Vencedores serão anunciados no dia 24 de novembro

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A quinta edição do Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil – Sustentabilidade e Qualidade registrou um número recorde de inscrições. Ao todo, foram 98 amostras oriundas de seis estados e, após a primeira fase de avaliação, 20 delas foram classificadas para as etapas finais da competição.

Nessa fase, os produtores do Pará, da Bahia e de Rondônia buscam a colocação nas categorias varietal e mistura. Os prêmios desta edição somam R$ 60 mil em um montante que será dividido entre primeiro, segundo e terceiro colocados nas duas categorias.

Essa competição tem o objetivo de incentivar a melhoria da qualidade e da sustentabilidade na produção de cacau no país. Os vencedores serão anunciados no dia 24 de novembro durante uma cerimônia realizada em Ilhéus.

📷 Foto de Ana Lee

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A produção do estado lidera a mistura de variedades no país

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O que o melhor chocolate artesanal produzido no Brasil em 2021 nos conta? A resposta é simples: que o Brasil produz cacau de qualidade. E não foi só a premiação nacional que demonstrou isso. Três brasileiros estiveram entre os 50 melhores do mundo no Cocoa of Excellence Awards (Salão do Chocolate de Paris), tendo recebido uma condecoração na categoria ouro e duas pratas dentre os selecionados da América do Sul.

A produção do estado do Pará domina os blends (mistura de variedades). É do assentamento Tuerê, em Novo Repartimento, a amêndoa de cacau utilizada na receita da chocolateira vencedora do prêmio CNA Brasil Artesanal.

O produtor do cacau que se distingue ao paladar é Francisco Cruz. Apesar de não ter participado diretamente da premiação, o jovem agricultor se declara honrado da conquista por ter processado uma amêndoa de tanta qualidade. Cruz ainda esteve em 2019 no salão de Paris.

Produtor de cacau, Francisco Cruz // Foto de Matheus Costa/Sedap

Na edição deste ano da maior premiação de chocolate do mundo, o Pará também marcou presença. O produtor João Evangelista Lima recebeu o prêmio na categoria prata e teve o trabalho de 18 anos com cacau internacionalmente reconhecido. Já no país, o cacaueiro foi homenageado pelo feito no III Concurso Nacional de Qualidade de Cacau Especial do Brasil.

“Me sinto privilegiado! Como pequeno produtor, eu comecei do começo, a plantar e a colher. Mas eu não consegui isso sozinho, temos toda a equipe, técnicos. Agora eu tenho um objetivo na minha vida… eu gosto tanto de preservar a natureza, de plantar árvore. Hoje, poucos produtores podem dizer que mantém espécies como o mogno. Na minha pequena propriedade tenho de 25 a 30 variedades preservadas ao meu redor”, disse orgulhoso no evento.

João Evangelista Lima, produtor de cacau

Os cacaueiros de João Evangelista preservam o meio ambiente enquanto produzem. A árvore de cacau cresce em consórcio com espécies nativas, pés de cupuaçu e banana num sistema de agroflorestal, no qual o componente florestal sequestra e fixa o carbono no solo. O sistema, inclusive, é uma das tecnologias implementadas pelo Plano ABC+ e deve ser implementado em 100 mil hectares até 2030, conforme cronograma das ações.

“A cacauicultura é totalmente aderente à preservação do ambiente e à fixação de carbono. A gente quer atuar para a captação de recursos e para desenvolver projetos para a remuneração por conservação ambiental e créditos de carbono. Já na questão da qualidade, o cacau brasileiro é fruto de trabalho descente e fruto de produção sustentável, o que já se exige no mundo de hoje, principalmente após a COP26”, acrescenta o Diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Waldeck Pinto.

CACAU FINO DE QUALIDADE
Para o diretor da Ceplac, o futuro do Brasil está na produção de cacau de qualidade seja para o consumo interno quanto para exportação. Apesar de não ser mais o maior exportador de cacau do mundo (atualmente o país reveza entre a sexta e a sétima posição), os produtores em parceria com órgãos técnicos empregam novas tecnologias e buscam o melhoramento genético das espécies.

Isso alterou o cenário de recuperação da crise na lavoura cacaueira e demostra um investimento na qualidade do produto. Por isso, além de ter estabelecido como meta a autossuficiência em 2025 com uma previsão de produção de 270 mil toneladas, a Ceplac buscar trabalhar com o aumento da qualidade da amêndoa do cacau, de 3% para 5%.

O que, na prática, somente pode ser aferido com a participação dos produtores em concursos e premiações. Pelas análises de especialistas, o cacau fino tem potencial aromático e zero conteúdo de off-flavor, retirando defeitos ou notas estranhas e não agradáveis que acabam trazendo ao chocolate traços metálicos, de borracha ou até fumaça – que a depender do nível é bem desagradável. Essas notas estranhas podem ocorrer em erros de processamento dos grãos ou de armazenamento.

Em sua terceira edição, o Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil mostra que, neste momento, o cenário é de investir na qualidade do produto para diferenciação e agregação de valor ao cacau, estimulando e promovendo a excelência da produção de cacau no Brasil, em todas as suas etapas. 

