De acordo com a pesquisadora, os insetos destacam-se pelo elevado teor proteico com valores que podem ser superiores aos de fontes tradicionais como a carne bovina

Leia em: 2 minutos

A maioria das pessoas pode sentir arrepios ou até repulsa ao pensar na ideia de comer insetos, principalmente no mundo ocidental. Mas a pesquisadora Carolina de Souza, que está à frente da startup Superbugs, investe em remodelar esse pensamento negativo em uma proposta que associa sustentabilidade e uma possibilidade de negócio lucrativo.

“O relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) já incentivava a pesquisas, produção e consumo de insetos comestíveis como alternativa nutricional para a alimentação. Além disso, orientei uma aluna de mestrado da UFBA que buscava caracterizar os nutrientes provenientes de insetos, a fim de inseri-los na alimentação humana. Foi a partir daí que surgiram as primeiras ideias para desenvolver nossa startup na Bahia”, explicou Carolina.

Os insetos destacam-se pelo elevado teor de proteína, com valores que muitas vezes são superiores aos de fontes tradicionais: bovina, suína e aves. Mas, para quem ainda não está familiarizado com a proposta, Carolina faz questão de tranquilizar, contextualizando como funciona o processo de inserção de insetos na alimentação de animais e humanos.
“Quando falamos neste assunto, o imaginário de algumas pessoas remetem diretamente a espetinhos de invertebrados que são comuns em algumas regiões da Ásia”, introduziu a pesquisadora, ressaltando que o projeto não se trata de gafanhotos temperados ou besouros assados. “Na verdade, nosso projeto visa a implantação de uma empresa de base tecnológica, baseada nos princípios da economia circular e sustentabilidade ambiental, na qual resíduos orgânicos da agroindústria, que poderiam ser descartados na natureza, são reutilizados como ração para os insetos. Esse processo resulta na criação de uma biomassa rica em compostos bioativos que poderão ser usados como matéria-prima para a alimentação”.

O projeto, que foi aprovado no edital Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), voltado para apoiar ideias inovadoras, já passou por um estudo piloto e, segundo Carolina, apresentou resultados preliminares excelentes. Conforme Carolina ressalta, o estudo se baseia no desenvolvimento de um produto, com foco primeiramente para animais, porém com potencial para serem consumidos por seres humanos.

Notícias mais lidas

Outros assuntos