Na tarde de hoje (27.março), os vereadores de Itabuna, finalmente, tiveram a oportunidade de questionar o secretário municipal de Transporte e Trânsito, Thales Silva, e o representante da empresa Atlântico Transportes, José Carlos, sobre os serviços prestados à população. Na ocasião, alguns edis subiram o tom ao confrontar, principalmente o representante da concessionária, sobre as inúmeras reclamações feitas pelos usuários do serviço.
Os edis Danilo da Nova Itabuna (União Brasil) e Ronaldão (PL) foram alguns dos primeiros a salientar as principais queixas de quem utiliza os ônibus no dia a dia com o objetivo de saber quais são os planos para resolver essa situação que começou desde o início da gestão do prefeito Augusto Castro (PSD).
Para Danilo, o problema é fruto da falta de planejamento: “É uma falta de respeito uma cidade como Itabuna ter ônibus como esses. É falta de planejamento também. Estamos aqui representando o povo, nós não estamos aqui para levantar bandeira de prefeitura. O transporte de Itabuna é vergonhoso!”.
Após o vereador Ronaldão afirmar que a Atlântico tem condições mais que suficientes para melhorar a frota disponibilizada para o povo, o representante José Carlos disse que, para isso, é preciso que a prefeitura “pague a conta”, ou seja, aumente o valor médio de R$ 1,5 milhão pagos mensalmente.
Representante da Atlântico, José Carlos não se intimidou com o ambiente hostil e apresentou dados para defender a concessionária de transporte.
Em outro momento, José Carlos (foto) afirmou, também, que a cidade tem problemas com Infraestrutura e isso dificulta o trabalho: “A Infraestrutura da cidade não favorece para a empresa operar de forma satisfatória sem os carros quebrarem. Não tem carro que fique de pé e com a suspensão em dia do jeito que está operando”. Ronaldão, por sua vez, inverteu a situação e disse que a Atlântico assinou o contrato ciente que o município tinha muitos buracos pelas ruas e, mesmo assim, aceitou.
Solon Pinheiro (Solidariedade) disse que não há mais espaço para falhas nesse contrato firmado entre a prefeitura e a Atlântico: “É tolerância zero! Já passou dos limites! Foi prometido demais e houve excesso por parte do governo que criou uma expectativa muito grande de que o transporte seria uma maravilha e não está sendo. Espero que, a partir de hoje e dessa reunião, soluções sejam tomadas”.
Os edis Israel Cardoso (Agir) e Wilmaci Oliveira (PCdoB) questionaram como funciona a fiscalização realizada pelos agentes da secretaria de Transporte e Trânsito (Settran) e se existem penalidades para a empresa caso o acordo não seja honrado. Para a vereadora, o valor pago precisa ser bem empregado: “O problema é tirar dos cofres públicos e não ver o serviço funcionando”.
O OUTRO LADO
Secretário Thales Silva não fugiu dos questionamentos feitos pelos vereadores e mostrou-se disposto a encontrar soluções.
Thales Silva foi elogiado pela maioria dos vereadores da Casa durante toda a sessão, principalmente por ser classificado como um dos poucos integrantes da gestão municipal que dá satisfações e demonstra interesse em tentar compreender as solicitações.
De acordo com Thales, atualmente, a frota itabunense conta com 64 ônibus operando 40 linhas entre a zona urbana e a zona rural. O contrato continua sendo emergencial, mas uma nova licitação do transporte coletivo foi aberta no último dia 21 e, logo mais, a prefeitura vai divulgar novidades sobre esse processo.
Quando questionado sobre o porquê do passe estudantil não ser aceito aos finais de semana, Thales disse que o benefício serve para os dias da semana em que os estudantes estão nas salas de aula, o que não inclui sábados e domingos.
Sobre a falta de ar condicionado dentro dos veículos, Thales disse que houve uma alteração no contrato original firmado entre as partes e, no que está em vigor atualmente, não existe nenhuma cláusula sendo desrespeitada porque foi uma opção da prefeitura retirar esse “luxo” dos usuários.
O representante da empresa Atlântico, José Carlos, não se intimidou com a postura de alguns edis que subiram o tom. O discurso do empresário mostrou-se, inclusive, alinhado com os interesses da prefeitura e não houve tentativa de transferir o problema para a outra parte envolvida.
Questionado sobre a apresentação dos ônibus, o empresário disse que os veículos têm validade de 10 anos e são lavados diariamente. Já sobre o índice de falha desses veículos, ele apresentou uma pesquisa que aponta que apenas entre 1% e 5% dos carros têm falhas porque a empresa continua realizando manutenções.
Sobre a falta de ar condicionado nos ônibus, ele sustentou a justificativa do secretário de que houve um ajuste no contrato original e que, hoje, não consta mais no documento que a empresa necessite ofertar esse conforto à população. Já sobre o wifi, José Carlos garantiu que, até o final deste semestre, a ferramenta vai ser implantada em toda a frota.