A Aspra (Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado da Bahia) solicitou uma nova perícia para avaliar o desfecho do caso do Soldado Wesley, morto a tiros no Farol da Barra em março deste ano.
O documento, de mais de 50 páginas, relata com detalhes todos os passos do soldado Wesley Soares Góes desde o momento em que chegou à capital do estado com as cores da bandeira brasileira pintadas no rosto até a hora em que foi atingido com 7 tiros por militares do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). A negociação para a possível rendição do soldado durou cerca de 4 horas e, infelizmente, terminou da pior forma possível.
Após nova análise dos fatos, a perícia assinada pela empresa Sewell Criminalística classifica a atuação da Polícia Militar como “desastrosa, resultado de excesso de força letal e despreparo”. De acordo com o documento, dos 7 disparos recebidos por Wesley, ao menos 4 aconteceram quando ele já estava caído no chão. Além disso, o perito concluiu que o soldado não atirou contra a guarnição e, sim, por cima dela, o que configura um sinal de advertência.
No dia 28 de março deste ano, o Soldado Wesley, de 38 anos de idade e natural de Itabuna, chegou para trabalhar na sede da 72º CIPM de Itacaré, onde era lotado. Logo depois, deixou a cidade sem dizer a ninguém para onde ia. Horas depois, chegou à capital baiana e ocupou o Farol da Barra, onde passou a gritar palavras de ordem e atirar para o alto. O que mais parecia o protesto de alguém que precisava de auxílio psicológico se transformou no último dia de vida do PM.
A Aspra, desde então, vem cobrando respostas da Polícia Militar da Bahia sobre o que poderia ter sido feito para evitar que o soldado fosse morto. O Bope, por sua vez, sempre disse que a ação para neutralizar Wesley foi correta e que os policiais agiram em legítima defesa. Agora, o novo laudo encomendado pela Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado da Bahia contradiz, completamente, essa versão.
SOLDADO PRISCO DIZ
Em contato com o Pauta Blog, o deputado estadual pelo PSC e Coordenador da Aspra Bahia, Soldado Prisco, declarou: “Eu estive presente no dia do assassinato do Soldado Wesley. Eu acompanhei todo o processo. Em momento algum, houve algum tipo de negociação. (…) A perícia comprova, a que a gente fez, comprova que Wesley atirou para cima. Quem assiste ao vídeo, fala que ele atira pra cima e dá três passos. No terceiro passo, ele é alvejado. (…) Nós esperamos que a Bahia, a justiça seja feita, que o Ministério Público da Bahia, que eu acredito, faça realmente a investigação separada porque eu não confio na investigação e na apuração que está sendo feita pela Corregedoria da PM. Está claro que Wesley foi assassinado!”.
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