Três mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Luís Eduardo Magalhães, extremo oeste baiano

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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8.abril) a Operação Última Barreira, que visa à repressão de fraudes no auxílio Emergencial na região do oeste baiano.

A investigação, que teve início em 2020, é resultado da Estratégia Integrada contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) o Ministério da Cidadania (MCid), a CAIXA, a Receita Federal (RF), a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), cujo objetivo é a racionalização dos procedimentos de apuração criminal sobre a temática, com foco na atuação de grupos, associações ou organizações criminosas e a desarticulação de fraudes estruturadas.

No decorrer das investigações, apurou-se que os investigados cadastraram no aplicativo Caixa Tem pelo menos de 45 contas em nome de terceiros para recebimento do Auxílio Emergencial de forma fraudulenta, transferindo imediatamente os valores depositados para contas vinculadas ao grupo e também por meio da emissão de boletos bancários emitidos pelos próprios suspeitos, resultando num prejuízo superior a 27 mil reais.

Estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão no município de Luís Eduardo Magalhães, extremo oeste baiano, expedidos pela Justiça Federal. Também foi determinado o bloqueio de valores das contas dos investigados.

Os responsáveis pelas condutas delitivas investigadas responderão pela prática dos crimes de estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa.

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O menino foi submetido a uma embolização de aneurisma cerebral, um tratamento endovascular de aneurisma intracraniano inédito no sul da Bahia

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Os primeiros dias deste mês de abril têm sido de muita festa para a família de Wanderlypio Novais Cardoso, de 10 anos, que teve uma crise de dor cabeça e ficou desacordado por 12 dias até ser internado, na quinta-feira da semana passada, na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna. O menino foi submetido a uma embolização de aneurisma cerebral, um tratamento endovascular de aneurisma intracraniano inédito no sul da Bahia. Foi realizado um procedimento sem abertura da cabeça do paciente.

Morador do Povoado Riacho Fundo, na zona rual de Barra da Estiva, na região da Chapada Diamantina, o menino teve o problema grave de saúde diagnosticado pela equipe médica da SCMI. “Ficamos desesperados quando ele passou mal, começou a fazer vômito, reclamar das dores de cabeça e desmaiar. Levamos para um hospital na nossa cidade e o médico disse que o meu sobrinho sofria com diabetes. Por isso, estava naquela situação. Mas os profissionais daqui detectaram qual era realmente o problema”, conta Silene Jardim Novais, tia de Wanderlypio Novais.

De acordo com o chefe do serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Itabuna, Sílvio Porto, o menino foi diagnosticado com hemorragia subaracnóidea espontânea por ruptura de aneurisma cerebral. “E foi um sucesso o procedimento realizado pelos médicos Fernando Schmidt, Antônio Roberto de Campos Júnior e pelo médico anestesista Rafael Cano Ribeiro no setor de hemodinâmica da SCMI”.

Paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), o menino deixa o hospital com todas as funções neurológicas funcionando perfeitamente. “A complicação de saúde foi descoberta logo que o paciente chegou ao hospital e os nossos profissionais fizeram um procedimento perfeito. Por isso, acredito que essa criança terá uma vida normal”, afirma a diretora técnica do Hospital Manoel Novaes, Fabiane Chávez.

ESTRUTURA PARA REALIZAR CIRURGIAS
A diretora técnica Fabiane Chávez destaca ainda que a chegada recente de um neurocirurgião pediátrico na Santa Casa de Itabuna representa uma grande conquista para o sul da Bahia. “Sem a estrutura física e humana que montamos, essa criança teria que ser levada para outros centros, como Feira de Santana e Salvador. Isso demostra como estamos preparados para oferecer esses serviços de alta e média complexidade aqui no sul da Bahia”, finaliza.

De acordo com o neurocirurgião pediátrico Fernando Schmidt, que passou a fazer parte da equipe da SCMI recentemente, o método usado com Wanderlypio Novais é um tratamento frequente, mas ainda de pouco acesso no sistema público de saúde, pois é um procedimento de alto custo e requer material especializado. “A cirurgia durou uma hora e a recuperação do paciente foi ótima”, conta.

Muito comunicativo, educado e carinhoso, Wanderlypio Novais, apesar da pouca idade, tem consciência do perigo que correu antes de receber o atendimento médico, pois gostava de subir em árvore para retirar frutas. “Eu poderia ter desmaiado em uma das vezes em que estava em cima de um pé de jaca, por exemplo. Acho que eu não estaria vivo hoje, não é mesmo tio?”, questionou.

