Morte de Fernando, ocorrida em Salvador no último domingo, deixa lacuna na história política itabunense.
Nos últimos dias, um sentimento de luto profundo tomou conta da cidade de Itabuna, que completa 112 anos de emancipação política nesta semana. A partida do ex-prefeito Fernando Gomes, de 83 anos, deixou uma verdadeira lacuna no cenário político do município.
Não precisa ser fã de Gomes para reconhecer que ele foi grande. Não só porque governou Itabuna por cinco mandatos, mas pela incrível capacidade de articulação com diferentes lideranças e, principalmente, pela proximidade com o eleitorado. Não à toa conseguiu viabilizar grandes obras em suas gestões e ter a aprovação do povo.
Após a partida e a saudade deixada pelo ex-gestor, a pergunta que fica é: quem vai ser capaz de se igualar a ele? Como Fernando, dificilmente, vai surgir alguém tão autêntico e defensor das próprias vontades. Quem vai ter coragem de dizer “quem manda sou eu e pronto” sem medo de julgamentos e caras feias? Quem vai falar com veículos de imprensa sem consultar os assessores e calcular, milimetricamente, as frases ensaiadas? É inegável! Ninguém faz política como ele fez.
Para as eleições municipais de 2024, o que se espera é que surja ALGUÉM no horizonte uma vez que a popularidade do atual prefeito Augusto Castro (PSD) não está das melhores. A menos que o líder do Executivo municipal passe “sebo nas canelas” e realize grandes mudanças no Centro Administrativo Firmino Alves, pode ir se acostumando com a ideia de que não vai conseguir o feito da reeleição, até então, inédita em Itabuna.
Analisando friamente quem já passou pela cidade e é conhecido pelo povo, o ex-prefeito e pré-candidato a deputado federal, Capitão Azevedo (PDT), pode ter grandes chances de ser “o escolhido”. Além de ser “cria” de Fernando Gomes, Azevedo também é uma pessoa simples e gosta de estar perto do povo. Contando com a hipótese de ser bem votado no pleito de outubro, pode chegar a 2024 levando grande vantagem frente aos adversários.
Correndo por fora, tem o ex-candidato a prefeito e pré-candidato a deputado federal, Dr Mangabeira (PL), que já demonstrou que pode tentar ser prefeito novamente em 24. Assumidamente bolsonarista, pode se prejudicar ao assumir essa postura uma vez que a rejeição do público ao presidente Jair Bolsonaro (PL) indica que ele não vai permanecer ocupando o Palácio do Planalto por muito tempo.
Além dos dois, tem o vice-prefeito e também pré-candidato a deputado federal, Enderson Guinho (União Brasil). O jovem político rompeu relações com o prefeito recentemente justamente para se desvincular do que ele considera uma fuga do que foi prometido durante a campanha em 2020. Nos bastidores, comenta-se que Castro o enxerga como uma ameaça nas próximas eleições.
Até o momento, tudo não passa de especulação, mas, a partir da definição do cenário de sucessão estadual, uma provável vitória de ACM Neto (União Brasil) pode mudar as peças do tabuleiro e colocar seus correligionários em uma posição bastante confortável. Isso se, até lá, as alianças continuarem exatamente como estão.
Fato é que os eleitores de Fernando estão órfãos de um dos maiores líderes políticos que Itabuna já conheceu. A falta de Fernando nesse cenário deixa uma lacuna imensa porque, mesmo afastado da cidade desde que deixou a prefeitura no início de 2021, a marca e o legado deixados por ele são impossíveis de apagar. 
📷 Fotos de Tayna Borges
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