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Brasil tem três lotes de amêndoas selecionados para prêmio de melhor cacau do mundo

O produtor João Evangelista Lima representa o Estado do Pará

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Depois de ter sua 26ª edição suspensa em 2020 por conta da pandemia da Covid-19, a retomada do maior evento de chocolate e cacau do mundo, o Salon du Chocolat de Paris, não podia ser melhor para o Brasil. Três das oito amostras de cacau especial enviadas à França foram selecionadas entre as 50 melhores do mundo e concorrem ao prêmio Cocoa of Excellence, prêmio internacional de cacau que integra a programação do Salon. Os vencedores serão conhecidos no final de outubro. No entanto, devido às restrições ainda impostas pela pandemia, as comemorações de 2021 ocorrerão virtualmente.

Entre os finalistas está o baiano João Tavares, que já foi premiado duas vezes no concurso, levando o primeiro lugar em 2010 e 2011. Este ano, João concorre com uma amostra da variedade Catongo da sua Fazenda Leolinda, em Uruçuca. Outra baiana no páreo é Angélica Maria Tavares, com uma amostra da variedade FL 89 da fazenda que leva o nome da produtora, também em Uruçuca.

Do assentamento da região do Tuerê, no município de Novo Repartimento, o produtor João Evangelista Lima representa o Estado do Pará com uma amostra híbrida paraense. João Evangelista entrou na competição com o apoio da Fundação Solidaridad. “Há 11 anos a Solidaridad atua no Brasil apoiando a agricultura familiar e o desenvolvimento sustentável”, esclarece Pedro Santos, supervisor de campo da Solidaridad no Pará.

O Prêmio Internacional do Cacau – Cocoa of Excellence é a competição de maior prestígio do mundo e proporciona o reconhecimento global aos produtores de alta qualidade, celebrando a diversidade de sabores das diferentes origens do planeta. Ao todo foram 235 amostras enviadas de todo os continentes e as 50 foram selecionadas por especialistas espalhados pelo mundo para a grande final, no Salon de Paris.

“Este resultado demonstra todo o potencial que o país tem para se consolidar no mercado internacional de cacau premium. É o resultado do trabalho e da dedicação destes produtores em campo. Demonstra a força das nossas origens, uma vez que foram contempladas amostras do Sul da Bahia e do Pará. Cada uma destas amostras apresenta uma identidade singular e uma explosão de sabor que diz muito sobre o cacau do Brasil”, atesta a bióloga Adriana Reis, doutora em biotecnologia e gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau (CIC).

O Brasil participou de todas as edições sob a coordenação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) que, desde 2019, conta com a parceria do CIC para a realização de todas as etapas de seleção final das amêndoas que irão para avaliação do Comitê Internacional na França.

O baiano João Tavares está entre os finalistas

CONCURSO NACIONAL
A parceria entre CIC e Ceplac não para por aí. Ambos executam a premiação nacional promovida pela cadeia produtiva do cacau no Brasil. O Concurso Nacional de Qualidade de Cacau Especial do Brasil seleciona as melhores amêndoas produzidas no país e busca fortalecer a cacauicultura brasileira, valorizando e reconhecendo produtores que fazem um trabalho diferenciado, bem como incentivar a sustentabilidade em todo o processo produtivo.

As inscrições para a terceira edição do concurso foram prorrogadas até o dia 2 de agosto. Os vencedores podem ganhar até R$ 12 mil, de um total de R$ 24 mil em prêmios. O primeiro passo para participar é preencher o formulário de inscrição no site www.omelhorcacaudobrasil.com.br.

A Iniciativa é apoiada pelas Secretarias de agricultura do Pará e da Bahia, pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), CIC, Dengo Chocolates, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, Gencau e SEBRAE.

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