pela de Félix Júnior. É um assunto que merece muita reflexão. O PDT não pode mais errar.

Uma coisa é certa: mais cedo ou mais tarde, o PDT vai ter que tomar uma posição em relação à sucessão do governador Rui Costa. A dubiedade, a incerteza e o vai-não-vai são ingredientes que podem provocar desânimo na militância, que merece todo respeito do mundo. Sem ela, adeus PDT.

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Marco Wense
Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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