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III Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial avaliou 94 amostras de amêndoas e premiou 7 ganhadores

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Foram reveladas as melhores amêndoas de cacau do Brasil durante premiação do III do Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Ao todo foram 94 amostras inscritas nas categorias Mistura (blend) e Varietal, das quais 22 seguiram para a segunda etapa da disputa pelo título e pelos prêmios, que somavam R$ 24 mil. Nesta edição, o estado do Pará liderou o ranking, conquistando todos os lugares do pódio da categoria de blends, incluindo um empate técnico na terceira posição.

De Medicilândia (PA), o produtor Robson Brogni foi o grande destaque da categoria, ficando em primeiro lugar. “Estamos há alguns anos trabalhando na qualidade do nosso cacau para estar entre os finalistas, mas o primeiro lugar foi realmente incrível”, celebrou o paraense.

Já na categoria de variedade única, o estado da Bahia garantiu as duas primeiras posições, com Cláudia Sá, da Agrícola Cantagalo, Itabuna, em primeiro lugar. “O que faz a gente chegar até aqui é o amor pelo que a gente faz. Faz 10 anos que comecei a ‘namorar’ o cacau e há 3 estou completamente apaixonada. Estou muito emocionada e muito feliz porque isso é fruto de muito trabalho e muita dedicação”, destacou Cláudia, ao agradecer à equipe de colaboradores, família e organização do evento.

O terceiro lugar na categoria Varietal foi uma revelação. Em seu primeiro ano de participação no concurso, o estado de Rondônia já emplacou um vencedor. O produtor Mauro Tauffer, de Buritis, foi o terceiro premiado na categoria. “Por sermos mais novos na produção de cacau, sinto uma responsabilidade muito grande em representar o meu estado. Nem estava imaginando ganhar esse prêmio e agora estou muito feliz”, resumiu o cacauicultor, bastante emocionado.

A cada edição, o Concurso vem aumentando gradativamente o número de participantes. “A adesão de produtores de Rondônia foi uma grata surpresa para nós este ano. Esperamos que esse destaque incentive outros cacauicultores daquele estado. Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau”, pontuou Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, juntamente com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).

Além de uma minuciosa análise dos aspectos físico-químicos das amêndoas, as propriedades produtoras do cacau precisaram também cumprir uma série de critérios de sustentabilidade para estar entre os finalistas. Á última etapa da avaliação foi a análise sensorial do cacau, tanto na forma de liquor, quanto como chocolate elaborado a 70% cacau. Os chocolates foram codificados e enviados para um júri de convidados especiais para uma prova às cegas. Entre os integrantes do júri desta edição estão o empresário Ale Costa, da Cacau Show, o chef confeiteiro Lucas Corazza, jurado do programa Que Seja Doce da GNT, a chef chocolatière da Dengo Chocolates Luciana Lobo, entre outros.

O Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil, que seleciona as melhores amêndoas produzidas no país, visa fortalecer a cacauicultura brasileira, valorizando e reconhecendo produtores que fazem um trabalho diferenciado, bem como incentivar a sustentabilidade em todo o processo produtivo. A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia produtiva do cacau, patrocinada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Governo do Pará (Sedap), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Governo da Bahia (Seagri), pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Centro de Inovação do Cacau (CIC), Dengo Chocolates, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, Gencau e SEBRAE. A realização é do CIC em parceria com a Ceplac. Mais informações no site

Conheça os premiados
Na categoria Varietal
1º lugar: Claudia Calmon de Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
2º lugar: Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
3º lugar: Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

Na categoria Blend
1º lugar: Robson Brogni (Medicilândia-PA)
2º lugar: Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
3º lugar: José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

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O cacau utilizado pela ganhadora é oriundo do assentamento Tuerê que também já foi destaque de outras premiações internacionais sendo acompanhado pela Sedap // Fotos de Mateus Costa

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O chocolate artesanal feito com a amêndoa de cacau produzida no município de Novo Repartimento, no estado do Pará, localizado na Região de Integração do Lago Tucuruí, ganhou o primeiro lugar no Prêmio CNA Brasil Artesanal 2021/Chocolate. A chocolateira premiada, Priscila França Rosendo, de São Paulo, adquiriu o cacau cultivado no assentamento Tuerê pelo produtor Francisco Cruz, de 34 anos, que é mais conhecido na comunidade como “Edvaldo”.

O anúncio dos vencedores foi feito na última semana, no dia 14 de setembro, através de uma transmissão virtual. Além do chocolate fabricado a partir da amêndoa de Tuerê, o Pará também esteve representado entre os melhores chocolates artesanais do Brasil através da Cacauway, da chocolateira Hélia de Moura, que ficou com o sétimo lugar. Todos os finalistas receberam certificado de participação.

TRADIÇÃO
Apesar de não ter participado diretamente da competição, o cacaueiro de Novo Repartimento diz que se sente honrado em ter processado uma amêndoa de qualidade. O agricultor ressalta que o feito é resultado de muito trabalho que realiza diariamente na sua propriedade de 10 hectares onde planta o fruto que garante o seu sustento e da família.

Desde os 13 anos de idade, como contou “Edvaldo”, aprendeu os primeiros passos no cultivo de cacau. O ensinamento foi repassado pelo pai. O produtor diz que para chegar ao nível de produção atual, foi muito importante o apoio que recebeu do Governo do Estado, através da cessão de estandes para participar do Festival Internacional de Chocolate e Flor Amazônia, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).

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