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ELA SUMIU, ESCAFEDEU-SE

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Sem nenhuma dúvida, é ela, a reforma política, a maior tapeação do Parlamento brasileiro, das duas Casas Legislativas do Congresso Nacional : Câmara dos Deputados e Senado da República.

Só é lembrada em ano de eleição. Mas tudo com muita demagogia e um festival de cinismo. Depois é só enrolação, conversa pra boi dormir, como diz a sabedoria popular.

Se é um tema que não interessa aos senhores políticos, deixando de fora as pouquíssimas exceções, é o da importante e imprescindível reforma política. Não querem acabar com a podridão, com o cheiro fétido que exala das artimanhas do movediço e traiçoeiro mundo da política.

Poderia muito bem enumerar todos os absurdos do sistema político-eleitoral brasileiro. É de ficar assombrado com a sabedoria, esperteza e a malandragem. Um jeitinho pra lá, outro pra cá, para acomodar os interesses dos parlamentares.

É preciso criar critérios para a indicação de suplente de senador. Não tem cabimento o que vem acontecendo. Ninguém diz nada. O corporativismo fala mais alto e desafia quem ousa em enfrentá-lo.

Vejamos o exemplo do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressista (PP), legenda mais influente do Centrão, agrupamento partidário adepto fervoroso do toma lá, dá cá, e muito eficiente na missão de tornar o chefe do Palácio do Planalto de plantão como refém, obviamente o dominado mais ilustre.

Vale lembrar que a arma principal do Centrão, o seu instrumento de chantagem, o seu meio de usufruir das benesses inerentes ao poder, é a ameaça de abertura de um pedido de impeachment. Outro detalhe é que o presidente da República não pode deixar sua popularidade cair, sob pena do Centrão deixá-lo no meio do caminho, como aconteceu com a coitada da Dilma Rousseff (PT).

Quem vai assumir o lugar de Nogueira no Senado, com sua nomeação para a Casa Civil do governo Bolsonaro, é sua mãe, a empresária Eliane Nogueira, 72 anos.

É por esses e muitos outros motivos que a reforma política é sempre deixada no esquecimento, na sarjeta. Só lembram dela em época eleitoreira, para fazer demagogia. Depois jogam na lata do lixo.

Pois é. E assim caminha a humanidade. Ou melhor, a política brasileira com os senhores “homens públicos” pensando só em arrumar o próprio quintal, seguindo a “vida de murici”, que cada qual cuide de si.

Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, Amém, diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, hoje em um lugar chamado de eternidade.

Cadê a reforma política? Nem o posto Ipiranga sabe a resposta. 


Marco Wense é Analista Político

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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