Perguntado sobre o que faria quando retornasse para casa, no pequeno povoado do Rio Fundo, o menino disse que primeiro iria abraçar forte a mãe, dona Arlete Jardim Novais. Depois brincar com outras crianças e plantar maracugina para vender na feira livre. Ele gosta de futebol, é torcedor do Flamengo, mas não sonha em ser jogador de futebol, mas, sim, caminhoneiro ou trabalhar como mototaxista.

Com facilidade de fazer novas amizades, a criança diz que só quer retornar ao hospital para reencontrar os novos amigos, que são os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicóloga e pessoal da higienização. Ele sabe os nomes de quase todos os profissionais. “Você vai colocar os nomes deles na reportagem? Porque quero agradecer a todos que cuidaram de mim”, disse. Wanderlypio Novais Cardoso completa 11 anos no próximo dia 13.

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Objetivo do estudo é entender de que forma o vírus Sars-Cov-2 atinge o organismo do ser humano

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Em busca de aprofundar os conhecimentos sobre os impactos da Covid-19 no corpo humano, um grupo de pesquisadores do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) estuda como a doença é capaz de afetar diferentes órgãos, analisando como o organismo lida com a infecção e os principais indicativos de agravamento dos casos. À frente do projeto, que possui apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), Washington dos-Santos afirma que a Fiocruz Bahia foi responsável pelos primeiros procedimentos de autópsia em indivíduos que vieram a óbito em decorrência da Covid-19, além de ressaltar a importância e as dificuldades de realizar o procedimento em pessoas que morrem pela doença.

“A autópsia que realizamos possui a alcunha de ‘minimamente invasiva’. É a forma mais viável que encontramos para seguir com o estudo, visto que o procedimento é seguro para a equipe que realiza, quando comparado às autópsias tradicionais, além de possuírem menos resistência por parte dos familiares da vítima em aceitarem disponibilizar o corpo, uma vez que ele não ficará com as marcas deixadas por uma autópsia comum”, ressalta Geraldo Oliveira (Fiocruz Bahia), líder da equipe de necropsias. De acordo com o pesquisador, este método vem sendo cada vez mais executado ao redor do mundo e chama atenção para a necessidade de dar continuidade a pesquisas científicas como esta. “Através desses procedimentos que somos capazes de reconhecer precocemente os riscos de uma doença e as medidas de prognóstico que podem reverter um quadro de risco”.

Geraldo chama atenção para o fato de que este estudo utiliza amostras dos locais exatos onde ocorrem as lesões que podem levar a óbito. “Ao analisarmos pulmão, fígado, rim, baço, coração, entre outros, estamos nos permitindo fazer uma avaliação mais direta das alterações. Até agora, já realizamos oito autópsias minimamente invasivas, sendo inclusive a primeira vez que o procedimento foi realizado aqui na Bahia”.

As observações feitas ao longo dos procedimentos serão discutidas com o corpo clínico do Instituto Couto Maia (ICOM), em uma sessão aberta a profissionais de saúde e pesquisadores interessados pelo estudo da doença. “Algumas famílias, seja por motivo cultural, religioso ou afetivo, podem criar resistência na hora de autorizar a autópsia no corpo do falecido. Por isso, o procedimento minimamente invasivo pode ser a solução para realizar o estudo, sem agredir os limites impostos pelos entes queridos”.

A curto prazo, o trabalho poderá contribuir, em tempo real, com informações sobre as causas de morte dos pacientes durante o curso da pandemia. Segundo o pesquisador, as reuniões com o corpo clínico do ICOM serão mensais e servirão para apresentar os resultados encontrados, a fim de entender melhor a doença e os melhores tipos de tratamento.

As próximas etapas, envolverão estudos moleculares das amostras coletadas dos órgãos lesados dos pacientes, para obter conhecimentos que ajudem a sociedade a se preparar para enfrentar, de maneira mais adequada, futuros eventos como a atual pandemia. “Por fim, estamos também formando equipes técnicas habilitadas para fazerem essas necropsias minimamente invasivas. No futuro, poderemos responder rapidamente ao surgimento de possíveis surtos e doenças letais em qualquer parte da Bahia”.

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