Com vasta utilização na construção civil, arquitetura, arte e decoração, as rochas ornamentais são muito utilizadas em revestimento nas construções comerciais, residenciais e públicas. A ampliação no uso e a beleza das pedras brasileiras e baianas são alguns dos motivos que impulsionaram as exportações em 2021, que atingiram recorde histórico.
Dados da Associação Brasileira de Rochas Ornamentais (ABIROCHAS) mostram que as exportações brasileiras de rochas ornamentais tiveram um grande desempenho em 2021. O faturamento atingiu US$1,34 bilhão, superando o recorde histórico de US$1,30 bilhão registrado em 2013. Nesse cenário, a Bahia também teve um grande destaque e o estado teve um incremento de 42% nas exportações, o que ajuda a colocar o Nordeste como o novo grande polo da atividade produtiva de rochas ornamentais.
Aliado a isso, a produção baiana conquista mais espaço a cada ano. Em 2021, o estado foi o terceiro maior produtor do país, atrás apenas do Espírito Santo e de Minas Gerais e, junto com o Ceará, que está na quarta posição, são responsáveis por 76% da produção nacional. Atualmente, a Bahia é responsável pela produção de diversas rochas a exemplo do granito, do pegmatito, do travertino, do arenito e, especialmente, de quartzitos.
Dentre os materiais mais famosos do mundo, a Bahia destaca-se por ser a única produtora de granitos azuis: o Azul Bahia, o Azul Macaúbas e o Azul Imperial. Ainda é possível encontrar em terras baianas o famoso mármore Bege Bahia ou Travertino Bahia. Único em todo o país, é uma rocha bastante requisitada pela beleza e sofisticação, bem como pela semelhança ao mundialmente famoso mármore Travertino Romano.
Os primeiros registros de produção do Bege Bahia datam da década de 1950, em Juazeiro. Só na década de 1960 que teve início a exploração das primeiras reservas no então distrito de Ouro Branco, em Jacobina, que viria a se tornar o município de Ourolândia. Mesmo em um cenário com tantas riquezas minerais, o mármore Bege Bahia ainda é uma exceção já que é uma das únicas rochas que passam por processo de beneficiamento no próprio Estado.
Atualmente, grande parte do que é produzido na Bahia é levado para o Espírito Santo, onde o processamento industrial agrega quatro vezes o valor da rocha bruta que, posteriormente, é exportado e, em muitos casos, volta para ser comercializado nas marmorarias baianas. O beneficiamento em outro estado também influencia nas estatísticas de exportação, vez que são computadas no sistema Comex Stat, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), como fonte produtora, o estado que beneficia a rocha.